Filho Amado

Último Capítulo Parte 2 – Filho Amado

Filho Amado.

 

Último capítulo(80), parte II.

 


 

Continuação imediata da cena anterior.

 

Noronha cai no chão com o tiro que Mafalda havia lhe dado. Betânia chega na mesma hora e fica estarrecida ao ver a cena.

 

Betânia fica parada na porta da sala 408, onde estava marcada para acontecer a execução de Éssio: Quem…Quem fez isso?- Ela entra correndo e se ajoelha perto do amado que havia sido atingido nas costas- QUEM FEZ ISSO COM O NORONHA? ELE NÃO TEM CULPA DE NADA!

 

Mafalda fica parada.

 

Godofredo, desesperado: Viu o que você acabou de fazer com o Noronha?- Ele lhe toma a arma- Vou chamar uma ambulância!- Ele sai correndo.

 

Éssio, gritando e chorando: EU QUERO VER O MEU IRMÃO, NORONHAAAAAA. ALGUÉM ME VIRA PELO AMOR DE DEUS!

 

Betânia empurra Mafalda e tira seu lenço do pescoço: Tá vendo isso daqui? Reconhece?

 

Mafalda se lembra: O lenço…Do meu pai.

 

Betânia, furiosa: Isso daqui eu peguei dele no mesmo dia em que lhe dei um bolinho envenenado, pra ele parar de entrar no nosso caminho! Eu matei o Chico Branco, matei e não me arrependo, agora o Noronha não podia pagar por isso, sendo que nem ele e nem o outro lá- Aponta pra Éssio- Tem culpa nenhuma, sua incompetente que não sabe lidar com os próprios sentimentos!- Ela olha pra Noronha- Meu amor…

 

Noronha está trêmulo: Éssio…ÉSSIO!

 

Éssio não consegue se virar: Se alguma coisa acontecer com você eu nunca vou me perdoar, irmão! NUNCA!

 

Casa de Clécio/ Tarde.

 

Os dois bandidos chegam no comodo onde Clécio está com Caio prestes a fazer uma barbaridade.

 

Bandido 1: O que tu vai fazer com esse garoto? Temos que dar um jeito de nos livrar dele.

 

Clécio continua tapando a boca de Caio com toda a força que tem: É claro…Mas antes eu vou fazer uma coisinha…Uma coisinha que faço com todas as crianças que passam pelo meu caminho- Ele sorri maliciosamente.

 

Os dois bandidos ficam chocados.

 

Bandido 2, furioso: ESPERA AÍ! TU É MESMO UM PEDÓFILO, CLÉCIO? EU NÃO TÔ ACREDITANDO NISSO! 

 

Clécio ri debochadamente: E quem é você pra me julgar? Aliás, o que tão fazendo aqui? Eu dei abrigo pros dois, a única coisa que forneceram foi o carro mesmo, e ainda querem bancar de patrões? Pra cima de mim não!

 

Caio se aproveita disso, morde a mão do pedófilo e sai correndo. Clécio tenta correr atrás dele mas é impedido pelos dois bandidos.

 

Clécio ordena: Saiam da minha frente, ou aquela criança vai escapar, seu imbecis!- Mas tudo o que recebe é um soco na cara que o faz cair no chão- SEU IDIOT…-E ganha mais socos e chutes que o fazem sangrar muito.

 

Enquanto isso, na sala onde Aurora e Taléfica continuam presas…

 

Caio chega e pega o canivete que havia sido deixado em cima de uma estante velha e empoeirada. Ele vai até as duas mulheres e consegue desamarra-las e tirar a mordaça com um pouco de dificuldade.

 

Aurora, desesperada: Vamos sair daqui, agora!- Os três abrem a porta quando escutam barulhos de tiro.

 

Clécio havia baleado os dois criminosos, mas estava destruído: Vocês dois me pagam…Achando que podiam me bater e ficar impunes!- Ele sai mancando e passa pelo corpo dos dois que estava estirado no comodo onde ele estava anteriormente com Caio.

 

Taléfica consegue soltar tudo o que lhe prendia: Pronto, podemos sair agora e…- Ela é interrompida com a chegada de Clécio.

 

Clécio, armado: Conseguiram se soltar? Que bom…Pena que eu cheguei pra estragar a festa dos fugitivos!- Diz, em tom de deboche- SENTEM-SE NO CHÃO DE NOVO! AGORA!

 

Taléfica, furiosa: Chega disso, Clécio, para!

 

Clécio nega: NADA DISSO, SENTA AGORA OU EU ATIRO EM VOCÊ.- Fala, com o rosto sangrando por conta da surra.

 

Aurora o encara, em silêncio.

 

Clécio: Vão me obedecer ou terei que tomar uma outra medida?- Fala.

 

Aurora se aproxima dele, sem medo, ele continua com a arma em punhos, mas ela parece não se importar com isso.

 

Clécio, suando frio: Me obedece ou eu atiro!- Fala, nervoso enquanto dá passos pra trás.

 

Aurora continua o encarando e indo em sua direção.

 

Clécio vai até a porta e a tranca: Aurora, veja lá o que vai fazer…

 

Aurora chega em Clécio e fica cara a cara com ele.

 

Taléfica pega Caio.

 

Aurora coloca a mão na arma, Clécio treme, ela joga a arma no chão, continua com a expressão séria. Ele não esboça nenhuma reação.

 

Aurora, firme: Chega, Clécio. Eu não vou permitir que você faça nada comigo, nem com a sua mãe e principalmente com essa criança que não tem nada a ver com a situação. Tenho vergonha de ter cruzado o seu caminho. Nunca imaginei que fosse passar por essa situação na minha vida, mas eu tô te enfrentando. Vai…Me bate…Tem coragem assim ou é só mais uma alma frágil. Idiota. Se acha forte e dá um tapa na cara da sua mãe enquanto ela está amarrada…Mas faz isso agora? Eu duvido. Você não passa por cima de mim. CHE-GA!

 

Clécio a pega pelo braço.

 

Aurora insiste: Usa a sua força, Clécio! USA! Não é assim que você age em todas as situações? Antes eu tinha nojo de você, sentimentos ruins, mas nem isso você merece, Clécio, nem piedade, perdão, sentimentos ruins. Não merece nada porque é um ser humano covarde, capaz de usar crianças. COVARDE!COVARDE!- Ela começa a empurra-lo até outro cômodo- COVARDE!!!

 

Clécio acaba caindo no chão: O que significa isso, sua…- Ele pega a arma que havia caído no chão- Tá achando que pode falar isso comigo? Perdeu a noção do perigo?
Aurora lhe dá um tapa na cara. Clécio fica com o rosto virado.

 

Enquanto isso, a polícia percebe que a marca de óleo havia acabado em uma curva da estrada. Jasmine, José do Gado, Josélia, Benê e Marinez continuavam acompanhando o trabalho deles, todos muito aflitos.

 

Um dos policiais que havia ido pedir informação, volta: O homem do posto de gasolina falou que virando essa curva há um condomínio que não é habitado por ninguém…Creio que devemos ir pra lá.

 

Jasmine, aflita: Então vamos.

 

Os policiais entram na viatura e Jasmine com os outros entram no carro de Benê.

 

Casa de Noronha/ Tarde.

 

Bruno recebe um telefonema: Oi? Como é? Não, tudo bem, estou indo!!

 

Margot estava ao seu lado: O que houve, Bruninho? Parece aflito…

 

Bruno, desesperado: O Noronha levou um tiro, é a segunda vez que ele vai pro hospital, e parece que dessa vez é mais grave ainda. Preciso chamar um taxi porque meu pai levou um carro e coincidentemente está no hospital, visitando o detetive- Ele pega a carteira e sai pra cozinha.

 

A Madre Costa se aproxima lentamente: Noviça, preciso falar com você.

 

Margot, animada: Como vai? Aliás, como está indo sua estadia aqui? Eu super estou amando, principalmente por causa do Bruno.

 

Costa se irrita: É sobre isso mesmo que quero falar, vamos ter que ir embora dessa casa porque o perigo está ficando cada vez maior.

 

Margot não entende: Como assim?

 

Costa pega em seu queixo: Não se faça de desentendida, estou percebendo o “ clima” entre você e seu primo mas jamais irei permitir que esse romance aconteça e você perca a sua pureza! Como uma boa mulher, comprarei a passagem e iremos embora amanhã se possível, o importante é que devemos sair daqui!

 

Margot, furiosa: Isso não é justo, as férias são minhas e eu tenho direito de ir pro lugar que eu quiser, se possível sozinha! Caso não esteja satisfeita com Vila Varzeônica, saia, eu fico só e sei voltar. Sou vacinada e sei me virar.

 

Costa lhe aperta a boca: Que modos são esses? VEJA COMO FALA COMIGO OU TE EXPULSO DO CONVENTO! O QUE SUA MÃE IRIA PENSAR?

 

Margot tira o hábito( roupa de freira) e fica apenas com um vestido branco: Quer saber? Eu cansei, sou uma mulher livre e nunca combinei com o convento mesmo, todas aquelas regras e morais, é tudo muito certinho pra mim! Leva isso, e vai embora Madre Costa, deixa que depois eu me resolvo com a minha mãe. AGORA VAI EMBORA!

 

Costa, sem entender nada: Não…Eu jamais posso permitir que isso aconteça, NÓS DUAS iremos embora!

 

Margot cruza os braços: Não! Agora pegue suas coisas e RUA! Eu não quero mais te ver aqui, principalmente atrapalhando a minha felicidade com o Bruno. Meu curto tempo de freira, A-CA-BOU!- Berra.

 

Costa fica boquiaberta.

 

Cuiabá/ Casa provisória de Clécio/ Tarde.

 

Clécio continua com o rosto virado: Você tá fazendo isso tudo comigo…Mas não ache que me abala- Ele a pega pelo braço- VOCÊ JÁ BANCOU DE DURONA, MAS AGORA VAI TER QUE SEGUIR AS MINHAS ORDENS- Ele a joga no chão com toda a força- Se você não quer viver comigo, Aurora, se não podemos viver juntos, eu, você e nossos filhos…Então vamos morrer juntos- Ele vai até a bolsa e pega gasolina, depois um fósforo- VAMOS MORRER JUNTOS!

 

Aurora se levanta, mas não consegue permanecer em pé por muito tempo e logo cai: Ai…Meus filhos- Ela grita de dor- Para com isso Clécio, CHEGA!

 

Clécio espalha a gasolina pela casa toda, ele olha para Taléfica e Caio que estão encolhidos em um canto: Nos vemos na fila do Céu, pessoal- Ele risca o palito de fósforo e o joga no chão, produzindo uma chama que logo se espalha.

 

Aurora fica presa em meio a uma roda de fogo, ela chora de desespero e não tira as mãos da barriga. Taléfica e Caio se abraçam.

 

Aurora: SOCORRO! SOCORRO!

 

Clécio ri: Grita! Grita- Ele olha para o incêndio que havia causado e começa a pular de alegria- É O NOSSO FIM, AURORA, VAMOS MORRER JUNTOS!- Ele deixa a chave da porta que estava no bolso cair perto de onde estava Caio, e o menino a pega, sem que o pedófilo note.

 

Aurora é cercada pelo fogo que já havia consumido grande parte das coisas.

 

Caio se arrisca e decide ir até a porta, ele consegue abri-la e sai junto com Taléfica. No mesmo momento o carro da polícia estaciona em frente a casa em chamas.

 

Caio e Taléfica saem sem nenhuma queimadura, mas tossem muito.

 

Jasmine sai desesperada ao ver o filho: CAIO! CAIOOOOO- Ela o abraça. Caio fica feliz- Meu filho, achei que nunca mais ia te ver! Graças a Deus, tá tudo bem!

 

Taléfica avisa aos policiais: O Clécio tacou fogo, e a Aurora está lá.

 

Marinez fica barbarizada: Não é possível…Minha filha não!- Ela sai correndo mas é contida- PRECISAMOS SALVAR A AURORA!

 

Policial: Iremos ligar para o corpo de bombeiros- Avisa.

 

José, apressado: Não dá tempo, o fogo consumiu tudo, eu vou até lá- Se prontifica.

 

Benê avisa: Temos que pensar, não aja por impulso ou podemos ter mais um morto!

 

José arregaça as mangas da blusa: Não é hora de pensar, Benê, e sim de salvar a minha filha porque ela é jovem demais pra ter um destino tão cruel como esse, preciso cumprir meu papel de pai, e já que nunca passei a figura de herói, agora é a hora!- Ele sai correndo e entra na casa.

 

Os policiais se desesperam: O que esse maluco fez?

 

José consegue entrar e consegue localizar a filha, que ainda gritava por socorro em meio as chamas: FILHA! FILHA!- Ele dribla o fogo e consegue se aproximar dela, que estava em um canto isolado da cozinha- ME DÁ A MÃO, É A ÚNICA SOLUÇÃO!

 

Aurora chora: Pai…Eu não posso arriscar a sua vida!

 

José se segura em uma das paredes e estica a mão, a manga da blusa começa a ser queimada: Vamos logo, Aurora, pare de pensar em mim e pense em você, ME DÁ A MÃO!

 

Aurora tosse muito: TUDO BEM…- Ela dá alguns passos e estica a mão, José está prestes a pega-la quando Clécio a puxa para o outro lado novamente.

 

Clécio, rindo: NÓS TEMOS QUE ACABAR JUNTOS, LEMBRA MEU BEM?

 

Aurora, desesperada: NÃO! ME LARGA- Uma das vigas cai entre os dois e José do Gado.

 

José, paralisado: AURORA, NÃOOOO.

 

Lá fora, Marinez está aflita: Não posso perder a minha família que tanto amo…- Ela chora.

 

Na cozinha da casa em chamas, José resolve tomar uma drástica decisão, ele vai até o fogo e tira seu casaco para tentar conte-lo, e depois que consegue acalma-lo um pouco, passa, dribla a viga e chega até onde Aurora e Clécio estão, prestes a serem queimados.

 

José dá um soco nele: SOLTA A MINHA FILHA, SEU INFELIZ!

 

O corpo de bombeiros chega.

 

José consegue puxar Aurora e os dois saem correndo, Clécio os persegue quando um dos móveis da velha cozinha cai em cima dele.

 

José se vira e vê os olhos de Clécio sendo queimados.

 

Clécio é cercado pelo fogo: AURORAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA.- Ele põe as mãos sobre os olhos, mas já está totalmente carbonizado.

 

Os bombeiros fazem esforços para que o fogo não se alastre, mas já é tarde.

 

Benê e os outros saem com o carro de perto.

 

Marinez se recusa a entrar: Não sem o meu marido e minha filha, eu não posso!

 

De repente José e Aurora conseguem passar da porta e chegam até o jardim.

 

Marinez corre até eles.

 

Aurora tosse muito: Pai…Obrig…- Ela cai desmaiada.

 

José está parcialmente queimado: Filha…Aurora, fala comigo- Diz, tocando em seu rosto.

 

Uma ambulância chega.

 

Marinez chega até o encontro dos dois, ela abraça José: Cadê o Clécio?

 

José avisa: Ele foi queimado, Marinez, sumiu das nossas vidas, pra sempre.

 

Os enfermeiros carregam Aurora.

 

Jasmine vê a cena de longe, aflita: Coitado do Noronha…

 

Hospital São Cristóvão/ Tarde.

 

Ema e Helder visitam o detetive Américo.

 

Américo, falando lentamente: Onde está o Noronha?

 

Ema conta: Ele teve problemas, mas logo chegará com certeza, que bom que se recuperou, detetive.

 

Américo tosse: Eu…Preciso contar pra ele, a outra parte do passado…Eu…- Ele não consegue falar por conta da rouquidão.

 

Helder o tranquiliza: Evite falar muito, aquele veneno da cobrAnna tinha o efeito de te deixar rouco, poupe suas palavras pra quando o Noronha chegar!

 

Américo concorda.

 

Nos corredores, uma maca chega com Noronha, que sangra muito.

 

Cadeia Municipal/ Tarde.

 

Godofredo algema Betânia: E diante desses fatos, você está presa pelo homicídio de Chico Branco no ano de 1992- Ele a coloca na mesma cela de Lara- Isso aqui vai encher rapidinho…

 

Mafalda observa a cena de longe, devastada.

 

Éssio se aproxima do delegado: Eu queria te fazer um pedido, e por favor, não pense que estou querendo fugir ou ser pretensioso…Mas quero ir no hospital, ver como meu irmão está, a situação dele. Se alguma coisa acontecer com o Noronha, eu nunca vou me perdoar.

 

Godofredo o observa, comovido: A culpa do tiro não é sua…- Ele olha pra Mafalda- Mas pode ir sim, te darei uma autorização.

 

Sítio de Josélia e Benê/ Tarde.

 

Josélia, Jasmine e Caio descem do carro de Benê enquanto ele estaciona.

 

Josélia respira fundo: Que dia agitado…Coitada da Marinez e do José do Gado, ainda tiveram que seguir pro hospital com a Aurora.

 

Jasmine avisa: Você fique com o Caio, dê a inalação pra ele, pelo visto ele não inalou muita fumaça. Ainda bem. Nem ele e nem a Taléfica.

 

Caio brinca: Odeio fogo, prefiro mil vezes a água límpida da piscina…Espero que fique tudo bem com a Aurora e com a dona Taléfica. Mas e o Clécio?

 

Jasmine passa a mão em sua cabeça: Ele se foi filho, estava provocando muita dor em todo mundo. A dona Taléfica e Aurora vão ficar bem…- Ela avista Bruno- Tá fazendo o quê aqui?Você soube do sequestro?

 

Bruno se levanta: Sequestro? Ai meu Deus, quem foi? Mais uma péssima notícia, por isso que odeio dia impar, são uma desgraça!

 

Jasmine explica: O Clécio sequestrou o Caio, a Aurora e a mãe dele…Mas já tá tudo bem. E ele tá morto. Mas quando se referiu a “mais uma” péssima notícia…Quis dizer que tem outra notícia ruim.

 

Bruno toma postura: Vocês vão ter que ser fortes, na verdade eu também porque…- Ele começa a chorar- Desculpe a comoção mas…Vim avisar que Noronha foi baleado e está a beira da morte no hospital.

 

Jasmine: Como é?

 

CORTA PARA:

 

Aurora chegando na ambulância, Marinez e José seguem a maca onde está a filha até os corredores, quando cruzam com Helder e Ema.

 

Ema, preocupada: O que vocês fazem aqui?

 

Marinez conta.

 

Mostra a imagem de Aurora e Noronha sendo tratados, nele está sendo feita uma cirurgia e nela um exame para verificar o estado dos gêmeos.

 

Éssio chega no hospital com a polícia e vê todos os conhecidos no corredor. O médico chega no mesmo instante.

 

Médico: Quem é o parente de Noronha Dávila?

 

Éssio se prontifica: Sou eu! EU! O que houve com meu irmão.

 

O médico franze a testa: É a segunda vez que ele vem para o hospital com um ferimento nas costas, e dos grandes, primeiro com canivete e agora atingido por uma bala. Sinto mito, estamos fazendo o possível mas parece que não tem jeito…Temos quase certeza que ele não sobreviverá a mais essa.

 

Éssio fica abalado: A culpa é minha…

 

Jasmine se aproxima dele: Não é, Éssio!!

 

Éssio, cabisbaixo: É sim. Quem devia estar nessa situação era eu. Não ele.

 

Médico: Faremos o que estiver a nosso alcance, mas peço que orem muito. Não será fácil.

 

Éssio fica chorando. Todos estão decepcionados.

 

………………………………………………………………………………………………………………………….

 

Quarto de Noronha/ Noite.

 

Noronha repousa quando o médico entra com Éssio.

 

O médico fecha a porta: Te trouxe aqui porque você insistiu muito, mas o estado de seu irmão ainda é muito critico, conseguimos realizar a cirurgia mas…Ela deixou uma sequela…Eterna talvez.

 

Éssio vai até ele e se apoia na cama para conseguir ficar da mesma altura: Que sequela, doutor?

 

Médico: Ele foi atingido nas costas…Na medula…Perdeu os movimentos da cintura pra baixo.

 

Éssio, assombrado: O Noronha…Ele tá como eu? Ficou paraplégico?

 

O médico faz que sim com a cabeça: Vou deixar você um pouco a sós com ele, mas não tente acorda-lo pois ele foi sedado…Logo volto pra te buscar e te dar mais detalhes sobre o estado de Noronha.

 

Éssio fica em estado de choque: A culpa é minha…- Ele olha para Noronha fixamente- Se não fosse por mim naquela maldita noite da festa, nada disso taria acontecendo, ou melhor, se eu não tivesse maltratado o Noronha, tudo estaria melhor- Ele começa a chorar- Me perdoa, Noronha, por nunca termos sido cumplices e irmão de verdade…Mas ainda dá pra reatar essa relação, seja forte, e aguente firme porque de agora em diante sua vida nunca mais será a mesma…- E pega na mão do irmão- Vou pagar a minha dívida com a sociedade, e provavelmente não te verei tão cedo…Mas desejo do fundo do meu coração que se recupere, que reconstrua sua vida- Fica comovido- E que seja muito muito feliz, como merecia há muitos anos. E que esteja livre de todo ódio e rancor no coração, inclusive pela minha pessoa.

 

Éssio vai saindo quando Noronha pega forte em sua mão. Ele fica comovido. Noronha continuava a dormir. Não havia explicação pra tamanho fenômeno.

 

Mas como aquilo havia acontecido? Amor de irmão? Finalmente esse sentimento estava dominando o coração de Noronha?

 


 

CONTINUA…

Victor Morais

Escrevi as webs novelas Beira-Mar e Filho Amado que foram publicadas no portal. Atualmente escrevo " Ser Humano", que se passa nos anos 80 e trata da relação complicada entre mãe e filha. Drama, emoções, cotidiano, conflitos familiares...Esse é o meu estilo.

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