Três Jogadas

Três Jogadas – Capítulo 38

Três Jogadas.

Capítulo 38

“Os homens deviam ser o que parecem ou, pelo menos, não parecerem o que não são.”

William Shakespeare

Cena 1. Rio de Janeiro – Lagoa / Apt. da Alice / Dia

Continuação imediata da cena anterior…

No estacionamento…

Sheyla desce do carro: Posso saber que missão é essa que vocês tem pra mim?

Alice tira uma foto da bolsa: Está vendo esse homem?! – ela mostra a foto de William. – Ele é ex-marido da Simone. Delegada que anda me importunando. Pelo menos andava. Já me livrei dela.

Soninha pega o jornal no chão: Eu acho que não! Olha isso aqui. A desgraçada saiu viva!

Alice pega o jornal furiosa: Como assim saiu viva? – ela se enfurece. – INCOMPETENTES! EU MANDEI AQUELES IDIOTAS FAZEREM O TRABALHO DIREITO!

Sheyla sem entender: Você tentou matar a delegada?! Não deu certo. Mas, é só não desistir.

Alice se roendo de ódio: Agora mais do que nunca eu preciso de você, Sheyla. Eu quero que você seduza esse homem, leva ele para um casebre qualquer e o mate. Da pior maneira possível!

Sheyla assustada: Matar?! Pra quê?! Que ligação à delegada tem com isso?

Soninha intervém: Deixa que eu explico. Esse William também é delegado. Logo, a polícia se importaria com ele muito mais do que com qualquer outra pessoa. Você vai seduzir e levar ele para um casebre e depois: vai o matar. E vai dá um jeito de avisar a delegada com o local, jogando a isca. A ideia é que você encha o casebre com bomba e assim que a delega entrar. POW!

Corte descontínuo.

A porta do elevador abre. O trio desce e Alice pega a chave do apartamento.

Dentro do apartamento…

Start ouve o barulho da fechadura e se levanta. Sérgio chega meio tenso. As três entram.

Start surpresa: Meu Deus eu não acredito! Sônia e Alice juntas novamente. Acho que nosso trio está voltando!

Alice tensa: Start! O que você está fazendo aqui?!

Start sorri: Toda dívida, tem cobrança. Eu vim cobrar! Mas olha: sem ressentimentos. Juro que não estou magoada pelo golpe que você me deu. Só que agora mais do que nunca estamos unidas. – ela estica a mão. – AMIGAS!

Cena 2. Rio de Janeiro – Copacabana / Copacabana Palace / Dia

Luigi na recepção a espera do atendimento. A recepcionista vem.

Recepcionista: Bom dia, Senhor. Deseja algum quarto?

Luigi: Na verdade eu preciso de uma informação. Eu sei que vocês mantém sigilo sobre os hóspedes, mas eu preciso muito dessa informação!

Recepcionista: Desculpa Senhor, mas essa informação não podemos repassar.

Luigi tenso: É caso de vida ou morte. Eu vou falar o nome e você vai lembrar. E se for preciso eu te pago por fora. Só você me falar seu preço.

Recepcionista, chocada: Suborno é crime!

Luigi nervoso: Por favor. Facilita as coisas. Eu preciso da sua ajuda. É aqui que mora Célia?! Célia! Lembra-se desse nome.

Recepcionista perdendo a paciência: Senhor, se o Senhor não se retirar imediatamente eu vou ser obrigado a chamar os seguranças.

Luigi direto: Eu acabei de descobrir que essa mulher é a minha mãe. Não me tira a oportunidade de conhecer a minha mãe biológica. Por favor! Você não sabe quanto tempo eu estou esperando por isso.

Recepcionista não se comove: Isso não é desculpa. Se retira imediatamente daqui! Já tentou me subornar e agora mente!

Luigi desesperado: Olha o meu desespero. Eu fui criado por uma assassina! Você deve ter visto no jornal. Minha mãe de criação é sócia da Revista Luz, uma das mais influentes do país. Eu preciso saber das minhas origens. Só que eu preciso dessa informação. Por favor!

Recepcionista sem paciência: Se alguém descobre o que eu estou fazendo eu sou demitida. É bom que garanta pelo menos o salário desse mês! Qual nome da mulher?

Luigi nervoso: Eu te pago o que for preciso. Célia! Célia é o nome dela.

Recepcionista procurando: Tem duas Célia. Célia Hapuque e Célia Oliveira. Não sabe nem o sobrenome?

Luigi forçando a memória: Não! Mas sabe o homem que morreu atropelado? Petrônio! Ele estava junto com ela. O nome dele deve constar aí também.

Recepcionista: Ah aqui. Célia Hapuque e Petrônio. Eles se mudaram tem um tempo. – ela abre a ficha. – Mas espera. Essa mulher deixou o endereço comigo. Por conta das mudanças dela, ela deixou o endereço comigo. Eu acho que ainda tenho anotado. – ela abre a carteira. – Isso vai sair mais caro!

Luigi pega a carteira: Dois mil está bom?!

Recepcionista olha para os lados: Está ótimo!

O homem conta o dinheiro e coloca no balcão. A recepcionista recolhe rápido e pega o papel com o endereço novo de Célia.

Recepcionista entrega o papel: Esse endereço aqui. Ninguém sabe quem te passou essa informação, hein garoto.

Luigi guarda o papel: Já até esqueci quem me passou! – ele sorri e sai.

Cena 3. Rio de Janeiro – Copacabana / Apt. da Célia / Dia

Célia termina de tomar café. A campainha toca.

Célia se levanta: Já vai! – ela ajeita o vestido. – Quem será que me incomoda a essa hora da manhã. Não estou esperando visita. E vou reclamar na reunião do condomínio. Que porteiro é esse que não avisa que tem gente subindo?

Célia abre a porta. Luigi está cabisbaixo e ergue a cabeça aos poucos, com medo do que pode ver.

Célia estranhando: Perdeu alguma coisa aqui, garoto? Te conheço de algum lugar?!

Luigi emocionado: Conhece. Talvez não muito, mas o necessário para olhar para mim e se lembrar de alguém… Mãe?!

Célia olha assustada: Mãe?! Eu não sei do que você está falando!

Luigi: Não finja que não me conhece. Você sabe muito bem quem eu sou. Pode não me reconhecer agora, adulto, mas um nome e eu refresco sua memória: Emerson!

Célia emocionada: Emerson… – ela sorri. – Meu filho.

O jovem corre para lhe abraçar e os dois se abraçam forte, tentando recuperar todo o momento perdido. Os dois choram bastante e Célia acaricia Emerson, o sentindo novamente. Luigi a aperta, chorando, sentindo a emoção de verdade e o principal: conhecendo o amor de mãe. Os dois continuam ali abraçados por um tempo.

Corte descontínuo.

Célia e Emerson estão sentados no sofá.

Célia sorri: Eu sempre sonhei tanto com esse momento. Cada minuto que fiquei sem você foi doloroso pra mim. Agora te vendo meu coração se enche de alegria novamente, de modo que eu não consiga explicar o que estou sentindo.

Luigi sorri: Eu descobri há pouco tempo que não era filho do monstro da Alice. E ela nunca tinha me dito nada. Eu desconfiei, por causa de uma foto e fui até perguntar o Sérgio da foto. Ele me contou uma história, que provavelmente era mentira.

Célia: A Alice é um monstro! Eu não ia vir para o Rio de Janeiro. Só vim para me vingar de todo o mal que ela me causou. Ela tentou me matar! Sempre foi invejosa. Sempre. Desde pequena.

Luigi: Eu não sei se devo acreditar em tudo que ela diz. Deixa eu ouvir de você. O que foi que aconteceu no passado?

Célia se levanta: Bom, acredito que você já deve ter escutado diversos tipos de versões da história. Não sei se te contaram a versão certa. Mas eu vou contar. Eu era muito jovem e a Alice também. A gente sempre teve uma rivalidade, por conta das passarelas. Eu era muito mais bonita que ela, muito mais elegante. Meus pais sempre foram ricos e isso me dava uma chance maior de levar o concurso. Tinha modos, me vestia bem e tinha tudo de mais caro da época. Até que a vagabunda me deu um golpe e roubou meu marido. O Enrico, teu pai! Você era pequeno, tinha 03 anos. Ela sabia que eu tinha as maiores chances de vencer o desfile do Teatro Municipal. Ela arquitetou com um homem, que era amante dela. Neto o nome dele. Ela arquitetou de dá um golpe em mim e no Petrônio, só que ela acabou se apaixonando. Foi vítima do seu próprio jogo. Ela e o Neto tiveram uma briga horrorosa, mesmo assim continuaram juntos. Quando eu descobri tudo, nossa rivalidade ficou ainda pior. Até que ela decidiu se livrar de mim, incendiando o Teatro. Ela ainda foi ao meu camarim e me deu um tiro e eu fui salva por um jurado. Que eu não faço ideia de quem seja.

Luigi se levanta perplexo: Meu Deus! Essa mulher é um monstro. Agora eu sei que ela é capaz de tudo. Eu descobri que o Petrônio, o homem que morreu atropelado é o meu pai.

Célia senta-se e puxa o jovem: Foi ela! Eu tenho certeza. Ela sabe bem o que faz. Você precisa se afastar o mais rápido dessa mulher.

Luigi: Eu não posso. Eu disse que ia sair da casa dela, mas eu me uni a minha prima Luíza para conseguir provas e colocar essa mulher na cadeia. Alguém precisa parar ela.

Célia segura à mão do jovem: Meu filho, não mexe com esse tipo de gente, eu fiquei muito tempo longe de você. Eu não quero te perder de novo.

Luigi sorri: Você não vai me perder de novo. Eu não vou deixar que nada de ruim aconteça nem comigo e muito menos com você.

Célia emocionada: Eu nunca consegui te esquecer, Emerson. Mesmo distante eu sempre ouvi seu coração, sempre senti seu calor e nunca, nunca, te esqueci.

Luigi emocionado: Eu nunca senti o que estou sentindo a agora. Sensação de paz. Parece que tudo está tão perto de acabar e que agora as coisas começam a se alinhar, mas ao mesmo tempo sinto que ainda tem um furacão que logo se aproxima e tenho medo do que pode acontecer.

Célia sorri: Nada vai acontecer. A gente vai vencer essa batalha, juntos! – ela abre os braços. – Me dá um abraço, por favor. – diz, chorando.

Luigi abraça a mãe: Mesmo não te conhecendo, meu coração agora conhece o que é amor de mãe. Eu te amo… Mãe! – ele chora, emocionado.

Os dois se abraçam novamente, emocionados.

Cena 4. Rio de Janeiro – Leme / Cafeteria / Dia

Jordan está à espera de Paloma.

Paloma chega: Desculpa a demora. Eu estava resolvendo um problema lá em casa.

Jordan sorri: Mais um dos problemas dessa casa.

Paloma senta-se: Já não começamos bem. Fica tranquilo que dessa vez não foi nenhuma confusão. Nem sempre problemas estão presumindo uma confusão.

Jordan: Desculpa. Não está mais aqui quem falou. Eu não quero discutir com você logo no primeiro encontro. Antes de qualquer coisa eu quero saber se posso te chamar de filha.

Paloma sorri: Isso é tudo novo pra mim. Mas eu não posso te exigir que não me chame. Pode me chamar sim.

Jordan sorri: Bom. Filha! – ele sorri. – Eu sei que a gente mal se conhece. Esse é o nosso primeiro encontro e eu já chego assim, te assustando. Mas eu quero te fazer um convite.

Paloma ri: Um convite?! Pode falar senhor Jordan.

Jordan é direto: Eu quero te chamar pra morar comigo. A gente precisa unir essa nossa relação e nos aproximar mais.

Paloma se assusta um pouco: Morar contigo?! Bom… É que… Isso nunca passou nos meus planos. Acho que eu nunca cogitei essa possibilidade de sair de casa. Ainda mais agora que…/ – ela para de falar.

Jordan não entende: Ainda mais agora que?! Continua.

Paloma constrangida: É que a Júlia me fez um convite. Bom, mas isso não vem ao caso agora.

Jordan: Não, pode falar. Claro que vem. Eu acabei de fazer um convite, você deu para trás e diz que “ainda mais agora que”. Eu acho que tenho o direito de saber.

Paloma indignada: Você está confundindo as coisas. Querer me chamar de filha é uma coisa, agora querer que aja como uma filha sua, te obedecendo e achando que te devo satisfações da minha vida é outra totalmente diferente.

Jordan: Desculpa. Você tem toda razão. Eu que me precipitei demais. Não tenho que ficar me intrometendo na sua vida desse jeito. Acabei de chegar. Me desculpa mais uma vez.

Paloma: Mesmo assim eu vou te contar. A Júlia me chamou para viajar com ela, o Igor e o Leandro. E eu, aceitei. Eu quero me unir a eles. É a minha família. Não sei se devo aceitar o seu convite.

Jordan manipulador: Desiste dessa viagem! Poxa, eu agora também faço parte da sua família. Eu quero te conhecer melhor e… E a gente pode fazer uma viagem juntos. Só nós dois. Por favor, minha filha. Não me priva desse direito de te conhecer. Aceita o meu convite.

Um pouco depois…

Cena 5. Rio de Janeiro – Leme / Apt. da Clarice / Dia

No quarto de Clarice…

Clarice se levanta: Kiara você tem ideia do que você fez?!

Kiara indignada: Não acredito que você não vai duvidar de mim. Eu estou sendo sincera. Eu me envolvi sim com esse homem e não vou negar. Mas eu não o matei. Ele se matou! E eu não obriguei ele a nada!

Clarice abismada: Quando eu penso que tudo já está perto de acabar. Que esse inferno logo vai embora de nossas vidas. Eu já não aguento mais! Aí me vem essa história da Gisele e pra piorar: você é a principal dessa história. E eu não vou duvidar, confio em você. Mas pode esperar, essa mulher vai transformar sua vida num inferno.

Kiara com medo: Eu não vou deixar. Eu sempre fui quieta e nunca, nunca, precisei passar por cima de ninguém para alcançar meus objetivos. Nunca sujei minhas mãos matando ninguém. Mas fui preparada o suficiente para atacar de volta. Ela que não duvide de mim!

Clarice sorri: O mesmo para a Alice. A hora dela vai chegar. Ou melhor, já está chegando. Se ela pensa que vai ser fácil assim, está muito enganada. Vou ensinar pra ela que na escola que ela se encontra, eu já sou professora. Eu vou ensinar pra ela a não mexer nunca mais comigo.

Kiara suspeita: Você disse lá na sala que era capaz de matar a Alice. Você teria essa coragem?

Clarice abre o guarda-roupa e pega à arma: Fecha a porta! – Kiara obedece. – Comprei essa preciosidade. – ela olha a arma sorrindo e logo desvia o olhar para Kiara. – Não é linda?!

Kiara assustada: Linda é, mas faz um estrago na vida de uma pessoa.

Clarice séria: Parece você! – ela não aguenta e ri.

Kiara ri, mas sem graça: Clarice! Não fuja do assunto. Pra quê você comprou essa arma?

Clarice guarda a arma: Para usar caso seja necessário. Até hoje, durante toda a minha vida, a única pessoa que eu matei foi minha própria irmã. Se eu matei uma pessoa do meu sangue. Imagina o que eu sou capaz de fazer com quem não é?!

Kiara com medo: Credo! Você me assusta. – muda o tom da conversa – Mas eu também tenho uma arma. – ela sorri. – My precious!

Clarice fecha a porta do guarda-roupa: Você seria capaz de matar alguém?!

FLASHBACK

William chateado: A gente se dá tão bem.

Kiara é direta: Na cama! A gente nunca vai conseguir montar uma família e eu nem penso nisso. Nunca pensei em família, filhos. Eu gosto desse jogo de sedução. Quando passa disso, eu sou capaz de qualquer coisa para esquecer o que aconteceu. Enfim, mesmo que você não entenda os meus motivos, entenda pelo menos as minhas razões e o que eu realmente quero. – ela abre a porta do carro. – Esse nosso jogo começou a passar de apenas uma sedução. E eu sou muito jovem para passar o resto da minha vida na cadeia. Foi bom te conhecer!

Kiara sai do carro. William fica sem reação.

FIM DO FLASHBACK

Kiara sorri: Só quando meu jogo de sedução passa dos limites. Nunca respondo pelos meus atos. Não confio na minha própria sombra! – ela se senta sorrindo. – Irmãzinha querida, na guerra ou você mata ou você morre.

As duas se encaram sorrindo, misteriosas.

No quarto de Júlia…

A jovem mexe no computador. Paloma entra apressada.

Paloma joga a bolsa na cama: Se estiver comprando as passagens, pare agora.

Júlia vira-se assustada: Que isso, Paloma?! Isso é jeito de entrar no meu quarto e falar assim com os outros? O que aconteceu?

Paloma: Desculpa. É que eu precisava impedir isso.

Júlia sem entender: Impedir o quê?!

Paloma puxa a cadeira e senta: De comprar as passagens. Imaginei que já estivesse fazendo isso.

Júlia vira-se para a moça: Eu disse que faria isso amanhã. Mas por que me impedir de comprar as passagens?

Paloma é direta: Eu não vou mais viajar. Eu desisti.

Júlia confusa: Desistiu?! Você foi a primeira a me apoiar e convencer os outros a viajarem. O que mudou de poucos minutos pra cá?

Paloma: Eu vou me mudar para a casa do Jordan. Eu fui me encontrar com ele e ele me chamou para ir morar lá na casa dele.

Júlia perplexa: E você aceitou?! Eu não estou acreditando. Isso vai ser um baque para a tia Kiara.

Paloma: Primeiro: ela não é minha mãe. Segundo: a minha mãe biológica nem veio sequer conversar comigo, explicar os motivos e muito menos saber se estou chateada. Eu sou vista como ninguém dentro dessa casa. Com eu ou sem eu, a casa continuará a mesma. Portanto, decisão tomada.

Paloma se levanta para ir embora. Júlia se levanta em seguida.

Júlia chocada: Eu não estou acreditando que você vai sair dessa casa por birra. Isso é uma infantilidade. Você não vai chamar atenção desse jeito. Chega na minha mãe, na TUA MÃE e conversa.

Paloma vira-se: Se nunca fui notada durante anos, não vai ser nos acréscimos do segundo tempo que isso vai acontecer. Júlia desiste. Ninguém vai mudar minha opinião. E sobre nossos cursos lá fora: desiste também. O Jordan prometeu me transformar numa modelo de sucesso.

Júlia indignada: Será que você não consegue perceber que esse cara está te usando para conseguir atingir a NOSSA mãe?! Você querendo ou não é tão filha da Clarice quanto eu. Esse cara está te iludindo!

Paloma sorri: Iludindo ou não, está fazendo por mim coisa que dentro dessa casa ninguém nunca fez.

Paloma sai furiosa e bate a porta forte.

Júlia indignada: INGRATA!

Cena 6. Rio de Janeiro – Catete / Apt. da Adriana / Dia

Fernanda está deitada no sofá. Adriana chega arrumada.

Fernanda se levanta sorrindo: Nossa! Que linda. Vai onde assim tão chique?

Adriana ri: Vou não. VAMOS!

Fernanda não entende: Stacy vai com você? Ela nem em casa está.

Adriana: Tonta. Estou falando de você. Levanta, tome um banho e se produza inteira. Vamos ao shopping. Estou precisando fazer compras. E você vai me ajudar.

Fernanda sem saco: Ah não. Está tão bom aqui. Está frio. Minha cama está quentinha e logo começa meu filme predileto. Vai você.

Adriana tentando puxar Fernanda: Não Senhora. Se anima! Por favor. Você vai ficar sozinha em casa? Na-na-ni-na-não. Você vem comigo.

Fernanda sorri: Não insiste. Juro, eu vou ficar bem aqui! Vai você. Seu gosto para roupa é suficientemente bom para escolher elas sozinha.

Adriana desiste: Tá bom! Eu não queria te deixar sozinha. Você precisa refrescar um pouco essa mente. Mas já que você quer ficar em casa.

Fernanda deita de novo no sofá: Vou ficar bem. Prometo! Não precisa se preocupar comigo.

Adriana dá um beijo na testa da prima: Fica bem!

Ela abre a porta, vira-se, manda um beijo e sai. Fernanda continua deitada. Depois de um tempinho, começa a ventar forte e as cortinas balançarem muito.

Fernanda se levanta, esfregando o braço, com frio: Começou a ventar do nada. Já estava frio. Agora então!

A mulher tenta fechar a janela, mas o vento é mias forte do que ela e o cabelo voando na sua cara a impede que ela feche a janela.

Voz, em off: LOUCA! LOUCA! LOUCA!

Fernanda desesperada: ADRIANA! STACY! EU NÃO ESTOU DE BRINCADEIRA. PAREM COM ISSO. VOCÊS SABEM QUE EU TENHO MEDO!

A voz começa aumentar a frequência e o tom e esse, cada vez mais sombrio. A mulher começa a enlouquecer, tapando os ouvidos. Um jarro que está no painel da televisão voa longe e um quadro cai. A mulher começa a enlouquecer, com as vozes lhe perturbando.

Fernanda tapando os ouvidos: PARAAAAAAAAAAAAAAAAA!

Cena 7. Rio de Janeiro – Lagoa / Apt. da Alice / Dia

Alice vê a mão de Start esticada: Você não me engana nenhum um pouco. O que você quer comigo?

Start sem paciência: Já falei o que eu quero. Que você pague a dívida que tem comigo e você sabe muito bem qual! O golpe que você me deu.

Alice indignada: Sérgio vai pra cozinha. Isso aqui é conversa entre amigas.

Sérgio sai: Sim Senhora.

Alice, cont…: Eu te roubei sim, confesso, mas te dei dinheiro o suficiente para você ser feliz sua vida inteira lá fora. Longe de mim.

Start senta-se: Não foi bem assim. Dinheiro não deu pra nada. E agora eu quero o dinheiro inteiro. Nada de pouquinho. Isso foi suficiente pra você, pra mim não! Eu só quero que a gente acerte as contas.

Alice: Daqui a pouco eu resolvo isso com você.

Alice vira-se para Sheyla e fica frente a frente com a mulher. Ela rasga o vestido de Sheyla, que se assusta.

Sheyla assustada: ESTÁ ME ESTRANHANDO?!

Alice furiosa: CALA A BOCA! – ela volta a rasgar. Sheyla se constrange. – Está ótimo. Nem precisa de maquiagem.

Soninha prendendo o riso: Vai levar ela para onde, Alice?! Festa à fantasia e ele está de zumbi?

Alice sorri: Não. Você vai aparecer assim na delegacia. Faz um escândalo, diz que foi assaltada e que te agrediram. E foca naquele homem que eu te mandei a foto. Você vai seduzir ele. Vê se faz direito! Agora vai.

Sheyla sem entender: AGORA?!

Alice a empurra: PRA ONTEM! VAI!

Sheyla sai sem entender.

Alice olha para Start: Agora com você.

Start: Vai me rasgar também?!

Alice sorri e senta-se: Não. Você pode ser útil para mim e nada justo que a gente reate nossos tempos de amizade. Estamos as três aqui. As três imbatíveis. Que ninguém conseguia vencer. Eu te devolvo todo o dinheiro e você se une a mim. Eu acabei de conseguir uma bolada! De quebra, ainda mora aqui e SEM pagar aluguel. Então?!

Alice coloca a mão no meio das três. Soninha coloca a mão por cima da de Alice. Start sorri e por último, coloca a mão por cima das duas.

Alice macabra: Nosso pacto voltou!

As três trocam olhares alternados, sorrindo.

Mais tarde…

Cena 8. Rio de Janeiro – Hospital / Tarde

Simone está sentada na cama, lendo um livro. Barros bate na porta.

Barros sorrindo: Posso entrar?!

Simone sorri e fecha o livro: Claro. – ela se ajeita na cama. – Estava lendo um livro aqui.

Barros a cumprimenta com um beijo no canto da boca: Sei que vim aqui não tem nem muito tempo, mas a saudade começou apertar. A delegacia não é a mesma sem você.

Simone sorri: Não é pra tanto. Eu logo vou sair daqui e logo volto ao trabalho. Confesso que está um porre esse hospital.

Barros senta-se na cama: Não vou dizer que imagino, pois nunca estive em um. E nem pretendo. E você, está se recuperando bem?

Simone se senta: Na medida do possível, sim. Na verdade, acho até que estou indo bem. Só essas feridas no rosto mesmo, que vai demorar um pouco a sair.

Barros preocupado: E os hematomas? Saíram?

Simone sorri: Preocupado comigo, senhor policial?

Barros tímido: Não. Não. – ele sorri e Simone não acredita. – Vou confessar. Estou preocupado. Você sabe que eu gosto de você.

Simone sorri: Barros…

Barros ri: Calma! Eu prometi te dá um tempo. E eu estou cumprindo isso. Não tentei nada até agora.

Simone o olha: Exceto o beijo agora.

Barros rindo: Foi no canto da boca! Mas dizer que vou dá tempo ao tempo não me impede de ficar preocupado com você.

Simone sorri: Eu sei seu bobo. E William? Está cumprindo suas tarefas?

Barros: Confesso que me surpreendeu. Está empenhado no caso dos seus atentados.

Simone sorri: Esse é o William que eu conheço. Agora me fale sobre o caso. Alguma novidade?

Sem som, os dois continuam conversando.

Cena 9. Rio de Janeiro – Delegacia / Tarde

Sala de Simone…

William trabalha. Uma confusão do lado de fora.

William se levanta: Que gritaria é essa?!

Do lado de fora…

Sheyla encenando: EU FUI ASSALTADA! ESSES PIVETES DESGRAÇADOS. OLHA O QUE ELES FIZERAM COMIGO.

Gelado segura Sheyla: Minha Senhora olha o teu estado. Por favor, vá em casa, tome um banho, coloque uma roupa decente e retorne aqui.

Sheyla furiosa: MAS ISSO É UM ABSURDO. CAMBADA DE INCOMPETENTES!

Gelado furioso: MAIS UMA PALAVRA E EU TE PRENDO POR DESACATO!

William chega: EI! – Todo mundo fica em silêncio e vira-se para ele. – Será que alguém pode me explicar o que está acontecendo aqui?

Gelado solta Sheyla: Essa maluca chegou aqui dando um show.

William se aproxima: Pode ir Gelado. Eu cuido disso. – Gelado sai. – Posso saber o que aconteceu, Senhora?

Sheyla sorri: Não precisa do senhora. Mas voltando ao assunto, eu fui assaltada há poucos metros daqui. Um pivete sem vergonha levou tudo que eu tinha.

Sheyla desce o vestido e William olha para os seios da mulher. Sheyla “percebe” e levanta o vestido.

William ainda fixado nos seios dela: É! Eu acho que posso fazer alguma coisa por você. Vem aqui na minha sala.

Os dois saem.

Na sala de Simone…

William entra com Sheyla.

Sheyla olha ao redor da sala: Meio claro aqui, não?! Eu estou com um pouco de dor na vista. Tem como fechá-las?

William fixado em Sheyla: Claro! Eu vou fechar. – ele fecha as cortinas.

Sheyla teatralmente: Esse pivete me agrediu. Estou cheio de hematomas.

William: Será que eu posso ver?

Sheyla seduzindo: Mas é que tem uma na barriga e eu teria que tirar o vestido.

William fecha a porta: Isso já não é mais um problema. – ele sorri.

Sheyla desce o vestido e fica só de calcinha e sutiã. William olha a mulher por inteiro, admirando o corpo da mulher.

Cena 10. Rio de Janeiro – Leme / Apt. da Clarice / Tarde

Leandro e Igor estão na sala. Paloma desce a escada.

Paloma descendo a escada: É bom mesmo que vocês estejam aqui. Queria falar com vocês.

Leandro fecha o jornal: Aconteceu alguma coisa?

Paloma é direta: Eu desisti de viajar. Se vocês quiserem ir, vão. Mas eu não vou mais.

Igor se levanta: Como não?! Você me convenceu a ir e agora do nada desiste? Acho que a gente precisa de uma explicação.

Kiara e Clarice chegam na hora. Paloma olha para Kiara e desvia o olhar para os homens.

Paloma provocando: Eu desisti de viajar, pois eu vou sair dessa casa. O Jordan, O MEU PAI, me chamou para ir morar com ele e eu decidi aceitar.

Clarice perplexa: Eu não vou deixar! O seu lugar é aqui, Paloma. Ao lado dos seus familiares e principalmente da sua mãe.

Paloma ri: Que mãe?! Que tipo de mãe você é?! Sempre mentiu a vida toda pra mim. Depois ainda teve a coragem de contar e nem sequer veio me perguntar se eu estava triste ou não. Mãe você pode até ser, mas não minha.

Clarice ofendida: Você sabe que isso não é verdade! Estou esperando o momento certo para ir conversar com você e para que a gente coloque tudo em panos limpos. Só que o que você está fazendo é pra me afrontar. Ou melhor, pra me atingir e atingir a Kiara. Você só sai daqui por cima de mim!

Paloma indignada: Quem é você para falar de afronta. Sempre se sentiu superior a todo mundo e SEMPRE pisou em quem fosse necessário para conseguir alcançar seus objetivos. Pois então. Eu estou fazendo a mesma coisa. O Jordan me prometeu me transformar numa modelo de sucesso!

Clarice ri: Esse cara está te comprando! Usando seus sonhos para isso. Pior, está TE USANDO para ME ATINGIR. Será que você não consegue enxergar isso?! Ele está te manipulando. ACORDA!

Paloma furiosa: Acorda você! Já sou grande o suficiente para tomar as decisões da minha vida. Sou maior de idade, vacinada e sei bem me defender de qualquer coisa. Você fala tanto de manipulação, de superioridade… De usar as pessoas e faz a mesma coisa. Quem você pensa que é pra falar de alguém. Ou melhor: QUEM VOCÊ CLARICE?! Será que pelo menos nisso você é capaz de dizer a verdade?!

Fim do Capítulo 38!

Gabriel Adams

O que é necessário para Ser Humano? Quais são as atitudes que devemos tomar em situações difíceis sem que possamos ferir ou machucar alguém? Será que Ser Humano é ser cruel? Ou é errar, acertar, errar tentando acertar...Afinal, o que é ser humano? Dia 23 de fevereiro, às 20hrs, estréia a web-novela SER HUMANO.

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One thought on “Três Jogadas – Capítulo 38

  • Que emocionante o reencontro de Luigi e Célia (ou seria Emerson e Aurora? kk), creio que agora eles não irão se separar tão cedo. E ainda poderão se unir para acabar com Alice.
    Alice, Star e Sônia juntas? Minha intuição me diz que isto não vai prestar. Esse trio é o trio do capeta!! Quero só ver o que elas vão aprontar juntas.
    Adriana não deveria ter deixado Fernanda sozinha, a moça está completamente surtada… daqui a pouco é capaz até de que ela se mate.
    Caramba, Jordan conseguiu manipular a Paloma de tal forma que a moça até parece que foi tomada por um espírito ruim.
    Willian que se cuide, pois Sheyla não está aí de brincadeira… mas como ele é tão safado com certeza se deixará envolver.
    Super shippo Simone e Barros, tomara que ela dê uma chance para ele quando se recuperar.
    E esse papo de Kiara e Clarice, hein? Fiquei até com medo da obscuridade da conversa delas.
    Paloma encurralou Clarice de tal forma que até eu quero ver ela responder: “Quem é você Clarice?”

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