Histórias da Vida

Histórias da Vida – Capítulo 15

Capítulo 15

Continuação do capítulo anterior…

Cena 1.

Casa de Maria.

Na sala, Maria abre a porta e Hélio entra.

Hélio: Desculpe vim assim na sua casa, Maria. Mas você é a pessoa que eu mais confio.

Maria: Não precisa pedir desculpas. Aconteceu alguma coisa? Eu fiquei assustada. Você aqui em casa a essa hora, e com essa cara de péssimas noticias.

Hélio: Eu preciso que você seja bem sincera comigo.

Maria: Claro, pode falar.

Hélio: Você acha que a Valéria me trai?

Maria fica sem saber o que responder e o encara.

Hélio: Seu silêncio já disse tudo.

Maria: Espera, não tire conclusões assim. O que aconteceu? Por que você está me fazendo essa pergunta agora?

Hélio: Eu estou desconfiado disso. Desconfiado não, eu tenho certeza.

Maria: Isso é muito grave, Helio. Você não pode acusar a Valéria assim.

Hélio: Ela estava com marcas no pescoço esses dias atrás e deu a justificativa mais absurda do mundo. Hoje no almoço, eu a peguei aqui nessa sala, em uma conversa muito estranha com Breno.

Maria: Você está desconfiado da Valéria com o Breno? Isso é impossível. O Breno frequenta essa casa ha anos, eu nunca vi nada entre eles. Pelo contrario eles mal conversam. Acho que eles se encontraram aqui três vezes no máximo.

Hélio: Você não viu a cena que eu vi. E falaram que o Breno estava interessado na Patty.

Maria: E se isso for verdade? A Valéria te ama. Sempre te amou e você sempre a amou. Não acredito que ela iria te trair.

Hélio: Ela me amava e eu a amava. O tempo passou, o amor acabou e meu casamento se transformou em conveniência. Casamento de conveniência. É triste mais acontece. Desculpe, vim aqui te incomodar com meus problemas. Você também cheia de problemas e eu falando e falando. A Marcela apareceu de novo?

Maria: Não. Graças a Deus.  E espero que continue longe. Bandida.

Hélio: Eu vou pra casa. Desculpe de novo.

Maria segura à mão de Hélio.

Maria: Hélio. Nós somos amigos. Cunhados e amigos. Você pode vim aqui à hora que quiser pra falar dos seus problemas que eu sempre vou ouvi-los.

Hélio: Obrigado.

Hélio e Maria se abraçam. Os dois ainda não entendiam, mas estar abraçados trazia paz pra eles.

Cena 2.

Balada.

No bar, Rafael faz um drink e entrega pra Breno.

Breno: Achei que você ia mandar as crianças pra casa, mas elas estão aqui ainda.

Rafael: Eu ia sim. Mas eu vou os deixar divertirem um pouco. Depois eu despacho todos. E daqui da pra vigiar todos.

Breno: Olha lá, o Diego com uma garota. E eu achando que ele… Deixa pra lá.

Rafael: É melhor deixar mesmo.

Rafael observa Diego. Na mesa, Diego sentado, conversa com Flavia que está em pé.

Flavia: Sério que você vai ficar sentado aqui e não vai curtir a balada?

Diego: Eu não gosto muito de dançar. Eu não sei dançar na verdade. E por favor, não fale que você vai me ensinar.

Flavia ri: Eu não posso te ensinar porque eu também sou péssima. Posso sentar aqui com você.

Diego: Claro.

Flavia senta do lado de Diego.

Flavia: Eu sou a Flavia. Prazer.

Diego: Prazer. Eu sou o Diego.

Flavia: Gostei de você. Não sei… Uma vibe bacana.

Na pista de dança, Patty e Julia dançam.

Patty: E você ainda preocupada que ia dar errado. Eu nasci pra balada.

Julia: Aqui tá muito irado mesmo. E te um carinha te olhando a um tempão.

Patty: Eu vi. Mas não gostei. Se acha demais. Você o viu beijando o músculo do braço pra mostrar que é forte? Não sou obrigada.

O rapaz se aproxima de Patty e a pega na cintura por trás e cochicha no ouvido dela.

Rapaz: O que a princesinha tá esperando pra vim curtir o parque temático do meu corpo.

Patty: Sério que você disse isso? Se toca.

Patty tira a mão dele da sua cintura.

Na mesa de Diego.

Flavia: Você não curte muito dançar, mas tem um barzinho muito bacana em Copacabana. Eu toco lá às vezes. Você podia ir lá me ver?

Diego: Que legal. Vou sim. Vou adorar. Você tem banda?

Flavia: Na verdade sou só eu e o violão. Mas somos ótimos juntos.

Diego: Tenho certeza que sim.

Flavia pega o celular.

Flavia: Me passa seu número e a gente combina certinho.

Diego sabia que Flavia estava interessada nele, mas ela não despertava o mesmo nele. Ele gostou de conversar com ela. Ela era bonita, um papo agradável, mas o interesse que ele devia sentir ele não sentiu. Naquele momento ele não entendeu o porquê uma garota bacana com ela o interessou. Ele até pensou em “dispensa-la”, mas percebeu que o seu irmão estava o observando. Diego sem graça e um pouco constrangido pega o seu celular.

Diego: Me passa o seu número também.

OS dois trocam os celulares e digitam os números.

Na pista de dança.

O rapaz vai até Patty que dançava de costas pra ele. E a vira de frente.

Patty: Você é louco?

Rapaz: Olha pra mim garota. Eu sou o cara mais bonito, mais sarado, mais gostoso da balada. Eu sei que você não está acostumado com esse padrão. Mas eu te quero. É seu dia de sorte.

Patty: Você é muito babaca.

O rapaz segura Patty pelo braço.

Patty: Me larga.

Julia: Ela não ta a fim, cai fora.

Junior chega até ele.

Junior: Ela já disse que não quer. Sai daqui.

Rapaz: Qual é nanico?

OS dois se encaram.

No bar.

Breno: Rafael. Olha lá. Acho que tem alguém brigando com seu irmão.

Rafael: O que?

Rafael pula o balcão pra fora.

Junior: Já mandei largar ela.

Rapaz: O que você vai fazer?

O rapaz empurra Junior que cai no chão.

Rafael chaga e da um soco no rapaz.

Rafael: Não se mete com meu irmão.

Rafael e o rapaz começam a brigar e todos na pista de dança começam a tumultuar.

Cena 3.

Casa de Maria.

No quarto, Maria deitada na cama dorme tranquila e o telefone toca. Maria acorda com o som do telefone e o atende.

Maria: Alô… O que? Na delegacia?

Cena 4.

Delegacia.

Na sala do delegado, Todos sentados em cadeiras encostadas na parede. Todos quietos e com medo. Ninguém conversava. Já sabiam que Maria iria chegar nervosa e que as consequências seriam terríveis.

Rafael: Minha mãe vai matar a gente.

Maria abre a porta da sala e olha pra todos com raiva e vergonha de ter que buscar sua família na delegacia.

Cena 5.

Dentro do carro.

No carro, Maria dirige e Rafael no banco do passageiro. Os outros exprimidos no banco de trás ficam em silencio. Ninguém se atreve a falar qualquer coisa.

Rafael: Mãe…

Maria: Cala a boca, Rafael.

Maria responde sem olhar para o lado.

Cena 6.

Casa de Maria.

Na sala, Maria abre a porta e entre em casa, todos entram atrás dela e sentam no sofá.

Maria nervosa: Quem vai querer explicar?

Patty: Tia, a gente não teve culpa.

Maria: Resposta errada. Teve culpa sim. Vocês são menores de idade, não tinham que estar em uma balada como aquela. Como que vocês conseguiram entrar? No mínimo o segurança iria pedir a identidade de vocês. Você facilitou a passagem deles, Rafael?

Rafael: Claro que não.

Maria: Então…

Todos ficam calados.

Maria: Eu não estou com paciência. Acho melhor vocês não me testarem. Julia?

Julia: Fizemos identidades falsas. Mas eu só dei o dinheiro o Junior, quem negociou com o mundo do crime foi o Junior.

Junior: Valeu Julia. Não basta entregar a gente, ainda me ferra mais.

Maria: identidades falsas.

Rafael: Eu não tive culpa nessa parte mãe. Não sou tão irresponsável a esse ponto.

Maria: Não é irresponsável? Você viu seu irmão, sua prima e sua sobrinha que não podiam estar na boate que você trabalha e os deixou lá. Você acha que isso foi responsável? Ainda se envolveu em briga na balada.

Junior: Ele só me defendeu do brutamonte. Coisa de irmãos.

Patty: E os dois me defenderam. Obrigada, os dois.

Maria: E você hein Diego. Que decepção.

Diego: Desculpe mãe.

Maria: Eu não quero mais saber desse assunto por hoje. Vocês vão todos para os quartos, durmam. E amanhã vamos terminar essa conversa. As duas podem pegar o quarto de hospedes.  Agora.

Todos sobrem à escada correndo.

Cena 7./ Manhã.

Casa de Caio.

Na mesa do café, Caio e os irmãos tomam café juntos.

Felipe: E como foi passar o dia inteiro com a amada?

Caio: Foi ótimo. A Vitória e eu estávamos precisando disso.

Bia: Viu. Nós não a odiamos tanto assim.

Caio: Eu nunca entendi essa briga de vocês. A Vitória é tão legal.

Felipe: Não é não.

Caio: Ela já fez alguma coisa de mal pra você?

Felipe: Não.

Bia: Mas ela quer roubar você da gente. Nós só temos você agora.

Caio: Ninguém nunca vai me roubar de vocês. Somos uma família.

Bia: Fala isso pra Vitória.

Caio: A Vitória vai entrar pra família.

Felipe: Deus me livre.

Caio: Eu acho bom você parar com essa implicância com a Vitória. Eu tenho serias intenções de pedir ela em casamento.

Bia: Eu acho melhor irmos pra escola, antes que saia briga daqui.

Cena 8.

Salão de Janet.

Edneia lixa a unha de uma cliente, Dirce lava o cabelo de outra cliente e Janet seca o cabelo de outra.

Edneia: Eu gosto de homem forte. Que tem pegada. Como dizia minha mãe. Homem rústico.

Dirce: Esses novinhos bombadinhos de academia de agora não está com nada.

Janet: E desde quando você tem idade pra conseguir novinho de academia, Dirce?

Dirce: Eu encontro vários no Tinder.

Edneia: Você usa o Tinder?

Dirce: Claro. Eu sou uma mulher moderna. E a procura de um novinho que não seja de academia.

Edneia: Não procura esse pessoal de academia mesmo não. Eles têm o tanquinho enorme, mas a torneirinha é minúscula.

Janet: Ainda bem que eu não preciso desse tal de Tinder. Eu tenho meu Paulão. Pedreiro bom de cama. Aquele me joga na cama igual cimento na parede.

Lele entra no salão desesperado.

Lele: Janet. Aconteceu uma tragédia.

Janet: O que foi? Assim você me assusta.

Lele: Você não vai acreditar.

Janet: Então fala. Boneco de purpurina.

Lele: Eu acabei de ver o nosso Paulão… Quer dizer o seu Paulão no bar com uma loira oxigenada.

Janet assustada: O que?

Cena 9.

Mansão de Glória.

Na mesa do café, Glória toma café da manhã sozinha e Hélio chega.

Hélio: Bom dia.

Glória: Bom dia filho.

Hélio senta à mesa, e se serve com o café.

Hélio: Eu fiquei muito surpreso com o almoço ontem. Surpreso e feliz. A senhora tá começando a voltar a viver. Já até está com uma blusa que não é preta.

Glória: É cinza.

Hélio: Não é preto. Já estou feliz.

Glória: Eu fui por que eu queria ver o que ela fez com a casa do meu Heitor. Só por isso.

Hélio: A senhora parecia estar se divertindo ontem. Adorou o almoço. Achei que estava melhorando.

Glória: Como que você acha que eu posso estar melhorando sabendo que foi por culpa dela que meu filho está morto.

Hélio: Ela não teve culpa mãe. O Heitor não me deixou tirar ele do carro antes da Maria. Ele escolheu isso. Um gesto de amor. Eu já te expliquei mais de mil vezes o que aconteceu.

Glória: Ela indiretamente teve culpa. Eu não aceito isso que a vida fez. Não aceito.

Hélio: A Maria é uma ótima pessoa mãe. Só a senhora que fica com essa implicância com ela. Eu já expliquei varias vezes o que aconteceu e… Mas eu não quero falar desse assunto agora. Não vai adiantar mesmo. Mas ela não merece isso. Ela nunca desistiu da senhora. Maria é sonhadora, batalhadora. Merece ser feliz, muito feliz.

Glória estranha o jeito que Helio falou sobre Maria.

Glória: Hélio, você está apaixonado pela Maria?

Hélio encara Glória.

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