A Fênix

A Fênix – Capítulo 18

Capítulo 18

Cena 01 – Mansão Alcântara Barreto de Albuquerque. Quarto de Sérgio e Raquel. Noite.
Raquel e Sérgio estão no quarto conversando.
Raquel, andando de um lado pro outro: Isso está ficando cada vez mais complicado, estamos enrascados.
Sérgio: Quer parar de ficar andando de um lado pro outro desse jeito? Você vai me enlouquecer.
Raquel, irritada: E o que você quer que eu faça seu estúpido? Não ouviu o que o Miguel disse? Ele encontrou um garoto igual a ele no morro do Alemão, só pode ser o irmão gêmeo.
Sérgio: Calma Raquel, pode ser só um sósia.
Raquel: Ele disse que eles tem a mesma idade e o Gustavo mora no morro do Alemão, seria coincidência demais, não acha?
Sérgio: Com certeza, a Helena logo irá pedir pra o Miguel levá-la até a casa desse garoto.
Raquel: Eu estou à beira da histeria, se eu não agir logo a Helena vai acabar colocando a boca no trombone e nós estamos ferrados, vai ser o fim.
Sérgio: Eu acho melhor você se acalmar…
Raquel, furiosa: Como você quer que eu me acalme seu idiota?
Sérgio: É o melhor, se não sabe o que vai acontecer? Você vai acabar louca!

Cena 02 – Cozinha.
Miguel e Mateus estão na cozinha fazendo um lanche. Mateus está sentado na mesa comendo um sanduíche e Miguel escorado na pia comendo uma maçã.
Mateus: Então Miguel, eu queria te perguntar uma coisa.
Miguel, dando uma mordida na maçã: O que foi?
Mateus: Olha, você pode até achar que é paranoia minha, mas eu podia jurar que eu achei a voz de um daqueles bandidos familiar.
Miguel: A qual deles você se refere?
Mateus: Sei lá, estavam todos com máscaras idênticas, mas ainda assim, eu tive a impressão que conhecia a voz de um deles.

FLASHBACK.
Manhã anterior.
Os garotos mal reagem. Assustados, entregam seus pertences.
Um dos bandidos se aproxima e vê os celulares e o dinheiro.
Bandido 2: Só isso? Não! É pouco.
De repente, Mateus reconhece a voz do bandido.
Mateus: Essa voz…
FIM DO FLASHBACK.

VOLTA AO PRESENTE.
Mateus: É, com certeza a voz daquele cara não me era estranha.
Miguel: Olha, pela primeira vez na vida eu vou concordar com você, eu também tive essa impressão, ele falou comigo quando me empurrou pra dentro do carro.

FLASHBACK.
Os dois bandidos derrubam Mateus no chão e lhe dão seguidos chutes e pontapés. O outro bandido joga Miguel pra dentro do carro.
Miguel, assustado: Não, por favor, minha família é rica, eles podem te dar o que você quiser.
Bandido 2: Você é o que eu quero…
Miguel também reconhece a voz, mas antes que possa reagir, o bandido dá uma coronhada na cabeça do rapaz e ele desmaia.
FIM DO FLASHBACK.

VOLTA AO PRESENTE.
Miguel: Antes que eu reagisse ele bateu na minha cabeça com o revólver e eu acho que eu apaguei, mas eu reconheci a voz também.
Mateus: Pois é, mas de quem era?
Os dois ficam pensativos por uns instantes. De repente, os dois lembram de quem era a voz do bandido.
Mateus e Miguel, juntos: Jonas!
Mateus: É claro, só pode ser ele.
Miguel: Você acha mesmo Mateus? E se a gente estiver se precipitando?
Mateus: Miguel, depois daquela briga na universidade os pais dele cortaram a mesada do cara, a partir de agora ele vai deixar de ter tudo na mão, não me surpreende ele ter tentado se vingar da gente.
Miguel: Pior que faz sentido. Mas e agora, o que a gente vai fazer?
Mateus: Amanhã a gente fala com a polícia e eles vão investigar, se ele e aqueles amigos dele forem mesmo os responsáveis eles estão com nossos celulares.
Mateus termina seu sanduíche e se levanta.
Mateus, pondo a cadeira de baixo da mesa: Bem, eu vou deitar agora, hoje foi um dia e tanto.
Antes de ir, o garoto se aproxima e dá um abraço no irmão.
Mateus: Que bom que você tá bem cara.
Miguel: Desde quando você tem esse lado sentimental?
Mateus: Eu posso até não demonstrar, mas eu me importo muito com você seu careta.
Mateus passa a mão no cabelo do irmão e sai da cozinha. Miguel fica com uma cara estranha.
Ele vai até a geladeira e pega uma garrafa d’água e um copo. Enquanto está bebendo a água, ele sente uma mão levantando sua camisa pelas costas e se assusta. Ele se vira, é Sérgio.
Sérgio: Que bom te ver de novo meu garotinho.
Miguel, assustado: O que tá fazendo?
Sérgio, passando a mão no peito de Miguel: Ah nada, é que eu fiquei tão preocupado se não ia te ver de novo…
Miguel arregala os olhos de nervoso. Sérgio continua a alisar garoto e olhar estranho para ele.
Sérgio: Sabe do que eu mais me lembrei nesse período de tempo que você estava sumido? Das nossas férias de acampamento, sabe?
Miguel tenta se afastar: Olha, eu acho que já vou me deitar…
Sérgio o segura: Espera, eu senti tanto sua falta, por que está me evitando? Olha, não quer que eu suba com você? Eu posso te pôr pra dormir…
Miguel: Não, me larga.
Miguel consegue se soltar e sai correndo da cozinha.
Sérgio, num tom de arrepiar: Ai, ai, esse meu garotinho…

Cena 03 – Dias depois. Quarto de Raquel e Sérgio.
Sérgio está falando no celular com alguém.
Sérgio, ao telefone: Sim, hoje eu estou livre… é, as meninas vem passar a tarde aqui, o Mateus me falou… mas e quanto àquela outra pessoa?… ah, ela não liga né?! Ótimo… até mais tarde meu amor.
Raquel ouve tudo atrás da porta.
Raquel, pensando: Na certa está falando com a vadia dele.

Cena 04 – Casa dos Matos. Horas depois.
Priscila e Suzana estão de saída de casa para a mansão da família Alcântara Barreto de Albuquerque, passar a tarde com Mateus e Miguel.
Suzana, saindo de casa: Vamos logo Priscila, assim a gente só vai chegar de noite.
Priscila: Olha Suzana, se você não tem namorado eu tenho e eu quero ficar bonita pra ele tá.
Suzana: Também não precisa ficar repetindo isso o tempo todo.
Priscila: Ah, tá bom, vamos logo.
As duas saem andando. De repente, Suzana nota um carro parado na esquina. É o carro de Sérgio e ela consegue vê-lo dentro dele, como se estivesse esperando alguma coisa.
Sem dar importância, ela segue com sua irmã para a rua da mansão.

Cena 05 – Mansão Alcântara Barreto de Albuquerque. Quarto de Mateus e Miguel.
Suzana, Priscila, Mateus e Miguel estão conversando.
Suzana: Gente, eu esqueci de perguntar, e o Jonas?
Mateus: Jonas tá vendo o sol nascer quadrado.
Priscila: Então quer dizer que confirmaram que foi ele que nos assaltou e sequestrou o Miguel?
Miguel: É, encontraram nossos celulares na casa dele, acho que logo mais eles devem nos devolver eles.
Mateus: Espero que sim, a mão ate agora não liberou um dinheirinho pra gente comprar uns novos.
Suzana repara que Miguel está com uma cara de desânimo.
Suzana: Miguel, você tá bem?
Miguel, meio desanimado: Tô, tô bem sim.
Mateus: Ih, ele tá com essa cara estranha desde aquele dia Suzana.
Priscila: Mas por quê? O que você tem Miguel?
Mateus, irônico: Vai ver ele viu uma gatinha lá no morro do Alemão e tá com saudade dela.
Miguel: Cala a boca Mateus.
Mateus: Que foi? Diz, você tá apaixonado ou não?
Miguel, irritado: Ah, me deixa em paz Mateus.
Mateus: Ah Miguel, fala sério, se você tiver qual o problema? Você já tem 17 anos, já passou da hora de dar pelo menos um beijo.
Miguel: Eu vou fazer você beijar o chão se você não calar a boca Mateus.
Suzana: Mateus, para de provocar o seu irmão.
Mateus: Quer saber? Tive uma ideia pra ajudar o meu maninho a dar o primeiro beijo e descontrair esse clima.
Miguel: Do que você tá falando?
Mateus: Vamos brincar de jogo da garrafa?

Cena 06 – Sala.
A campainha toca. Horácio atende, é Helena que vai logo entrando.
Helena vai entrando: Boa tarde Horácio.
Raquel entra na sala: O que faz aqui?
Helena: Bom dia pra você também Raquel, como tem passado?
Raquel, irritada: Não enrola Helena, o que veio fazer aqui?
Horácio sai da sala.
Helena: Nada demais, só fazer uma visita ao Miguel, ele está?
Raquel: Você deve me achar muito idiota se pensa que vou deixar você falar com ele, até estranhei você demorar tanto pra tentar.
Helena: Raquel, querida, aceite de uma vez, o circulo se fechou pra você e o Sérgio, não tem porque continuar tentando me deter.
Raquel: Ah tem sim, porque antes de você contar a verdade a alguém, eu te mato.
Helena: Está me ameaçando?
Raquel: Não duvide, você sabe muito bem que eu faria isso.
Helena, irritando-se: Você não me assusta Raquel, e se me dá licença eu vou subir e falar com o meu filho.
Helena se aproxima da escada, mas antes que suba o primeiro degrau, Raquel a pega pelo cabelo, a puxa para trás e a empurra.
Raquel: Só por cima do meu cadáver.
Helena se levanta: Sai da minha frente Raquel.
Raquel: Sai você agora da minha casa.
Helena: Quer levar outra surra?
Raquel: Tente, vamos ver se dessa vez as duas saem vivas!

Cena 07 – Quarto de Mateus.
Mateus já está com uma garrafa na mão.
Miguel, firme: Mas nem a pau que eu vou brincar disso.
Mateus: Ah qual é Miguel? Qual o problema?
Miguel: Eu não quero, simplesmente.
Priscila: Eu também não tô gostando dessa ideia Mateus, se você por acaso acabar beijando a minha irmã?
Mateus dá um selinho em Priscila: Relaxa amor, só tenho olhos pra você.
Suzana dá de ombros: Por mim tanto faz.
Priscila: Suzana!
Mateus: Viu Miguel, e aí? Por acaso tá com medo de beijar a Suzana?
Suzana, sem jeito: Mateus!
Mateus solta uma tremenda gargalhada.
Mateus: Fala maninho, qual o problema?
Miguel se levanta: Já disse que não, e quer saber? Eu vou embora.
Mateus joga a garrafa no chão segura Miguel pelo ombro.
Mateus, nervoso: Miguel, já tô cansado dessa sua frescura.
Miguel, irritado: Não é frescura.
Mateus: Qual é o problema, por acaso você não gosta de mulher?
Miguel: Cala a boca!
Mateus: Então o que? Do que você tem medo?
De repente Miguel fica com a cara estranha, como se as palavras de Mateus o ferissem. Ele se vira e se senta na cama.
Mateus: Fala Miguel, qual o problema?
Miguel: Não é problema, eu só não quero isso de beijo e namoro e etc.
Mateus: Não é só isso, porque toda vez que eu toco nesse assunto você fica estranho, não é possível você evitar tanto isso só por causa de falta de vontade.
Miguel fica ainda mais estranho. Ele se deita e começa a chorar.
Mateus: Agora você vai chorar?
Priscila: Mateus, para com isso, já chega!
Mateus: Fala a verdade Miguel, você não gosta de mulher, é isso?
Miguel, segurando o choro: Não Mateus.
Mateus, provocando: Então? Tem medo é? Tem medo do sexo por acaso? De você não saber fazer bem? De doer é?
Suzana: Mateus, para, isso já perdeu a graça.
Mateus: Fala Miguel, é isso? Você tem medo do sexo?
Miguel começa a suar e chorar.
Mateus: Anda Miguel, responde, tem medo? Medo da primeira vez?
Miguel se vira, gritando: É que não vai ser a minha primeira vez!
Todos ficam de queixo caído.
Mateus, rindo: Como é que é? Você já fez, é isso?
Miguel segura o choro.
Mateus: Puxa cara, eu nunca esperei isso de você, e aí, faz muito tempo? Como foi, foi bom?
Miguel, chorando: Foi horrível.
Mateus: Sexo horrível? Isso é possível…
Miguel grita: É que foi à força Mateus!
Mais uma vez todos ficam mudos. Miguel põe as mãos na cabeça. Mateus se senta na cama e se aproxima do irmão.
Mateus, nervoso: O que foi que você disse Miguel?
Miguel: Você ainda não entendeu Mateus? Abusaram de mim!

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