A Fênix

A Fênix – Capítulo 17

Capítulo 17

Cena 01 – Mansão Alcântara Barreto de Albuquerque. Quarto de Raquel e Sérgio. Noite.
Helena toma cuidado para que Raquel não consiga se soltar.
Raquel: Sai de cima de mim sua vadia, senão eu vou gritar.
Helena: Cala a boca Raquel, cala a boca e se prepara pra receber o que eu tenho guardado há vinte anos pra você!
Raquel grita: Socorro…
Raquel mal começa a gritar, Helena começa a lhe dar várias bofetadas seguidas, uma após a outra.
Helena: isso é por ter provocado meu acidente! Por ter roubado meus filhos! Por ter me feito eu viver como uma vadia! Por ter tentado me matar…
Raquel consegue soltar um dos braços. ela bate com o braço no rosto de Helena e a faz cair para trás. Raquel então parte pra cima de Helena e começa a enforcá-la, apertando sua garganta. Helena põe sua mão no rosto da irmã e com seu polegar, aperta um dos olhos de Raquel que a solta.
Raquel dá pra trás com a mão no olho: Sua maldita!
Helena se levanta: Eu tô só começando.
Helena puxa Raquel pelo cabelo e a faz se levantar. Ela dá um empurrão na irmã e a faz quase bater de costas na cômoda. Helena então pega na cabeça de Raquel, um pouco atrás das bochechas e acima do pescoço e começa a sacudi-la de um lado para o outro.
Helena: Sua desgraçada! Vadia! Falsa! Vou acabar com você!
Raquel tenta se soltar mas a irmã é mais forte. Raquel então dá um chute na perna da irmã e Helena vai para trás. Com uma bofetada Raquel derruba Helena no chão. Helena é mais rápida e dá uma rasteira em Raquel que cai no chão. Ela então pega a irmã pelos braços e a joga em cima da cama e mais uma vez parte pra cima da irmã e a enche de mais inúmeras bofetadas.
Raquel grita: Socorro!
Helena: Eu vou acabar com você!
Raquel: Socorro… essa louca vai me matar…
Helena: Cachorra! Vagabunda! Monstro…
Os gritos atraem o resto da família que estava na sala e correu subindo as escadas para ver o que estava acontecendo. Sérgio, Tadeu e Mateus entram no quarto e encontram as duas mulheres brigando. Tadeu rapidamente se aproxima e pega Helena, a tira de cima de Raquel e a afasta um pouco.
Tadeu, segurando Helena: Calma Helena, calma.
Helena: Me solta Tadeu, eu ainda não acabei.
Raquel: Alguém segura essa louca.
Tadeu consegue segurar Helena que se acalma um pouco. Mateus fica só parado na porta vendo tudo. Sérgio ajuda Raquel a se levantar. A mulher está sangrando pela boca, com o cabelo todo desarrumado e com um olho roxo.
Raquel, ofegante quase sem conseguir falar: Sua louca… maldita…
Helena: Isso é pouco, perto do que você merece.
Raquel: Eu juro Helena… você vai pagar por isso…
Helena: Sua víbora…
Helena tenta partir pra cima de Raquel de novo, mas Tadeu a segura.
Tadeu, gritando: Calma Helena, calma!
Sérgio: Se você chegar perto da Raquel de novo eu chamo a polícia!
Tadeu: Já chega Helena, vamos pra casa.
Helena: Tá bom Tadeu, vamos, mas só porque você chegou de viagem e precisa descansar.
Os dois vão, mas antes de sair do quarto Helena se vira e olha para Raquel.
Helena: Eu vou, mas eu volto Raquel.
Helena e Tadeu vão embora.
Mateus: Mas afinal, o que foi isso?
Raquel, furiosa: Fora daqui Mateus, sai daqui agora!
Mateus sai na mesma hora.
Sérgio: Mas o que foi isso Raquel? Você perdeu a cabeça?
Raquel: Eu vou acabar com ela Sérgio, nem que seja a última coisa que eu faça nessa porcaria de vida!
Raquel vai até em cima da mesinha do quarto e derruba todos os vidros que estavam em cima dela.
Raquel, furiosa: Eu vou acabar com a raça dela!

Cena 02 – Morro do Alemão. Bar.
Gustavo está sentado com alguns homens jogando baralho. O homem já está meio embriagado e já perdeu cinco partidas, em todas apostando. A cada partida Gustavo pediu revanche apostando o dobro ou nada. O homem já está devendo uma fortuna só de apostas.
Eles terminam mais uma jogada.
Homem, jogando as cartas na mesa: Bati de novo!
Gustavo, irritado: Ah não, você só pode tá roubando.
Homem: Que roubando o que homem?
Gustavo: Tá roubando sim, admite.
Homem: Eu não tô roubando nada, tu que é um péssimo jogador.
Os homens ao lado riem.
Gustavo: Pois eu quero uma revanche, o dobro ou nada!
Homem: De novo homem? Tu não cansa de perder não?
Gustavo: O dobro ou nada, já disse!
Homem: Tá bom, tá bom. Mas presta atenção, se eu ganhar de novo tu vai pagar centavo por centavo o que tu tá devendo, sem bronca.
Gustavo: Vamos ver quem vai pagar quem.

Cena 03 – Apartamento de Helena. Manhã seguinte.
Helena e Tadeu estão tomando café.
Tadeu: Helena, você não devia ter feito aquele escândalo na casa da sua irmã.
Helena: Por favor, Tadeu, não me reprima, aquela desgraçada merecia aquilo e muito mais.
Tadeu: Você tem noção do que você fez?
Helena: Eu fiz algo que eu devia ter feito há muito tempo.
Tadeu: E se aquele homem marido dela cumprir a ameaça? E se eles te processarem por agressão?
Helena, tomando um gole de café: Eles não vão fazer isso Tadeu, eles sabem que se chamarem a polícia não vou ser eu quem vou presa!

Cena 04 – Mansão Alcântara Barreto de Albuquerque.
Raquel, Sérgio e Mateus estão tomando café. Raquel está de óculos escuros por causa do olho roxo que Helena fez nela.
Mateus, irônico: Vou dizer uma coisa, a tia Helena é boa de briga.
Sérgio: Mateus!
Mateus: É sério pai, olha o que ela fez na mãe! Qualquer dia eu vou perguntar a ela se ela me ensina alguns golpes.
Raquel, nervosa: Mateus, faça isso que quando descobrirem os bandidos que sequestraram o Miguel eu vou pedir que eles levem você.
Mateus: Nossa mãe, só tô tentando animar um pouco o clima.
Raquel: Pois fique calado que é melhor pra você.
Sérgio: Falando no Miguel, alguma notícia dele Raquel?
Raquel: Nada, a polícia ainda não descobriu nada ao que parece.
Mateus: Onde será que o meu irmão tá?

Cena 05 – Morro do Alemão. Casa dos Oliveira. Quarto de Zeca e Léo.
Zeca e Miguel estão conversando com Léo. O garoto já apresentou o suposto sósia ao irmão e contou tudo que aconteceu.
Léo, olhando Miguel de cima a baixo: Caramba! Eu tô impressionado, vocês dois são idênticos.
Miguel: Ai, alguém troca esse disco, por favor!
Zeca: Ei, deixa de ser resmungão, a gente quer te ajudar.
Léo: Ih, esse daí parece mais chato que você Zeca.
Miguel: Como é que é?
Zeca: Ei, para. Então Léo, será que você pode ajudar ele a descer o morro? Se eu pudesse eu fazia isso, mas com essa perna eu não posso sair.
Léo: Relaxa, sem problema eu levo o almofadinha aí.
Miguel: Do que você me chamou pirralho?
Léo: Que foi? Não gostou?
Zeca: Parem os dois, já mandei. Vai Léo, leva logo esse cara daqui.
Miguel: E se eu levar um tiro lá fora?
Léo, irônico: Bom, então não há muito o que fazer.
Miguel: Engraçadinho.
Zeca: Tá bom, vão logo antes que o Gustavo chegue e faça uma confusão.

Cena 06 – Casa dos Matos. Quarto de Priscila. Um tempo depois.
Priscila está falando ao telefone com Mateus. Suzana está sentada na cama.
Priscila: Tá… entendi… qualquer novidade me liga tá. Beijo.
Suzana: Então, nenhuma novidade do Miguel?
Priscila: Nada Suzana, ate agora nada.
Suzana, com as mãos na cabeça: Ah meu Deus, onde será que ele tá?
Priscila: Não sei, e pelo tom de voz do Mateus ele tá muito aflito. Ai Jesus, o que será que esses bandidos fizeram com o Miguel?
Suzana: Eu não sei Priscila, eu juro que eu tô à beira da loucura com isso.
Wanda entra no quarto: Oi meninas. E então Priscila, alguma notícia do Miguel?
Priscila: Nada mãe, nada.
Wanda: Meu Deus do Céu, o que será que esses bandidos querem afinal?
Priscila: Dinheiro né mãe, aquela família é muito rica. A polícia disse que era pra esperar que ligassem pedindo uma quantia, mas até agora nada.
Wanda: Nossa, a Raquel e o Sérgio devem estar muito nervosos.

Cena 07 – Mansão Alcântara Barreto de Albuquerque. Horas mais tarde.
Todos estão na sala. Raquel, Sérgio, Helena, Tadeu, Mateus, Priscila e Suzana. Todos impacientes.
Mateus, nervoso: Ai caramba, e essa polícia que não liga pra dizer nada.
Helena: Calma Mateus, vai dar tudo certo, vão achar o Miguel.
Raquel: Considere-se sortuda em ainda estar aqui conosco Helena, depois do vexame de ontem eu deveria proibir sua entrada nesta casa.
Helena: Raquel, esta casa é da família então eu legalmente tenho direito de estar aqui.
Raquel: Depois de ontem a lei te proibiria de estar aqui.
Helena: Será mesmo que a lei daria ouvidos a você?
Tadeu: Por favor, parem as duas, isso não é hora de brigar.
Mateus: É, o marido da tia Helena tem razão.
De repente a porta se abre. Miguel entra em casa.
Todos ficam de pé. Helena é a primeira a se correr para dar um abraço no garoto.
Helena abraça Miguel, chorando: Miguel, ai, graças a Deus.
Raquel: Larga o meu filho!
Mateus: Deixa ela mãe.
Helena, chorando: Meu Deus Miguel, onde você estava, o que houve?
Mateus também se aproxima e logo dá um abraço no irmão.
Mateus abraça Miguel: Ai cara, que bom te ver, tá tudo bem?
Miguel: Calma, calma, eu tô bem sim.
Suzana abraça Miguel forte, chorando: Meu Deus Miguel, que bom te ver, eu tive tanto medo.

Cena 08 – Horas mais tarde. Noite.
Miguel já tomou banho, comeu e descansou. Agora o garoto está junto com todos na sala, inclusive a polícia, contando o que aconteceu.
Miguel: Quando eu acordei eu tava lá no Morro do Alemão sem saber nem pra onde ir.
Raquel, suspirando: Meu Deus, meu filho numa favela!
Policial: Quer dizer então que os criminosos te largaram lá?
Miguel: Isso mesmo.
Policial: Mas o que houve depois?
Miguel: Eu caminhei perdido por um tempo até que encontrei um rapaz que me levou até uma casa.
Policial: Quem era esse rapaz?
Miguel: Não sei, ele não me disse o nome, mas ele agiu como se conhecesse.
Policial: E pra onde ele te levou?
Miguel: Pra casa de uma família bem humilde que me recebeu e me deixou passar a noite lá. Quer dizer, só os dois filhos da família souberam que eu estava lá.
Raquel: Espera aí Miguel, você passou a noite na casa de favelados?
Helena: Esses favelados deram um teto ao seu filho Raquel, não fale desse jeito.
Raquel: Não deixam de serem favelados.
Mateus: Vocês duas querem parar? O Miguel tá falando.
Policial: Mas meu jovem, você não conhecia ninguém dessa família?
Miguel: Ninguém, só os filhos, se chamavam Zeca e Léo. E olha, isso é até curioso porque o mais velho se parecia muito comigo.
De repente, Helena, Raquel e Sérgio arregalam os olhos e ficam de queixo caído com a fala de Miguel.
Helena: Espera aí Miguel, você disse que se parecia com você?
Miguel: É engraçado, mas parecia sim e muito.
Raquel: Como assim muito?
Miguel: Bem, eu olhava pra ele e parecia que tava me olhando no espelho. E o mais curioso é que ele tinha a mesma idade que eu, interessante né?
Agora sim Raquel, Sérgio e Helena estão sem reação. Raquel e Sérgio trocam olhares de preocupação. Helena dá um sorriso e tenta disfarçar sua vontade de chorar.
Helena, pensando: Meu Deus! Só pode ser o meu outro filho!

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