O Último Ano

Capítulo 8 – O Último Ano

O ÚLTIMO ANO

NÃO ESTAMOS SOZINHOS!

“Haviam passado alguns minutos depois que Diego e eu transamos pela primeira vez. Ficamos deitados trocando carinhos e assegurando um ao outro que seríamos felizes. Eu apoiava Diego e seu olhar dócil confirmava que ele recebia bem o que eu dizia. Poderia acontecer tudo no mundo lá fora, mas nós estávamos seguros no nosso mundo. A vida toda poderia passar e eu não distinguiria um minuto sequer se tudo mais fosse só o corpo quente de Diego colado ao meu, suas mãos em meu corpo, sua voz rouca em meu ouvido e a certeza que eu o amava. Mas o mundo lá fora girava e foi naquela madrugada que as coisas do mundo lá fora invadiram nosso mundinho…”.

(Trecho do diário de Elvis Braga)

Diego e Elvis tomaram banhos juntos. Um banho demorado regado não só com água, mas muito carinho. O celular de Diego continuava a vibrar e ele ainda não havia notado. Após terminarem o banho, os dois retornaram para a cama.

ELVIS: Foi perfeito.

DIEGO: Já disse isso umas cinco vezes.

ELVIS: E as cinco vezes você confirmou.

Os dois riram e se beijaram.

ELVIS: Que horas são?

DIEGO: Você já quer dormir?

ELVIS: Acho que precisamos. Tenho que sair daqui antes de seus avós chegarem.

DIEGO: Eu já disse para você relaxar.

Diego procura o celular. Ao lembrar onde estava, vai buscar o aparelho. Logo vê as chamadas perdidas da avó. Entrando no quarto ele diz…

DIEGO: Minha avó ligou milhares de vezes.

ELVIS: Será que aconteceu alguma coisa?

DIEGO: Claro. Minha vó com as neuroses dela. Quer saber se eu fechei a porta, se apaguei as lâmpadas… Eu já conheço. Bobagem.

ELVIS: Tomara que seja isso mesmo.

DIEGO: Tenho certeza. E respondendo, já são quase três da manhã.

ELVIS: Melhor a gente dormir.

Diego deitou na cama e os dois conversaram por alguns minutos antes de dormirem.

Enquanto isso no Aeroporto Internacional de São Luís… Uma mulher alta, de longos cabelos escuros e expressões austeras, atravessava o saguão empurrando sua bagagem com passos firmes. Seu telefone tocou e ela atende.

ROSA: Luciana minha filha, já tentei ligar para Diego milhares de vezes para avisar que você está chegando, mas ele não atende o celular.

LUCIANA: Não se preocupe eu tenho a chave de casa mamãe.

ROSA: Mas filha eu só queria confirmar se ele está em casa mesmo.

LUCIANA: Ele anda dormindo fora?

ROSA: Não filha. Mas sempre chega bem tarde.

LUCIANA: O que Diego estaria fazendo três horas da manha na rua?

ROSA: Você sabe como são os homens. Deve ser alguma namoradinha.

LUCIANA: Mas isso não está correto. Hoje ele não me escapa de uma boa conversa.

ROSA: Acho bom. Mas vá com calma filha. O Diego é todo rebelde. Você sabe como é, já que o filho é teu.

LUCIANA: Ok, mamãe. Agora o que mais quero é chegar em casa e descansar.

ROSA: Chegarei em casa às nove da manhã. Da próxima vez avise nos bem antes quando vai voltar.

LUCIANA: Como lhe falei só aproveitei que estava passando por Teresina e resolvi dar um pulo rápido em casa.

ROSA: De qualquer maneira. Agora preciso voltar para a vigília.

LUCINA: Beijos. Ore por mim.

Diego e Elvis dormiam. Estavam nus e abraçados na cama. Por descuido de Diego a porta havia ficado aberta. Enquanto dormiam, um táxi estacionou na frente da casa. Era Luciana chegando de viagem. Após descer do veículo, Luciana entrou em casa com facilidade já que tinha a chave. Colocou suas bagagens sobre o sofá da sala e saiu caminhando pela casa atraída pela luz acessa no fundo do corredor dos quartos.

LUCIANA: Diego?

Ela continuou caminhando até se aproximar o suficiente da porta do quarto e estranhar alguma coisa…

LUCIANA: Diego?

Luciana parou, confusa e atônita, no limiar da porta. Diante dos seus olhos ela via seu filho Diego deitado na cama completamente nu. E acompanhado de outro homem. Luciana meneou a cabeça fechando bem os olhos torcendo para que não passasse de uma ilusão… Mas não era!

LUCIANA: Diego! (Em alto tom) Diego!

Vagarosamente Diego foi acordando até se dá conta da situação. Rapidamente ele saltou da cama procurando se cobrir com o lençol. Elvis foi despertando confuso. Luciana estava furiosa e ao mesmo tempo confusa.

LUCIANA: Que palhaçada é essa?

DIEGO: Mamãe como a senhora…?

LUCIANA: Me explica o que é isso Diego? Quem é esse garoto?

DIEGO: Calma mãe!

LUCIANA: Calma nada, Diego! Você está na cama com um homem!

Elvis se enrolou no lençol e começou a procurar sua roupa.

DIEGO: Calma Elvis.

Luciana partiu para cima de Diego com tapas e puxões.

LUCIANA: Eu não te criei para isso Diego!

Diego procurava se defender até que empurrou Luciana.

DIEGO: Me solta. Você nem me criou! Não tem direito de falar nada! Cala a boca!

LUCIANA: Eu não quero um filho viado!

DIEGO: Cala a boca!

Luciana se vira para a figura acuada de Elvis recolhido próximo à parede.

LUCIANA: Sai da minha casa agora! Sai daqui agora! Quem é esse garoto? Fala Diego!

DIEGO: Ele é meu namorado!

Luciana congela. Em seguida explodindo em raiva parte para cima de Diego novamente.

DIEGO: Me solta mãe!

LUCIANA: Eu deveria acabar com tua vida aqui mesmo seu merda!

ELVIS: Quero ir embora Diego.

Luciana se vira novamente para Elvis.

LUCIANA: Sai da minha casa! Eu já falei. Você é surdo?

Luciana parte para cima de Elvis e lhe agride com um tapa. Diego corre e se coloca entre os dois.

DIEGO: Nele você não toca!

LUCIANA: Pois acho melhor tirar ele daqui agora.

Elvis sai correndo com as roupas na mão. Chorando bastante. Diego corre atrás de Elvis. Luciana desaba no chão chorando de raiva.

DIEGO: Me espera Elvis! Eu não sabia que ela iria chegar…

ELVIS: Eu quero ir pra casa!

DIEGO: Está tarde!

ELVIS: Eu vou ligar para minha mãe.

No apartamento de Elis. O celular toca. Ela imediatamente atende ao ver o nome do filho no visor.

ELIS: Alô Elvis? Aconteceu alguma coisa?

Elvis apenas chorava do outro lado da linha.

ELVIS: Mãe…

ELIS: Fala meu filho o que aconteceu?

ELVIS: Vem me buscar na casa de Diego. Vem logo.

Elis já saltava da cama pegando a chave do carro.

ELIS: O que aconteceu meu filho?

ELVIS: Vem logo, por favor.

ELIS: Já estou indo.

Elvis estava sentado na calçada junto com Diego.

ELVIS: Eu sabia que poderia acontecer alguma coisa Diego!

DIEGO: Eu não sabia que minha mãe iria chegar de viagem esses dias, me desculpa.

ELVIS: Mas ela apareceu! E olha só o que aconteceu!

DIEGO: Calma cara.

ELVIS: Como eu vou contar isso para minha mãe?

DIEGO: Sua mãe vai entender claro. E eu? Com que cara vou entrar nessa casa agora? A confusão vai começar agora. Putz que vacilo meu!

ELVIS: Vacilo mesmo!

DIEGO: Não é isso. Eu deveria ter trancado a porta. Eu sempre tranco. Mas justamente hoje eu deixei a porta aberta. Quando eu deveria ter o maior cuidado! Me desculpa Elvis.

Elvis ficou calado.

Dentro de casa… Luciana ligou para Dona Rosa.

ROSA: Que houve minha filha?

LUCIANA: Mamãe vem pra casa agora!

ROSA: Aconteceu alguma coisa?

LUCIANA: Mãe liga para um táxi e vem para cá.

ROSA: Foi o Diego né?

LUCIANA: Sim foi ele.

Luciana começa a chorar.

ROSA: Minha filha me fala. Diego sofreu algum acidente?

LUCIANA: Antes fosse mamãe! Antes fosse!

ROSA: Não estou entendendo.

LUCIANO: O seu neto estava na cama com outro homem. Os dois nus! Com certeza fizeram coisas que nem quero imaginar. Ele disse que são namorados mamãe!

Rosa ficou muda do outro lado da linha.

LUCIANA: Venha para casa mamãe. Eu não sei o que eu faço.

ROSA: Filha calma. Você está de cabeça quente.

LUCIANA: Me diz como ficar calma diante de uma coisa dessas? Eu chego em casa e encontro meu filho na cama com um homem!

ROSA: Eu estou indo para casa.

Na calçada da casa de Diego… O carro de Elis cantou o pneu ao estacionar. Elvis correu em direção carro. Elis saltou de dentro preocupada.

ELVIS: Mãe me tira daqui.

ELIS: Diego o que aconteceu?

DIEGO: Uma coisa que nem sei como explicar…

Nesse instante Luciana abre a porta e caminha até a calçada.

LUCIANA: Pois eu explico. Você é a mãe dele certo?

ELIS: Sim, sou. E quem é você?

DIEGO: Ela é minha mãe.

LUCIANA: Eu peguei seu filhinho na cama com meu filho!

ELIS: Diego como vocês deixaram isso acontecer? Você me garantiu que era seguro deixar Elvis vir dormir com você hoje.

DIEGO: Dona Elis eu pensei….

LUCIANA: Ah, então você sabia que seu filho vinha dormir com Diego?

ELIS: Sim, eu sabia.

LUCIANA: Você apoia esse tipo de coisa?

ELIS: Eu apoio as decisões do meu filho.

LUCIANA: Que absurdo! Eu não estou ouvindo isso de uma mãe. E parece que fala com tanto orgulho!

ELIS: Eu tenho orgulho do meu filho!

LUCIANA: Um filho gay?

ELIS: Sim, um filho gay. Um filho normal como qualquer outro.

LUCIANA: Um filho que nunca vai poder gerar uma família normal. Que não vai te dar uma descendência. Não da maneira convencional, claro.

ELIS: Olha aqui, me poupe desses seus discursos. Eu não conheço você e não lhe falo umas verdades em respeito ao seu filho que eu gosto muito. Ele e Elvis são namorados. Parabéns, você também tem um filho gay!

LUCIANA: Diego não é gay! E eu não quero nem que ele tenha aproximação com esse seu projetil de aberração que você chama de filho.

Elis avança em direção à Luciana e fica cara-a-cara.

ELIS: Meça suas palavras ao falar do meu filho. Ou eu posso perder a compostura e te ensinar umas coisas na base do tapa!

LUCIANA: Você não ousaria.

ELIS: Experimente.

LUCIANA: Saia da porta da minha casa ou eu chamo a polícia.

ELIS: Saio com todo o prazer. Ficar na sua presença tem sido a pior coisa que já me aconteceu nessa cidade.

Elis dá de ombros e caminha até o carro.

ELIS: Vamos Elvis entra no carro.

DIEGO: Dona Elis me perdoa por tudo.

ELIS: Diego sua mãe ter visto vocês na cama não é o problema. Problema é sua mãe! Não se preocupe, depois a gente conversa tá?

Elvis entra no carro com Elis. E o carro sai em disparada.

Pela manhã na casa de Diego… A mesa do café estava tensa. Luciana e Rosa conversavam. Diego estava jogado no sofá. O avô de Diego, Ivaldo, também estava presente. Profundamente calado como sempre.

LUCIANA: Eu não vou aceitar isso nessa casa. Eu não coloquei um filho veado no mundo.

ROSA: Minha filha não fale desse jeito.

LUCIANA: Mas é verdade. Eu não aceito e ponto final.

DIEGO: Você não tem que aceitar nada! Cuide da sua vida.

LUCIANA: Olha só como fala comigo garoto! E eu já tomei uma decisão.

ROSA: Que decisão?

LUCIANA: Diego vai para a Suíça morar com os irmãos.

Diego se levanta.

DIEGO: Como é que é?

LUCIANA: Isso que ouviu. É uma decisão que eu já tomei e não vai mudar em nada qualquer reação que você vai esboçar. Você não vai mais ficar aqui em São Luís. Vai morar com seus irmãos.

DIEGO: Eu não vou embora daqui!

LUCIANA: Vai sim. Você não tem querer! Está decidido.

DIEGO: Eu vou fugir de casa.

LUCIANA: Não vai. E mesmo se for vou te procurar até te achar. Vamos viajar no final de semana. E daqui até lá você vai ficar em casa. Não vai sair nem para ver o sol. Hoje mesmo irei ao Instituto Daniel de La Touche dar entrada na sua transferência.

ROSA: Filha tem certeza que isso é o melhor a fazer?

LUCIANA: Sim, mamãe. É o melhor. A culpa do que está acontecendo agora também é sua sabia?

ROSA: Minha?

LUCIANA: Deveria ter vigiado mais o Diego. Mas você não tem pulso firme com ele. Será que essa foi a primeira vez que ele trouxe esse menino para dormir em casa?

ROSA: Filha tem certeza que essa responsabilidade é minha? Você é a mãe de Diego. Eu sou apenas a avó. Foi você quem decidiu viajar no mundo seguindo teu marido. Se há realmente um culpado para isso, esse culpado é você Luciana.

IVALDO: Não há culpados nessa história.

Ivaldo se levanta da mesa e sai. Os outros ficam em silencio.

LUCIANA: A senhora deveria ter ao menos arrastado esse menino para a igreja. Agora veja, o diabo pintou e bordou dentro da sua própria casa.

ROSA: Não fale do que não sabe Luciana.

LUCIANA: Não quero saber de nada. Diego vai embora comigo para a Suíça. Isso é certo. Não vou nem contar o que aconteceu ao pai dele. Porque senão ele pode ter um destino bem pior.

DIEGO: Eu estou lhe falando que não vou para porcaria de Suíça nenhuma!

Diego sai da sala.

LUCIANA: Veremos quem manda em você Diego!

Diego sai da sala com um nó garganta. Uma vontade imensa de chorar. Ao invés de se trancar no quarto, Diego se escondeu no escritório do avô. O local era uma espécie de mini biblioteca particular. Diego se recostou na janela no cômodo e ficou olhando para os prédios que ficavam próximos a sua casa… De repente a porta range atrás dele. Ouve som de passos. Lentos. Quase arrastados. Quando olha para trás Diego vê a figura pacífica de seu avô.

 IVALDO: Como eu previa! Assim como quando você era criança. Sempre que ficava emburrado vinha se esconder nesse velho escritório!

Diego apenas olha para o avô.

IVALDO: Está afim de conversar filho?

DIEGO: Desde que eu não ouça do senhor o que já ouvi da minha mãe…

IVALDO: Não. Luciana e eu somos duas pessoas totalmente diferentes. Ela não puxou para mim.

Diego volta a dirigir o olhar para os prédios. Ivaldo se aproxima, puxa uma cadeira e senta próximo a Diego.

DIEGO: Eu não quero ir pra Suíça vovô.

IVALDO: Eu também não quero que você vá, Diego. Mas receio que não podemos fazer muita coisa quanto a isso. O que me preocupa é você.

DIEGO: Está preocupado se vou pro inferno por conta disso que aconteceu aqui em casa?

IVALDO: O inferno não é local para as pessoas jogarem aqueles que não estão de acordo com suas opiniões particulares.

Diego olha para o avô. Intrigado.

IVALDO: Sabe filho, as coisas mudam. Mudam mesmo. Acredite, não há ninguém mais indicado para falar com você sobre isso que eu, seu velho avô. Não queira saber da minha idade!

Diego dá um leve sorriso.

IVALDO: O fato é que tenho muitos anos de vida. E ter tantos anos como eu, me ajudou a ver as coisas mudarem ao longo do tempo. As coisas realmente evoluem. Não sei como sua mãe ainda não percebeu isso!

DIEGO: Minha mãe é careta!

IVALDO: Não é isso. Talvez sua mãe só não tenha vivido o suficiente para perceber que as coisas mudam. Embora essa mudança esteja diante do nariz dela. Ela própria é exemplo disso!

DIEGO: Como assim?

IVALDO: Quando sua mãe tinha mais ou menos sua idade um dia ela chegou em casa com uma blusa preta, com a figura ‘diabólica’ de uma caveira e usava calça jeans rasgada. Ela entrou em casa e começou a escutar uma música ensurdecedora. Era o Rock In Roll. Rosa, sua avó, ficou em estado de choque. Para nós aquilo era coisa do demônio. Proibimo-la de se vestir daquela maneira e escutar aquelas músicas.

DIEGO: Sério que minha mãe foi roqueira?

IVALDO: Tentou. Eu e sua avó impedimos isso usando vários argumentos. Principalmente alegando que aquilo era coisa do “inimigo”. O rock era algo novo naquela época. Não era o estilo de música que eu e sua avó estávamos acostumados a ouvir e nem aquelas vestimentas era comum por aí. O fato é que o tempo passou. E eu um dia percebi o quanto fomos bobos com aquele comportamento. O rock é um estilo de música. Apenas! Foi o tempo que me mostrou isso. Mostrou aquilo que no momento não fui capaz de perceber.

DIEGO: Eu gostaria de ter visto isso!

IVALDO: O fato é que as coisas mudam. E só o tempo nos ajuda a perceber isso e ver as coisas como elas realmente são.

DIEGO: Mas o que o senhor quer dizer com isso?

IVALDO: Demorei para entender que o rock era um estilo de música. Da mesma maneira que pode demorar a sua mãe entender que a homossexualidade é uma forma de amar. Como qualquer outra!

Diego fica em silencio olhando para o avô.

IVALDO: E vai chegar um dia que ela vai ficar igual a mim. Meio boba por ter percebido o quanto estava errada. Apenas tenha paciência.

DIEGO: O senhor está do meu lado?

IVALDO: Digamos que sim. Eu estou do lado que a Verdade está. Se você ama, eu amo você meu filho.

Ivaldo se levanta e caminha em direção a porta sob o olhar apaziguado de Diego. Antes de abrir a porta Ivaldo se vira…

IVALDO: Não há nada de errado com você. Você é perfeito. E por uma razão simples: Deus não comete erros.

Diego se sentiu aliviado com as palavras de Ivaldo. Jamais poderia imaginar que seu avó tivesse uma visão tão madura sobre esse assunto. E de forma simples mostrou seu apoio e ainda lhe fez perceber muitas coisas. Diego queria fugir de casa encontrar Elvis e contar aquilo, mas não podia. Sua mãe tomou o celular, cancelou a internet e ainda o proibiu de sair de casa. O único telefone fixo estava sob a vigilância de sua mãe.

Elvis sofria tanto quanto Diego. Ele relembrava os acontecimentos da noite anterior. Hora lembrava dos momentos de amor e hora lembrava do flagrante que a mãe de Diego deu. Portanto um misto de sentimentos povoava seu coração.

Desde cedo Elvis montou acampamento ao lado do celular, mas nem sinal de Diego.

ELIS: Filho, você não pode ficar sem comer. Nem tomou café ainda. E já estou quase servindo o almoço!

ELVIS: Sem animo para nada mãe.

ELIS: Quer sair? Quem sabe ir à praia, comer fora, enfim…

ELVIS: Não mãe. Quero ficar em casa.

ELIS: Elvis eu sei o quanto está sendo difícil. Não só para você, como deve estar sendo difícil pro Diego também. E vocês dois deveriam estar preparados para isso.

ELVIS: A gente sempre acha que está. Mas nem sempre é verdade.

ELIS: O que resta agora é criar forças e esperar isso passar. Tudo vai se resolver. Me promete que vai ficar bem.

Elvis fica em silencio.

ELIS: Filho você é mais forte que isso.

ELVIS: Ok, mamãe. Eu vou ficar bem.

Elis sai do quarto e vai almoçar. Ela estava também muito abalada. De repente, Diego se dá conta de uma maneira de entrar com contato com Diego. Ele rapidamente pega o celular e liga para uma pessoa…

ELVIS: Duda?

EDUARDA: Oi amigo! Tudo bem?

ELVIS: Não muito. Aconteceu umas coisas.

EDUARDA: Conta tudo!

Elvis conta tudo que aconteceu na noite anterior. Eduarda fica perplexa.

ELVIS: Mas agora preciso de sua ajuda!

EDUARDA: Pode falar amigo.

ELVIS: Me promete que vai me ajudar!

EDUARDA: Amigo claro que sim. Estou aqui para tudo!

ELVIS: Você vai na casa de Diego. Finja que é uma amiga e que vai visita-lo. Leve seu celular. Daí eu ligo e você passa o celular para ele. Preciso muito saber como ele está. Por favor, me ajuda.

EDUARDA: Amigo eu vou fazer isso por você. Só por você! Quando quer que eu faça isso?

ELVIS: Agora Duda!

EDUARDA: Agora?!

ELVIS: Amiga preciso muito falar com ele.

EDUARDA: Ok, ok… Missão “Comunicação dos Amores” começando!

“Há certas dificuldades que acontecem só para nos provar algumas coisas. O que aconteceu na casa de Diego ajudou somente para provar o quanto eu realmente o amava. As horas que se seguiram eu senti a falta dele de uma maneira como me faltasse algo. Eu estou amedrontado. Não sei o que está acontecendo com ele. E isso me deixa imensamente aflito. Eu só espero que tudo termine bem. E que termine logo.”

(Trecho do diário de Elvis Braga)

 

 

 

 

Deixe um comentário

Séries de Web

Séries de Web