Noite Adentro

Noite Adentro Cpt 7 | Amor da minha vida đŸ‘¶đŸ»đŸČ

NOITE ADENTRO
CAPÍTULO SETE – Amor da minha vida.

23/04/2009

Dr. Castanho- (Voz Over) Seu Juarez, nĂłs fizemos de tudo mas… Infelizmente
Juarez- (chora) NĂŁo! NĂŁo pode ser!
Dr. Castanho- Seu Juarez, recomponha-se! VocĂȘ tem suas duas filhas pra criar! JanaĂ­na e Carol! Tem que ser forte!
Juarez- Vou ser… (Seca as lĂĄgrimas)
Dr. Castanho- Quer que eu dĂȘ a notĂ­cia pra elas?

CENA UM. HOSPITAL CENTRAL. INT. DIA. SALA DE ESPERA.
JUAREZ RECEBE A NOTÍCIA DO FALECIMENTO DE VIRIDIANA, SUA ESPOSA. ELE TENTA NOTICIAR JANA E CAROL. MOMENTO TRISTE.
Juarez- (com um sorriso no rosto) Oi, meninas
Jana- Oi, papi!
Carol- E mamĂŁe? EstĂĄ bem? (Silencio)
Juarez- (respira fundo) A sua mĂŁe, ela…
Carol- Essa cara, pai! Essa cara de choro! O que aconteceu com a mamĂŁe?!
Jana- NĂŁo…
Juarez- (abraça as filhas) Meu amores… A vida tem dessas coisas
Carol- (reluta. Chora) Não! NÃO! A vida não pode acabar assim! Pagamos um tratamento caro pra mamãe ser curada! Ela não pode morrer dessa maneira! NÃO PODE!
Dr. Castanho- (entra em cena) FamĂ­lia Silva?
Carol- (chorando) SEU MERCENÁRIO! VOCÊ MATOU A MINHA MÃE! Seu MALDITO! (Juarez a segura com um abraço)
Juarez- Calma, meu amor!
Dr. Castanho- NĂłs fizemos de tudo o que podĂ­amos, Carol! O cĂąncer chegou num estĂĄgio muito avançado… Se espalhou pelo corpo
Carol- (chorando) Isso nĂŁo Ă© justo!
Jana- Verdade, isso nĂŁo Ă© justo!
Juarez- Mas ainda temos um ao outro! E isso Ă© o que importa
Carol- NĂŁo quero vocĂȘ, quero a minha mĂŁe! MÃE! MÃE! Ela disse que me amava e que ia passar o resto da vida comigo! (Jana abraça a irmĂŁ)
Dr. Castanho- Eu sinto muito

CENAS DO TEMPO PASSANDO

25/12/2015

…Em nome do Pai, do Filho e do EspĂ­rito Santo…

CENAS DA MISSA DE SÉTIMO DIA DE CAROL SILVA
UMA FINA CHUVA CAI SOBRE A CIDADE

CENA DOIS. IGREJA SANTA CATARINA. INT. DIA.
PADRE CARLOS TERMINA DE REZAR A MISSA DE SÉTIMO DIA. TODOS CUMPRIMENTAM JANA E ZÉ ROBERTO. PASSANDO MAL, JUAREZ ESTÁ EM CASA.
Padre Carlos- (dĂĄ os pĂȘsames a Jana) Que Deus reconforte a sua famĂ­lia
Jana- (de Ăłculos escuros, limpa uma ou outra lĂĄgrima) Obrigada
Padre Carlos- E vocĂȘ, meu filho
ZĂ©- (chora) Isso Ă© tĂŁo injusto! (Chora nos ombros de Jana)
Padre Carlos- Se precisarem de um ombro pra desabafarem, pode me procurar… (Sai de cena)
Jana- Fica calmo, Zé. Também tå doendo em mim
ZĂ©- Eu percebi que tinha uma coisa no ar! Percebi que a Carol tava estranha!
Jana- A gente nĂŁo podia fazer nada!
Dona Luana- (entra em cena) Oi
ZĂ©- Oi, mĂŁe
Dona Luana- Quantos amigos Carol tinha! (Limpa suas lĂĄgrimas) VĂĄrias pessoas vieram me dar os pĂȘsames… Mas eu sei que Carol estĂĄ num lugar melhor…
ZĂ©- A senhora sabia? Sabia!
Dona Luana- (congela) Sabia do que?
ZĂ©- Estava mal no dia, mĂŁe! VocĂȘs duas acordaram mal! PĂ©ssimas! E vocĂȘ sabia… Seu sexto sentido tinha contado pra vocĂȘ… (Chora)
Dona Luana- (suspira) Ah! O sexto… Sentido… É claro… (Passa a mĂŁo no rosto) Eu nĂŁo sou capaz de opinar
Zé- Se a senhora desse mais atenção pra isso!
Dona Luana- Me desculpe, meu filho…
Padre Carlos- Opa, desculpa por atrapalhar… JĂĄ vamos fechar, sĂł reabriremos pra Missa da noite
Jana- Obrigada, Padre
Dona Luana- Vem, ZĂ©… (Abraça o filho)

NoticiĂĄrio da TV- Depois de quase cinco anos preso, dias apĂłs de sair da prisĂŁo, Adamastor Ferraz matou a socos sua ex-namorada Carolina Silva, de vinte e nove anos… Agora, alĂ©m de assassino Ă© covarde! Adamastor Ferraz estĂĄ foragido hĂĄ mais de um mĂȘs…

CENAS DOS MESES PASSANDO

Juarez- (Voz Over) Seis meses de luto… Seis meses de infelicidade!

18/05/2016

CENA TRÊS. APARTAMENTO DE FERNANDA E JANA. INT. DIA. COZINHA.
FERNANDA, JANA E JUAREZ ALMOÇAM. JUAREZ AINDA ESTÁ DESCONSOLADO COM TUDO O QUE ACONTECEU.
Jana- Calma, pai! Eu sei que Ă© revoltante tudo isso mas o que podemos fazer?
Juarez- Pena de morte pra esses desgraçados! Não consigo acreditar que tem gente burra que protege bandido!
Fernanda- Eu sei que a sua revolta Ă© enorme, Seu Juarez, mas nĂŁo podemos colocar todos os criminosos ou bandidos no mesmo balaio! Tem uns que…/
Juarez- Tem uns que matam por que nĂŁo tĂȘm outra opção… Ah, pelo amor de Deus! Todos nĂłs temos opçÔes! Se Ă© bandido, foi por que quis! Eu tambĂ©m jĂĄ fui pobre e nĂŁo tinha bolsa esmola pra mim nem pra minha famĂ­lia! Eu tive que ralar pra conseguir as coisas! E caso eu saĂ­sse da linha, ia preso sem esses imbecis dos direitos humanos pra me proteger!
Jana- Mas vocĂȘ tem que pensar que os tempos mudaram, pai. O governo tem tentado ajudar os mais pobres e menos favorecidos
Fernanda- Claro que nĂŁo Ă© o melhor jeito de se ajudar, mas que tem surtido efeito, tem!
Juarez- Gente vagabunda, isso sim! Gente que sĂł pensa em putaria, receber auxĂ­lio do governo e proteção desses ativistas militontos! Odeio essa gente! Se esse pais fosse direito, se houvesse ordem de verdade, Adamastor estaria morto hĂĄ tempos! Ele e os comparsas daquele sujo! Desgraçados! E essas investigaçÔes que nĂŁo andam? Vagabundos! Os policiais tambĂ©m sĂŁo uns inĂșteis! NĂŁo conseguiram pegar o desgraçado do Adamastor e nem seus comparsas! Repito, se estivĂ©ssemos na ditadura, tudo seria diferente! Seria melhor! (Toma seu cafĂ© numa golada Ășnica e sai de cena)
Fernanda- Deus! Ele estĂĄ muito exaltado! Entendo por tudo o que tem passado mas…
Jana- É assustador ter um familiar com opiniĂ”es tĂŁo retrĂłgradas e conservadoras! Tomara que nĂŁo fale nada do nosso amor!
Fernanda- NĂŁo dirĂĄ
Jana- E ZĂ©? Como tem reagido a tudo isso?
Fernanda- Foi viajar pra Jerusalem
Jana- SĂ©rio?! Que legal! Meu sonho Ă© conhecer a Terra Santa!
Fernanda- Por lĂĄ ele reencontrou uma ex-namorada… Mary Margot… Margot nĂŁo sei o que Mary… Algo assim…
Jana- Melhor que ficar sĂł! E Ana? Voltou com Adilson?
Fernanda- Que nada! Ainda estĂĄ em Diadema, morando com o sogro
Jana- E ela estĂĄ gostando
Fernanda- JĂĄ faz uns quase trĂȘs meses que nĂŁo falo com ela… Sei que ela estĂĄ morando com o sogro por que me encontrei com o Adilson outro dia desses
Jana- Me lembro de vocĂȘ ter dito
Fernanda- Mas com certeza ela estĂĄ bem!

CENA QUATRO. CASA DE ADILSON. INT. DIA. SALA DE ESTAR.
LORENA E GILDO AJUDAM ADILSON A REFORMAR SUA SALA DE ESTAR.
ADILSON ESTÁ PREOCUPADO.
Lorena- Que cara, Adilson!
Gildo- Verdade, meu amigo… VocĂȘ estĂĄ com uma cara pĂ©ssima!
Adilson- É que… (Suspira) Preocupado com a Ana! Com o meu filho! Se ele tem um mĂȘs de vida Ă© muito
Lorena- Com o que exatamente vocĂȘ estĂĄ preocupado?
Gildo- Com seu pai?
Adilson- Isso…! Estou preocupado com o que meu pai pode fazer com os dois!
Lorena- Fica frio! Deus hĂĄ de proteger seu filho!
Adilson- Tive um sonho horrendo… Uma vez, visitando a lĂĄpide de minha mĂŁe, um cigano me abordou e me disse que era pra eu tomar cuidado com a raposa vestida de ovelha! Meu pai! E eu lembrei desse episĂłdio no meu sonho de hoje! Por isso a preocupação!
Gildo- Um cigano? Eles falam sem pensar, Adilson! Com certeza seu pai e Ana estĂŁo fazendo de tudo para serem a melhor famĂ­lia do mundo pro seu filho!
Adilson- (respiração pesada) Eu sĂł vou ficar tranquilo quando ligar pra Ana – tomara que ela nĂŁo tenha mudado de telefone! (Pega seu celular)
Gildo- SerĂĄ que Ana vai te atender?
Adilson- Ela nĂŁo pode fazer isso – e se eu quiser saber como estĂĄ meu filho? (Nervoso, disca o telefone de Ana)

CENAS DE DIADEMA

CENA CINCO. CASA DE AGENOR. INT. DIA. SALA DE ESTAR.
ANA VOLTA DO MERCADO. AGENOR FICOU TOMANDO CONTA DE BRUNINHO, SEU NETO. ALGUMAS GOTAS DE SANGUE ESTÃO ESPALHADAS PELO TAPETE.
Ana- (adentra a casa) Agenor? Comprei as coisas pra janta… (Ouve um choro abafado) Agenor? Bruno estĂĄ com fome? (Anda pela casa, vĂȘ as manchas de sangue pelo carpete) VocĂȘ se cortou? (Adentra o quarto e fica estĂĄtica) O que Ă© isso?! (A calça de Agenor estĂĄ manchada na regiĂŁo genital) O que aconteceu?
Agenor- (saindo de perto do berço do neto. Limpando-se com um paninho) Nada de mais… Eu estava com vontade de trepar e…
Ana- (coração apertado. Corre atĂ© o berço do filho – estĂĄ sangrando pelo Ăąnus) VocĂȘ?! VOCÊ?! (Grita. Berra. Desacredita) SEU MONSTRO!
Agenor- Pensei em dar leitinho meu pra ele… Lembrei das minhas DST’s
Ana- VocĂȘ!! (Bate no sogro) O QUE VOCÊ FEZ COM MEU FILHO! SEU DESGRAÇA…/
Agenor- (dĂĄ um soco em Ana) Cala a boca, vadia! Eu queria ter fodido com vocĂȘ! Quem mandou sair pra porra do marcado?! (Pega Bruninho no colo) Oi, meu amor! (Beija o bebĂȘ na boca) Como vai? Ainda estĂĄ vivo! Se voc…/ (Telefone de Ana toca. Agenor vĂȘ quem Ă©) Adilson! Meu filho do coração! Que bom! A reuniĂŁo de famĂ­lia estĂĄ mais que completa! Atende essa porra e fala que estĂĄ tudo bem! Se nĂŁo, seu filhote morre!
Ana- (tentando engolir o choro. Atende o celular) Oi… Oi Adilson, como vai? Si-sim… EstĂĄ tudo Ăłtimo! É que eu me cortei, por isso o choro! Seu pai estĂĄ bem tambĂ©m…
Agenor- (pega o celular das mĂŁos de Ana. Fala com o filho) AlĂŽ? Filho?
Adilson- (Voz Over) Ah… Oi, pai
Agenor- Como vai, bebĂȘ? Como vai CĂ©sar? Ana contou-me tudo!
Ana- (chorando) Como ele descobriu?
Adilson- Terminamos tudo…
Agenor- Nossa, que pena! Poxa! Tomara que vocĂȘ arranje um outro Boy Magia pra vocĂȘ! Todas as formas de amor sĂŁo sempre bem vindas, nĂ© Ana? (Ana chora) Tenho que desligar… TambĂ©m te amo… Tchau! (Desliga o celular, jogando-o contra a parede)
Ana- (chorando histericamente) VOCÊ É MUITO DOENTE!
Agenor- Muito obrigada, meu bem! E vocĂȘ, Bruno? (Mexe com o neto) Jesus! EstĂĄ morto! (Ana chora loucamente. Agenor a chuta na barriga) Cala a boca, garota! Bruno, no cĂ©u tem pĂŁo? (Joga o corpinho do neto no berço) Eu nunca gostei dele mesmo…
Ana- (vomita) Meu Deus! Meu Deus! (É puxada pelo braço) VocĂȘ Ă© burra, Ana? Seu marido podia ser o gay que fosse, mas vocĂȘ jamais poderia ter vindo viver comigo! Agora vou ser obrigado a te torturar!
Ana- (Desesperada) NÃO! NÃO, POR FAVOR! NÃO! (De nervoso, desmaia)
Agenor- (a joga no chão) Fraca! (Cospe em Ana) Vadia! Não aguenta nem uma emoção! (Olha pro corpo do neto. Passa o dedo no sangue e chupa) Umh! Que fome! Jå sei o que vou preparar pra Ana comer! Baby beef!

CORTE RÁPIDO DE CENA

CENA SEIS. CASA DE ADILSON. INT. DIA. SALA DE ESTAR.
ADILSON CONVERSA SOBRE SUA LIGAÇÃO. ELE ESTÁ PREOCUPADO.
Adilson- (assustado) Deus!
Lorena- Que foi?
Gildo- Ela disse algo?
Adilson- Disse que estava tudo bem… Mas o modo como disse me preocupou! Tenho que investigar!
Lorena- Acho melhor nĂŁo! Quem sabe ela nĂŁo estava nervosa por… Por…/
Adilson- Eu conheço Ana! Sei como ela fala… Ela estava aflita por alguma coisa! (Ri) JĂĄ atĂ© sei com quem! Agenor maldito! Iremos atrĂĄs! (Momento tenso)

CENA SETE. CASA DE DONA LUANA. INT. DIA. SALA DE ESTAR.
DONA LUANA ESTÁ ASSISTINDO TV, QUANDO FERNANDA CHEGA.
Tv- (Voz Over) NovelĂŁo da Semana: Amor Ă  Vida…
Dona Luana- Hoje tĂĄ quente! O FĂ©lix apanha! Saudades dessa nove…/ (Campainha toca) Cristo! (Levanta pra atender)
Fernanda- Oi, mĂŁe! (A beija. Adentra a casa)
Dona Luana- Oi filha… (Fecha a porta correndo e vai ver a Tv)
Fernanda- Novela?
Dona Luana- Hoje estĂĄ imperdĂ­vel!
Fernanda- ZĂ© ligou hoje?
Dona Luana- ZĂ©? NĂŁo… Xiu! O FĂ©lix! Todo mundo descobriu!
Fernanda- Ele me mandou uma mensagem outro dia… Disse que estĂĄ amando a Cidade Santa! Ele disse que se reencontrou com uma tal de…
Dona Luana- (suspira fundo) Vou botar pra gravar! (Mexe na Tv com o controle)
Fernanda- Uma tal de Margot
Dona Luana- (suspira fundo) Ah… Margot… Deus!
Fernanda- É, mĂŁe… Margot Mary, se nĂŁo me engano
Dona Luana- Ah! Sim… Era aquela namo…/
Fernanda- Aquela namoradinha do ZĂ©?
Dona Luana- Isso!
Fernanda- Sabia! O nome nĂŁo me era estranho! EntĂŁo, ele reencontrou com essa namoradinha… Que fofos!
Dona Luana- Sim… Fofos… E ele falou de Carol? Falou sobre sua morte algĂșm momento?
Fernanda- Sobre a Carol, ZĂ© nĂŁo disse nada… Mas deve estar sentindo muito! Por isso estĂĄ em Jerusalem! Terra Santa! Se encontrar com Deus! Pra botar a cabeça e as idĂ©ias no lugar!
Dona Luana- Sim… Tomara que ele consiga se entender com Margot e os dois tenham um final feliz! (Observa a Tv) Deus! O FĂ©lix estĂĄ apanhando mesmo!
Fernanda- Tomara que o ZĂ© consiga se encontrar – o resto Ă© lucro!
Dona Luana- E Jana e Seu Joarez?
Fernanda- Jana tem aceitado tudo muito bem… Seu Juarez nĂŁo
Dona Luana- NĂŁo teria como, nĂŁo?!
Fernanda- SĂł espero que ZĂ© fique bem… O resto a gente se vira! E as investigaçÔes sĂŁo pĂ©ssimas! VĂŁo atĂ© substituir o delegado… Dante Passini… Essas investigaçÔes constataram que esse Adamastor nĂŁo agiu sĂł… Teve a ajuda de outras pessoas… (Dona Luana engasga com cafĂ©) Nossa, mĂŁe! Que foi?!
Dona Luana- Nada… (Nervosa) Nossa! Que dia abafado!
Fernanda- Nem parece outono…. Falaram tambĂ©m que se encontrarem esses comparsas de Adamastor, vĂŁo em cana tambĂ©m! Que a justiça seja feita! (Nervosa)

CENAS DA CIDADE

CENA OITO. CASEBRE NO INTERIOR DE SÃO PAULO. LOCAL TOTALMENTE DESLOCADO DA GRANDE SÃO PAULO. INT. DIA.
AGENOR ESTÁ PREPARANDO ALGO NA COZINHA. ANA ESTÁ PRESA EM UM POÇO VAZIO NO PORÃO DA CASA. ELA GRITA INCESSANTEMENTE.
Ana- (Voz Over. Seus berros ecoam pela casa velha) Socorro! Socorro! Deus! Por favor, me ajudem!
Agenor- (ouvindo rĂĄdio) Essa mĂșsica Ă© tĂŁo linda!
RĂĄdio- …Won’t you listen to me? Goodbye horses…
Agenor- (cantando desafinadamente) …I’m flying over you! Flying! Flying! Flying over you! Amo essa mĂșsica! (Ouve os berros de Ana) Calma, minha mariposa preciosa! Estou preparando seu lanche! (Fecha a porta da cozinha com agressividade) Esganada! (VĂȘ um espelho atrĂĄs da porta) Oi! VocĂȘ estĂĄ falando comigo? EstĂĄ falando comigo? EntĂŁo por que estĂĄ me olhando? Pare de me olhar! Seu lindo! (Pega o espelho e o beija) Sua raposa felpuda maravilhosa! Meu Deus, seus pais capricharam em vocĂȘ! VocĂȘ treparia comigo? Eu treparia com vocĂȘ! Agenor, seu lindo!
Ana- (Voz Over. Desesperada) Socorro!
Agenor- (suspira) Essa songamonga! JÁ VOU, PORRA! (Pega a panela quente com um paninho) O estrombelete de pombo obeso jĂĄ estĂĄ a ca…/ (Se queima) Deus! TĂĄ muito quente! CALMA! (Anda atĂ© o porĂŁo onde estĂĄ Ana, dentro de um poço fundo e vazio) Aqui! EstĂĄ aqui vosso jantar, SinhĂĄ!
Ana- (chorando) O que vocĂȘ quer? É dinheiro? Eu tenho! Minha famĂ­lia tem! Tenho um irmĂŁo que trabalha numa empresa boa… Eu… Eu quero sair daqui! (Desolada)
Agenor- VocĂȘ sĂł sai daqui morta, kirida!
Ana- Por que?!?
Agenor- (pÔe sua comida num baldinho e repasa pra Ana por uma corda) Por que? O que? Estou fazendo isso? Estå aqui sua comida!
Ana- (chora) NĂŁo quero!
Agenor- Prove da comida
Ana- Não! NÃO!
Agenor- Prove agora! AGORA! Se nĂŁo, vou te jogar Ăłleo fervente!
Ana- (come chorando muito) Deus! (Tem Ăąnsia de vĂŽmito)
Agenor- Gostou? Meu bem?
Ana- NÃO!
Agenor- NĂŁo? Que tal provar mais?! (Pega a comida da panela quente e joga tudo em Ana) Prove, filha! Prove essa delĂ­cia! (Ana chora de dor, desespero e medos) Para de chorar! Olhe pelo lado bom, querida! VocĂȘ tem o que comer! E preparei a carne do Bruno! (Ana berra) Calma, amor! Temperei com alho, cebola e cheiro verde! Uma receita maravilhosa! DIVINA! Agora te respondo sua pergunta, o motivo d’eu fazer tudo isso? Por que eu gosto de ver os outros sofrendo! Adoro ver vocĂȘ aĂ­, chorando! Seu filho nem virou cozido, sua otĂĄria! EstĂĄ cortadinho no refrigerador! (Ri. Vai atĂ© uma mangueira perto e joga ĂĄgua fria em Ana) Olha como sou bom! Estou te limpando tambĂ©m! Todo mal tem seu lado bom! Assim como tudo o que Ă© iluminado, tem seu lado de sombra! (Rindo. Desliga a ĂĄgua) Ah! Sabe quem foi atĂ© Diadema te procurar? Adilson!
Ana- (chora mais ainda) Ad-adil-adilson…!
Agenor- Sim! O veado mais querido desse mundo! Ele foi te procurar, queria saber de vocĂȘ e do baby! Claro que eu nĂŁo ia torturar vocĂȘ lĂĄ em casa, nĂ©!? Ia sujar muito e os vizinhos podiam ouvir! Estamos aqui, nessa cidade do interior de SĂŁo Paulo! Nem te conto que lugar Ă©, viu! Eu estou muito feliz em ter vocĂȘ aqui, Ana! Minha rata favorita! (Sai de cena, deixando-a no escuro)
Ana- (transtorno puro) AHHHHHHH!!!! AHHHHHHH!!!!
Agenor- (em outro cĂŽmodo) Claro que estou aqui! Claro! NĂŁo ia dar bandeira… Se eu nĂŁo conhecesse a cabeça do meu filho… Conheço cada passo que aquele filho da mĂŁe darĂĄ! (Desliga o rĂĄdio) Deus! Esses berros sĂŁo tĂŁo harmĂŽnicos! Toque mais, Maestra Ana! Toque mais minha ratinha preciosa!

CENAS DA CIDADE DE SÃO PAULO

CENA NOVE. CASA DE ADILSON. INT. NOITE. SALA DE ESTAR.
ADILSON, GILDO E LORENA MATUTAM SOBRE AGENOR. ONDE ESTÁ ANA?
Adilson- Ana nĂŁo estĂĄ lĂĄ! Tenho certeza!
Gildo- Como vocĂȘ pode ter tanta certeza?
Adilson- Meu pai disse que ela estava no postinho de saĂșde, tomando vacinas… Que mulher toma vacina depois de grĂĄvida? (Anda de um lado pr’outro, inquieto) E outra, a voz dela era desesperada quando liguei pra ela! Era uma voz medrosa! De desespero puro! O meu pai tambĂ©m…/
Lorena- Acho que vocĂȘ estĂĄ pirando, Adilson! Fica frio! Nada de ruim aconteceu!
Adilson- Tudo de ruim! SĂł descanso que eu vĂȘ-la na casa de Diadema amamentando o meu filho! SĂŁ e salva! Sem riscos Ă  vida! Se eu nĂŁo vĂȘ-la, vou caça-la atĂ© os confins do mundo! Caçar ela e meu pai tambĂ©m! Quero ter certeza de que ela estĂĄ bem! De que meu pai nĂŁo fez nada contra quem eu amo! (Chora) Eu amo a minha mulher! Independente da minha sexualidade! Eu a amo!
Gildo- (segura o choro. Se ajoelha e abraça Adilson) VocĂȘ pode contar comigo!
Lorena- (chora) Comigo também! (Todos se abraçam)
Gildo- E vocĂȘ estĂĄ pensando em que?
Adilson- (seca as lĂĄgrimas) Quando cheguei perto da casa de Diadema, meu pai estava saindo de uma Chevette vermelha, lembram?
Lorena- Sim, sim
Adilson- EntĂŁo, estava pensando em segui-lo… Ir atrĂĄs pra saber aonde meu pai se esconde, se Ă© que ele se esconde, de acordo com minhas suspeitas… Vou seguir meu pai!
Lorena- Em Nome de Jesus, Ana e o bebĂȘ estĂŁo a salvo!

CENAS DE JERUSALÉM JÁ ENCOBERTA PELA NOITE

CENA DEZ. OVERLOOK HOTEL. INT. NOITE. QUARTO DE ZÉ ROBERTO.
DURANTE A VIAGEM, ZÉ SE REENCONTROU COM MARGOT. ELES PASSARAM O DIA JUNTOS. MARGOT ESTÁ BEBADA E VAI PASSAR A NOITE COM ZÉ.
ZĂ©- (segurando Margot) Calma, calma… (A deita na cama) Fica fria!
Margot- Meu Deus! (TrĂȘbada) Jesus! Apaga a luz! (Rindo)
ZĂ©- Acho melhor vocĂȘ tomar um banho!
Margot- (se levanta. Tira a roupa) Acho melhor uma dose de Whisky! Cade aquela porrinha?
ZĂ©- A geladeirinha estĂĄ ali… (Aponta com o dedo)
Margot- (cambaleante, procura por Whisky) Deus! Cade… Achei! (Pega a bebida da geladeira) Que delĂ­cia! (Abre a garrafa e se embebeda) Vem, ZĂ©! Vamos fazer uma orgia alcoĂłlica!
ZĂ©- (tira a roupa) Vou tomar um banho, vem comigo?
Margot- (joga Whisky pelo corpo) JĂĄ estou tomando banho! Que delĂ­cia! Vem, vem me aproveitar! (Se beijam) Que saudades desse beijo! Ainda bem que o Adamastor matou aquela gazela!
Zé- (se contém) Ela não era uma gazela!
Margot- Era sim! Ainda bem que eu tive a visĂŁo de matar ela! Eu, sua mĂŁe e o marginal do Adamastor! (Rindo. Mais que bĂȘbada) Nos encontramos no Campo Grande… AtĂ© parecia filme noir! (Rindo. ZĂ© sĂł observa) Eu queria muito experimentar de novo esse seu beijo! Esses lĂĄbios maravilhosos!
ZĂ©- (chora um pouco) EntĂŁo vocĂȘ encomendou a morte da Carol?
Margot- Cal-calma! Calma na alma! Eu tive uma idĂ©ia brilhante pra separar vocĂȘs dois! Eu sabia… (Rindo) Preciso de mais cerveja!
ZĂ©- (puto, a agarra pelo braço) VocĂȘs programaram a morte da Carol!
Margot- Meu braço dĂłi! Estou bĂȘbada mais sou de respeito! Em outras palavras, sim! Sim! Sim! Eu planejei a morte da Carol! Dona Luana planejou a morte da Carol! E Adamastor Ferraz da SilvaSauro a matou! Com socos e… E socos e muita raiva! (Se agarra no pescoço de ZĂ©) Mas eu… Eu… Fiz isso por amor! Por que eu te amo, JosĂ© Roberto! Te amo!
ZĂ©- (se solta de Margot) Amor? Do que as pessoas sĂŁo capazes por amor?
Margot- (rindo) NĂŁo Ă© lindo, my love?
ZĂ©- (mais que transtornado) Lindo… Muito… (Respira fundo e segura o choro) Lindo! TĂĄ com fome?
Margot- Morta!
ZĂ©- (se veste rapidamente) Vou pegar algo pra comermos
Margot- O que?! Pede pelo serviço de quarto! Eles falam inglĂȘs!
ZĂ©- NĂŁo… Eu vi um restaurante incrĂ­vel por aqui perto! Vou atĂ© lĂĄ! (Olha no relĂłgio) NĂŁo demoro! (Ao sair de cena)
Margor- Meu lindo, um beijo! Um beijo de amor!
ZĂ©- (engole a seco. A beija rapidamente) Volto jĂĄ! (Sai de cena)
Margot- (rindo) Nossa! Que rapidez! Ainda bem que na cama ele nĂŁo Ă© assim! (Ri)

CENAS NOTURNAS DE BRAGANÇA PAULISTA

CENA ONZE. CASA DE DONA DORA. INT. DIA. CASARÃO VELHO ESTILO COLONIAL. QUARTO DE ADAMASTOR.
DORA LEVA CHÁ PARA ADAMASTOR, QUE ESTÁ MUITO INQUIETO.
Dora- (segurando uma xĂ­cara de chĂĄ, adentra o quarto do neto) Ada? TĂĄ acordado?
Adamastor- To sim, vĂł!
Dora- (caminha com dificuldades até a cama de Adamastor. Senta-se com delicadeza) Aqui, meu bem! Chå pra ficar mais calmo!
Adamastor- (se recosta na cama) Obrigado… (Pega a xĂ­cara e bebe o chĂĄ) Sem açĂșcar!
Dora- Pro chĂĄ ter potĂȘncia mĂĄxima, precisa ser sem açĂșcar algum!
Adamastor- Brigado
Dora- Essa carinha de chateado? Desde que vocĂȘ veio pra cĂĄ, vocĂȘ e seu primo estĂŁo com essa cara! Cara de chateado!
Adamastor- (respira fundo) Nada nĂŁo, vĂł! SĂł tĂŽ assim por causa do trabalho…/
Dora- E das namoradinhas?
Adamastor- (congela) Que?
Dora- Seu coração tĂĄ quebrado! VocĂȘ terminou com alguĂ©m? Acertei?!
Adamastor- (respira fundo) Essa pessoa terminou comigo!
Dora- Logo vi. Logo vi pela sua cara de choro, seus olhos de tristeza… O amor vai e volta, como as ondas do mar! VocĂȘ nĂŁo pode controlar o amor, assim como vocĂȘ nĂŁo pode controlar uma onda! Se o fizer, tudo pode dar errado!
Adamastor- (chora) Eu sei… (Abraça a avĂł)
Dora- (o consola) Fica calmo, meu bem! VocĂȘ vai vencer essa! JĂĄ venceu tantas batalhas, meu amor! A morte de sua mĂŁe e de seu pai… Trabalhar desde menino… Fugir de Salvador
Adamastor- Venci tudo!
Dora- E vai vencer essa! (Seca as lĂĄgrimas do neto) Fica calmo! Se eu pudesse ter dado a vocĂȘ uma histĂłria diferente!
Adamastor- O que estĂĄ no passado, estĂĄ no passado!
Dora- Justo!
FĂĄbio- (entra em cena) Oi, famĂ­lia!
Dora- Oi, meu amor! (Se levanta) Vou dormir! AmanhĂŁ levanto cedo! E sei que os senhores tĂȘm muito o que conversar! Boa noite… (Sai de cena)
FĂĄbio- Boa noite, vĂł
Adamastor- Boa noite, vĂł… (Bota a xĂ­cara de lado) Deus!
FĂĄbio- Que cara!
Adamastor- Ela apareceu de novo pra mim!
FĂĄbio- Ela? Quem? (Por alguns segundos) Ah… A Carol?
Adamastor- (chora. Desesperado) SIM! Ela tem me atormentado todos esses dias! DEUS! Ela aparece pra mim o tempo todo!
FĂĄbio- Esse negĂłcio de espĂ­rito nĂŁo existe, Ada! VocĂȘ estĂĄ sentindo-se…/
Adamastor- Tem mais!
FĂĄbio- Culpa! Isso Ă© culpa, Adamastor! NĂŁo Ă© nenhum espĂ­rito maligno que quer te assombrar!
Adamastor- (agarra o pescoço do primo) Tem mais! Além da Carol aparecer pra mim, estou tendo visÔes!
FĂĄbio- Eu tenho um amigo psicĂłlogo lĂĄ em SĂŁo Paulo. Peço pra ele vir aqui pra te…/
Adamastor- Tenho visĂ”es de assassinatos de mulheres! Ontem mesmo, quando dormi, sonhei com o assassinato de uma grĂĄ…/
FĂĄbio- Ada…/
Adamastor- (em pleno desespero) Sonhei com uma gråvida sendo assassinada a facadas pelo namorado! Ela estava sendo espancada, chutada, socada e morta! Eu vi ela sangrando até morrer!
FĂĄbio- Isso jĂĄ estĂĄ demais! Chega! Basta! Isso tudo Ă© culpa! Eu vou reformar a nossa casa, jĂĄ comprei tintas e afins… E vocĂȘ vai me ajudar com tudo! Mente vazia, oficina do diabo! Isso o que vocĂȘ vĂȘ nĂŁo existe! NÃO EXISTE! Chega!
Adamastor- VocĂȘ precisa acreditar em mim! (Chora) Por fav…./ (Congela. Olha pra um ponto fixo na parede) Deus!
Fåbio- (olha também) O que?!
Adamastor- Ela tĂĄ aqui! TĂĄ me encarando! (Chora. Desespero) Me olhando! SAI DAQUI! (Grita com a parede) SAI DAQUI COM ESSE SANGUE FRIO!
FĂĄbio- (agarra o primo. O segura) Calma! Cala a boca! FICA CALMO! NĂŁo existe nada disso! (Adamastor chora) NĂŁo existe nada!
Adamastor- (chora) Eu sĂł quero que ela vĂĄ embora! VĂĄ pra casa! PerdĂŁo! Por favor, Carol! PerdĂŁo!
Dora- (entra assustada) Que foi?!
FĂĄbio- Nada, vĂł… O Ada sĂł teve um pesadelo
Dora- Estava vendo a novela, ouvi uns berros… EstĂĄ tudo bem?
FĂĄbio- TĂĄ sim, vĂł… Eu cuido dele…
Dora- Estarei na sala, vendo Segredos de FamĂ­lia… Qualquer coisa, me chamem! (Sai de cena)
Fåbio- Ada! Olha pra mim! Ada! Vou te dar uns calmantes, ok? Tudo não passa de imaginação!
Adamastor- (abraça forte o primo) Arrependido por tudo! Que ódio de mim! Perdão Carol!
FĂĄbio- VocĂȘ tem que pedir perdĂŁo pra vocĂȘ mesmo… E se perdoar tambĂ©m!

CENAS DE JERUSALÉM
O SOL NASCE AOS POUCOS SOBRE A CIDADE SANTA

ZĂ©- (Voz Over. Ao celular) AlĂŽ? É do Departamento de Defesa de Israel? Gostaria de fazer uma denĂșncia de ameaça de terrorismo. Tem uma mulher, por volta de seus trinta anos, que tem uma maleta cheia de explosivos. Ela estĂĄ no quarto 237. Por favor, ela Ă© muito perigosa! Ela tem ligação com o Estado IslĂąmico! Aqui quem fala Ă© um funcionĂĄrio do hotel… Por favor, mantenham-me em anonimato!

CENA DOZE. OVERLOOK HOTEL. INT. DIA. QUARTO DE MARGOT.
ELA ESTÁ DORMINDO PROFUNDAMENTE QUANDO O TELEFONE DO HOTEL TOCA INCESSANTEMENTE. UMA MALA GRANDE ESTÁ AO SEU LADO.
Margot- (de pijamas) Deus! ZÉ?! ZĂ©?! Atende essa merda de telefone! (Pega o telefone e joga contra a parede) Que gente mal criada! Rudes! AtĂ© parece o Brasil! (Olha pra mala. A estuda) Que porra de mala Ă© essa? Que merda? (A abre. Encontra um revĂłlver e uma capsula lacrada) Que porra Ă© essa?! ZÉ? (Batem Ă  porta) Porra! ZĂ©? JosĂ© Roberto? (VĂȘ uma carta perto da mala. Ela a lĂȘ) NĂŁo, meu amor, isso tudo o que vocĂȘ fez nĂŁo Ă© nada lindo! (Congela) Deus! Eu contei! Gente! Por que?! (Batem Ă  porta incessantemente) Porra! (Segura o choro) Eu consegui estragar tudo! (Espancam a porta) JÁ VAI! (Se levanta para atender a porta) Que serviço de quarto merda…/ (A polĂ­cia Israelense adentra o quarto de Margot, a rendendo. Ela Ă© presa)

NoticiĂĄrio- Suspeita de ataque bomba Ă© presa na cidade de Jerusalem, em hotel cinco estrelas Overlook… De acordo com denĂșncia anĂŽnima, Margot Mary Wendice tem ligação com Estado IslĂąmico… Mais notĂ­cia sobre esse caso, a qualquer instante…

FIM DE CAPÍTULO

NĂŁo, meu amor, isso tudo o que vocĂȘ fez nĂŁo Ă© nada lindo!

Deixe um comentĂĄrio

SĂ©ries de Web

SĂ©ries de Web