Sombras do Passado

Sombras do Passado – Capítulo 1

  Capítulo 1: Está tudo bem… Está tudo normal!!!

“Nem sempre vai estar tudo bem. Então aproveite enquanto estiver”!
– Alicia! Por que você não fica aqui em casa? _ disse a garota de cabelos longos e loiros, cujo o nome é Karina.
– Karina, já está tarde. É melhor eu ir pra casa! _ respondi.
Karina é minha melhor amiga, desde que me mudei para esse fim de mundo chamado Angel City. Tivemos que nos mudar, depois que o meu pai morreu. Eu tinha sete anos.
A Karina é uma menina doce e sonhadora, essa é uma das principais razões para sermos melhores amigas. Mas ela não é minha única amiga, na verdade nós somos um grupo composto por cinco melhores amigos. São eles, Karina, Daiana, Rodrigo, Pedro, e eu.
A Daiana é uma garota forte, decidida, e é mais durona que muito marmanjo por aí. O Rodrigo é quase um nerd, e tem ideias extraordinárias. Tem também o Pedro, um idiota que eu ainda não descobri por que ele ainda está no nosso grupo, afinal de contas ele me odeia e mal conversa comigo. Mas acho que ele está no nosso grupo por ser muito amigo da Karina, apesar deles brigarem o tempo todo.
Todos nós somos assumidamente viciados em filmes, então, quase todos os finais de semana nós nos reunimos para devorar vários filmes de ação, suspense, e terror.
Bem, hoje foi um desses dias em que a gente se reúne para assistir filmes. Geralmente nós assistimos na casa da Daiana, mas hoje nossa sessão foi na casa da Karina, e como eu estava dizendo a ela, já está um pouco tarde, então… É melhor eu ir para casa antes que minha mãe resolva me buscar.
– Não sei por que sua mãe nunca deixou você dormir aqui em casa! _ Karina fez um biquinho e eu não consegui segurar uma risada.
– Amiga, você sabe como minha mãe é. Ela não gosta que eu durma fora de casa! _ dei um abraço nela. – Na próxima eu dou um jeito de convencer ela, está bem? _ dei um sorriso.
– Está bem então! _ disse ela, ainda meio desanimada.
– Tchau pessoal! _ disse para Daiana, Rodrigo e Pedro que estavam sentados no sofá da sala.
Todos responderam á minha despedida. Karina me acompanhou até a porta.
– Tome cuidado! _ disse ela.
– Pode deixar! _ eu dei um sorriso, então me virei e, iniciei meu caminho pra casa.
Olhei para o céu e percebi que hoje a lua estava cheia, e o céu repleto de estrelas. Era uma noite perfeita.
Aqui nesta pequena cidade, as pessoas costumam acreditar muito em lendas, como por exemplo, na lenda do Conde Drácula. Até parece que um vampiro viveria num castelo e… Sei lá como é essa história. Eu nunca me interessei por esse tido de coisa. Nunca acreditei nessa história de inferno, e monstros se escondendo nas sombras. Mas, todas as pessoas aqui tem certo receio em andar sozinhas durante a noite. Eu confesso que é um pouco estranho. Mas às vezes, eu acho muito encantador as ruas vazias, o vento soprando, e o som apenas dos meus passos. Algumas pessoas acham que os meus amigos e eu somos muito corajosos, por andar durante a noite, mas eu não acho nada demais.
Cheguei em minha casa, e quando entrei logo percebi que minha mãe estava no computador, como sempre, fazendo relatórios. Ela é Psicóloga, e acaba sempre trazendo trabalho pra casa.
– Oi mamãe!
– Oi minha filha! Como foi o filme? _ ela sorriu.
– Foi ótimo! Pena que eu não pude dormir na casa da Karina. _ eu disse um pouco chateada.
– Filha você sabe que eu gosto que você durma em casa, bem pertinho de mim!
– Eu sei, mamãe! _ respirei fundo. _ Eu vou dormir! Boa noite!
– Boa noite, filha!
Subi para o andar de cima, tomei um banho, fiz minha higiene e, fui pro meu quarto. Liguei o notebook, mas enquanto ele carregava eu desisti de navegar na net, achei melhor ir dormir, amanhã terá aula, infelizmente será segunda feira.
Minha mãe havia trocado minha roupa de cama, ela colocou lençóis na cor roxa, e meu edredom predileto, na cor preta com flores vermelhas. Deitei-me, sentindo a melhor sensação do mundo, de conforto e bem estar. Estava feliz. Muito feliz.

Meu despertador tocou, eram seis e vinte da manhã, e eu só me levantei por que minha mãe apareceu no meu quarto, toda sorridente.
– Bom dia filha! Olha só como o dia está bonito lá fora! _ ela me disse já indo em direção à janela.
– Mamãe, ainda nem amanheceu direito. _ eu disse ainda sonolenta.
– Por isso mesmo filha! _ ela ficou parada em frente a janela admirando, enquanto o vento dançava em seu cabelo preto cortado acima dos ombros. Então eu resolvi ir ver também a paisagem. Na verdade ela tinha razão, o amanhecer ainda sem os raios do sol, as árvores balançando suavemente ao soprar do vento, era tudo tão lindo. Acabou que eu também fiquei paralisada, olhando e, admirando tudo aquilo.
Angel City é uma pequena cidade, com cerca de quinze mil habitantes, mas com certeza existem muito mais árvores e bosques do que habitantes. Eu particularmente prefiro assim. Nossa casa fica bem perto de um bosque enorme, tão grande que é chamado de Floresta. Os fundos da minha casa dá acesso direto á Floresta, o que é incrível.
Devemos ter ficado apenas alguns minutos ali, paradas, sentindo o vento frio da manhã bater em nossos rostos, mas para mim, foi tempo suficiente pra me dar a energia e disposição que eu estava precisando. Minha mãe me deu um beijo na testa, e um belo sorriso. Ela parecia querer me dizer que eu precisaria de muita energia no dia de hoje. Eu lhe retribuí um sorriso e, ela desceu para cozinha.
Muitas vezes minha mãe e eu não precisávamos pronunciar se quer uma palavra para nos comunicar, nós sempre tivemos uma ligação muito forte.
Então, fazendo um grande esforço, eu abandonei aquela linda paisagem e, fui fazer minha higiene diária. Logo eu desci, já com a minha mochila.
Minha mãe estava terminando de passar o café quando eu entrei na cozinha, me sentei e, preparei meu cereal. Estava comendo, quando ouço alguém bater na porta.
-Pode deixar que eu atendo, filha! _ minha mãe foi até a porta. Eu estava curiosa. Não dava para entender o que ela conversava, mas pelo timbre da voz ela conversava com um homem. Logo minha mãe estava de volta à cozinha, acompanhada por um homem, era o pai da Daiana. Mas o que ele estaria fazendo aqui?
– Oi Alicia! Ontem você e a Daiana estavam juntas, não é mesmo? _ ele perguntou.
– Sim. Nós estávamos assistindo filme na casa da Karina. Porque a pergunta? Ela não avisou o senhor? _ eu ainda não estava entendendo.
– Sim, ela me avisou. É que era para ela ter voltado pra casa ontem à noite assim que acabasse o filme. Mas ela não voltou. Nós estávamos dormindo, então no meio da madrugada eu me levantei para tomar água, e resolvi dar uma olhada no quarto dela, mas ela não estava lá. Então eu liguei para os pais da Karina, para saber se a Daiana estava lá, mas eles disseram que ela havia ido para casa. Liguei para todos os amigos dela, mas não consigo encontra-la. Tentei ligar pra você, mas não consegui. Alicia, você sabe onde ela pode estar? Eu estou desesperado. _ ele disse tudo de uma vez. Eu pude sentir tamanho o desespero dele.
– Sinto muito Senhor Fischer. _ eu disse _ nosso telefone está com problemas.
– Sua mãe me disse agora a pouco! _ ele disse.
– Ah sim, claro! Eu sinto muito, mas eu não sei onde a Daiana pode estar. Eu fui a primeira a ir pra casa, não sei o que pode ter acontecido. _ eu disse.
– Ela não te disse nada? Se iria para outro lugar, ou, se encontraria com alguém? _ ele me perguntou.
– Não! Se soubesse de alguma coisa eu com certeza lhe contaria, Senhor Fischer. Ela estava bem, estávamos todos felizes, assistimos filmes e depois eu vim para casa! _ eu disse.
– Tudo bem. Obrigado mesmo assim. Olha, se vocês souberem de qualquer notícia sobre minha filha, por favor, me avisem. Está bem? _ ele quase implorou.
Eu fiquei sem reação. Não conseguia acreditar.
– Claro! Pode deixar! _ minha mãe respondeu por nós duas.
Então ele foi embora, e eu fiquei lá, paralisada com o que ele me disse.
A Daiana sumiu.

2 thoughts on “Sombras do Passado – Capítulo 1

Deixe um comentário

Séries de Web

Séries de Web