Ser Humano

Ser Humano- Capítulo 63( Últimos Capítulos).

Ser Humano.

Capítulo 63( Últimos Capítulos).

Cena 01- Apartamento de Yara/ Dia.

Yara, curiosa: Maísa? Temos alguma coisa pra tratar? Olha não que eu me lembr…

Maísa entra: Para de ser cínica, Yara, eu quero saber porque você inventou uma história da minha mãe pro delegado. Você sabia que ela foi presa?

Yara, fingindo choque: Não acredito, Lilian, presa? Deve ter sido chocante para todos, inclusive pra mim…Caramba, ela aparentava ser tão boazinha, o que ela fez pra ser presa, Maísinha?

Maísa pega em seu braço: Não faz esse teatro, não suporto isso! Fala agora, Yara, quem colocou a arma na gaveta do quarto da minha mãe? Foi você, alguém a seu mando? Você tem um cumplice, é isso?

Yara se solta: Caramba, Maísinha, quantas acusações, assim você me deixa em uma situação embaraçosa…Nem sei de que arma está falando…Acho que está se confundindo, eu não falei nada pra delegado nenhum… Se sua mãe mata os outros, a culpa não é minha!

Maísa dá um tapa em sua cara.

Yara, marcada: AI! MAS O QUE SIGNIFICA ISSO, HEIN? EU TÔ NO MEU APARTAMENTO, TENHO OS MEUS DIREITOS, PORTANTO SAIA DAQUI E PARE DE ME ACUSAR DAS COISAS…

Maísa avança e vai pro seu quarto: Quem é seu cumplice? Você tem o telefone dele em algum lugar?- Ela começa a revirar as coisas.

Yara, chocada: NÃO ENCOSTA NAS MINHAS COISAS, SUA VAGABUNDA!

Maísa remexe em tudo: Cadê, Yara? Cadê o nome do seu cumplice?- Ela vai até a agenda telefônica- DEVE ESTAR AQUI- Ela folheia- Você não vai conseguir o que quer, vou tirar minha mãe da cadeia em breve, e o verdadeiro assassino vai preso!

Yara avança pra cima dela: Escuta me dá essa agenda, eu te proíbo de…- As duas disputam o objeto- ME DÁ ESSA AGENDAA…

Maísa lhe dá um soco: QUER DIZER QUE TEM ALGUM NOME COMPROMETEDOR AQUI, NÃO É? EU VOU ANALISAR MELHOR NA DELEGACIA…

Yara corre atrás dela e lhe dá um empurrão, a agenda cai longe, Maísa bate na parede e Yara consegue recuperar o pequeno caderninho.

Yara, ofegante: QUER SABER? EU TENHO MESMO UM CUMPLICE, MAS FIZEMOS TUDO TÃO BEM FEITO, QUE NÃO HÁ PROVAS CONTRA A GENTE. A IDIOTA DA SUA MÃE VAI APODRECER NA CADEIA…

Maísa, revoltada: ME DÁ ESSA AGENDAAAA…

Yara pega uma faca: SE VOCÊ SE APROXIMAR MAIS, EU TE PERFURO.

Maísa, toda descabelada: Isso não vai ficar assim, eu vou até o fim pra provar a inocência da minha mãe, Yara. Você e seu parceiro vão ser desmascarados, nem que não seja por mim. Tem muita gente que ama minha mãe- Ela sai.

Yara larga a faca e fecha a porta, ela rasga uma folha da agenda: Isso tem que ficar em segurança…

Cena 02- Mansão de Elisafran/ Dia.

Úrsula sai entrando: Você devia saber que eu não sou mulher de abaixar a cabeça pra qualquer situação.

Elisafran, furiosa: Mas é muito audaciosa. Você não tem medo, não?!

Úrsula ri: Eu não tenho medo de nada. Já passei por tanta coisa na vida, Elisa Francisca. Mas eu vim aqui falar sobre outra coisa…

Elisafran, de cara fechada: Posso saber o que?!

Úrsula se senta: Sobre o hospital. Você está destruindo o meu hospital.

Elisafran: Seu nada! O hospital é meu!!

Úrsula se levanta: Não seja tão radical. E muito menos incompetente, como está sendo AO LEVAR MEU HOSPITAL A FALÊNCIA.

Elisafran, vermelha: ABAIXA O TOM PRA FALAR COMIGO DENTRO DA MINHA CASA. – Ela se acalma – Se você acha que a vingança acaba, está muito enganada. Nada está tão ruim que não possa piorar… É, definitivamente, tudo ainda vai piorar.

Úrsula segura Elisafran pelos braços: Eu não vou deixar você destruir o hospital que eu me sacrifiquei para colocar no patamar atual. Não vou ficar de braços cruzados esperando você atacar. Eu vou partir pro ataque também.

Elisafran gargalha: Você não tem cacife pra me enfrentar e muito menos me desafiar. Eu não estou nem aí pro seu hospital. Eu vou vender aquilo ou demito os funcionários e deixo ele sem funcionar! Com o seu nome manchado, de preferência…

Úrsula: Você é uma nojenta, Elisafran!

Elisafran: E VOCÊ É BURRA, ÚRSULA. BURRA, INFELIZ, IDIOTA. Quer saber, eu cansei de ficar discutindo com você. Sai da minha casa, está poluindo ela…

Imo chega: Já acionei os seguranças para levar essazinha.

Úrsula pega a bolsa: Eu sei o caminho da rua. Não preciso de ajuda.

Elisafran ri: É bom que saiba. Além disso, é bom que saiba que muito em breve você perderá alguém bem querido.

Úrsula se assusta: Do que você está falando?!

Elisafran: Do que você imagina que eu esteja falando? – Ela sorri, falsa. – Dá licença.

Elisafran se retira. Úrsula vai embora, receosa com a ameaça.

Cena 03- Apartamento dos Segata/ Dia.

Acácia, sorrindo: Sou eu mesma, Geórgia- Ela abraça Iracema- Minha filha, há quanto tempo…- Ela começa a chorar- Há quanto tempo eu esperei por esse momento tão lindo do nosso reencontro. Não sabia se ia ser no céu, ou na terra, mas Deus permitiu que fosse em vida ainda… Você tá tão linda, como sempre foi, finalmente vamos ter a chance de cumprir nossos destinos- Ela beija a filha.

Iracema chora também: Eu te procurei por muito tempo também, não sabe como foi ruim ficar desmemoriada, sem lembrar se tinha mãe ou família, com apenas uma foto de recordação… Sofri tanto, até quando me disseram que você estava internada.

Acácia: Eles achavam que eu estava louca, filha, todos eles, mas eu só estava com abstinência de você. Do seu sorriso, do seu cheiro, dos seus olhos. Você foi a pessoa mais perfeita que já veio a esse mundo, Gorete. Eu não aguentava mais ficar longe da minha tão amada filha…Isso estava me levando a loucura, mas agora estou bem, e vim aqui, te buscar, entre lágrimas e sorrisos, pra voltarmos pra Itália.

Peri se levanta: Voltar pra Itália?

Iracema se solta de suas mãos: Espera um pouco, mãe, eu já construí minha vida na aldeia, tenho filho e tudo mais…Não posso voltar pra Itália.

Acácia inclina a cabeça: Como assim construiu sua vida? Tem filho? Que história é essa, Gorete, você não tem nem 18 anos…

Geórgia, apreensiva: Eu falei, a mente da dona Acácia está congelada no tempo! Ela não se lembra do acidente!

Iracema se afasta.

Acácia, com os olhos vermelhos: Acidente? Parem de inventar as coisas! EU E MINHA FILHA VAMOS PRA ITÁLIA, PRA ELA TERMINAR OS ESTUDOS, DEPOIS INGRESSAR NA FACULDADE DE DIREITO…

Iracema, emocionada: Mãe, eu cresci! Não me lembro de quase nada do nosso passado e lamento te decepcionar mas…Não vou poder voltar pra Itália, eu tenho minha vida aqui. E outra que meu nome agora é Iracema, não Gorete…

Acácia, furiosa: COMO É? VOCÊ MUDOU DE NOME, GORETE?- Ela respira fundo- Olha, vou ignorar essas tolices que está dizendo, se seu pai te ouvisse falar isso, Gorete, ia ficar extremamente irritado. Agora vamos pro aeroporto, lá mesmo eu compro a passagem de volta pro casarão.

Geórgia interfere: Dona Acácia, o seu marido morreu!

Acácia a olha: Cala a boca, Geórgia, para de falar besteiras! E não interrompe minha conversa com minha filha, por favor. Vamos, Gorete, vamos pro aeroporto.

Iracema: Eu não vou sair do Brasil, mãe, você tem que entender que o tempo passou e muita coisa aconteceu!

Peri entra na frente de Iracema: Essa mulher está louca, ela acha que está no passado e não quer aceitar o que mudou. Agora vejo porque internaram ela num hospício. Acácia ficou tanto tempo sem a filha, que seu cérebro não suportou…

Geórgia: É por isso que ela perseguia a Raquel, chamando ela de Gorete.

Acácia pega um vaso: CALEM A BOCAAAA, VOCÊS QUEREM ME AFASTAR DA MINHA FILHA- Ela joga o objeto na cabeça de Peri, que cai no chão.

Iracema, horrorizada: PERI!

Geórgia sai correndo: EU PRECISO LIGAR PRO HOSPÍCIO…

Acácia a alcança, e dá uma rasteira na idosa, que bate a cabeça na quina da estante.

Iracema, apavorada: O QUE VOCÊ FEZ COM ELA…

Acácia pega o canivete: Venha comigo, vamos pro aeroporto!- Ela  pega a jovem violentamente- CANSEI DE NÃO SER ATENDIDA! EU SOU SUA MÃE, VOCÊ É MENOR DE IDADE, PORTANTO TEM QUE ME OBEDECEEEER- Ela pega uma manta no sofá e cobre do pescoço até os pés, escondendo o canivete- Me acompanhe, se não quiser se ferir…

Iracema fica trêmula. Acácia a pega pelo braço e aponta o canivete por baixo da manta, as duas saem do apartamento e logo estão nas ruas. Iracema tenta pedir socorro com o olhar, mas ninguém presta atenção. Ela lembra da imagem de Peri e Geórgia caídos.

Cena 04- Cadeia/ Dia.

As presidiárias saem para tomar o banho de sol, Lilian decide ficar.

Rute: Tem certeza que não quer ir? O sol faz bem, ele renova as energias!

Lilian, triste: Não, eu vou ficar aqui mesmo com a outra presa…Maísa o nome dela, né?

Ozilda confirma: É. Cuidado pra não se aproximar muito dela…A tosse de Maísa pode ser contagiosa.

Lilian faz que sim com a cabeça.

Carcereira: Para de papo, a mulher já disse que não quer ir, vamo logo as três- Elas saem.

Lilian fica pensativa por um tempo. A presidiária Maísa começa a tossir.

Lilian se levanta, receosa: Tá tudo bem? Quer alguma coisa?

Maísa tem por volta de 50 anos, ela é bonita e conservada, para uma presa: Um copo de água, por favor…Eles deixam uma garrafa ali…

Lilian pega a garrafa.

Maísa se levanta, entre tosses: Você é a presidiária nova?- Lilian faz que sim- Qual teu nome?

Lilian lhe dá a água: Lilian…

Maísa sorri: Engraçado. Esse era o nome da minha mãe…Hoje ela já está morta.

Lilian, impressionada: Mas que coincidência, o nome da minha filha é Maísa, como o seu…- Elas ficam em silêncio- Tá aqui há muito tempo?

Maísa, seca: Anos. Matei meu marido.

Lilian, impressionada: Nossa…

Maísa: Me desculpe pela antipatia, mas é que quando você me falou seu nome, eu tive um turbilhão de lembranças.

Lilian: Eu tô meio boba com você, não querendo estereotipar nada mas…Uma presidiária com uma linguagem dessas não é comum. “ Me desculpa” “ Um copo de água, por favor”. A maioria costuma ser mais direta.

Maísa: Nunca perdi minha educação, Lilian, e foi a minha mãe que me ensinou isso…Nó tínhamos lá nossas diferenças mas…Nos gostávamos. Foi muito triste não conseguir me despedir dela. Quando ela morreu, eu já estava aqui. Ela ficou muito desgostosa quando descobriu do crime que eu cometi mas…Foi um ato de descontrole, eu peguei meu marido com outra e…- Ela começa a tossir- Desculpa…

Lilian se aproxima: Não tem nada… E ela morreu de quê?

Maísa: Morte morrida, como dizem, morreu por idade…Mas me conte mais sobre sua filha, minha xará.

Lilian: Ela é jovem, quer ser modelo, mas está passando por uma fase muito complicada…Nós também brigamos muito.

Maísa conta: Eu e minha mãe também tínhamos as nossas, ela nunca aceitou minha profissão. Queria que eu fosse médica, ou advogada.

Lilian: E qual é sua profissão?

Maísa: Eu era modelo.

Lilian se impressiona com a coincidência, as duas continuam conversando.

Cena 05- Casa de Leblônio/ Dia.

Úrsula abre a porta: Não aguento mais ter que ficar me locomovendo de ônibus, é a cara da pobreza, ainda bem que a edição corta isso…

Leblônio está no sofá, sério.

Úrsula se surpreende: Leb, querido? O que está fazendo aqui? Quando eu sai você ainda tava dormindo mas…Cê não vai trabalhar hoje?

Leblônio se vira lentamente: Hoje é minha folga.

Úrsula se senta: Que calor…- Ela se abana- Que cara é essa? O que houve?

Leblônio desliga a televisão: A Olive esteve aqui. Ela me contou tudo, Úrsula. O que você tentou fazer contra minha prima, Maísa.

Úrsula fica sem palavras: Aquela infeliz…Olha Leb, não dê ouvidos as histórias que essa caipora inventa, ela quer aumentar os fatos só porque eu deixei ela na chuva ontem!

Leblônio: Ela não inventou, Úrsula, primeiro porque ela não seria capaz de inventar uma história daquelas, e segundo, porque ela me provou! Úrsula, como você foi capaz? COMO? Você é uma monstra, e eu não sabia, mas graças a Deus, Olive me alertou a tempo!

Úrsula, nervosa: Não, a Olive tá inventando isso sim, Leblônio. Eu não fiz nada contra a Maísa. Olive é uma psicopata!!

Leblônio se levanta: PARA ÚRSULA, CHEGA DE MENTIR!- Ela mostra o frasco de remédio- Você pretendia matar o bebê da Maísa com isso…SUA MONSTRA- Ele joga o frasco no chão- NÃO QUERO MAIS SABER DE VOCÊ. NÃO POSSO FICAR COM A MULHER QUE ESTÁ TENTANDO DESTRUIR MINHA INOCENTE PRIMA!

Úrsula: Inocente? A Maísa é uma espancadora de mães, Leblônio, ela é a vilã dessa história! Ela manipulou todos, ela! Eu? Só estou defendendo meus interesses!

Leblônio, furioso: Então você admite…- Ele começa a chorar- É decepcionante pra mim saber que estive convivendo com uma pessoa assim durante esse tempo, mas sua máscara caiu, Úrsula… A Olive foi achada pelos pais, sabia? Eles levaram ela de volta…Ou seja, pela primeira vez na sua vida, você tá sozinho. Porque a caipora que você tanto humilha, não quer mais saber de você. E eu- Ele mostra as malas de Úrsula- Quero você fora daqui.

Úrsula, aflita: Não…Você não pode fazer isso comigo, Leb, eu te amo! Por favor, deixa eu ficar aqui, olha, eu retiro tudo o que disse sobre a Maísa, ela é uma santa, eu sou a demônia!

Leblônio abre a porta: E ainda é falsa…Sai daqui, Úrsula. Acabou. A mim você não engana mais. Nossa história se finaliza aqui, e não quero me lembrar dela tão cedo.

Úrsula pega suas malas: Leblônio- Seus olhos se enchem de água- Não deixa isso acontecer. A gente…

Leblônio, enraivado: A GENTE NÃO TEM MAIS NADA. SAI DAQUI, ÚRSULA, EU NÃO VOU CONSEGUIR MAIS CONVIVER COM UMA PESSOA COMO VOCÊ. SAAAAI…

Úrsula sai com as malas, chorando.

Cena 06-Em Frente ao prédio dos Segata/ Dia.

Maísa avista Irene, Rubem, Vittória e Bruno e vai até eles.

Irene, aliviada: Maísa, onde você estava? Saiu da delegacia tão apressada, nem falou conosco! O que o delegado Ivan te disse?

Maísa, revoltada: Ele me disse quem foi que lhe informou sobre a arma no quarto da minha mãe…E adivinhem…

Irene, segurada em Rubem: Quem foi? Fale, não sou boa em adivinhações!

Maísa: A Yara! Ela é cúmplice de quem matou o Téo, isso se ela própria não for a assassina. O fato é que Yara sabe de tudo. Foi ela quem falou da tal arma pro Ivan.

Vittória: Ela fez isso pra despistar a polícia, claro! O próprio delegado te disse isso, Maísa?

Maísa: Sim. Eu perguntei como ele conseguiu a arma e ele contou. A Yara sabe de tudo e pra não entrar como suspeita acabou fazendo isso. E sabemos que ela não entrou no nosso apartamento, então ela é cumplice do assassino ou assassino, que é alguém que entrou na nossa casa pra plantar essa pista falsa.

Irene, revoltada: Cachorra! Eu podia imaginar que essa possessiva tinha alguma coisa com a morte do Téo. Eu vou descobrir quem matou ele. Minha filha não pode pagar por um crime que não cometeu. Qual endereço da Yara?

Vittória se intromete: Maísa, nos passa o endereço dela. Eu vou ajudar a sua avó, mas o doutor Horácio não pode desconfiar de nada. Vamos achar o assassino por nossa própria conta.

Maísa pega um papel: Ela mora no mesmo prédio da Natália…- Ela anota.

As mulheres se entreolham.

Cena 07- Clube O Bicho&Eu/ Dia.

Fausto e Natália analisam alguns papéis.

Fausto suspira: Ah, não consigo analisar nada…Eu só consigo pensar na Lilian presa, e eu não posso fazer nada pra ajuda-la!  E pior, presa por um crime que ela não cometeu!

Natália: Eu sei que é difícil, Fausto, mas a gente tem que tentar seguir com nossas vidas…

Fausto a olha.

Natália sorri: O que foi?

Fausto: No dia da inauguração da clínica, eu tava planejando fazer uma surpresa pra você…Mas aconteceu aquilo tudo, o episódio da baleia, a Lilian presa.

Natália: Mas que tipo de surpresa?

Fausto coloca a mão no bolso: Eu…

Natália, curiosa: Fala, Fausto!

Fausto mostra uma caixinha e a abre: Eu ia te pedir em casamento.

Natália fica sem palavras.

Fausto: Ah meu Deus, eu fui precipitado demais?- Ele se levanta- Me perdoa, Natália, eu não queria antecipar nada, sabe, se você não quiser, eu…

Natália se levanta e vai ao seu encontro: Você não foi precipitado meu amor, eu que tô emocionada com sua atitude- Ela o beija.

Fausto, feliz: Então você aceita?

Natália o cobre de beijos: Aceito, aceito, claro que eu aceito me casar com você, Fausto. EU TE AMO!- Os dois se beijam.

Vasco entra: Opa, tô interrompendo algo?

Natália mostra o anel: Olha, Vasco, o Fausto me pediu em casamento!

Vasco esquece do que ia falar antes: Nossa…Eu…PARABÉNS, NATÁLIA. PARABÉNS FAUSTO- Ele abraça os dois- FELICIDADES! FELICIDADES! EU QUERO SER O PADRINHO.

Os três comemoram.

Cena 08- Ruas do Rio/ Dia.

Iracema e Acácia andam coladas, a mulher aponta o canivete pra barriga da filha por baixo de uma manta, Iracema faz cara de pavor, mas ninguém na rua parece notar. Elas caminhavam a horas, Acácia estava rumo ao aeroporto.

Iracema, desesperada: Você é minha mãe, não é mesmo? Então me deixa ir embora, voltar pra onde eu estava, por favor…

Acácia a segura: Eu não vou deixar. Você vai comigo pra onde eu for. A gente precisa voltar pro casarão na Itália, Goretinha, pra cumprir o ciclo! Você vai terminar os estudos, se formar em direito, se casar…ESSE É SEU DESTINO, ESTOU FAZENDO TUDO ISSO PRO SEU BEM!

Iracema tenta se soltar: Eu não vou voltar pra nenhum lugar. Você está me machucando. Me solta!

Acácia encosta o canivete em sua barriga: Você vem comigo!

Iracema consegue se soltar e corre, mas Acácia lhe alcança. Iracema cai no chão e Acácia rasga uma parte do seu rosto com ele.

Acácia, obcecada: E SE TENTAR FUGIR, EU MACHUCO MAIS…

Iracema, apavorada: Não faz nada comigo, por favor!

Acácia a levanta: Então vem comigo. Vamos pro aeroporto, e de lá pra Itália, não precisamos de mala nenhuma, só precisamos chegar no casarão…Pena que Pascoal não vai conosco…- Ela olha pra filha- Eu demorei tanto tempo pra te achar, filha! Te confundi até com a Raquel! Mas agora nos encontramos e finalmente vou fazer o que me é de direito!

Pouco depois…

Acácia e Iracema chegam no aeroporto. Meddeiro e Narza desembarcam. Meddeiro vê Acácia de longe e se recorda dela. Ele se aproxima aos poucos e finalmente se dá conta de quem é.

Meddeiro sorri: Oi! Eu te conheço lá de Milão, não? Da festa da Úrsula. Você não estava lá com aquela médica que ganhou o prêmio da Academia de Medicina Italiana?! Lilian Segata, lembrei!

Acácia sorri: Sou eu mesma. Eu lembro de você na festa vagamente, mas não faço ideia de quem você é.

Meddeiro estende a mão: Meddeiro, prazer. Linda a menina. Ela também estava lá em Milão, não é?

Acácia tenta disfarçar o canivete debaixo da manta: Na verdade não. – Meddeiro não entende. No momento, Iracema consegue derrubar o canivete no chão e começa a correr- GORETEEEEE, VOLTA AQUI.

Iracema corre pelo saguão do aeroporto. Acácia vai atrás. Meddeiro fica sem entender nada. Narza chega e os dois vão embora.

Acácia, desesperada: GORETE, VOCÊ NÃO VAI FUGIR DE MIM!

Cena 09- Apartamento dos Segata/ Dia.

Irene, Rubem e Maísa chegam no corredor.

Maísa nota: Vó, a porta tá aberta!

Irene: Deve ter sido a Geórgia que está na casa da vizinha…- Eles entram- Geórgia? Cê tá aí?

Rubem vê ela caída: MEU DEUS, VEJAM!

Irene e Maísa veem a cena. Peri está caído no chão também.

Irene, horrorizada: É O PERI! Como isso aconteceu?- Ela vai até a empregada e tenta acordá-la- Geórgia! Geórgia!

Maísa: Que horror!

Geórgia abre os olhos lentamente: Ac…

Irene: Maísa pega água pra Geórgia- Ela ajuda a mulher a se levantar- Como isso aconteceu? Quem fez isso?

Geórgia, zonza: A Acácia…Ela veio aqui e…Pegou a Iracema.

Irene: O QUÊ?

Cena 10- Casebre de Sid/ Dia.

Sid está lendo jornal, sentado no sofá velho. Alguém bate na porta.

Sid, alegre: Deve ser a Vanusa. – Ele abre a porta. – Úrsula? – Ele se assusta- Como você descobriu meu endereço?

Úrsula: Não importa, e não precisa ter vergonha porque também estou pobre, como você, enfim…Será que a gente pode conversar?

Sid: Como você ainda tem coragem de aparecer aqui depois de tudo?

Úrsula entra: Eu estou tão arrependida, Sid. A Elisafran me tirou tudo. Eu estou acabada, como deve saber…

Sid aponta o dedo em sua cara: Está provando do próprio veneno, como quando tentou me roubar!

Úrsula: Eu não devia ter feito aquilo. Cai na minha própria armadilha, dei um tiro no meu próprio pé.

Sid: Só que agora eu estou em outra. Eu estou me reerguendo. Eu conheci uma mulher que vai me ajudar a recuperar minhas empresas. Você já pode se retirar.

Úrsula chora: Não faz isso comigo, Sid. Eu me arrependo tanto de ter tentado algo contra você. Vamos nos aliar, vamos ficar juntos para destruirmos aquela velha do submundo!

Sid, bravo: Sem drama! Como vou poder confiar em você, Úrsula?! Depois de tudo…

Úrsula: Eu não vou te decepcionar de novo, pense, Sid, eu não tenho nada. NADA. Não é hora de dar golpes, e sim de se reestruturar- Ela estende a mão- Aliados?!

Sid estende a mão, ainda receoso: Tudo bem… Aliados! Mas se tentar algo contra mim, eu te mato.

Úrsula sorri: Ótimo, eu vou ficar morando com você por uns tempos- Ela mostra a mala- Não se preocupe, é temporário. Agora me diga, como conseguiu esse casebre?

Os dois começam a conversar.

Cena 11- Cadeia/ Dia.

A presidiária Maísa começa a tossir muito. Rute se preocupa.

Rute: CARCEREIRA! A MAÍSA TÁ PASSANDO MUITO MAL.

Lilian se assusta: Alguém tem que vir rápido, ela já devia ter sido socorrida há muito tempo!

Ozilda: Aqui eles não se importam com a gente, Lilian, a gente somos apenas números presses bandidos.

Rute, desesperada: CARCEREIRAA!- Nas outras celas, as presidiárias tentam chamar alguém- CARCEREIRAAA!

Tatiângela e Ozilda sacolejam as barras da cela, bem como as outras, um grande barulho se inicia.

Maísa tosse cada vez mais, ela começa a ficar roxa.

Lilian se aproxima: Calma, calma, respira, respira!- Maísa porém não para de tossir.

Maísa, entre tosses: Lilian…LILIAN! MÃE! MÃE, EU TÔ INDO TE ENCONTRAR- Ela pega na mão de Lilian- ADEUS. ADEUS.

Lilian, desesperada: Não fala isso, você vai ser atendida! Você vai ser!

Maísa tem outro acesso de tosse. Lilian tenta acalma-la, ela soa friamente. As outras presidiárias insistem em chamar a carcereira, Maísa revira os olhos, Lilian segura em sua mão, ela começa a ter dificuldades de respirar e a médica tenta ajuda-la de alguma maneira. Maísa porém não resiste e acaba morrendo.

Lilian percebe que ela não está mais viva: MAÍSA…MAÍSAAAAA- A cadeia fica em silêncio.

Termina o capítulo 63.

Victor Morais

Escrevi as webs novelas Beira-Mar e Filho Amado que foram publicadas no portal. Atualmente escrevo " Ser Humano", que se passa nos anos 80 e trata da relação complicada entre mãe e filha. Drama, emoções, cotidiano, conflitos familiares...Esse é o meu estilo.

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3 thoughts on “Ser Humano- Capítulo 63( Últimos Capítulos).

  • Lilian fez mesmo amizades na cadeia, com a Maísa também. Coitada, assistir a morte de alguém assim, nessas situações…
    E os Segata estão determinados a tirar Lilian de lá. Mas a família passa por tantos problemas, a vida deles está mesmo movimentada. Agora por conta da Acácia, que decidiu retomar o passado com a filha.
    E essa suspeita da Yara também. Quem será o cúmplice dela? Ou eu deveria chamar de A cúmplice?

  • Pobre Maísa morreu (essa história da Maísa ser modelo e ter uma mãe com o nome de Lilian foi muita consciência rs.
    Deu a louca na Acácia a mulher sequestrou a Iracema e queria levar a moça a força para Itália credo!!!!  Ainda deixou a Geórgia e o Peri desacordados ainda bem que a Iracema conseguiu fugir.
    Já sábado sabemos que a Yara está metida na prisão de Lilian mas estou louco para saber quem é o cúmplice dela.
    Meddeiro chegou ao Brasil,  Elisafran que se cuide.
    Úrsula foi descoberta por seus podres e ecpulsa da casa de Leblônio agora esta aliada a Sid…  veremos o que sucede!!! 😀 

  • Quem é o cúmplice de Yara? Iracema vai se livrar de Acácia? O que acontecerá com Lilian? Úrsula terá seu patrimônio de volta?
    Não percam os dois últimos capítulos de Ser Humano, que vão ao ar nessa semana! A solução para todos os mistérios da web. E não esqueçam de comentar o capítulo 😀

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