Sangue Ruim

Sangue Ruim – Capitulo 5: Suicida

Continuação Imediata:

CENA 1/ SÃO PAULO/ MANSÃO HOLSTEIN/ SALA/ NOITE

Alice fica com as mãos tremulas devido ao reencontro e Laura dá um leve sorriso com a situação:

Alice (pasma): O que que você tá fazendo aqui?! Eu pensei que eu tivesse sido bem clara… – ela olha no fundo dos olhos do ex marido e deixa a raiva assumir o controle – EU NÃO TE QUERO AQUI! SAI DAQUI! SAAAAAI!

Alice avança pra cima de Luís e começa a lhe estapear com força, totalmente descontrolada, até Marcelo intervir na situação e a segurar:

Alice (furiosa): Tira esse homem daqui Marcelo! Tira ele daqui!

Luís (nervoso): Você vai ter que me engolir Alice! Essa casa é tão minha quanto sua! Não é porque você colocou esse seu gigolô na minha cama que eu vou ficar proibido de entrar aqui! Essa também é minha casa!

Marcelo: Você me chamou de gigolô?! Você vai ver quem é o gigolô, seu bandidinho de merda!

Marcelo avança em Luís e lhe dá um murro, que o faz cair no chão desmontado. Laura vai a socorro do pai e Marcelo para as agressões:

Laura: É melhor a gente ir embora daqui pai.. Eu vou te levar pra um hotel…

Ela o ajuda a levantar e ele se sente um pouco tonto, se apoiando na filha

Luís: Isso não vai ficar assim não Alice… Você ainda vai me ver muito!

Alice: SAAAAAI DAQUI!

Ela pega um vaso da ornamentação e o joga em direção à porta, o fazendo se espatifar em mil pedaços

CENA 2/ SÃO PAULO/ TÁXI/ NOITE

No banco de trás de um táxi, Laura acompanha seu pai até o hotel e cuida da ferida provocada por Marcelo:

Luís: O desgraçado tem a mão pesada…

Laura: Você não tinha nada que ter chamado o cara de gigolô também né? Queria o que? Nesse estado que você tá, querendo arrumar briga…

Luís: Laura, posso te perguntar uma coisa?

Laura: Claro…

Luís: O que você quer comigo? De verdade. Porque até uma semana atrás você mal aguentava escutar a minha voz, desligava todas as minhas ligações, ignorava as mensagens que eu mandava.

Laura: As pessoas mudam ué… Eu quero me reaproximar, recuperar o tempo perdido, esse tipo de coisa…

Luís: Nem todo mundo muda, e você é uma dessas pessoas que são o que são, filha… Seja sincera: o que você quer comigo?

Laura: Você quer que eu seja sincera? Ok, lá vai! O que eu queria eu já consegui. Mas vamos encarar assim: eu ganhei, e você também vai ganhar pai. Eu já te tirei de lá daquela cidade, te trouxe de volta pra casa, vou cobrir seu tratamento e quem sabe até lhe ajudar em uma reconciliação com a mamãe. Eu ganho, você ganha, simples assim.

Luís: A sua mãe não vai me querer de volta nunca, eu conheço a Alice. Ela tá bem com aquele lá, não vai largar tão cedo. Eu vi o ódio que ela sente de mim hoje, igualzinho no dia que a polícia invadiu nossa casa pra me prender…

Laura: Nunca diga nunca… É só você me deixar tomando conta da situação que eu ajeito tudo.

Laura segura na mão do pai e recosta a cabeça no ombro dele:

Laura: Sabe, até que eu tava com saudades de você… A vida aqui ficou muito tediosa depois que você foi embora.

Luís: Sério que você sentiu mesmo a minha falta?

Laura: Quando você foi preso, eu senti muita raiva, foi humilhante demais aquele circo que montaram em frente a nossa casa, os jornais ligando, a imprensa em cima… Mas agora tudo passou! É bom ter o meu pai de volta, mesmo que seja só por um pouquinho de tempo.

Luís: Um pouco não Laura, eu ainda vou ficar muito tempo aqui. Eu sou duro na queda, igualzinho a você…

CENA 3/ SÃO PAULO/ MANSÃO HOLSTEIN/ ESCRITÓRIO/ NOITE

Guilherme puxa Fábio para o escritório da mansão com pressa e deixa a porta entreaberta. Preocupado com a cena que acabará de presenciar, ele pede explicações do amante:

Guilherme: Fábio, o que foi isso agora? Me explica!

Fábio: Eu deveria saber que pelo tempo que ela ficou fora, a Laura devia estar aprontando alguma… É sempre assim… Mas isso foi baixo demais, até pra ela…

Guilherme: Aquele lá era o Luís né? Pai dela

Fábio: Esse mesmo, mas a história é complicada… Não vale nem a pena mexer com isso

Guilherme: E o que provocou aquela reação da Alice? Fábio, aquilo ali foi sério!

Fábio: Mas tudo o que ele fez com ela foi sério também… Essa Alice que você conhece, ela é outra mulher Guilherme. A Alice que eu conheci a vida toda foi aquela ali da sala, do surto nervoso, da bebida e da agressão. Era uma coisa de louco…

Fábio vai até a mesa do escritório e pega um porta-retratos de Alice com Laura ainda criança em seus braços

*FLASHBACK*

SÃO PAULO/ MANSÃO HOLSTEIN/ ENTRADA/ DIA

O carro da família Holstein para no portão em frente ao portão de entrada da casa e Catarina, que está no volante, vê uma confusão generalizada e uma ambulância dentro da mansão. Ela olha para Laura e Fábio, ainda crianças, e fica apreensiva:

Catarina: Meninos, fiquem aqui dentro! A tia vai ali e já volta, não saiam!

Catarina pega sua bolsa e sai desesperada de dentro do carro para a mansão e encontra Luís aflito:

Catarina (nervosa): Luís, o que é isso?!

Luís: Aconteceu de novo!

Catarina: O que foi que ela fez dessa vez?!

Luís: Tentou cortar os pulsos… Tava drogada, bêbada, sei lá! Eu cheguei em casa e encontrei ela desmaiada na banheira, sangrando! Eu não aguento mais isso Catarina! Não tenho condições!

Catarina: Cadê ela agora?!

Luís: Dentro da ambulância… Cadê minha filha?! Você pegou a Laura…

Catarina: Ela tá dentro do carro, tá com o Fabinho

Luís: Ótimo, leva os dois pra a sua casa, daqui eu vou pro hospital

Catarina: Ok, qualquer coisa é só me ligar

Catarina volta para o carro e fica surpresa ao abrir a porta e não encontrar mais as crianças

Enquanto isso no interior da mansão, Fábio e Laura sobem as escadas e procuram por Alice:

Laura (assustada): Mãe?! Mãe você tá ai?!

Fábio: Laura, a gente não pode ficar aqui!

Laura: Cala a boca Fabinho! Eu vou procurar minha mãe! Se quiser você desce, medroso!

Fábio segura na mão de Laura e os dois entram no quarto de Alice. Laura procura pela mãe em todos os lugares do quarto até abrir a porta do banheiro e encontrar a banheira e o piso sujos de sangue. Ela começa a chorar e se agarra no primo, até que Catarina aparece no quarto e puxa as duas crianças para fora

FIM DO FLASHBACK

CENA 4/ SÃO PAULO/ BAR DO HOTEL/ NOITE

Após deixar o pai instalado em uma suíte do hotel, Laura senta-se no bar e toma um Martini quando Rick chega e se senta ao seu lado:

Rick: O que você quer comigo? Sabe que eu não posso ficar saindo assim…

Laura: Relaxa ai bandidão! Pede uma bebida, comemora comigo!

Rick: Comemorar o que sua louca?

Laura: Trouxe meu pai de volta pra casa, ele tá aqui nesse hotel

Rick (surpreso): Seu pai?! O ladrão?!

Laura: Esse mesmo! O rei da propina!

Rick: E como foi?!

Laura: Como esperado! Todo mundo surtou, a Alice teve um troço praticamente!

Rick: E o que você ganha com isso?!

Laura: Espere e verás! Não posso contar meus segredos, mas eu garanto que a aposta tá no papo

Rick: Você é louca Laura! Eu não sei porque eu ainda te escuto!

Laura: Eu posso te mostrar um ótimo motivo! Vem comigo!

Laura deixa uma nota de cem reais no balcão e puxa Rick até o banheiro do bar do hotel. Ela tranca a porta e começa a tirar a roupa do seu amante enquanto o beija:

Rick (ofegante): Laura, para! Você tá louca de vez?!

Laura: Não viu nada ainda Rick!

Rick: Você não conhece limites garota!

Laura: E é isso que você gosta em mim! Confessa vai! – ela chega mais perto de Rick e vai até a sua orelha, falando baixinho nela – Confessa Rick…

Ele não aguenta e volta a beijá-la, enquanto as roupas vão caindo

CENA 5/ SÃO PAULO/ MANSÃO HOLSTEIN/ ESCRITÓRIO/ NOITE

Fábio continua contando histórias do passado para Guilherme e o deixa cada vez mais chocado:

Guilherme: Chega Fábio! Eu já ouvi o suficiente…

Fábio: Tem certeza?! Eu tenho muito mais coisa pra contar!

Guilherme: Como foi que você conseguiu se manter são nessa família?! Isso aqui é um hospício pelo que você tá me falando: suicídio, traição, corrupção! Que família é essa?!

Fábio: Eu perdi meus pais muito cedo, quase não lembro deles… Passei a maior parte da vida morando fora, em internato. Depois que eu recebi minha herança eu fico rodando pelo mundo, a coisa que eu mais detesto é ficar aqui.

Guilherme: E por que você voltou?!

Fábio: Era pra ser só uma visita rápida, mas digamos que um motivo especial me fez ficar mais uns dias…

Guilherme: Ah é?! E eu posso saber qual motivo especial é esse?!

Fábio: Acho que você já sabe bem… Mas eu não tenho problema em mostrar…

Fábio se aproxima de Guilherme e lhe dá um beijo de tirar o fôlego.

Os dois se deitam em um dos sofás do escritório, quando a porta é aberta de súbito e Lourdes entra, dando de cara com os dois se beijando. Os dois percebem a chegada da empregada e se separam:

Guilherme (nervoso): Lourdes?! Lourdes não é nada disso!

Lourdes: Não precisa explicar nada Seu Guilherme…

Ela sai do escritório e fecha a porta. Guilherme vai correndo atrás dela, mas percebe que será em vão e é impedido por Fábio

CENA 6/ SÃO PAULO/ APARTEMENTO DE CATARINA/ NOITE

Deitada em sua cama e assistindo um filme de comédia romântica, Catarina come um saco de salgadinhos e chora as mágoas de ter sido largada.

A campainha toca algumas vezes e ela se levanta da cama para abrir a porta:

Catarina: Aposto que foi o Fabinho que esqueceu a chave de novo! Vou dar uns cascudos nesse menino!

Ela abre a porta e dá de cara com Dante, vestido de terno e gravata e com um buquê de rosas na mão:

Dante: Eu recebi suas mensagens!

Catarina corre para agarrá-lo e o abraça forte:

Catarina: Desgraçado! Achei que você tinha me largado! Ai Dante, te odeio!

Dante: Tô vendo como você me odeia!

Catarina beija Dante com paixão e vontade, como se fosse o último beijo da sua vida.

Catarina: Te amo!

Dante fica olhando para ela sem reação e após uns segundos resolve responder:

Dante: Então prova

Catarina: Como assim prova?!

Dante: Prova que me ama!

Catarina: Como?!

Dante: Eu não aceito mais esse relacionamento escondido! Se você me quer, ou vai ser público, ou não vai ser!

Catarina fica olhando para Dante e sua alegria se esvai aos poucos:

Catarina (séria): Eu… Eu preciso pensar!

Dante: Ok, pode pensar… Quando souber a resposta me liga tá?

Dante deixa as flores em cima da mesa e vai embora, a deixando novamente sozinha

CENA 7/ SÃO PAULO/ MANSÃO HOLSTEIN/ QUARTO DE ALICE/ NOITE

Marcelo sobe para o seu quarto e dá de cara com a porta trancada, para sua surpresa. Ele bate na porta com força:

Marcelo: Amor?! Amor, você tá ai dentro?!

Ele bate com mais força na porta e mesmo assim nenhuma resposta.

Marcelo (nervoso): Alice abre essa porta! Alice! Abre a porta!

Diante do silêncio ele decide arrombar a porta. Marcelo força a porta do quarto diversas vezes até conseguir por fim arromba-la.

Ele adentra o quarto e encontra Alice desmaiada na cama. Ao seu lado um frasco de remédio vazio e uma garrafa de vodka pela metade.

Desesperado, ele corre até o telefone e liga para a emergência

CENA 8/ SÃO PAULO/ MANSÃO HOLSTEIN/ FRENTE/ NOITE

Laura chega em casa no seu carro, bêbada, e vê uma movimentação anormal em frente. Ela desce do carro e presencia Alice desacordada sendo transportada para dentro de uma ambulância em uma maca e acompanhada de Marcelo. Fábio chora observando a cena e ela não consegue esconder um leve sorriso em seu rosto

 

FIM DO CAPÍTULO

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