Vovó Macumba

Oitavo Capítulo – Vovó Macumba

Capítulo OITO

Web de: Igor Cesar Nascimento

 

(…) – Deixe que eu pegue, senhor Will – Valerie toma a frente, pegando o brinquedo de Alice caído no chão. Ele também havia se abaixado para pegá-lo, e levantam-se os dois harmonicamente, trocando olhares. Barbara estava trancada no banheiro, limpando-se. Quando os dois se levantaram, ficam um olhando profundamente para o outro, ao som de fundo da água da banheira. Foi inevitável a aproximação lenta de seus corpos, e assim, um beijo entre Val e Will acontecer.

  Após esse dia, se tornou frequentes os acasos de trocas de olhares, e até mesmo, outros beijos escondidos entre ambos. A questão é: Valerie deis que começou a trabalhar para o casal, nunca escondia uma leve atração pelo cônjuge (mesmo que esse fato seja apresentado apenas agora). Será que o seu estrupo, foi realmente contra a vontade? Será que ela induziu-o todo esse tempo para que isso acontecesse? (…)

 

Castidade e Val aguardavam quietas naquela sala fechada e concretada do presídio. Minutos depois escutam os ecos de passos pelos corredores, e a porta de ferro se abrindo:

-Paiii!!! Floriano!!! – as duas correm para abraçá-los, sentindo grandes saudades.

 

Zé fecha o bar, para nenhum cliente qualquer interferir naquele momento. Deis que Branca se recuperou e voltou do hospital, mandou ligar para todos os familiares e conhecidos das redondezas, na qual os mesmos se espremiam dentro daquele cubículo estabelecimento:

-Galera, silêncio silêncio, por favor! – tentou silenciar aquele murmurinho vindo das pessoas – Para a nossa musa dizer logo o que tem a dizer.

-Sem dramas, Zé. – Branca falou enquanto subia em cima do balcão, com extrema cautela para não cair.

-Ela está a uma semana inteira me escondendo o que ela tem. – zé estava impaciente – Vai! conta logo, mulher! É algo sério? Um câncer? Você vai morrer? Por isso que reuniu todo mundo aqui, né? Para se despedir … – Zé ia formulando suas

 

-Aqui é um lugar horrível, mãe … – comentava Floriano, abraçando-a. Eles buscavam colocar todo papo em dia. Contavam todos os assuntos e notícias que lembravam no momento, já que lá dentro não havia sequer um telejornal. Até que numa pausa de silêncio, Castidade lembrou Val do verdadeiro motivo de terem ido para essa visita:

-A Val tem uma coisa para contar para vocês, não tem Val? – perguntou indiretamente, fazendo-a olhar ao chão, constrangida. Sempre temeu dizer essas palavras para sua família, principalmente ao seu pai, um homem que foi sempre tão rigoroso e correto, e que sempre exigiu a ela que tomasse esse tipo de precaução:

-A Val? Tem o que para nos dizer? – Floriano se interessa.

-Conte logo, menina! Não nos deixe na angustia. – seu pai a pressiona.

 

-Primeiramente olá, familiares e amigos – começou Branca – Desculpem pela urgência de ter chamado vocês aqui, mas é que eu tenho uma notícia super importante para contar. É que …

 

Junção das telas:

Val e Branca (juntas) – Eu estou grávida!

No bar, todos gritam em comemoração, indo abraça-la:

-Parabéns, meu amor! – Zé vai ao seu encontro, beijando-a energizante.

 

-Mas como assim?! – Francisco bate na mesa, enfurecido. Valerie se encolhe amedrontada – Eu não criei filha minha dezessete anos da minha vida para ser mal falada pela vizinhança e trazer tanta desgraça para o nome da minha família dessa maneira! para que filha minha saísse se desfrutando de tudo o que o mundo oferece dessa forma desgraçada.

-Mas, pai … – Valerie tenta explicar, mas ele a interrompe:

-O que é que vão falar de mim quando eu sair daqui além de ser um ex-presidiário? Um pai irresponsável? Que não soube educá-la corretamente? Que será avô cedo?

-Pai, eu ….

-Você não pensou nisso na hora de fazer essas coisas, não foi?!

-PAI, EU FUI ESTRUPADA! – grita impaciente, calando-o. – E para a sua felicidade, eu não vou ter esse bebê! Eu irei abortá-lo. – todos passam a olha-la com destreza.

 

-1° Intervalo Comercial-

 

-Nem pense nisso! – Castidade se manifesta, levantando-se para se aproximar da filha. – Não se lembra dos mandamentos? Se você abortar essa criança, será a mesma coisa do que estar tirando a vida de alguém!

-Mas, mãe, não foi a minha vontade ter essa criança…

-Não quero saber! – Francisco cala-a – Se você ficou grávida por vontade ou contra vontade, está na hora de deixar de ser essa criança irresponsável, já que sempre quis “crescer”, e arcar com as consequências que lhe aparecem. Na vida, não é tudo que podemos escolher se queremos ou não.

-Senhores, o horário de visitas acabou! – interfere uma das carcereiras, retendo os presos novamente.

 

Kauan terminava de encaixotar os móveis juntamente com os funcionários que participavam da mudança, a maioria dos cômodos já estavam praticamente desertos:

-Maninha, vamos estar esperando você lá embaixo – comunicou, enquanto levava mais uma das caixas para o caminhão. Barbara olhava pelos últimos momentos para o apartamento que passou os últimos anos de sua vida com o marido, ou melhor, ex marido. Confessa, viveu momentos bons, mas também, momentos ruins ali dentro, como ao enfrentar e conviver com os surtos de Will. Fazer o quê, nada na vida é perfeito. E como todo o ciclo, uma hora chega o seu fim. Mas também como todo os ciclos, ele se reinicia.

Barbara fecha a porta com apreensão. Coloca os seus óculos escuros, e desce os degraus. Bate a porta do caminhão assim que entrou:

-Partiu vida nova! – grita Kauan, enquanto o veículo tomava o asfalto.

 

A noite chegou, e no quarto escuro daquela casa estava Val, chorando. Realmente, esse ano não foi fácil. Muitas tribulações teve que enfrentar. A pior de todas,foi essa gravidez indesejada. Valerie no fundo não era uma pessoa de ruim coração, mas queria que o seu primeiro filho fosse no mínimo planejado, não como uma surpresa dessas.

Mas pensando bem, teve seus lados bons. E grande parte desse lado, foi o seu namoro com Miguel. MIGUEL! Val percebeu que durante todo esse tempo, não perguntou absolutamente nada sobre a sua recuperação. “Que péssima namorada eu sou!” repreende a si própria. “Que péssima EX namorada!” corrige sua consciência.

Sem pensar duas vezes, pegou a sua bolsa e saiu correndo em disparada pelos corredores da casa:

-Aonde você vai, menina?! – deixou sua mãe no vácuo, enquanto gritava pelo primeiro táxi que aparecesse:

-Por favor, me leve ao hospital municipal! – pediu Val.

 

 

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DO OUTRO LADO DO MUNDO

  A garçonete deixa sobre a mesa três copos com drinque, ligeiramente pega o seu, dando o primeiro gole:

-Bom, vamos direto ao interesse de ambos. Pode ser? – Will toma a iniciativa dos negócios – Eu estou com o que me pediram. Vocês também estão?

  O jovem casal a sua frente levanta sobre a mesa uma mala escura, Will abre-a, enchendo os seus olhos com a imagem de bolos de dólares preenchendo-a:

-Business done? – pergunta o rapaz americano.

-Yes! – brinca Will com o estrangeiro – Negócio fechado! – aperta as suas mãos, pegando para si a mala. – Ela agora é toda de vocês. – e se vira para partir, sem nem ao menos olhar para trás.

  O casal toma a frente, pegando a bebê que estava com Will. Alice chorava enquanto seus novos pais a levava embora.

  Barbara se jogou no sofá da sala, após passar a tarde inteira guardando suas malas de volta ao seu antigo quarto:

-Quer comer alguma coisa? – pergunta Sílvia, saindo da cozinha – Eu preparo um lanche rapidamente para você, quer? – a cozinheira da casa havia sido demitido deis que os orçamentos da casa não conseguiram mais manter os salários de todos os empregados da mansão (devido ao roubo de Will).

-Não precisa, mãe. Pode deixar que assim que eu estiver descansada, dou um pulinho até a cozinha para beliscar algo.

  Kauan desceu as escadas, parando em frente ao espelho da sala, dando os “retoques finais” no visual:

-Tá estiloso, esse rapaz! – brinca Barbara – Posso saber aonde vai tão arrumado assim?

-Andei saindo com uma garota esses últimos tempos. Somente hoje que tomei coragem em convidá-la para sair, e ela aceitou! – comenta, empolgado.

  A campainha da casa toca:

-Deve ser ela.

-Eu também achou. – diz Kauan, enquanto corria até a porta.

  Todos ficam na expectativa para descobrir quem era a nova namoradinha dele. Ele abriu, abrindo também um longo sorriso. Pega nas mãos dela, levando-a até o centro da sala, e orgulhoso anuncia:

-Mãe, maninha, essa linda garota ao meu lado é .. a minha namorada!

  Envergonhada, ela se apresenta:

-Olá. Prazer em conhecê-las – disse Clara, entrelaçando os seus dedos aos de Kauan.

  O hospital estava superlotado aquela noite. Havia pessoas em todos os cantos, seja de pé, sentadas, deitas em macas ou no chão, também enfermeiras e médicos perambulando de um lado para o outro. Pelo visto, ninguém estava com paciência para aguentar o seu interrogatório em busca do namorado (ex) “desaparecido”.

  Valerie então se aventura pelo edifício, começando a abrir porta por porta, na tentativa de encontrá-lo deitado em um daqueles quartos. Ficou assim durante um tempo. Até, antes de abrir uma das portas, ser surpreendida por médicos correndo ao deixarem uma das alas arrastando rapidamente uma maca com o corpo falecido de um dos pacientes. Seu coração dispara de nervosismo quando a porta se fechou, e na ficha que antecede nela comunicava o nome do paciente da ala: Miguel Henrique dos Anjos.

-CONTINUA-

4 thoughts on “Oitavo Capítulo – Vovó Macumba

  • Gente, então quer dizer que o caso de Valerie e Will é das antigas?? Por essa eu não esperava, fiquei chocado quando soube!! Até porque eu a enxergava como uma vítima, mas agora… Será que ela não o instigou a fazer isso?
    Barbara dando uma repaginada na vida, mas mesmo assim continua bastante abalada pelo que acontecera com sua filha.
    Kauan tá namorando a amiga de Valerie???
    Então quer dizer que o Miguel partiu desta para melhor? Nãoooooo creeeeio 🙁

    • Eh, será que a Val é algo bem mais além do que foi mostrado? Nem eu que escrevo a personagem confio tanto nela rs
      Barbara, tem que seguir em frente neh.
      Kauan deu uns chavecos e agora tá com a amiga da Val pelo visto,
      E Miguel, será que ele morreu?
      Continue lendo!!

  • Valerie é uma descarada! Já vinha tendo um trelele com o Will. Vaca!
    Pena Miguel ter morrido! Não deveria ter acontecido.
    Barbara, mocinha moral dessa fase.
    O Will deveria ganhar o Melhores do Ano na categoria Vilão. Vender a filha eh dose!
    A trama continua ótima.

  • Galera, está aí mais um capítulo da web.
    Eu falei que hoje seria o dia do combo não era? Então, surgiu um imprevisto, vou ter que ir pagar umas contas, e não sei se voltarei a tempo para escrever tudo (já que estou sem acesso a internet na minha casa :/) Mas vamos fazer assim: Eu continuo publicando normalmente conforme der. Mas vou escrevê-la até o final, combinado?
    Então continuem comentando o que estão achando para a minha fonte de inspiração se abastecer! se der tempo, o próximo capítulo será publicado ainda hoje

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