O Anjo abre suas Asas

O Anjo Abre Suas Asas – Capítulo 09 (Penúltimo Capítulo)

Capítulo 09 (Penúltimo Capítulo)

Cena 01 – Acampamento dos caçadores.
Eduardo, João e José continuam a carregar todas as gaiolas com pássaros, macacos e outros animais dentro e coloca-las nas caminhonetes. Então eles terminam.
José: Chefe, terminamos de colocar as gaiolas nas caçambas.
Eduardo: Ótimo, vamos embora dessa floresta.
De repente, Felipe aparece de detrás de um arbusto.
Felipe, acenando: Oi rapazes!
Eduardo: O quê?
Felipe: Gente, vocês sabem me dizer se é por aqui que passa o ônibus que vai pra cidade?
João: Esse daí é o filho do fazendeiro?
José: Não, não, o filho do Paulo tem uma montanha nas costas.
Eduardo, irritado: Não importa de quem ele é filho, seus idiotas, peguem-no.
Os três começam a correr na direção de Felipe.
Felipe, começando a correr: Ops, bater em retirada!
Felipe foge para dentro da floresta e os três bandidos o seguem. Ali perto, atrás de outro arbusto, Gabriel e Maria veem tudo.
Maria: Ótimo trabalho Felipe!
Gabriel: Vamos Malu, nós não temos muito tempo!
Os dois correm para o acampamento. Gabriel sobe em uma das caminhonetes e Maria sobe na outra. Gabriel se aproxima de uma gaiola em que está um pássaro tentando sair.
Gabriel: Preso, sem poder voar. Sei pelo que estão passando, mas não se preocupem, isso vai acabar.
Gabriel só faz abrir a portinha da gaiola. O pássaro voa bem rápido para sua liberdade.

Felipe continua a correr o mais rápido que pode para fugir dos três bandidos. Ele está alguns metros na frente. Felipe então se esconde atrás de uma árvore.
José: O garoto foi por ali.
Os três correm, mas de repente Felipe puxa uma corda que está amarrada em outra árvore e dá um tremendo tombo nos bandidos.
Felipe, irônico: Puxa, parece que vocês levaram uma rasteira.
Eduardo, furioso: Peguem esse garoto!
Enquanto os três se levantam, Felipe volta a fugir.

Gabriel mais um pássaro.
Gabriel: Malu, eu já tô quase terminando de soltar os animais dessa caminhonete, e você, como está se saindo?
Maria: Também estou quase.
Gabriel: Você acha que o Felipe consegue escapar dos traficantes?
Maria: Ah, eu tenho certeza, se você visse como ele corre na hora de tomar banho ou levar uma injeção…

Não muito longe, Felipe continua a correr, mas já está se cansando. Os três homens não estão muito atrás.
Eduardo, ao longe: Peguem-no.
João, ao longe: Estamos quase alcançando ele.
Felipe corre e em sua frente ele se depara com outra árvore, mas esta está com o chão na frente dela coberto de folhas e tem uma corda em seu tronco, é uma armadilha para pegar animais.
Felipe: Oba, justamente o que eu estava precisando!
Felipe pula e se segura no galho da árvore, ele se balança e consegue passar por ela sem pisar na corda no chão que aciona a armadilha. Os três homens chegam correndo.
João: Olha o garoto!
José: Agora o pegamos.
Antes que possam chegar mais perto de Felipe, um dos três pisa na corda e aciona a armadilha, a rede sai de debaixo das folhas que a escondiam e levanta alto, prendendo os três homens.
José: Mas o quê?
Eduardo, furioso: Seus idiotas, por que não disseram que tinha uma armadilha aqui?
Felipe: Agora vocês sabem como os animais se sentem.

Maria solta um macaco e o ajuda a subir na árvore.
Maria, ajudando o macaquinho: Isso amiguinho, vai, curta a sua liberdade.
Gabriel: Malu, os pássaros já se foram todas e as gaiolas estão vazias, conseguimos!
Maria: Ótimo, agora eu acho melhor irmos atrás do Felipe.
Felipe chega saindo de trás de um arbusto: Não precisa gente, eu já tô aqui e estou muito bem.
Gabriel: Nós conseguimos soltar todos os animais. E os bandidos?
Felipe, irônico: Bem, pode-se dizer que eles estão presos numa situação complicada pra bicho!
Maria: Bem, acho que agora é hora de retomarmos nosso caminho, em casa falamos com nossos pais e eles chamam a polícia pra pegarem os traficantes.
Gabriel, desanimado: É, voltar pra casa…
Felipe: Gabriel, tem certeza mesmo que quer voltar com a gente?
Gabriel: Quer saber? Eu acabo de me lembrar de algo que ainda temos que fazer antes de voltar pra casa.

Cena 02 – Penhasco.
Os três garotos estão parados diante do penhasco.
Felipe: Gabriel, por que nos trouxe até aqui?
Gabriel: Bem, eu estive pensando que depois de hoje eu nunca mais vou poder voar de novo, então…
Maria: Você quer ter a sensação de voar por uma última vez, né?
Gabriel: Mais do que isso, eu queria que vocês fossem comigo.
Felipe: Do que você está falando?
Gabriel: Ultimamente vocês tem me ajudado muito e eu queria retribuir, se for pra eu ter essa experiência de último voo, eu queria que fosse com vocês.
Felipe, animado: Ótimo, vamos, eu sempre quis voar.
Maria: Alô, Terra chamando, eu não quero acabar com a sua alegria, mas Gabriel, como você vai voar carregando nós dois?
Gabriel: Me deem as mãos.
Gabriel tira a camisa. Os três dão as mãos. Gabriel fecha os olhos e fica como em estado de transe. Maria e Felipe não entendem nada.
Felipe: Gabriel, o que que você?
Maria: Shh, não interrompe, não vê que ele tá concentrado.
Gabriel fica quase que dois minutos em seu estado de transe, ele abre os olhos que agora estão de outra cor, com um brilho azul. Gabriel então se joga do penhasco com seus dois amigos junto. Por um instante, Felipe e Maria entram em pânico, como se Gabriel estivesse tentando se matar e matar os dois amigos ao mesmo tempo. Mas em um piscar de olhos, os três estão voando, sobre a superfície do mar.
Felipe, animado: Como que tu faz isso?
Gabriel: Não sei não.
Felipe: Por favor, não para então.
E assim, os três continuam a voar juntos. Gabriel sobe até a altura das nuvens e eles veem toda a região de cima.

Cena 03 – Mais tarde. Casa dos Oliveira.
Laura e Antônio estão terminando de se arrumar, os dois vão para a cidade até a delegacia para dar queixa a polícia sobre o desaparecimento dos filhos.
Antônio: Eu já estou pronto, e você querida?
Laura: Eu também. Antônio, será que eles encontrarão nossos filhos?
Antônio: Vão encontrar, eu sei disso.
Antes que eles possam sair, Felipe e Maria entram pela porta da sala.
Felipe e Maria, juntos: Mãe, pai!
Laura e Antônio se emocionam ao ver os filhos.
Laura corre para abraçar os filhos: Ah meus filhos, graças a Deus, que bom ver vocês, vocês dois estão bem?
Antônio: Onde vocês estavam?
Laura: Eu estava tão preocupada. O que houve?
Antônio: Por que vocês sumiram?
Felipe: Calma, calma, uma pergunta de cada vez.
Maria: A gente vai explicar tudo, é uma longa história.
Só então que Gabriel entra pela porta. O garoto está sem camisa, então suas asas estão expostas.
Antônio: Gabriel?
Antônio e Laura ficam de queixo caído quando veem o menino.
Antônio: Mas o que é isso?
Laura: Que coisas são essas nas costas dele?
Antônio: Como ele veio parar aqui? Alguém pode me explicar…
Felipe: Calma! Calma, a gente vai explicar.

Cena 04 – Mais tarde.
Gabriel, Felipe e Maria já tomaram banho, descansaram e agora estão almoçando. Os três acabaram de contar a Laura e Antônio toda a história sobre a fuga e as asas de Gabriel.
Laura, surpresa: Meu Deus, que história fantástica!
Felipe: É, a maior doideira, né?!
Antônio: Então era por isso que o seu Paulo não queria que a história do desaparecimento do Gabriel se espalhasse?!
Gabriel: É, ele guarda esse segredo das minhas asas às sete chaves.
Maria: Olha, a culpa não foi do Gabriel, nem do Felipe, foi tudo culpa minha, eu que decidi fugir.
Laura: Depois nós falamos sobre isso Maria, o importante é que vocês estão todos bem.
Felipe: Gabriel, o que você vai fazer agora?
Gabriel: O que você acha? Eu vou ter que encarar o meu pai.
Antônio: O seu pai está muito preocupado com você Gabriel.
Gabriel se levanta: Eu imagino o quanto. Bem, obrigado por tudo, mas eu acho que agora é melhor eu ir.
Maria: Já vai?
Gabriel: Já. Agora eu acho que além de não poder mais voar, eu acho que nunca mais eu vou poder ver vocês, meu pai vai me trancar no meu quarto e jogar a chave fora.
Antônio: Calma aí Gabriel, eu vou te ajudar.
Gabriel: Como assim?
Antônio: Eu vou levar você até a fazenda e vou falar com o seu pai.
Gabriel: Verdade?
Felipe: A gente pode ir junto?
Antônio: Tá bem, mas não compliquem a situação.

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