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MEU RIO – Capítulo 6

Aviso
Este capítulo contém descrição de estupro. Meu Rio é uma web de ficção que fala sobre problemas reais e sérios como estupro, depressão, bullying, suicídio etc. Por colocar esses assuntos em debate, esperamos que nossa web ajude a audiência a iniciar uma conversa. Mas se você está lidando com algum tipo de problema, essa web talvez não seja para você ou talvez queira ler com uma pessoa de confiança. Caso você tenha sofrido assédio sexual ou estupro peça ajuda através do número 180 e procure uma delegacia especial da mulher, porque no minuto que começar a falar, as coisas ficarão mais fáceis

[Inicio dos anos 90– Cidade de Mororó – Maranhão – Igreja – Noite]

CORONEL – Onde está o meu filho?
EVA – (correndo na direção do coronel) Carinho o que se passa?
CORONEL – Onde está ele?
TEODORO – O que o senhor quer agora?
CORONEL – O que foi que eu te disse sobre reza?
TEODORO – Quantas vez eu tenho que lhe dizer que eu não ligo para o que o senhor disse?
CORONEL – (descendo do cavalo) deixe de seu atrevimento e me respeite.
TEODORO – Eu já lhe disse que não sou o seu fantoche, agora volte la pra aquela sua fazenda e nos deixe em paz, não ver que está atrapalhando o festejo?
CORONEL – Não estou nem ai (se aproxima de Teodoro) Você vem comigo?
TEODORO – Eu não vou, ficarei aqui com minha mãe.
CORONEL – Eva , já pra casa, isso não é hora de mulher minha ta em rua, já pra casa.
TEODORO – Não fale assim com ela, ninguém aqui tem medo do senhor, ainda não percebeu que ninguém mais liga para o que o senhor fala, que não passas de um fraco com um bando de terra?

Coronel dá um soco em Teodoro que cai.

CORONEL – Me respeite seu moleque (dá um tiro em direção a Teodoro)
BEATRIZ – (grita) Teodoro! (Empurra o coronel)
CORONEL – Sua fedelha o que pensa que estás fazendo?
BEATRIZ – Evitando que o senhor faça uma besteira.
TEODORO – Ainda é ruim de mira.

Dentro da Igreja

SUSANA – Vamos padre, se não o coronel vai matar o filho.
PADRE JOÃO – Agora mais essa, onde vamos parar?

Chegam ao pátio

PADRE JOÃO – O que é isso? Onde já se viu um pai atirar em um filho? Coronel perdeu as estribeiras foi?
CORONEL – Padre com todo o respeito isso aqui é assunto de família, então não se meta.
PADRE JOÃO – Meu filho, vocês também são minha família e como um bom pastor devo cuidar de minhas ovelhas. Ele é uma dádiva que Deus te deu, é o seu filho, você deve amá-lo e cuidar dele, agora peça desculpas a ele por causa do seu comportamento.
CORONEL – O que?
PADRE JOÃO – Isso mesmo, peça desculpa agora.
CORONEL – Ah mas não vou mesmo, onde já se viu?
PADRE JOÃO – Vumbora, sua brabeza é para você e o perdão é libertador, você vai se sentir melhor.
CORONEL –(entre os dentes) Ta certo, desculpe.
TEODORO – (sorrindo) Ta vendo nem o padre te obedece mais.
PADRE JOÃO – Pare você também, agora é sua vez, peça desculpa ao seu pai.
TEODORO – Tudo bem, eu não tenho coração de pedra, desculpe.
PADRE JOÃO –Agora se deem um abraço e vão pra casa em paz.

Os dois se abraçam, Teodoro acompanha Beatriz, Joana, Sebastiana e Eva de volta a fazenda, Susana e Maria Helena continuam na Igreja.

Josaniel se aproxima de Susana e a puxa para longe de Maria Helena que assistia a apresentação da dança do coco.

JOSANIEL – E então conversou com Beatriz?
SUSANA – Sim, mas ela me contou que o senhor bateu na Joana, é verdade?
JOSANIEL – Ela estava mentindo pra mim, sobre o bebê, colocou até uma barriga falsa, eu tava com medo de perdê-las pra aquela velhota, ela não guarda o rancor de eu ter tirado Joana da fazenda.
SUSANA – Eu pedi para ela ir conversar com o senhor, espero que ela me ouça.
JOSANIEL – Eu também, só quero ter minha família de volta. Obrigado por está me ajudando.
SUSANA – Só me promete que nunca mais vai bater em nenhuma mulher, agora eu preciso ir, boa noite.
JOSANIEL – Tudo bem, Boa noite.

Susana volta pra perto de sua mãe.

***

 [Cidade de Mororó – Maranhão – Fazenda dos Araribe – Noite]

CORONEL – (entrando no casarão) Vergonha, isso que ele me fez Eva, Vergonha!
TEODORO – Eu não pedi para você ir lá coronel, estava tudo maravilho antes do senhor chegar.
BEATRIZ – Não comecem de novo, por favor! Não escutaram o que Padre João disse?
EVA – Ela tem razão vamos todos se deitar que já está tarde e amanhã temos longo dia.

Eva e Araribe sobem para o quarto.

CORONEL – Aquela fedelha que veio com aquela quenga vai me pagar.
EVA – Dou graças a Deus que ela chegou a tempo, você iria matar o nosso filho, estas ficando louco?
CORONEL – Estava com raiva, ainda estou, preciso colocar meu plano logo em prática, me livrar desse projeto de concubina.
EVA – Mas o que você vai fazer?

Sebastiana escuta detrás da porta.

CORONEL – Algo que nos vai trazer mais aliados, é supernormal e acontece a todo momento.
EVA – Me diz logo que plano é esse, tenho medo de quando faz algo de cabeça quente.
CORONEL – Vou até a assembleia legislativa na capital e trocarei essa Beatriz, por aliados políticos, do jeito que essa diaba é bonita vai ser fácil.
EVA – Você não pode fazer isso.
CORONEL – Ninguém vai me impedir.

Sebastiana saí.

CORONEL –Vai ser melhor pra ela, pelo menos vai ter um futuro garantido.
EVA – Sabe que praticamente todos esses deputados estaduais são casado, ela seria tratada como uma amante, uma prostituta.
CORONEL –Mas ela iria ganhar muito dinheiro, é o preço que deve se pagar pela boa vida.

***

 [Cidade de Mororó – Maranhão – Fazenda dos Araribe – Manhã]

MARIA HELENA – Oh de casa! (bate palma), Oh de casa!
DINÁ – (abrindo a porta) pois não?
MARIA HELENA – Vim falar com a Dona Eva e Joana.
DINÁ – Qual a sua graça?
MARIA HELENA – Maria Helena, a mulher com quem ela falou ontem à noite sobre o emprego.
DINÁ – Entre, sente enquanto vou chamá-las.

Minutos depois.

JOANA – (descendo a escada) Estava esperando você.
MARIA HELENA – Obrigado por ter conseguido essa oportunidade, a você e sua mãe.
JOANA – Não iria deixar você passar fome (senta no sofá) não tem cabimento, nossos maridos eram muito amigos e nossa filhas também, são quase da família.
MARIA HELENA – Mesmo assim fico agradecida.

Eva entra na sala.

EVA – Pois bem, como pode ver serviço é que não falta nessa casa, como é seu nome mesmo?
MARIA HELENA – Maria Helena, não tenho medo de trabalho não, a senhora pode ficar despreocupada.
EVA – Como tem várias coisas para fazer você pode vir dormir aqui durante a semana e nos fim de semana pode dormir em casa;
MARIA HELENA – Não sei se a senhora sabe, mas eu tenho uma filha, ela pode vir dormir comigo aqui também, prometo que ela não vai atrapalhar em nada, só tenho medo de deixá-la sozinha em casa.
EVA – Desde que ela não me traga nenhum problema, não vejo motivos para não deixar, porém, ela terá que dormir no mesmo quarto que você e nada de tá zanzando pela casa, especialmente quando estivermos recebendo convidados. A senhora deve saber que meu marido é muito importante e recebe gente importante, então não fica nada bom uma menina ficar andando por aí.
MARIA HELENA – Pois a senhora pode ficar despreocupada que isso não vai acontecer, Susana sabe o seu lugar.
EVA –Assim espero, você pode trazer algumas coisas de uso pessoas hoje e amanhã você pode começar, Diná irá lhe instruir. (Gritando) Diná, venha cá.
DINÁ – Pois não?
EVA – Essa é Maria (faz um sinal para Maria Helena completar)
MARIA HELENA – Maria Helena.
EVA – Isso, ela vai trabalhar aqui a partir de amanhã, então ensine como deve ser a limpeza, a comida e as demais coisas, prepare um quarto de empregados pra ela e para filha, creio que vai precisar colocar mais uma cama nesse quarto, peça ajuda a algum dos homens que trabalham na colheita de café e mostre a ela onde é sua hospedagem… (Voltando-se para Maria Helena) pagamos 2.640 cruzeiros por mês.
MARIA HELENA – Está de ótimo tamanho.
EVA – É claro que está, agora se me deem licença preciso resolver outro problemas.
SEBASTIANA – (Entrando na casa) Bom dia!
JOANA – A senhora saiu cedo hoje, levantou da cama com o cantar do galo?
SEBASTIANA – Tive que resolver umas coisas referentes aquele assunto nosso.
JOANA – Assim, mas está tudo bem?
SEBASTIANA – Está sim fique tranquila.
MARIA HELENA – Bom, se me dão licença, preciso ir em casa arrumar algumas coisas
SEBASTIANA – Conseguiu o emprego?
MARIA HELENA – Sim, muito obrigada pela ajuda que me deu ontem, serei eternamente grata.
SEBASTIANA – Disponha, agora vou comer alguma coisa, que ainda não tomei café, você não quer se juntar a nós no café?
MARIA HELENA – Se não for muito incomodo.
SEBASTIANA – De modo algum, Joana vá chamar a Beatriz para se juntar a nós.

***

 [Cidade de Mororó – Maranhão – Casa de Susana – Manhã]

JOSANEIL – Oh de casa!
SUSANA – (abrindo a porta) Bom dia, o que o senhor deseja?
JOSANIEL – Sua mãe está?
SUSANA – Não, ela teve que dar uma saída.
JOSANIEL – E vai demorar?
SUSANA – Eu não sei, mas se quiser esperá-la um pouco pode entrar
JOSANIEL – Agradeço.
SUSANA – E então o que o senhor deseja.
JOSANIEL – Nada demais, apenas vim fazer uma visita, já que não tem mais ninguém lá em casa eu fico muito sozinho.
SUSANA – Desculpe minha falta de educação, o senhor aceita um pouco de café.
JOSANIEL – Ah, claro que sim.

Susana vai até a cozinha preparar o café.

JOSANIEL – E você, tem alguma notícias de Beatriz?
SUSANA – Só o que o senhor já sabe, mainha foi lá na fazenda ver se consegue algum emprego, você sabe desde que painho morreu ela tem que tomar de conta da casa, do dinheiro.
JOSANIEL – E você não se sente sozinha?
SUSANA – Um pouco, meu pai era muito meu amigo, a Beatriz é como se fosse uma irmã pra mim, mas com tudo isso que tá acontecendo estamos um pouco afastadas.
JOSANIEL – (indo até a cozinha e colocando as mão nos ombros de Beatriz que estava de costas) espero que tudo volte ao normal.
SUSANA – (Desvencilhando-se e voltando para junto à mesa) Eu também, sente-se que vou colocar o café para o senhor.
JOSANIEL – Está com um cheiro bom, pelo visto herdou os dotes culinários de sua mãe.
SUSANA – Quem me dera, mainha é cozinheira de mão cheia.
JOSANIEL – E você não vai se sentar para me fazer companhia?
SUSANA – Claro, desculpe pelos os meus modos.

Susana senta e Josaniel fica acariciando as penas dela com seus pés.

SUSANA – (nervosa) E como ta a cooperativa?
JOSANIEL – Estamos tentando nos acostumar com a ausência de seu pai.
SUSANA – Imagino, sinto muita falta dele.

Josaniel levanta e chega mais próximo de Susana.

JOSANIEL – Será que sua mãe vai demorar?
SUSANA – (mais nervosa) Acho que ela já deve tá chegando
JOSANIEL – Você está se tornando uma moça muito bonita
SUSANA – Obrigada!

Josaniel começa a massagear os ombros de Susana.

JOSANIEL – E você já namorou?
SUSANA – Não senhor.
JOSANIEL – Mas uma menina tão linda assim deve ter vários pretendentes
SUSANA – Desculpe, mas você está me deixando envergonhada com esse assunto.
JOSANIEL – Eu trouxe um presente para você
SUSANA – Presente? Mas não vir o senhor com pacote nenhum
JOSANIEL – Porque está no bolso, mas você vai ter que fechar os olhos.

Susana fecha os olhos e Josaniel se aproxima dela desfivelando o cinto e desabotoando as calças

***

[Cidade de Mororó – Maranhão – Fazenda dos Araribe – Sala -Manhã]

EVA – A que devemos a sua visita padre?
PADRE JOÃO – Eu vim ver como ficou as coisas, depois do acontecido de ontem.
EVA – Tudo bem, na medida do possível, sente-se padre, eu já até acostumei com esse arranca rabo deles dois.
PADRE JOÃO – Mas isso não pode acontecer, são pai e filho.
EVA – São como cão e gato, acho que só Deus mesmo para resolver essas brigas padre. O Senhor aceita um café?
PADRE JOÃO – Se não for muito incomodo.
EVA – Claro que não, vou pedir para Diná preparar (sai).

Teodoro desce a escada

TEODORO – Sua benção padre.
PADRE JOÃO – Ah! Deus te abençoe meu filho, estava falando com sua mãe sobre você e seu pai, sobre essas brigas que vocês têm tendo.
TEODORO – Padre, sinceramente acho que isso nunca vai acabar, ele quer que eu seja igual a ele, uma coisa que nunca vou ser.
PADRE JOÃO – É normal que os pais queiram que os filhos sigam os seus passos, como também é normal que os filhos queiram fazer a sua própria vida, só peço que tenha paciência. A paciência é um dom do Espírito Santo.
TEODORO – Haja paciência com o coronel.
EVA – (entrando na sala com uma bandeja) pronto aqui está o café fresquinho.
PADRE JOÃO – O cheiro está ótimo.
EVA – Meu filho nos acompanha?
TEODORO – Obrigado mãe, mas vou dar uma volta pelo cafezal.
EVA – Faz bem.
TEODORO – Sua benção!
EVA – Deus te proteja meu filho.

[Cidade de Mororó – Maranhão – Casa de Susana – Manhã]

SUSANA – Posso abrir os olhos?
JOSANIEL – (mexendo em seu órgão sexual masculino) Espero só mais um pouco.

Escuta-se mexer na porta de entrada e Josaniel se veste rapidamente

MARIA HELENA – Filha! Onde você está?
SUSANA ­– (Saí correndo e abraça a mãe) Mainha que bom que você chegou.
MARIA HELENA – Tenho uma coisa pra ti contar.
JOSANIEL – (Saindo da cozinha) Bom dia.
MARIA HELENA – Bom dia, o que o senhor faz aqui sozinha com minha filha, não pega nada bem ela ficar sozinha com um homem dentro de casa, mesmo sendo o senhor, ainda mais na cozinha.
JOSANIEL – Eu entendo, peço desculpas a senhora, só vim ver se vocês estavam precisando de algo, estava aqui na sala e sua filha muito educada me ofereceu um café e foi preparar, só que ela se assustou com um bicho na cozinha e fui ver o que tinha acontecido.
MARIA HELENA – Mas peço que venha nos ver quando eu estiver em casa, melhor que seja assim.
SUSANA – E o presente que iria me dar?
MARIA HELENA – Presente?
SUSANA –Sim, antes de a senhora chegar ele iria me dar um presente.
JOSANIEL – Claro, como essa sua perda, achei você tão tristinha, mas acabei esquecendo em casa, pensei que tivesse trago, me perdoe. Agora preciso ir pra cooperativa, espero que vocês tenham um bom dia.
MARIA HELENA – O mesmo ao senhor, o acompanho até a porta
JOSANIEL – Claro que sim, obrigado (sai)
MARIA HELENA – Susana eu sou uma mãe muito compreensiva, mas hoje você me decepcionou, já tive a conversa sobre honra e quanto isso é importante para uma mulher, por isso (vai até a cozinha e pega algo, despeja o que pegou no chão perto do oratório), vai rezar um rosário de joelho pedindo perdão ao Senhor.
SUSANA – No milho não mainha, no milho dói por demais.
MARIA HELENA – Na próxima vez vai se lembrar.
SUSANA –
Mas mainha…

MARIA HELENA – (cortando) Sem mais.

Susana se ajoelha e começa a orar.

***

[Cidade de Mororó – Maranhão – Fazenda dos Araribe – Manhã]

CORONEL – Padre, a que devemos a sua visita?
PADRE JOÃO – Vim lhe fazer um convite
CORONEL – Desembuche
PADRE JOÃO – Vim convidá-lo para participar do encerramento de nosso festejo, você como uma figura de grande respeito para nossa cidade deveria comparecer.
CORONEL – Apelando pra minha vaidade padre, deveria se envergonhar
PADRE JOÃO – Se funcionar (rir)
CORONEL – Tudo bem, eu irei, será bom pra dar visibilidade junto ao povo.
EVA – Que ótimo carinho, agora eu vou me confessar com o padre, o senhor pode?
PADRE JOÃO – Claro que sim minha filha
CORONEL – Vou deixar vocês com esse papo de igreja, com licença. (sai)
PADRE JOÃO – Podemos ir a capela?
EVA – Claro que sim.

***

[Cidade de Mororó – Maranhão – Casa de Susana – Manhã]

SUSANA – Salve, Rainha, Mãe de misericórdia, vida, doçura e esperança nossa, salve! A vós bradamos, os degredados filhos de Eva; a vós suspiramos, gemendo e chorando neste vale de lágrimas. Eia, pois advogada nossa, esses vossos olhos misericordiosos a nós volvei; e depois deste desterro nos mostrai Jesus, bendito fruto do vosso ventre, ó clemente, ó piedosa, ó doce sempre Virgem Maria. Rogai por nós, santa Mãe de Deus. Para que sejamos dignos das promessas de Cristo. Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo (Se levanta)
MARIA HELENA – Eu sei que você não entende, mas é para o seu bem, agora vem aqui me dá um abraço.

.Susana vai e dar o abraço na mãe.

MARIA HELENA – Agora me ajude a arruma nossas coisas, consegui um emprego, vamos morar na fazenda dos Araribe, sua amiga também está lá.
SUSANA – Vou arrumar minhas coisas.
MARIA HELENA –Não fique chateada comigo, só quero o seu bem, filha.
SUSANA – Vou arrumar minhas coisas, licença. (sai)

***

[Cidade de Mororó – Maranhão – Fazenda dos Araribe – Tarde]

JOANA – A sua amiga Suzana está vindo morar aqui.
BEATRIZ – Sério? Ai! Que bom estava me sentindo tão só nessa casa.
JOANA – Ela deve chega daqui a pouco com a mãe, ela conseguiu o emprego aqui no casarão.
BEATRIZ –Que bom, não quero que minha amiga passe fome.
JOANA – E você acha que eu ia deixar, não tem cabimento.

Sebastiana entra no quarto

SEBASTIANA – Joana me acompanhe, preciso conversar com você.
JOANA – Aconteceu algo?
SEBASTIANA – Venha, é importante.
JOANA –Tudo bem

No quarto de Sebastiana

SEBASTIANA – Como eu suspeitava, essa gentileza do seu pai para conosco tinha algo por trás.
JOANA – O que a senhora descobriu?
SEBASTIANA – O seu pai quer tirar proveito da nossa volta e ele planeja fazer algo contra Beatriz.
JOANA – O que mainha?
SEBASTIANA – Ele pretende trocá-la na capital por apoio político, ele vai até a assembleia legislativa e oferecê-la para algum deputado.
JOANA – Mas isso não pode, precisamos fazer alguma coisa, vou falar agora mesmo com ele.
SEBASTIANA – Você sabe que com seu pai não tem conversa, não lembra quando ele te expulsou daqui.
JOANA – Lembro muito bem.

INICIO DO FLASHBLACK

SEBASTIANA – (entrando na sala do casarão) Mas ela é a nossa filha, não deverias acreditar na palavra de empregados.
CORONEL – Eu vou tirar essa história a limpo agora, e não venha atrás de mim.
SEBASTIANA – Calma, não vá fazer nada que se arrependa.

O coronel vai em direção ao cafezal, fica algum tempo olhando entre os pés de café, até que para e fica chocado com a cena que ver, sua filha junto com um homem.

CORONEL – (grito) Eu vou matar vocês dois.
JOANA – Calma painho
CORONEL – Não me chame de pai, sua sem vergonha, eu não tenho mais filha

Saca a arma e aponta para os dois enamorados.

JOSANIEL – Não faça isso coronel.
CORONEL – Você manchou a honra da minha família, vai morrer

Sebastiana segura o marido e a mão dele, Josaniel corre e Joana não sabe o que fazer.

CORONEL – Ainda é um covarde, me solta Sebastiana.
SEBASTIANA – Não faça nada contra ela.
CORONEL – Eu deveria era matar essa desavergonhada (tira o sinto e parti pra cima de Joana). Aqui nessa casa você não mora mais (bati em Joana com o sinto), sua desavergonhada.

Joana corre e o coronel vai atrás dela batendo, Sebastiana tenta impedi-lo.

SEBASTIANA – Pare com isso Araribe, mais uma cintada que der nela eu pego minhas trouxas e vou embora com ela.
CORONEL – Você que apanhar no lugar dela?
SEBASTIANA – Prefiro, já quase descadeirou a bichinha.
CORONEL – Trate de fazer a mala dela porque aqui ela não vai mais ficar, que vá para o quinto dos infernos.
SEBASTIANA – Então eu vou junto dela.
CORONEL – Pois que vá, a partir de hoje eu não tenho mais filha.

FIM DO FLASHBACK

SEBASTIANA – Por isso precisamos fazer alguma coisa para impedi-lo
JOANA – A senhora tem algo em mente?
SEBASTIANA – Não sei, mas vou pensar em algo.
JOANA – Mãe e Maria Tereza como ela está?
SEBASTIANA – Ela está bem, Socorro está cuidando dela, o leite que você deixou está acabando precisas ir lá.
JOANA – Então vamos.
SEBASTANA – Calma, mais do que nunca precisamos agira com cautela, mais tarde damos um jeito de ir lá.

***

 [Cidade de Mororó – Maranhão – Fazenda dos Araribe – Tarde]

JOANA – Seja bem-vinda.
MARIA HELENA – Muito obrigado
BEATRIZ – (correndo em direção a Susana) Amiga!
SUSANA – (abraça a amiga) Bia, que bom estar com você.
TEODORO – (entrando na sala) ora, ora, se não é a amiga da Bia… Susana né (beija a mão de Susana)
SUSANA – Sim.
TEODORO – Seja bem-vinda, aliás sejam bem-vindas a senhora é a mãe dela, certo?
MARIA HELENA – Sim, obrigado pela recepção.
SUSANA – Bia, eu queria falar com você.
EVA – (Entrando na sala), depois agora elas precisam arrumar as coisas delas, certo Maria Helena.
MARIA HELENA – Claro que sim senhora, Susana vamos nos acomodar primeiro (sai junto com Susana para a área dos empregados).

Eva vai atrás delas.

EVA – Escute aqui Maria Helena e você Susana, principalmente você que é nova, não quero ver vocês de papo com meu filho, entendido?
MARIA HELENA – Claro que sim fique despreocupada.
EVA – Muito bem, agora podem ir.

Susana e Beatriz começam a desarrumar as coisas no pequeno quarto.

SUSANA – Droga!
MARIA HELENA – O que foi minha filha?
SUSANA – Esqueci minha escova de cabelo.
MARIA HELENA – Tudo bem, eu compro uma nova para você.
SUSANA – Eu não quero uma nova, aquela é especial, é a escova que painho penteava meus cabelos antes de dormir, posso ir busca-la mais tarde?
MARIA HELENA – Primeiro termine de desarrumar as coisas, depois você vai, mas tome cuidado, daqui para lá é um pouco longe.
SUSANA – Tudo bem.

***

[Cidade de Mororó – Maranhão – Fazenda do Araribe – Quarto – Tarde]

EVA – Quando você vai mandar aquela fedelha para longe?
CORONEL – Falas de quem? Daquela garota que veio com aquela vagabunda.

Do lado de fora do quarto.

SUSANA – (Falando baixo) Dona Sebastiana, o que a senhora está fazendo aqui?
SEBASTIANA – Shiu, fique quieta.

Dentro do quarto.

EVA – É ela mesmo, como é o nome…. Ah sim, Beatriz, essa, quando vai ser?
CORONEL – Depois que passar o festejo, vou levá-la pra São Luís.
EVA – É bom ser logo, não quero o meu filho de conversa com ela.
CORONEL – Meu filho é macho, só deve ta querendo comer ela, sabe como é esses garotos.

Sebastiana e Susana vão embora para a sala.

SUSANA – O que eles vão fazer com a Bia
SEBASTIANA – Esqueça o que escutou aqui, deixe que eu resolvo tudo.
SUSANA – Não quero que aconteça nada com ela.
SEBASTIANA – Então fique quieta e não conte nada para Beatriz.
SUSANA – Ta certo.

No quarto de Beatriz.

TEODORO – Oi, vim te convidar para darmos uma volta no jardim.
BEATRIZ – Claro, não encontro a Susana mesmo, vamos.

No Jardim.

TEODORO – Beatriz, eu queria te dizer uma coisa.
BEATRIZ – Fale então
TEODORO – Não sei se devo, não quero faltar com respeito.
BEATRIZ – Do jeito que é cavalheiro creio que não fará isso.
TEODORO – Melhor, eu vou fazer.

Teodoro se aproxima de Beatriz e beija ela.

[Cidade de Mororó – Maranhão – Casa de Susana – Fim da tarde]

Susana está no quarto pegando a escova e lembra de seu pai.

JOSANIEL – Menina desatenta, deixou a chave do lado de fora da porta de entrada, mas eu a fechei para você
SUSANA – (se vira rapidamente) O que o senhor está fazendo aqui.
JOSANIEL – Vim fazer uma visita.
SUSANA – Mainha não está e painho também não ia gostar.
JOSANIEL – Pena que ele não está mais aqui.
SUSANA – Ele era seu melhor amigo, deveria ter mais respeito com a memória dele, agora preciso ir.

Começa a chover.

JOSANIEL – É parece que não vamos a lugar nenhum com essa chuva. Respeito? sempre fui sombra daquele lá, estava na hora de ele desaparecer.
SUSANA – O que você está falando?
JOSANIEL – Que eu tive que dar um jeito do José partir dessa pra melhor.
SUSANA – Você é um monstro, agora entendo porque Dona Joana teve que fugir de você, seu monstro, demônio (parti pra cima de Josaniel).
JOSANIEL – (segurando as mão de Susana) Calma, eu tenho um presente pra você.
SUSANA – Não quero presente nenhum.
JOSANIEL – Mas esse você vai gostar.

Josaniel coloca Susana de bruços na cômoda que está ali, ela grita.

JOSANIEL – Pode gritar, que com essa chuva ninguém vai te escutar mesmo. (levanta o vestido e tira a calcinha dela)
SUSANA – Por favor, não faça isso, por favor (chora)
JOANIEL – Você é muito bonita e muito apanhada, hoje eu acabo com minha sede de meses por causa da gravidez daquela vagabunda.
SUSANA – Por favor não faça isso.
JOSANIEL – Só você não se mexer muito, prometo que não vai doer tanto.

Josaniel coloca seu órgão masculino dentro das partes íntimas de Susana.

SUSANA – Para por favor (chora).

Lucas Serejo

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