A Lua que te dei

A lua que te dei – último episódio

“City of Falls Church”, é o que está escrito na placa que Martin finalmente via a sua frente, depois de horas de vôo, e horas de taxi até a cidade era isso, ele havia chegado a Virginia, mais precisamente em Falls Church. Mayc, seu pai, havia pensado absolutamente tudo, junto com as passagens havia o nome da cidade e o endereço do local onde ficaria. Como acharia tal endereço apenas com o que estava escrito naquele papel?Martin não entendia nada do que estava escrito, para ele aquilo nem parecia um endereço, apenas estava escrito :

8296 Glass Alley, Falls Church, VA 22031.

“A lonely road crossed another cold state line
Miles away from those I love, purpose hard to find
While I recall all the words you spoke to me
Can’t help, but wish that I was there
Back where I’d love to be, oh, yeah”
“Uma estrada solitária, cruzou outra linha fria de estado
Quilômetros longe daqueles que amo por razões difíceis de encontrar
Enquanto me recordo de todas as palavras que você me falou
Não posso evitar desejar estar lá
De volta ao lugar onde eu amo estar, oh, yeah”
“AVENGED – DEAR GOD”
Martin então pensou na real possibilidade de pedir ajuda a alguém, porém logo lembrou que estava em outro país e que todos ali falavam outro idioma, então decidiu procurar o endereço por sua própria conta, e se não encontrasse teria que usar o seu péssimo inglês.
O rapaz então seguiu andando por várias ruas e cruzamentos, e o que pôde notar foi a ausência de tumulto, sem dúvidas Falls Church era bem diferente do Brasil, Além da população ter aproximadamente o mesmo número de habitantes de sua cidade natal, em Falls Church tudo parecia mais quieto, mais silencioso, sem dúvidas era uma pacata cidade da Virgínia. O clima também lhe parecia agradável, fazia um pouco de frio, porém nada que lhe fizesse tremer. Andando mais um pouco Martin ia conhecendo a cidade, que a cada passo lhe agradava ainda mais.
Martin caminhava pelas ruas, distraído, porém de repente a imagem de Kathryn chorando pela sua partida, surgiu na sua cabeça, por mais que o garoto tentasse evitar tais pensamentos eles vinham com toda força e lhe inundavam de tristeza e saudade. O novo morador daquela cidade acabou sentando em uma calçada em frente a uma livraria para que pudesse descansar, lá ele acabou relaxando pois o estabelecimento fazia sombra.
“Dear God, the only thing I ask of you is
To hold her when I’m not around
When I’m much too far away
We all need that person who can be true to you
But I left her when I found her
And now I wish I’d stayed
‘Cause I’m lonely and I’m tired
I’m missing you again, oh, no
Once again”
Querido Deus, a única coisa que peço a você é
Para abraçá-la quando eu não estiver por perto
Quando eu estiver muito distante
Todos nós precisamos dessa pessoa que pode ser verdadeira com você
Mas eu a deixei quando a encontrei
E agora eu queria ter ficado
Pois eu estou solitário e estou cansado
Estou sentido sua falta de novo, oh, não
Mais uma vez…”

“AVENGED – DEAR GOD”
Ao estar bem relaxado Martin levou um grande susto, pois uma voz doce e feminina o trouxeram de volta de seus pensamentos perdidos.
— HI ! Are you okay?
—YES. I ‘M SO A LITTLE LOST .
Martin olhou atentamente para a garota a sua frente, que tinha uma pele morena, cabelos negros, olhos em tom de mel, um sorriso meio de lado, e era um pouco baixa, talvez 1,65 de altura, e começou a resmungar baixinho.
— Ai meu Deus, eu sabia que eu iria me arrepender de ter matado tantas aulas do cursinho de inglês.
A moça sorriu do desespero de Martin, deixando o garoto cada vez mais constrangido com tal situação.
— Você é brasileiro? – indagou a estranha garota, sorrindo.
— Sim, sou, você fala Português? – indagou Martin, curioso.
— Claro, por que não disse que era brasileiro?
— Como é que eu iria imaginar que você fala tão bem português? Você é do Brasil – perguntou Martin querendo saber mais sobre a garota a sua frente.
— Sim, eu nasci no Brasil, vim morar aqui há dois anos, sou de Flowers, uma cidade pequena do sul do país.
— Você disse Flowers? – indagou Martin assustado com a coincidência.
— Sim, Flowers. Você conhece?
— Eu morei lá a vida inteira
— Nossa que coincidência… – falou a garota sorrindo timidamente.
— Mas então qual o seu nome, cara conterrânea?
— Annie Parker. E o seu?
— Martin Benett. É um prazer, e um alívio muito grande conhece-la, senhorita Parker. – falou Martin cumprimentando a mais nova conhecida.
— Como assim um alívio? – indagou Annie.
— É que estou perdido, cheguei hoje aqui, e só tenho esse endereço. – falou Martin entregando o papel com o endereço a garota.
Annie olhou com atenção o endereço entregue pelo garoto, e ao ler o que estava escrito, a garota sorriu de forma incrédula.
— Eu não estou acreditando nisso!
— O que? Tem algo de errado com o endereço? – indagou Martin com preocupação.
— Você vai morar no mesmo prédio que eu. É uma espécie de hotel-pensão, tipo lá você se sente em casa.
— Então, você deve estar me perseguindo. Você foi contratada pelo meu pai?
— Não…Deve ser o destino, os astros querem você próximo a mim. – falou a garota de forma pensativa e séria.
— Então, voltamos juntos, pra que você me indique onde é esse lugar?
— Claro! Só que você vai ter que esperar até a hora de almoço, agora vou ter que trabalhar.
— Claro…As 11 horas eu volto aqui, vou dar uma volta e conhecer a cidade.
— Está certo aproveita. – falou a garota se despedindo de Martin.
Martin saiu então da livraria e foi de fato conhecer Falls Church, andou por algumas ruas, e logo teve fome e parou em uma lanchonete, onde após muito gastar seu inglês conseguiu tomar um copo de suco de laranja e um fatia de bolo, após estar satisfeito o novo morador da cidade saiu a andar entrando em algumas lojas, a que mais lhe chamou atenção foi uma loja de discos, algo que lhe parecia muito estranho, pois no Brasil há tempos não se via discos, mesmo assim o garoto decidiu comprar alguns discos, dentre eles um da banda Queen, uma de suas favoritas. Ao sair da loja já eram 10:30 da manhã, por isso decidiu voltar a livraria em busca de sua mais nova amiga.
Ao chegar na hora marcada, Annie já estava do lado de fora o esperando com um belo sorriso.
— Você me esperou muito? – perguntou Martin.
— Não, acabei de sair. Vamos?
Martin, então seguiu os passos da bela garota que lhe levou até a sua nova moradia, que se tratava de um prédio que parecia bem antigo, tinha como cor um amarelo desbotado, e logo na entrada haviam vários jarros de flores, e toda a estrutura era bem antiga, o que fazia Martin pensar que aquele lugar havia sido construído há pelo menos dois séculos. Ao entrar no prédio foi recepcionado, por um rapaz que parecia cuidar da entrada do local.
— Good Moorning! – falou, o rapaz que tinha belos olhos azuis e uma pele extremamente sem cor, que combinava com seu belo sorriso.
Annie vendo toda a situação, começou a rir novamente de Martin que revirava os olhos se reclamando por ter que gastar o seu nada bom inglês.
— Liam, ele é brasileiro como a gente. – afirmou a garota sorrindo.
O recepcionista, Liam, sorriu um pouco envergonhado pela situação e cumprimentou Martin.
— Liam Parker – se apresentou o garoto para o novo morador.
— Martin Benett – fez o mesmo o novo hóspede. – Mas espera você disse Parker?
— Sim Liam Parker, meu nome. – confirmou Liam sem entender o porque de tal curiosidade.
— Eu acho que já ouvi esse sobrenome hoje – falou Martin olhando para Annie.
— Sim, você já ouviu. Somos irmãos. – respondeu a garota.
— Ah sim! – respondeu Martin lembrando que ouviu o sobrenome de Annie mais cedo.
— Então Liam, vai mostrar o quarto reservado para ele.
— Claro! Me acompanha Martin?
— Claro.
Os dois rapazes seguiram para o interior da pensão enquanto Annie foi para o seu quarto. No caminho até o quarto Martin seguiu por algumas escadas e corredores acompanhado de seu “guia”, os dois conversavam a todo momento, Martin falava do receio em não conseguir se adaptar a nova cidade, enquanto Liam o escutava atentamente.
Ao chegarem no novo quarto de Martin, os dois rapazes entraram e Liam começou a falar um pouco sobre a instalação.
— Aqui esta senhor Benett, esse é o quarto reservado ao senhor. – falou Liam.
— Ah por favor, não me chame de senhor, me chame apenas de Martin.
— Claro como quiser. – falou o recepcionista de forma educada. – Agora vou deixar o sen…Você sozinho para aproveitar o seu quarto.
— Está bem, muito obrigado. – falou Martin apertando a mão de Liam, que em seguida deixou o quarto.
Após a saída de Liam, Martin ficou em seu novo quarto sozinho, o rapaz olhou toda a estrutura, que era bem feita, as paredes tinham um tom quase branco e algumas cortinas eram amarelas, havia também alguns poucos móveis, e a cama parecia ser bem confortável, Martin então deitou-se pois estava cansado, havia andado pelas ruas da cidade o dia inteiro, em seguida abriu sua mochila e retirou alguns de seus pertences, dando atenção principalmente a um álbum de fotografias, onde a primeira foto era da sua família inteira reunida, inclusive Edgard, o rapaz olhou um pouco então foi passando foto a foto, que eram de seus amigos e familiares, após algumas viradas de páginas, Martin encontrou uma foto que o fez parar, era uma foto sua abraçado a Kathryn. O garoto sorriu para foto e perdeu uma única lágrima.
“There’s nothing here for me on this barren road
There’s no one here while the city sleeps
And all the shops are closed
Can’t help, but think of the times I’ve had with you
Pictures and some memories will have to help me through, oh, yeah
Dear God, the only thing I ask of you is
To hold her when I’m not around
When I’m much too far away
We all need that person who can be true to you
But I left her when I found her
And now I wish I’d stayed
‘Cause I’m lonely and I’m tired
I’m missing you again, oh, no
Once”
Não há nada aqui para mim, nessa estrada abandonada
Não há ninguém aqui enquanto a cidade dorme
E todas as lojas estão fechadas
Não posso evitar em pensar nos tempos que tive com você
Fotografias e algumas memórias irão me ajudar a passar por isso, oh ,sim
Querido Deus, a única coisa que peço a você é
Que a abrace enquanto eu não estiver por perto
Quando eu estiver muito distante
Todos nós precisamos dessa pessoa que pode ser verdadeira com você
Mas eu a deixei quando a encontrei
E agora eu desejo ter ficado
Pois eu estou solitário e estou cansado
Estou sentido sua falta de novo, oh, não
De novo…”

“AVENGED – DEAR GOD”

01 DE MAIO DE 2015
Querido Diário, hoje o dia acordou um pouco cinza, está certo, eu sei que não deveria fazer tanto drama, afinal o Martin é apenas um amigo como qualquer outro…Não, ele não é apenas um amigo, ele é bem mais que isso, eu aprendi ama-lo, não com desejo como antes, mas como uma pessoa especial e diferente, que me faz bem e me faz sorrir…É eu não vou ousar esquece-lo, ele não sairá da minha memória, e sempre vou ter a esperança de vê-lo novamente…

01 DE JUNHO DE 2015

Querido Diário, os dias estão passando em uma velocidade espetacular, ja se passou um mês desde que Martin foi para Virgínia, e podem até me chamar de louco mas eu sinto a falta dele, logo dele que ao meu ver representa a maior ameaça ao meu relacionamento com a Kath, assim mesmo com tudo isso eu sinto falta, não mais que Kathryn, todos os dias eu percebo no olhar de minha namorada a tristeza que ela sente pela ausência dele e isso claro me afeta, não da mesma forma que afetava quando ele ainda estava aqui, mas ainda afeta.

04 DE JUNHO DE 2015
Querido diário, em fim venho aqui, sei que passei três dias sem escrever e isso nunca aconteceu, mas tenho meus motivos: a organização da festa de encerramento do primeiro semestre. Isso está me consumindo, eu e Mari estamos a frente de tudo, e isso é até muito bom para mim e para minha querida amiga, que por incrível que pareça está cumprindo o tempo longe de Alex, os dois se falam normalmente mas ela continua mantendo uma certa distância, e a nossa função ajuda muito pois a todo momento há algo a se fazer em relação ao evento, que será um baile formal bem a moda antiga como os fundadores faziam, será tipo algo bem reservado só para alunos, hoje conheceremos o clube que alugamos para a festa, e por falar nisso vou me arrumar para isso…
Kathryn guardou o seu diário dentro de uma gaveta de seu guarda-roupas, onde acabou por procurar algo para vestir, a garota optou por vestir uma calça preta, que ficava bem justa em seu corpo e uma blusa bem simples e largada da mesma cor da calça. Pegou sua bolsa e seguiu a pé até a casa de sua amiga Mari. Fazia um tarde agradável, já passavam das cinco horas da tarde e o sol já estava se pondo. Após caminhar algumas quadras, Kathryn sentiu-se cansada e teve uma enorme vontade de sentar, e foi isso que a garota fez, acabou sentando em uma calçada qualquer, com um intuito de que aquele mal estar passasse, porém ao se acomodar na calçada os seus olhos começaram a falhar, sua visão ficou um pouco turva e uma dor localizada no lado direito de sua cabeça começou a lhe incomodar. Todas aquelas sensações se intensificavam e agora temia piorar.
— Amiga você esta bem – perguntou Mari que se aproximava preocupada.
— Estou sim…É só um mal estar passageiro – explicou Kathryn ainda um pouco fraca.
— Vamos amiga eu vou te levar no hospital. – falou Mari ajudando sua amiga a levantar.
— Não precisa, eu já estou melhor – falou Kathryn fazendo parecer estar bem.
Mari ainda insistiu bastante para que a amiga aceitasse ir até o hospital, porém Kathryn parecia irredutível em relação a isso, e as amigas decidiram ir até o local onde seria a festa de encerramento do semestre que estavam organizando, ao chegarem até o tal local fizeram uma vistoria e logo foram pensando em tudo que fariam com aquele ambiente para que ficasse digno do evento ao qual estavam a frente. Após acertarem alguns detalhes as duas moças foram embora cada uma para sua determinada casa. Ao chegar Kathryn ainda sentia-se um pouco tonta mas nada demais subiu para o seu quarto onde descansou por algum tempo…
1 mês depois…
Praticamente não havia luz naquele ambiente, várias pessoas dançavam e por mais que Mari tentasse encontrar alguém conhecido, não conseguia pois todos estavam devidamente vestidos. O traje da garota era um belo vestido longo em cor bem clara, apenas aceitou a sugestão de Kathryn. Ao lembrar de sua amiga, tentou encontra-la o mais rápido possível pois já estava sentindo-se sozinha mesmo com tantas pessoas a cercando. A garota andou por todo o salão a procura de sua amiga, após cansar de procurar resolveu pegar algo para beber, o local oferecia várias bebidas, então Mari sentou-se em uma cadeira do balcão de bebidas.
— Por favor o senhor pode preparar uma caipirinha para mim – falou Mari a um rapaz que fazia drinks de costas para a garota.
— De Morango? – indagou o rapaz ainda de costas.
— Sim de Morango, mas como você… – falou Mari, parando ao virar do garoto que revelou Alex.
Os dois ficaram se olhando por alguns segundos e Mari se mostrou bem surpresa ao perceber que se tratava de Alex.
— Oi! Que surpresa ver você aqui. -falou Mari.
— Ué, eu também sou aluno do Primeira Opção. – respondeu o garoto de maneira natural.
— Eu sei, mas você está…
— Trabalhando? – completou o garoto.
— É trabalhando. – confirmou a menina.
— Pois é, eu decidi trabalhar, estou tentando ficar um pouco mais… independente.
— Legal – falou Mari pensando no que estava vendo. – Você viu a Kathryn?
— Ela está vindo ai, olha ela atrás de você.
Mari virou de costas e viu a sua amiga vindo muito bela, ela usava um vestido lilás, longo que tinha cumprimento até seus pés, a garota vinha acompanhada de Kim, que também estava tão elegante quanto a sua namorada, o rapaz usava um uma camisa social azul escuro, de mangas longas. O casal se aproximou de Mari e Alex.
— Nossa amiga, você está linda! Você também está ótimo Kim – falou a garota cumprimentando o casal.
— Você também está linda. – falaram Kim e Kathryn quase que no mesmo instante.
— Vamos dançar um pouco ali no centro da pista de dança. – convidou Mari.
O casal aceitou e Kim convidou o seu melhor amigo para os acompanhar, porém o garoto afirmou que iria ficar, mas que poderia se juntar a eles quando a casa estivesse um pouco mais vazia.
O trio então se afastou fe Alex e foi até o centro do local e começaram a se divertir, a musica tocada era bem alegre e as garotas e Kim dançavam enquanto tomavam os drinks preparados por Alex, que os observava a uma certa distância.
— Mari – falou Kim em voz alta no ouvido da garota – Você sabe que ele te ama.
Mari ouviu o que Kim lhe disse, porém preferiu continuar dançando, assim como Kim e Kathryn que continuaram aproveitando a alta música eletrônica que tocava no ambiente. O casal até que tentava dançar bem, mas aquele não era o estilo preferido de Kim, por isso o garoto ficava a todo momento desajeitado enquanto tentava dançar. Os três ficaram naquela situação por algum tempo, até Mari sentir um pouco de cansaço o que a fez procurar um lugar para sentar-se, o lugar mais próximo que encontrou foi uma cadeira vazia em frente ao balcão de bebidas do local, a garota sentou-se ali observando Alex que ainda estava preparando alguns drinks.
— O que você vai querer? – perguntou Alex quase em um grito para ser ouvido pela garota.
— Vou querer mais duas caipirinhas de morango e também vou querer…Você – falou Mari sorrindo de canto.
Alex ficou bem surpreso com o que ouviu da boca da loirinha, porém continuou a trabalhar normalmente, pois não podia deixar seu “trabalho”, não por enquanto. Após uma longa hora o movimento na festa já havia diminuido, e Mari continuava ali sentada no mesmo lugar observando Alex que sorria de forma cansada para a garota.
— Acho que eu já estou liberado para o seu pedido – falou Alex no ouvido de Mari.
— Vamos conversar lá fora – pediu a loirinha.
— Claro eu só vou falar com o cara que me contratou.
— Certo vai lá.
Alex foi até um homem alto e barbudo com quem conversou por alguns minutos, e logo depois recebeu algum dinheiro das mãos do homem, para depois despedi-se do mesmo, e voltar ao encontro de Mari. Os dois saíram de forma discreta do local e foram conversar em um local mais calmo do lado de fora dali.
— Achei bem legal você trabalhando. – falou Mari caminhando ao lado de Alex.
— Eu acho que já estava na hora – falou o rapaz sorrindo.
— E a sua mãe, já se entendeu com ela?
— Está tudo normal como antes, a gente quase não se fala. – falou o garoto de forma pensativa – Por falar na minha mãe, ela foi viajar com meu pai, vai viajar por um mês e eu estou sozinho em casa.
— E o que isso me importa? – falou a garota seriamente.
— A gente poderia aproveitar que a casa está vazia e ir até lá para que eu realize seu pedido – falou Alex sorrindo com malícia.
— Eu topo.
— O que você disse? – indagou Alex surpreso com o que tinha ouvido.
— Eu disse que topo, oras.

ella enderson- yours
Sem mais perguntas Alex tocou na mão de Mari e o casal seguiu caminhando de forma rápida. Durante o caminho até a casa de Alex o casal não conversou sobre nada, nem teve contato algum, apenas seguiram rapidamente em silêncio. Ao chegar em sua casa, Alex abriu as portas rapidamente e adentrou com Mari, que estava ofegante e um pouco nervosa. O casal chegou até a grande sala, e Mari mais uma vez surpreendeu a seu namorado, lhe beijando de repente de forma intensa.
— Hey, que pressa em? – falou Alex sorrindo entre o beijo.
— Eu juro que eu tentei, mas eu não consigo, ficar sem você.
— Eu sei – falou Alex de forma convencida brincando.
— Convencido. – falou Mari dando um tapa de leve no ombro de Alex.
— Eu já estava morrendo sem o seu toque, desse…seu beijo – falou o garoto entre beijos.
— Alex, hoje eu quero ser sua – falou a garota abraçando forte seu namorado que retribuia seu carinho.
Alex pegou a mão de sua namorada de forma leve e a conduziu até o seu quarto, subindo vagarosamente as escadas até a porta de seu quaro que logo foi aberta, e carinhosamente depositou Mari em sua cama, para deois deitar de forma a ficar olhando bem em seus olhos que brilhavam e pode sentir que as mãos da garota tremiam.
— Você tem certeza disso?
Mari apenas confirmou sua vontade , e voltou a beijar Alex que começou a desfazer o laço que prendia o vestido da garota, fazendo assim com que ela ficasse apenas em trajes intimos. Alex fez o mesmo e pouco a pouco o casal estava praticamente sem roupa alguma, e assim se entregaram ao desejo e tiveram a primeira noite de amor de suas vidas.

OoO…

No salão de festas boa parte das pessoas já haviam ido embora, mas Kim e Kathryn continuavam a dançar, agora acompanhados de Anthony que não se divertia de maneira alguma, ele apenas observava o casal se divertindo a sua frente.
— Kim eu vou ver se ainda tem alguém da minha turma por aqui. – Falou Anthony no ouvido de seu irmão.
— Está bem, mas não demora que a gente já esta quase indo embora – respondeu o irmão mais velho.
— Tudo bem.
Anthony se afastou do casal não para procurar alguém, mas para sair de perto pois não estava mais aguentando tanto amor, e preferia ficar sozinho a ficar como casal. O rapaz decidiu então sentar no balcão de bebidas que já não funcionava, porém havia uma garota que ele reconheceria mesmo em meio a qualquer situação, era Megan, sentada sozinha em um dos banquinhos tomando um copo de tequila que parecia esta com ela a bastante tempo.
— Sozinha? – indagou Anthony sentando-se ao lado da garota.
— Agora com você. – respondeu a garota tentando sorrir, porém logo se entregou ao choro.
— Ei ! Por que você está chorando.
— Talvez por que eu seja a pessoa mais sozinha do mundo, ou ainda talvez por que eu sei que eu mereço essa solidão.
— Você não está sozinha, você tem a mim. – falou Anthony abraçando a garota.
— Nem você consegue me amar… – a garota tentou dizer algo a mais, porém foi interrompida pelos lábios de Anthony, que a beijou delicadamente.
— Eu sei que eu vou me arrepender, que você ainda vai me ferir, mas eu preciso de você – falou Anthony voltando a beijar a garota.

OoO…

Em Falls Church, Martin estava com a sua mais nova amiga, que agora lhe apresentava o melhor local da pensão, uma espécie de “telhado seguro” que os dois subiram facilmente para que pudessem observar a beleza da noite um pouco mais perto do que de costume.
— Annie isso é lindo, mas é muito perigoso para uma garota como você – falou Martin que andava sobre o teto segurando a mão de Annie como forma de equilíbrio.
— É perigoso para mim ou para você, que está morrendo de medo? – falou Annie de forma divertida.
Os dois acharam o ponto mais alto e resolveram sentar e começar a apreciar as estrelas que brilhavam de forma fantástica. Ali conversaram de vários assuntos, sempre tentando resgatar alguma lembrança que provassem que já haviam se encontrados pelas ruas de Flowers, porém nenhum dos dois conseguia lembrar de algum momento em que pudessem ter se encontrado.
— Onde você costumava ir quando morava em Flowers? – perguntou Martin.
— Em vários lugares, na praça principal, no parquinho, nossa eu me diverti muito por lá. – falou a garota que parecia estar lembrando de seus momentos.
— É incrível nós nunca termos nos encontrado em uma cidade tão pequena.
Os dois seguiram conversando, ora sobre Flowers, ora sobre a atual cidade em que moravam, e logo depois Annie demonstrou sinais de cansaço, e pediu para que fossem dormir, Martin insistiu para que conversassem mais um pouco, porém a garota parecia irredutível, por isso os dois decidiram entrar para seus respectivos quartos, então se despediram.
Martin entrou em seu quarto e se sentiu um pouco sozinho, e com sede então decidiu ir até a cozinha buscar um copo de água, quando abriu a porta de seu quarto viu Annie saindo de costas indo em direção até a saída da pensão, foi então que Marin decidiu segui-la, e assim fez. A garota seguiu por um caminho ainda desconhecido por Martin, e entrou em uma rua escura onde havia um homem…que parecia a esperar, ao se encontrarem os dois não se cumprimentaram apenas começaram a conversar, Martin tentava ovir, mas não conseguia pois estava a uma distancia um pouco grande, porém podia perceber que o homem estava alterado e começava a apertar o braço de Annie, foi então que Martin decidiu aparecer e intervir naquela discussão.
— Annie esse cara esta te perturbando? – falou Martin fazendo com que os dois parassem de discutir.
— Martin o que você está fazendo aqui? Como veio parar aqui? – perguntou Annie assustada.
— Não impor…
Antes de terminar a frase Martin foi atingido pelo braço do desconhecido a sua frente, que tinha uma força extraordinária que o fez cair no chão e lhe provocou uma dor insuportável, Martin estava preste a se levantar quando o homem veio a té ele novamente para lhe agredir, porém dessa vez algo lhe parou.
— Lurium plasmus cory – era o que Annie falava de olhos fechados.
As três palavras foram o suficiente para o agressor cair de joelhos parecendo estar com uma forte dor de cabeça. Annie se aproximou do desconhecido de Martin e disse:
— Vai embora, agora!
O individuo levantou-se e desapareceu rapidamente correndo em uma velociade que provavelmente nem um ser natural alcançaria. Martin ficou no chão ainda machucado e assustado com tudo o que viu, e Annie se aproximou chorando tocando levemente os machucados do corpo do rapaz.
— Como você fez isso? O que você é? – indagou Martin de forma assustada.
Annie se afastou e saiu caminhando e Martin saiu logo atrás repetindo a pergunta, várias vezes.
— O que você é? O que você é?
— Eu sou uma bruxa – gritou a garota.
— Você só pode estar brincando.
A garota não respondeu nada, apenas fechou seus olhos parecendo estar se concentrando, e então levantou as mãos e de forma sobrenatural fez com que todas as folhas secas que estavam no chão agora se erguessem e girassem ao redor de Martin, que olhava assustado, fez ainda com que as luzes apagadas dos postes se acendessem e apagassem novamente por várias vezes, e logo depois de provar o que estava falando caiu de joelhos chorando.
— Ei não chore – falou Martin ajoelhado em frente a garota tocando seus cabelos.
— Você pode se afastar, eu não vou ficar chateada, eu sei que eu causo medo, horror em você.
— Você me salvou daquele cara – falou Martin olhando nos olhos de Annie. – Você me causa amor, curiosidade. – falou para depois beija-la intensamente.

OoO…

A festa já havia acabado, Kim e Kathryn procuravam por Anthony, o casal andava pelas ruas, e Kim já demonstrava certa preocupação, em relação ao sumiço de seu irmão.
— Kim, o seu irmão já deve ter voltado para casa, já são mais de três horas da madrugada.
— Quer saber? Ele já é bem grandinho, e já sabe se cuidar, vamos aproveitar o resto da noite.
— Kim já está amanhecendo, vamos para casa.
— Antes eu tenho que te mostrar uma lugar, é aqui perto.
— Está bem vamos logo então.

SENTIMENTAL
O casal seguiu caminhando a pé pois Kim não estava com seu carro pois sabia que iria beber e não poderia dirigir, porém o local era perto e logo o casal chegou, se tratava de um lago bem bonito, onde havia um gramado a frente.
“O quanto eu te falei
Que isso vai mudar
Motivo eu nunca dei
Você me avisar, me ensinar
Falar do que foi pra você
Não vai me livrar de viver
Quem é mais sentimental que eu?
Eu disse e nem assim se pôde evitar…”

“LOS HERMANOS – SENTIMENTAL”

— Foi aqui! Exatamente aqui. – falou Kim deixando Kathryn confusa.
— O que aconteceu aqui?
— O nosso primeiro beijo.
— A gente nunca veio juntos aqui Kim. – falou Kathryn ainda confusa. – O nosso beijo foi no parque.
— No primeiro dia de aula eu tinha acabado de acordar do melhor sonho da minha vida – explicou Kim – Era exatamente igual agora, a lua estava assim gigante, você e eu juntos, esse lago tudo perfeito.
— Você já andava sonhando comigo antes de me conhecer?
— Eu sempre sonhei com você, ou melhor, você sempre foi… o meu sonho. Vamos dançar? – falou o garoto estendendo sua mão a Kathryn.
—Sem música?
— Ah claro, me fez lembrar de um detalhe importante, eu lembro no sonho tocava Los Hermanos. – falou garoto retirando o seu celular o bolso.
Kim colocou a música “sentimental” da sua banda favorita, e logo depois iniciou a dança com Kathryn que encostou sua cabeça no ombro de Kim e deixou ser levada pelos braços de seu amor que conduzia a dança.
Tudo estava realmente perfeito naquele momento a lua brilhava como nunca havia se visto, o lago produzia um barulho agradável, que aliado a melodia da musica que tocava no celular de Kim, conduzia perfeitamente aquele momento. Kim pedia aos Deuses que aquele momento nunca passasse.

“De tanto eu te falar
Você subverteu o que era um sentimento e assim
Fez dele razão pra se perder
No abismo que é pensar e sentir
Ela é mais sentimental que eu
Então fica bem
Se eu sofro um pouco mais
“Se ela te fala assim, com tantos rodeios, é pra te seduzir e te ver buscando o sentido daquilo que você ouviria displicentemente. Se ela te fosse direta, você a rejeitaria.”

“LOS HERMANOS – SENTIMENTAL”

— Eu consegui, não é um sonho, eu estou aqui com você de verdade. – falou o garoto beijando Kathryn com amor.
— Eu estou aqui, eu te amo Kim Salvatore!
— Eu te amo Kathryn Lockwood!
O casal voltou a se beijar e continuo dançando, porém toda alegria de Kim se esvaiu no momento em que Kathryn caiu em seus braços completamente inconsciente, o garoto entrou em completo desespero.
— Kathryn! – gritou o garoto chorando, um grito que pode se ouvir em todos os arredores, e que revelava a dor que assolava o peito de Kim, dor essa que consumia seu corpo, que gritava com todas as suas forças pelo amor de sua vida.
FIM DA PRIMEIRA TEMPORADA….

EM BREVE A SEGUNDA TEMPORADA…

3 thoughts on “A lua que te dei – último episódio

  • Gente… eu adorei. .. uma bruxa!!
    Cada um com seus amores,
    Eu quero mais… snif, snif…
    E a Kety doente, naaaaao
    Eu simplesmente amei a primeira temporada, me vi apaixonada pela sua forma de escrever, pelos seus personagens, pelo enredo, por tudo!!
    Parabéns!! Aguardando a segunda temporada. ..
    🙂

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