Lágrimas do Céu

Lágrimas do Céu – Capítulo XVI

 

Willian havia acabado de chegar da sua caminhada, era sexta-feira e ele havia tirado esse dia de folga, não fazia isso há muito tempo, estava precisando se distrair. O sol estava a se por deixando o horizonte com tons alaranjados. Ele retirou os sapatos, o short, a camisa e logo estava embaixo do chuveiro frio. A água descia sobre a pele branca dele o refrescando, olhos fechados, estava relaxando. Não demorou muito no banho, então se viu no espelho, depois de ter se enxugado, possuía no rosto uma barba que já estava crescendo, seu cabelo despenteado. O empresário vestiu sua roupa, pegou alguma coisa na cozinha, ficou comendo e assistindo televisão na sala.

Não queria pensar no trabalho, queria se distrair, ele terminou sua comida foi até o quarto e ao entrar observou que o diário da Sra. Margarete estava encima de um móvel. Ele achou que deveria entregá-lo a Ângela, pensou em ir até a casa dela, mas olhou o relógio e percebeu que ela deve estar trabalhando. Então trocou de roupa, pegou a carteia e logo estava a caminho do encontro com Ângela.

A noite estava agitada no bordel. As moças já haviam realizado o show e cada uma estava atendendo um cliente. Ângela acabou de sair de traz do palco, acompanhada de uma colega, haviam estado arrumando a alça de seu vestido que tinha soltado. A jovem desceu para o grande salão quando uma mão segurou a dela.

– A senhorita poderia me fazer companhia essa noite? – ela olhou atentamente para o rapaz.

– Sim senhor gostaria de ficar por aqui ou subir para um dos quartos? – ela fez o rapaz dar um sorriso, falou no ouvido dela e logo estavam subindo as escadas.

Willian entrou no bordel, o local estava cheio, uma moça chegou perto dele lhe dando bebida, ele acabou aceitando. Ela segurou na mão dele o levando para uma mesa próxima, mas ele tratou de perguntar onde estava Ângela. A moça disse que não sabia, mas que ele poderia ter a companhia dela nessa noite. Willian disse que veio apenas a procura de Ângela e que não desejava mais nada. Ele deu um gole de sua bebida, deixou-a na mesa e saiu à procura da jovem.

Adentrou o local, olhou para os lados, avistou duas pessoas no maior amasso, mas nada da jovem de olhos azuis. Passou um bom tempo procurando, não havia sinal dela. Perguntou a uma mulher que passava se Ângela estava trabalhando e ela respondeu que sim. Depois de andar pelo grande salão o empresário resolveu subir uma escada em espiral que dava para os aposentos de cima do estabelecimento.

Ao subir se deparou com um grande corredor, andou um pouco e observou que um dos quartos estava com a porta aberta. Espiou pala brecha da porta e percebeu que não havia ninguém lá. Andou mais para dentro do local com cuidado, não queria fazer barulho, mas não seria ouvido, pois o som que vinha lá de baixo era demasiadamente alto. Caminhou um pouco mais, até encontrar outra porta entre aberta, fez como da primeira vez e observou roupas jogadas no chão. Resolveu abrir um pouco a porta, acabou vendo que uma moça de longos cabelos loiros que estava sobre a cama.

Nesse momento não identificou quem era a moça, então ele entrou no quarto, fechou a porta fazendo barulho. A moça se virou de repente, Willian pode perceber que era Ângela e estava acompanhada. O empresário ficou com uma expressão seria no rosto, olhou para ela e depois para seu acompanhante.

– Ângela o que está fazendo aqui? – ele falou com firmeza.

– Estou trabalhando como pode vê, mas o que você faz aqui? – ela puxou o lençol e se cobriu imediatamente.

– Eu vim procurá-la. Pedro o que está fazendo aqui? Esse lugar não é para você, se o seu pai descobre o que anda fazendo – ele falou em tom de sermão, mas antes que o rapaz pudesse se defender Ângela se adiantou.

– Ele está aqui como meu cliente, então me deixe trabalhar. Não posso falar com você agora, por favor, se retire deste quarto, me procure depois – ela falou com o braço apontado para a porta do local.

– A senhorita não deveria fazer essas coisas com garotos da idade dele, este estabelecimento não pode receber menores – ele continuou a dar sermão a eles.

– Eu tenho 19 anos, não sou mais um menino e faço o que bem entender. Não estou ligando para o que meu pai possa pensar disso. Melhor você ir embora cuidar dos seus negócios que é o que sabe fazer – o garoto estava afrontando o empresário.

– O senhor o escutou melhor se retirar. Seja lá o que deseja comigo a hora é inoportuna para falar comigo. Procure-me amanhã.

– Não vou a lugar nenhum. Pedro saia já dessa cama, vista suas roupas, não tem vergonha do que está fazendo? – Willian pegou uma camisa que estava no chão e a jogou no rosto do rapaz.

– Estou me divertindo e… Não importa, vou ficar aqui. Não é o senhor que vai me fazer sair – Pedro estava querendo brigar com o empresário.

– Pare já vocês dois – Ângela se levantou, estava enrolada pelo lençol, empurrou Willian – por favor, me deixe trabalhar, depois nos falamos.

Willian não ligou para a moça, pegou as roupas de Pedro e as jogou sobre a cama. Depois pegou firme no braço do rapaz o forçando a se levantar e disse:

– Não estou brincando, sei que seu pai não está aqui, mas se vista imediatamente ou serei obrigado a ligar para ele vir lhe retirar daqui. Você já conhece seu pai então – ele largou o braço do rapaz, este ficou de cara amarrada olhando para o empresário, estava apenas de cueca e com os braços cruzados – o que está esperando? Mexa-se, vou levá-lo para casa.

– Já disse que não vou a lugar nenhum – Pedro andou pelo quarto chegando perto de Ângela – e não estou aqui apenas para me divertir, eu estou gostando muito dessa moça – ele abraçou a moça pelas cotas dando um beijo na bochecha dela fazendo Willian ficar desgostoso.

– Pedro você não sabe o que diz, largue ela agora. Ângela não é mulher para meninos como você – Willian falou com o dedo apontado para os dois.

– Então você conhece essa moça, andou vindo aqui não é, mas sinto em lhe dizer que não vou deixá-la, estou apaixonado por ela – Pedro virou para Ângela e a beijou na boca com muita vontade.

A raiva invadiu o empresário que tratou de afastá-los imediatamente, derrubando Pedro no chão. Este se levantou, de punho fechado se dirigiu a Willian que segurou o braço do garoto o impossibilitando da ação. Porém, o empresário deu uma tapa no rosto do garoto, esta o empurrou contra a parede e deu um soco na barriga dele. Os dois haviam iniciado uma briga, mas Willian tratou apenas de se defender, não pretendia machucar o garoto.

– PARE VOCÊS DOIS – Ângela encontrou uma brecha entre os dois os fazendo pararem. Pedro acabara de ganhar uma mancha vermelha no rosto e Willian estava com o coração acelerado. A jovem se virou para Pedro – olha acho que é melhor você fazer o que ele está dizendo, não se preocupe, pode me procurar outro dia.

– Ele não vai mais vir aqui – Willian falou com força na voz.

– Willian fique quieto, por favor. Se você não for embora às coisas podem se complicar para o seu lado.

– Porque esse cara apareceu aqui? Porque tinha que se intrometer na minha vida? O que está fazendo? – Pedro observou que Willian estava com o celular na mão, parecia estar ligando para alguém – pare com isso, não vá ligar para o meu pai. Você não vai fazer isso, espera um pouco. Eu prometo pegar as minhas coisas e sair daqui se você desligar esse telefone e prometer não ligar para o meu pai – Willian desligou o celular.

– Está certo, pegue suas coisas e sai daqui – o empresário falou em tom de sermão – não venha mais a este lugar, se eu souber vou contar a seu pai.

– Não faça isso, por favor, eu saio e o senhor não conta nada ao meu pai – Pedro estava se vestindo.

– Ande logo, não vou contar nada a seu pai se prometer não aparecer mais aqui – Pedro se vestiu, pegou suas coisas e saiu do local com uma cara não muito boa.

Ângela estava chateada, sentou na cama e ficou a espera do empresário dizer o que queria com ela.

– Porque você faz essas coisas com garotos como Pedro? – Willian mostrou irritação.

– É o meu trabalho, você viu que ele é maior de idade, não tem com o que se preocupar. Eu não fico escolhendo a quem devo servir, tenho que agradar aquém seja sem me importar da idade desde que tenha 18 anos ou mais – ela falou gesticulando com uma das mãos e a outra segurando o lençol que a cobria.

– Mas você, para começo de história não deveria estar trabalhando aqui. Se vista e venha comigo, preciso conversar com a senhorita. Vou ficar a sua espera lá fora – Willian se virou e andou em direção a porta.

– Não precisa, pode ficar onde está. Já me viu sem roupa uma vez, que diferença vai fazer me ver de novo? Mas vou descer e trabalhar. Sabe que não posso sair com o senhor hoje, volte a me procurar amanhã – ela falou enquanto colocava seu vestido verde escuro.

– Você não vai mais trabalhar aqui, posso lhe dar outro emprego. A senhorita pode trabalhar na minha empresa, não precisará mais levar esta vida – Willian se virou e ficou olhando para a jovem, enquanto esta calçava suas sandálias.

– Eu prefiro continuar aqui, sei me virar sozinha, muito obrigada – ela continuou a se arrumar.

– Eu sei que precisa de dinheiro para o tratamento da Sra. Margarete, mas porque aqui? Você é muito bonita poderia encontrar outro lugar decente para trabalhar, me deixeeu ajudá-la.

– Willian eu tenho meus motivos, sei que não ganho o que gostaria, mas… – ela parou estava de frente ao espelho e dava para vê Willian que estava atrás dela – eu vou dá um jeito de consegui dinheiro para o tratamento de Margarete.

– Como fará isso? – Willian chegou perto dela – por favor, quero muito ajudar à senhorita.

– Não estou aqui porque quero, circunstâncias na minha vida me fizeram chegar aonde cheguei – ela passou a mão sobre os cabelos, andou pelo quarto em direção a porta.

– Vamos conversar me deixe entende-la.

– Não posso, já ficamos tempo de mais aqui, preciso trabalhar – ela andou chegou perto da porta, mas foi impedida de sair, pois Willian estava à frente dela impedindo a passagem – Willian me deixe ir.

– A senhorita não vai mais trabalhar hoje, venha comigo. Se for dinheiro eu pago essa noite. Sai comigo, preciso muito entender você – ela sabia o quanto ele é insistente, então resolveu ir com ele.

Ângela desceu as escadas com Willian, mostrou a ele uma passagem nos fundos que dava para fora do local. Ela pediu que ele a esperasse lá enquanto trocava de roupa e pegava seus pertences. O empresário ficou esperando, nesse meio tempo lembrou-se da cena que ocorreu nessa noite. Sabia que a jovem tem relações sexuais com vários homens, entretanto não esperava vê-la com o filho de um dos seus amigos. Isso o fez querer mais do que nunca tirá-la daquele trabalho lhe dando um melhor.

A rua estava calma, a lua estava cheia lá no céu, ele colocou a mão no bolso do seu casaco e retirou o diário. Ângela estava demorando a chegar, ele pensou em entrar e procurá-la, porém não poderia ser visto entrando pela porta dos fundos, seria suspeito. Então sentou no meio fio, diário na mão e começou a foliar. Acabou encontrando a foto, retirou-a colocando no colo e resolvei ler o conteúdo da página que abriu.

Quinta-feira, 19 de julho de 2004

Cheguei em casa mais cedo do trabalho trazendo um pequeno presente para a minha pequena cachinhos durados, estava muito empolgada para ver a carinha dela quando o receber. Abri a porta de casa, as luzes da cozinha estavam apagadas, achei estranho, coloquei o presente sobre a mesa, escutei o som da televisão e fui até a sala, porém ninguém estava lá. Chamei pela minha pequenina, não tive resposta até andar mais pela casa a procura dela.

Nesse momento acabei ouvindo um barulho estranho, resolvi seguir o som até chegar ao meu quarto. Tentei abri a porta, porém esta estava trancada, bati nela, não houve resposta. Então lembrei que tinha um grampo no cabelo, o retirei e tratei de usar uma das minhas habilidades adquiridas do meu pai. Depois de um tempo acabei conseguindo e para minha surpresa…

Willian parou de repente ao ouvir um som na rua, porém se tratava de um cachorro que estava mexendo em uma lata de lixo. Ele olhou para trás dele para verificar se Ângela havia chegado, mas não tinha sinal dela, então voltou a sua leitura.

Depois de um tempo acabei conseguindo e para minha surpresa Tom estava segurando com força a filha, as calças arriadas. Corri o mais depressa que pude, tratei de empurrá-lo e tirar ele de cima dela. Com muito esforço consegui, ela correu para fora do local, olhei para Tom com raiva, senti cheiro de bebida e andei pelo local querendo bater nele, mas esbarrei em uma garrafa que havia no chão.

Um barulho vindo de trás do empresário o fez parar sua leitura, ele se virou e observou que Ângela havia chegado. Rapidamente colocou a foto no seu devido lugar, fechou o diário, o guardou no bolso interno de seu casaco e se levantou.

– Tive que toma cuidado, ninguém pode saber que sai, senão terei problemas – ela estava segurando uma bolsa – vamos logo.

Os dois seguiram até o carro do empresário, ela colocou a bolsa no colo e seguiram pela cidade sem falarem nada. Willian pensou em ir com ela a um restaurante ou alguma cafeteria.

– Poderia levar a senhorita ao meu apartamento? – Ângela fez uma expressão de surpresa.

– Não acha isso intimo de mais, se queria fazer sexo comigo tínhamos ficado no bordeu.

– Há! Não, eu quero apenas conversar com a senhorita. O que desejo tratar com você é muito particular, não sei se ficaria a vontade para me contar algo se estivéssemos em um restaurante – Ele estava pegando o caminho para o seu apartamento.

– Tudo bem, mas vamos ficar apenas na sala. Depois dessa conversa irei para casa, ok.

– Como a senhorita desejar.

Os dois entraram no apartamento do empresário, que era pequeno, ela jogou a bolsa sobre o sofá e se sentou.

– Aceita tomar algo, água, suco, café? – Willian estava a caminho da cozinha.

– Não muito obrigada – ela estava a observar uma porta retrato que estava sobre o centro de mesa na sala, nele tinha a foto de Willian com um homem de cabelos grisalhos e uma bela mulher camisa florida. Eles pareciam serem parentes, por conta das feições parecidas.

– Não fique chateada comigo, o que fiz é para o seu bem, sabe que eu tenho afeição por ti – William sentou em uma cadeira perto da jovem e estava segurando um copo de água.

Eles ficaram sentados ali por um tempo, calados, ambos estavam ainda digerindo tudo que havia ocorrido nesta noite.

– Bom para começar – Willian retirou do casaco o diário e entregou à jovem – acho que deixou cair isso no meu carro no nosso ultimo encontro – a jovem fez cara de surpresa e pegou o diário.

– Muito obrigada, eu estava à procura dele – ela fez um movimento de que iria guardar o objeto na bolsa, mas foi interrompida da ação.

– Espere um pouco, não o guarde ainda – Ângela franziu a testa – eu estava aqui neste mesmo lugar quando deixei esse diário cair, então encontrei uma foto que está dentro dele, a senhorita poderia me dizer quem são as pessoas nela? – Ângela ficou surpresa, então abriu o diário, procurou a foto, a retirou, deixando-a a mostra.

– Bom… Aqui está a Sra. Margarete com uma menina loira – ela parou de repente.

– Mas quem é essa menina? Achei-a parecida com a senhorita. Tem o mesmo tom de pele, os olhos azuis, o mesmo formato do rosto e o sorriso também é igual – Willian falou olhando para a jovem e para a foto respectivamente.

– Ha! Senhor… – ela mostrou estar nervosa – bom somos parecidas sim.

– Aqui diz “cachinhos dourados”, eu já ouvi a Sra. Margarete chamando você dessa forma. Responda-me com sinceridade, é a senhorita na foto? – essa pergunta acabou deixando à jovem ainda mais nervosa.

– Ha! Senhor… Tudo bem eu respondo… Calma é só uma mera pergunta – ela estava falando sozinha, costumava fazer isso quando estava nervosa – sou eu sim nessa foto.

– Então a Sra. Margarete não é apenas uma amiga sua, não é? Ela é sua mãe – ele falou com ar de certeza.

– O senhor acha? – ela se levantou e ficou andando pela sala.

– Acho sim, eu vejo como trata a Sra. Margarete com muito cuidado, carinho e como ela trata a senhorita também – Willian se levantou e ficou perto da jovem.

– Ela é sim minha mãe, por isso tenho muito apreço a ela e faço o que faço no bordeu.

– Mas a senhorita não trabalha no bordeu só por causa do dinheiro que necessita para pagar o tratamento de sua mãe, não é? – ele franziu a testa nesse momento.

– Claro que não, a dona do bordeu foi à única, quando eu era mais nova, a me dar trabalho. O dinheiro que ganho é pela minha mãe, não gosto muito do que faço, mas na vida há momentos que não temos escolha – ela estava perto da janela a observar a rua.

– Posso lhe tirar desse lugar, ajudar a cuidar de sua mãe e… – Willian foi interrompido pela jovem.

– NÃO PRECISA, me desculpe – ela se virou para o empresário, estava com uma expressão não muito boa no rosto – não acho certo o senhor ficar atrás de mim, não sou nada sua.

– Então me deixe ser, sabe que sinto amor por você, já demonstrei isso algumas vezes. Eu quero muito que seja minha namorada – Willian nunca foi muito bom com pedidos de namoro.

– O senhor quer namora comigo? – ela ficou surpresa, não esperava que esta pergunta fosse feita dentro dessa conversa.

– É o que mais desejo, mas também a sua felicidade e pelo que vejo no seu rosto não há possui – ele tocou no queixo da jovem que acabou baixando o rosto – me responda, por favor, sei que gosta de mim.

– Somos muito diferentes, não podemos ter nada um com… – ela foi interrompida, pois o empresário deu um beijo nela. Ficaram frente a frente, os rostos perto um do outro, ela pode sentir a respiração dele. Willian estava com uma das mãos sobre a cintura dela e a outra estava sobre a nuca.

– Eu te amo me deixa ser seu – ele falou baixinho. A jovem estava com os olhos fechados e o coração acelerado. Ela não sabia onde colocar as mãos, mas isso é o que menos importava nesse momento. Ele a beijou novamente, porém este foi mais demorado e intenso.

O vento bateu sobre eles, entretanto isso não fez Ângela deixar de sentir calor invadir todo o corpo. Tudo que estava a sua mente acabara de ir embora, sentia apenas a emoção em seu corpo. Eles ficaram um bom tempo transferindo sensações e amor ao mesmo tempo. Então quando Willian resolveu se afastar da jovem, esta acabou ficando parada no lugar, sem saber o que fazer. Então ele tratou de segurar a mão dela, sentou ela no sofá, pegou na cozinha um copo com água e ficaram calados por um curto espaço de tempo.

Toda a conversa que tiveram antes fora esquecida no momento, eles ficaram olhando um para o outro como duas crianças bobas. Mas então Willian resolveu refazer a pergunta:

– A senhorita quer ser minha namorada? – ele estava disposto há esperar o tempo que fosse para ouvir a resposta.

– A senhor, eu… – ela foi interrompida.

– Pode me chamar de você, vamos deixar as formalidades de lado.

– Tudo bem, você… eu… – ela se atrapalhou, estava nervosa, nunca sentiu isso antes. Eles riram juntos – hoje aconteceu muita coisa, não sei se poderei lhe responder.

– Não se preocupe lhe dou tempo para pensar – ele segurou uma das mãos da moça e a beijou – eu espero o tempo que for para ficarmos juntos – a jovem baixou o rosto, porém Willian o levantou com uma das mãos de forma delicada e a beijou novamente.

A noite avançou rapidamente, naquela sexta-feira, tudo que havia ocorrido tinha sido esquecido. Roupas estavam espalhadas pelo chão, a cama estava com lençóis amarrotados e dois corpos juntos cobertos por eles. Willian havia dito que não pretendia fazer sexo com sua amada nesta noite, porém não viu problema em dormir com ela. A jovem estava com os olhos fechados, mas o empresário se recusava em adormecer, passava uma das mãos sobre o rosto dela.

Willian sabia muito bem que Ângela o ama, mas o que a fazia recuar quando ele falava em relacionamento serio? Essa dúvida poderia demorar a ser respondida, porém no momento ele queria apenas ficar a admirar a beleza da jovem. Suas pernas estavam entrelaçadas, embaixo do lençol estavam apenas de trajes íntimos. William não parava de fazer carinho na jovem, até que adormeceu.

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