Histórias da Vida

Histórias da Vida – Capítulo 16

Capítulo 16

Continuação do capítulo anterior…

Cena 1.

Glória: Eu fui por que eu queria ver o que ela fez com a casa do meu Heitor. Só por isso.

Hélio: A senhora parecia estar se divertindo ontem. Adorou o almoço. Achei que estava melhorando.

Glória: Como que você acha que eu posso estar melhorando sabendo que foi por culpa dela que meu filho está morto.

Hélio: Ela não teve culpa mãe. O Heitor não me deixou tirar ele do carro antes da Maria. Ele escolheu isso. Um gesto de amor. Eu já te expliquei mais de mil vezes o que aconteceu.

Glória: Ela indiretamente teve culpa. Eu não aceito isso que a vida fez. Não aceito.

Helio: A Maria é uma ótima pessoa mãe. Só a senhora que fica com essa implicância com ela. Eu já expliquei varias vezes o que aconteceu e… Mas eu não quero falar desse assunto agora. Não vai adiantar mesmo. Mas ela não merece isso. Ela nunca desistiu da senhora. Maria é sonhadora, batalhadora. Merece ser feliz, muito feliz.

Glória estranha o jeito que Helio falou sobre Maria.

Glória: Helio, você está apaixonado pela Maria?

Helio encara Glória.

Helio: Que pergunta absurda é essa, mãe?

Gloria: Você falou da Maria de um jeito. Não sei. Me pareceu que estava apaixonado mesmo.

Helio: Mãe, não fala besteira. Maria é uma grande amiga. Minha cunhada. Só isso.

Glória: Espero que sim. Não quero mais confusões nessa família.

Cena 2.

Bar.

Sentados à mesa, Paulão e uma loura bebem cerveja juntos. Na entrada do bar Janet, Lele, Edneia e Dirce chegam.

Janet: Que palhaçada é essa, Paulão?

Paulão levanta assustado.

Paulão: Não é nada disso que você está pensando meu amor.

Edneia: Pior que a loira é bonita.

Dirce: Olha só o cabelo dela. Lindo.

Janet: Vocês estão do lado de quem?

Edneia: De ninguém. Vim pelo barraco. Adoro barraco.

Dirce: Eu aposto 50 reais na Janet.

Lele: Eu te falei que ele era um safado Janet. Eles já devem ter um caso a muito tempo.

Paulão: Lele para de por lenha na fogueira.

Lele: To defendendo minha patroa, amado.

Loira levanta.

Loira: Quem é essa idosa, Paulão.

Janet: Você me chamou de que, querida?

Lele: Calma Janet. Se for pra dar na cara de alguém, é no Paulão. Era ele que namorava você.

Loira: Por que essa bicha velha não cala a boca?

Lele: Da na cara dela Janet.

Janet vai até e Paulão e dá alguns tapas nele, que se defende com o braço.

Janet: A humilhação que você me fez passar.

Paulão: Eu posso explicar Janet. Não é nada disso.

Loira: Eu to cansada dessa loira dando show. Eu to indo pra casa amor.

Janet: Não é nada disso? Cachorro.

Janet continua dando tapas em Paulão que se defende. Janet segura a camisa de Paulão e a rasga.

Janet: Safado. Cafajeste. É isso que você merece.

Janet pega o copo de cerveja e joga na loira.

Janet: Outra safada. Esse seu cabelo é chapinha. Não engana ninguém.

Janet sai andando do bar junto com o pessoal do salão.

Cena 3.

Casa de Maria.

Na mesa do café, Maria, Diego, Junior, Patty e Julia tomam café da manha juntos.

Junior: Mãe que queria…

Maria: Não, você não queria nada. Você não vai falar nada. Quem vai falar sou eu. Eu fiquei profundamente decepcionada com vocês. Com todos. Entrar em casa noturna que vocês não podem por serem menores e pior com identidade falsas.

Diego: Eu não fiz identidades falsas mãe.

Maria: Você já tem 18 anos, Diego. Você é exemplo para o seu irmão. Você certo deixar ele fazer coisas erradas?

Diego: Não.

Junior: A gente não fez nada demais.

Maria: Vocês falsificaram documentos. Isso é crime. Isso ia dar uma confusão maior. A sorte de vocês que o delegado era amigo do seu pai. Eu não quero mais falar sobre isso. Vocês estão todos de castigo. Sem mesada, sem vídeo game e sem internet. Isso inclui computador, tablet e celulares. Quero de todos aqui na minha mão.

Julia: Até o nosso vó?

Maria: Claro. Vocês não estavam no meio?

Patty: Sacanagem.

Todos entregam os celulares à Maria.

Junior: O Rafael tinha que estar ouvindo isso também.

Maria: Quando ele descer pra tomar café, ele vai ter o castigo dele.

Patty: O Rafael sai cedo. Foi esperto. Devia ter ido pra casa também.

Maria: Onde o Rafael foi?

Cena 4.

Praia.

Sentados na areia da areia, Rafael e Breno conversam.

Breno: Até imagino o sermão da Maria.

Rafael: De madrugada ela já xingou. Imagina agora cedo então. Sai cedinho sem ninguém ver. Pelo menos do sermão eu me livrei.

Breno: Se eu conheço sua mãe, não vai adiantar.

Rafael: Pior que é verdade. Dona Maria é osso.

Breno: Você devia ter mandado seus irmãos pra embora. Eles não têm idade pra boate.

Rafael: Eu sei. Droga. Maldita hora que eu deixei meus irmãos ficarem na boate.

Breno: Cara abstrai. Esquece. Você pensou naquela parada que eu te falei?

Rafael: Sobre vender… Aquilo?

Breno: É. Grana fácil. Ainda mais pra você ali dentro da boate. Você sabe que o que mais rola lá dentro é isso. Você ta perdendo dinheiro.

Rafael: Se identidades falsas minha mãe já pirou imagina vender drogas?

Breno: Sua mãe não precisa saber tudo que você faz. Você já adulto.

Rafael: Sei lá cara.

Breno: Beleza. Não tem problema. Eu arrumo outra pessoa. Eu só te dei o toque porque você é meu amigo e essa parada é grana fácil.

Cena 5.

Salão de Janet.

Janet, Lele Edneia e Dirce entram no salão e veem a cliente sentada na cadeira com metade do cabelo cacheado e a outra metade lisa.

Cliente: Eu não acredito que você me largou aqui com meu cabelo pra arrumar e foi atrás de macho. Aposto que te trocou por uma de 25 né. È sempre assim, homem troca sempre por uma mais nova, pela metade da idade que a gente tem.

Janet: A metade da minha idade é 25?

Edneia: Que afronta.

Lele: Gata, foca na sua que as coisas não estão nada bem.

Cliente: Olho meu cabelo, metade Wesley Safadão e metade Maria Bethânia.

Dirce: Ta na moda. Ta linda.

Janet: Eu até ia arrumar seu cabelo, mas pela afronta não vou mais. Pode cair fora daqui.

Cliente: Que isso? Você ta louca?

Janet: Louca eu vou ficar se você não sair daqui agora. Cai fora. Sai daqui filha do Adamastor Pitaco.

Cliente sai correndo do salão. Janet senta no sofá chorando e Lele, Edneia e Dirce vão até ela tentando consola-la.

Cena 6.

Casa de Maria.

Na sala, Maria arruma a bolsa sentada no sofá. Nath triste desce a escada.

Maria: Bom dia filha. Acordou tarde, nem se arrumou pra faculdade.

Nath: Eu não vou hoje. Eu to indisposta.

Maria: Você não está com a cara boa mesmo não. Por causa daquele namoradinho ainda?

Nath: Também.

Nath vai até o sofá e senta do lado de Maria.

Nath: Eu não entendo mãe. A gente tava indo bem. E do nada ele sumiu.

Maria: Ainda não te respondem?

Nath: Nada.

Maria: Eu não o conheço pra julgar, mas você sabe que alguns homens quando conseguem o quererem, eles somem né.

Nath: Já transava com ele ha mais tempo, mãe.

Maria: Mãe não gosta de saber que os filhos transam. Pra mim vocês são crianças ainda. Mas porque você não vai até a casa dele?

Nath: Não vou correr atrás dele assim também, né mãe. Ele vai achar que eu to apaixonada por ele.

Maria: E não está? Eu não sei o que te aconselhar, então.

Nath: Mas não é só isso que me preocupa.

Maria: O que foi? Se eu puder ajudar.

Nath: A última vez que a gente transou, foi sem camisinha.

Maria: Nathália…

Nath: Eu sei mãe. Eu sei que eu não devia ter feito isso. Tem risco de gravidez e doenças e tal. Mas aconteceu. Mas foi a única vez. Só que isso tá me deixando paranoica, não sei.

Maria: Eu vou ligar pra Sandra e marca um horário pra você. E eu vou junto.

Cena 7.

Hospital.

Na recepção, Sandra conversa com uma enfermeira, Lucas entra no hospital com a mão esquerda enrolada em um pano. Lucas se aproxima de Sandra e mostra a mão com o pano.

Lucas: Eu cortei a mão. Me ajuda?

Cena 8.

Sala de enfermagem.

Sentado na maca, Lucas entrega a mão para Sandra que está em pé na frente dele.

Enfermeira: Quer que eu faça o curativo, doutora?

Sandra: Pode deixar que eu faço. Obrigada.

Enfermeira sai. Sandra limpa a mãe de Lucas, passa alguns remédios com o algodão sobre o corte.

Sandra: o que aconteceu? Como você se cortou.

Lucas: Se eu te falar você não vai acreditar. Eu estava cortando uma laranja.

Sandra ri: Como alguém corta a mão cortando uma laranja?

Lucas: Eu estava pensando em você?

Sandra para de fazer o curativo e olha pra Lucas, estranhado o que ele disse.

Lucas: Não é assim do jeito que você imaginou. Não sou nenhum tarado. Eu havia lembrado que você não tinha aceitado a água de coco aquele dia porque tinha que trabalhar. Eu pensei que eu poderia ter convidar para um almoço. Ai, eu me cortei.

Sandra: Nossa. Pior que criança se distraindo.

Lucas: Mas você não me respondeu. Aceita meu convite?

Cena 9.

Casa de Carla.

Na sala, Julia entra em casa e vê Jorge deitado no sofá.

Julia: Pai? O senhor está fazendo aqui, dormir no sofá?

Jorge: Não fala besteira menina. Eu estava procurando meu uniforme pra ir trabalhar e deitei aqui. Só isso. Você o viu?

Julia: Ontem à noite tava na área de serviço secando.

Jorge: Ótimo, eu vou lá buscar.

Cena 10

Quarto de Carla.

No quarto de Carla, Julia entra procurando a mãe.

Julia: Mãe?

Julia vê Carla em frente o espelho passando maquiagem em volta dos olhos pra disfarças a marca do hematoma.

Julia: Mãe, o qHiue aconteceu?

Carla se assusta, e as duas se encaram.

Cena 11.

Escola.

No corredor, Junior caminha com os fones no ouvido em direção à saída. Ele chega no portão e do outro lado da rua, Marcela o observa. Ela caminha até ele.

Marcela: Oi, Tudo bem?

Junior tira os fones: Oi, eu te conheço?

Marcela: Claro sim. Você está sozinho? Ninguém veio te buscar?

Junior: Não. Por quê? Quem é você?

Marcela: Eu vou explicar direitinho quem sou eu…

2 thoughts on “Histórias da Vida – Capítulo 16

  • Seu núcleo cômico me fez ri pela primeira vez. Kkk. Ri pacas. “Meu cabelo metade Safadão, metade Maria Bethânia”. Pérola que vou lembrar por muito tempo.
    Glória já tá sacando tudo.
    Cadê a Camila nessa história. Saudades dela.
    Lucas e Sandra estão ficando fofos juntos.
    Essa Marcela já quer mais dinheiro? Oh God!!!

    • Amem, até que enfim uma dentro kkkkkk.
      Camila ta voltando com tudo. Se prepara.
      A Marcela agora vai mostrar quem é de verdade.

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