A Fênix

A Fênix – Capítulo 12

Capítulo 12

VOLTA AO PRESENTE.
Cena 01 – Restaurante.
Helena: Linda história, não acha?
Sérgio: Meu Deus Helena, eu nunca imaginei que a Raquel fosse capaz de…
Helena: Não se faça de inocente, seu desgraçado! Eu lembro perfeitamente, tudo aconteceu como eu acabei de contar. Vocês acharam que tinham me matado com aquela pancada na cabeça, mas não, eu sobrevivi! E assim que acordei no hospital eu me lembrava de tudo.
Sérgio: Helena, olha, estava escuro, você devia estar confusa…
Helena: Espera aí, tem mais! Sabe o que eu fiz da vida nesses últimos 15 anos, eu vivi me prostituindo, pedindo esmola, cheguei a morar debaixo da ponte, mas nunca me esqueci do que vocês me fizeram. Minha vontade era um dia voltar e recuperar minha casa e meus filhos, mas eu tinha medo…
Sérgio: Helena…
Helena: Mas o tempo passou, hoje estou casada e rica e eu vou enfrentar vocês, eu vou recuperar os meus filhos!
Sérgio: Helena, estou dizendo, eu não sabia de nada, o que eu vim fazer foi justamente te oferecer a minha ajuda.
Helena: Você é mesmo um miserável, como eu pude me casar com você?
Sérgio: Helena…
Helena se levanta: Já ouvi muita conversa por hoje. Agora você já sabe que eu me lembro de tudo, e avise a minha irmã que eu não vou descansar enquanto eu não fizer vocês pagarem por tudo que me fizeram.
Sérgio segura Helena pelo braço: Espera…
Helena empurra Sérgio e ele cai por cima da mesa e a vira, derrubando tudo no chão.
Helena: Fique longe de mim seu porco!
Helena sai andando como se nada tivesse acontecido.

Cena 02 – Noite. Mansão Alcântara Barreto de Albuquerque. Quarto de Sérgio e Raquel.
Sérgio conta sobre o encontro a Raquel.
Raquel, nervosa: Como assim você não conseguiu?
Sérgio, irônico: Não consegui, simplesmente!
Raquel: Mas é inacreditável, você é um incompetente! O que disse a ela?
Sérgio: Que eu me oferecia pra ajudar ela a recuperar o filho, que eu nunca soube de nada, que foi tudo armação sua…
Raquel: Espera, espera aí! Você disse que eu armei tudo?
Sérgio: Bem…
Raquel, furiosa: Seu idiota! Se agora ela não tinha mais dúvidas sobre o nosso envolvimento no acidente dela ou do sumiço do irmão gêmeo do Miguel agora sim ela tem certeza!
Sérgio: Eu imaginei que ela fosse acreditar, que diferença ia fazer ela saber de tudo se de qualquer jeito íamos tirar ela do caminho?
Raquel, andando de um lado pro outro: Mas é inacreditável, é inacreditável! Estamos com problemas até a ponta dos fios de cabelo e você consegue nos afundar mais!
Sérgio: E agora, o que vamos fazer?
Raquel: E você pergunta pra mim? Você quem arruinou tudo.
Sérgio se levanta: Como eu mesmo disse a Helena, é você quem sempre arma tudo, agora se quer nos livremos, se vira e bola alguma coisa!
Sérgio sai do quarto.

Cena 03 – Manhã seguinte. Cozinha.
Todos estão tomando café na mesa.
Miguel: Mateus, até quando vai a sua suspensão?
Mateus: Hum, parece que alguém tá sentindo minha falta na escola.
Miguel: Boa, engraçadinho… A questão é que você, mesmo não sendo a melhor, é minha única companhia lá.
Mateus: Entendi, nem o grupo dos nerds consegue te aguentar né?!
Miguel: Palhaço!
Raquel: Não comecem os dois, hoje eu não tô com cabeça pra isso.
Mateus: Relaxa, é brincadeira. Eu acho que eu devo voltar em uma semana, ou até menos quem sabe?! Mas é melhor pra você, comigo longe você tem mais um tempo com a Suzana.
Miguel: Não começa Mateus, eu não quero brigar.
Mateus: Tudo bem, tudo bem, eu também não quero!
Raquel: E eu não quero ter que gritar.
Raquel se levanta.
Miguel: Já vai mãe?
Raquel: Eu tenho um compromisso inadiável agora.

Cena 04 – Morro de Alemão. Casa dos Oliveira. Cozinha.
Todos estão sentados tomando café.
Teresa: Então meu filho, dormiu bem?
Zeca: Mais ou menos, tá ruim com esse meu pé doendo.
Gustavo: É isso que ganha por ficar andando pela noite com um bando de vagabundos, se estivesse trabalhando isso não teria acontecido.
Teresa: Gustavo, não briga com o menino, ele já tá machucado.
Gustavo: Mulher, aprenda uma coisa: você não me dá ordens!
Zeca: Não fala assim com a minha mãe!
Gustavo: Não fala assim comigo, quer que eu quebre seu braço também?
Zeca: Tenta.
Gustavo se levanta: Olha aqui, você não me desafia moleque!
Teresa se levanta: Chega vocês dois!
Gustavo: Baixa o tom pra falar comigo, vadia!
Léo: Chama a minha mãe de vadia de novo que eu te mato.
Gustavo: Vamos ver quem mata quem.
Teresa: Chega! Parem de brigar!
Gustavo olha para Teresa com sangue nos olhos como se fosse descer uma surra sobre ela. Mas ele simplesmente sai pela porta e vai embora.

Cena 05 – Casa dos Matos.
Priscila e Suzana estão se arrumando para ir pra aula.
Suzana, escovando o cabelo: Priscila, e o Mateus, quando ele volta pras aulas, você sabe?
Priscila, passando batom na frente do espelho: Acho que em poucos dias, a suspensão deve durar mais algum tempo né, até porque foi feio o que ele aprontou.
Suzana: Sabe, me dá pena ver o Miguel sozinho lá naquela faculdade.
Priscila: Por que você não faz companhia a ele?
Suzana: Eu tento, mas eu fico meio sem graça, e ele também.
Priscila, amarrando o cabelo: Sinceramente, eu não sei qual o problema daquele garoto. E qual o seu problema?
Suzana: Meu problema?
Priscila: Por que você não parte pra outra? Nessa insistência você só tá se machucando e se rebaixando, acha que vale a pena?
Suzana: Eu sinceramente não sei. É estranho, eu não entendo, mas eu não quero simplesmente deixar pra lá.
Priscila: Você quem sabe, mas na minha opinião, você merecia coisa melhor maninha!

Cena 06 – Morro do Alemão.
Em algum lugar do morro, Gustavo está andando até chegar a um pequeno café. Ele entra no local como se procurasse por alguém, até que ele avista quem estava procurando sentado em uma mesinha.
Ele aproxima-se e senta-se à mesa com a pessoa.
Gustavo, irônico: Ora, ora, se não é a madame?! Quanto tempo.
Raquel, nervosa: Não me venha com suas ironias seu morto de fome, por que demorou tanto?
Gustavo: Foi mal senhora, mas é que a mulher lá em casa tava fazendo o maior drama, e os moleques também não facilitam a minha vida.
Raquel: Pois trate de se virar, eu fiquei esperando neste buraco imundo de quinta durante quase uma hora.
Gustavo: Bem se vê que a madame não mudou nada.
Raquel: Não, não mesmo. E por falar na sua família, como anda o pirralho que te entreguei?
Gustavo: Se eu soubesse que aquele moleque ia infernizar tanto minha vida não teria aceitado aquela sua proposta.
Raquel, irônica: Não me diga.
Gustavo: Digo sim, nunca me arrependi tanto, aquele garoto é um pé no saco, sem falar que a vagabunda da minha mulher ainda conseguiu ter outro.
Raquel: Pensei que sua mulher não pudesse ter filhos.
Gustavo: Eu também achei, e se ela não infernizasse tanto minha vida 18 anos atrás eu não teria arrumado aquele que você me deu.
Raquel: Está muito tarde para se arrepender do que fizemos, 18 anos atrasado pra ser exato.
Gustavo: Mas enfim, a que devo sua ilustre visita depois de tanto tempo madame?
Raquel: Eu preciso que você faça um servicinho pra mim.
Gustavo: Que tipo de serviço que é necessário que eu faça.
Raquel: Em resumo seu serviço no passado foi um fracasso, minha irmã está viva!
Gustavo: Como viva?
Raquel: Eu não sei, aquela desgraçada é mais dura do que sempre aparentou ser. Você fracassou anos atrás e ainda assim recebeu seu pagamento, então você me deve.
Gustavo: E o que você quer?
Raquel: Que você acabe com ela de uma vez por todas!

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