Eu te amo tanto

Eu Te Amo Tanto- 01 Episodio

Eu Te Amo Tanto SO1 EO1: Ela Quer Ser Alguém

De: Everton Brito

Século XX- 1950     Campo Do Mar


CENA 01– PARQUE/ EXT./NOITE

CAM se abre e dá um plano no parque. Na lua. Em seguida, mostra uma cigana dançando lindamente e várias pessoas em sua volta. Uma cigana branca e ruiva com trajes delicados. CAM foca em um vendedor de flores a observando. A cigana acaba de dançar e pega o seu chapéu com o dinheiro que ganhou dentro. O vendedor se aproxima.

BENJAMIM-:Desculpe. Não posso pagar com dinheiro o que vi… Mais se de bom grado aceitar uma rosa…
ELLA: Não precisa, já tenho o suficiente. Mais eu aceito sim sua rosa. O que fazes aqui?
BENJAMIM: Vendo rosas. Não ganho muito. Mais não tenho do que reclamar. Vivo uma vida humilde, mas muito feliz
ELLA: O parque vai ficar uns meses por aqui. A cidade é agradável
BENJAMIM: E você, se vai?
ELLA: Talvez. Mas penso em seguir sozinha.

É isso Ai- Ana Carolina Part: Seu Jorge

ELLA: A lua está especialmente linda hoje
BENJAMIM: Eu ouvia a minha mãe dizer que a lua foi feita de uma promessa de amor. Amor… Já amastes alguém?

Ela nada diz. Eles se entreolham.

CORTA PARA.

CENA 02– QUARTO/ INT./ NOITE

CAM foca em Benjamim e Ella, nus. Os seios de Ella encostam-se nas paredes do quarto. Benjamim esta por trás dela beijando o seu pescoço. Do espelho se vê refletido sua nádega branca. Ele faz movimentos contraídos e sussurra em seu ouvido.

BENJAMIM: Por muito tempo, ouvi dizer que o sexo era algo pecaminoso
ELLA: Então nós dois vamos para o inferno
BENJAMIM: Mais alguém me disse que é algo divino
ELLA: Eu acredito…
BENJAMIM: Vou embora
ELLA: Fique mais um pouco. Durma aqui. Está tarde

Benjamim sorri.

CORTA PARA.

CENA 03– TABERNA/INT./DIA

CAM foca em uma chaleira antiga com água fervendo no fogão.

BENJAMIM: O que está fazendo?
ELLA: Ia fazer um chá. Mais estão faltando as ervas que eu quero
BENJAMIM: Se me permite ir buscar…
ELLA: (Feliz) Mas tome cuidado. Aquela mata é muito perigosa

Benjamim pega o seu chapéu e sai. Ouve se o barulho das patas do cavalo correndo.

CORTA PARA.

CENA 04– ESTRADA/ EXT./ DIA

Benjamim cavalga sobre uma estrada de barro. Aos redores muitos capins verdes e bonitos junto com algumas flores de cores diferenciadas, pois já era primavera. Ele busca pelas ervas. Na linha do trem encontra-se uma linda e jovem índia que apanha alguns frutos que caíram das arvores e estão ali á alguns dias. Ela os coloca dentro de um saco, entretida nem percebe que o trem se aproxima. Benjamim grita de longe para que saia.

BENJAMIM: Moça! Moça saia. O trem vem vindo, moça!

Benjamim acelera o cavalo. A índia continua entretida.

BENJAMIM: Moça, o trem!

Ela ouve o seu grito e se vira para trás. O trem chega bem perto dela, que não sabe o que fazer. Rapidamente Benjamim com o cavalo atravessa a linha do trem e salvando a moça e por pouco o trem não acerta o cavalo que rincha.

BEIJAMIM: Não me ouviu gritando para que escutasse?
LUA: Eu estava distraída. Obrigado.
Ternura – Isabella Taviani
BENJAMIM: Não há de que

Benjamim ia saindo com o cavalo. Lua o chama.

LUA: O que o moço veio fazer aqui?
BENJAMIM: Buscar umas folhas de ervas para um chá
LUA: Quais seriam essas ervas? Posso ajudar…
BENJAMIM: Sete Noites

Lua arranca de um galho umas folhas e entrega a Benjamim. Suas mãos se cruzam.

LUA: Aqui estão as ervas

Eles se entreolham e conversam. Não demora muito e Benjamim mantém um relacionamento a três: De dia ficava com Ella e de noite com Lua. Mais estava escrito que isso não duraria muito tempo.

CORTA PARA.

CENA 05– ALGUM LUGAR DA MATA/ EXT./ NOITE

Diálogo entre Lua e Benjamim

BENJAMIM: Como assim grávida?!
LUA: Aconteceu. Mais se então não quiser, não lhe obrigo. Caio fora nesse mundo que Deus deu e você nunca mais vai ouvir falar de mim nem dessa criança
BENJAMIM: Não. Criaremos o nosso filho juntos. Só preciso falar com Ella.

CENA 06– TABERNA/ INT./ NOITE

Pratos e algumas xícaras sendo arremessadas contra a parede. Muita gritaria.

ELLA: Um filho! De uma maldita índia. Enquanto eu sonhava em ter uma família com você. Você construía uma com outra
BENJAMIM: Se acalme!
ELLA: Eu o amaldiçoou! Amaldiçoou essa família esse bebe (Tom) Uma menina… Ela vai ser uma bela menina. Porém não poderá se apaixonar por ninguém. Todos á quem se apaixonar morrerão da mesma forma.
BENJAMIM: Não faça isso…

Ella corta seus pulsos com uma rosa levemente e deixa o sangue escorrer. Benjamim sai correndo.

ELLA: (V.O) Sua mulher vai sentir dores absurdas no parto/

CORTA PARA.

CENA 07– CASA/ INT./ NOITE

ALGUMS MESES SE PASSAM…

O dia do parto chegou. Lua está deitada numa cama. Seu vestido sujo de sangue. Ela grita desesperadamente de dor.

ROSA: Força menina vai!
LUA: (DOR/CHORANDO) Eu não aguento mais. Ah!

CORTA PARA.

SALA

Benjamim espera na sala. Quando ouve o choro de um bebe. Ele levantasse emocionado. Chuvas e trovoes iluminam a sala. Ele adentra no quarto.

BENJAMIM: Oh, meu amor…

Intrumental- Lágrimas e Emoções

A alegria da família não dura muito tempo. Logo terão que entregar o bebe.

CORTA PARA.

CENA 08– RUA/ INT./ NOITE

Benjamim e Lua andam pelas ruas com o bebe no braço. Dão um beijo na criança e colocam na porta de um convento. Tocam a campainha e saem. Uma madre abre a porta e sorri ao olhar para baixo.

MADRE: Ah, um bebe!

A Madre pega o bebe nos braços e o leva para dentro. Em seguida lê o bilhete que estava junto á menina.

– Cuide de Lisbela.
Mais bela que uma pétala de rosa.
Cuide de meu amor, que com amor
tive de deixar.

MADRE: Ah, então esse é o seu nome pequena Lisbela? Lisbela…

O tempo foi passando. Lisbela cresce e vira uma linda jovem.

ALGUNS ANOS DEPOIS…

CENA 09– CONVENTO/ INT./ DIA

Dina e Lisbela conversam a respeito de um circo que brevemente chegará á cidade.

DINA: Pretende ir?
LISBELA: Sim!
DINA: Fugir do convento? Se a Madre te pega…
LISBELA: É rápido. Dou uma olhadinha e volto
DINA: Tome cuidado e seja o que Deus quiser

As duas pegam nas mãos felizes.

CORTA PARA.

CENA 10– CIRCO/ EXT./ NOITE

Muitas pessoas. O circo é muito alegre. Lisbela passa por entre algumas “Paredes” de lençóis coloridos. Passa a mão levemente, eles são macios. Ela sente outra mão tocar as sua. Os dois se encontram.

DeVotchKa – How It Ends

LISBELA: Quem é você?
PIETRO: Um palhaço, como vês
LISBELA: Perguntei pelo seu nome
PIETRO: Pietro e o seu?
LISBELA: Lisbela

Pietro a olha fixamente

LISBELA: O que foi?
PIETRO: Admiro sua beleza. Você é tão linda, parece até que foi desenhada a mão por Deus
LISBELA: Por que isso agora?

Pietro faz aparecer uma rosa em suas mãos. Dos olhos caem lágrimas.

PIETRO: Pra você. Venha, fuja comigo. A companhia de circo sai amanhã
LISBELA: Não posso
PIETRO: Ora, nada é impossível. Venha
LISBELA: Eu irei. Mais venha me buscar amanhã. Só amanhã
PIETRO: Eu irei
LISBELA: Preciso ir
PIETRO: Antes me de um beijo

Lisbela olha para os lados e lhe dá um beijo. Em seguida sai correndo.

CORTA PARA.

CENA 11– CONVENTO/INT./DIA

Amanhece e Lisbela desperta com as malas prontas.

DINA: Você vai fugir mesmo do convento com uma companhia de circo?
LISBELA: Sim, vou me danar nesse mundão com essa gente alegre, que me faz rir
DINA: Não é perigoso, Lisbela?
LISBELA: (Feliz) Veja, sinta meu coração que chega a pulsar mais rápido só de pensar nos barulhos que os pneus do caminhão fazem ao tocar no chão e vir me buscar…

http://youtu.be/pRAI87PbX8c

CORTA PARA.

CENA 12– ESTRADA/EXT./DIA

CAM foca no caminhão colorido e alegre, que vem espalhando poeira por onde passa.

LISBELA: (V.O) E eu nos braços do Pietro, do meu amor que por acaso conheci ontem e já senti esse sentimento estranho e emotivo dentro de mim. O meu coração pulsa, na mesma freqüência do motor do caminhão…

CORTA PARA.

CENA 13– CONVENTO/INT./ DIA

O caminhão chega á frente do convento e buzina para Lisbela.

DINA: (Emocionada) Então vá minha amiga… Vá!
LISBELA: Sentirei sua falta para todo sempre… Minha amiga

O caminhão buzina mais uma vez. Lisbela pega uma pequena trouxa de roupas e pula a janela do convento indo em direção ao caminhão.

DINA: (FELIZ) Vá Lisbela, vá! E seja feliz por todas nós minha amiga.

Lisbela sobe no caminhão

LISBELA: Toca pra frente esse caminhão
PIETRO: Pensei que não vinha
LISBELA: Então não me conhece bem
PIETRO: Talvez não, cara Lisbela, talvez não

E o caminhão parte desaparecendo na poeira que ele mesmo provocou.

CORTA PARA.

CENA 14– CIRCO/ INT./NOITE

Pietro se encontra vestido de palhaço. Triste dentro do camarim.

LISBELA: O que aconteceu, estavas tão feliz hoje cedo?
PIETRO: Essa vida não é boa nem pra mim, nem pra você Lisbela
LISBELA: Eu não me importo. Sou feliz com o pouco que tenho
PIETRO: Mais eu não. Quero lhe dar uma vida boa, com queijo no pão e café fresquinho
LISBELA: Eu nunca fiz questão por essas mordomias
PIETRO: Você merece minha linda… Vamos fugir? Vamos para a capital, lá encontramos uma vida melhor
LISBELA: Irei pra onde minha fonte de vivencia for
PIETRO: Então vamos agora. Pegamos um dinheiro aqui e zarpamos

Pietro furta um dinheiro do circo. O dono chega bem na hora

DONATO: Ora, o que está fazendo?
PIETRO: Desculpa seu Donato, mas…

Pietro empurra Donato que cai no chão gritando. Lisbela e ele corem.

DONATO: (V.O) Peguem eles que fugiram com meu dinheiro. Peguem os dois desgraçados. Malditos!

Lisbela e Pietro correm ofegantes. Alguns homens de cavalo correm atrás deles. Os dois se escondem. Os cavaleiros passam reto.

LISBELA: E agora Pietro?
PIETRO: Correremos mais um pouco até chegarmos num lugar seguro

Lisbela assente com a cabeça. Os dois correm, Lisbela corre segurando seu longo e delicado vestido para que não arraste no chão. O dinheiro que roubaram, despercebido o vento leva.

CORTA PARA.

CENA 15– ESTRADA/DESERTA/ EXT./ DIA

Pietro e Lisbela cansados de tanto andar já não sabem de onde tiram forças para seguir. Lisbela caminha descalça, o sol os persegue a cada passo.

PIETRO: Vida ingrata Lisbela. Perdemos o dinheiro
LISBELA: Talvez o dinheiro não fosse de grande serventia, não da maneira que ganhamos esse dinheiro
PIETRO: Eu te amo tanto, Lisbela não devia ter te tirado do convento
LISBELA: Não diga isso…
PIETRO: Eu quero morrer Lisbela. Ou essa culpa me mata primeiro.

Eles caminham mais um pouco. Uns cavaleiros chegam perto dos dois, mal encarados.

URBANO: O que os dois estão fazendo? Onde pensam que vão
PIETRO: Para a capital moço
JEREMIAS: Ora, mais ninguém passa por aqui. Não antes de pagar imposto
LISBELA: Imposto? Por passar em lugar livre?
URBANO: É a regra
PIETRO: E quem inventou?
URBANO: Eu! Por quê?
PIETRO: Não vou pagar nada!
LISBELA: Não temos dinheiro moço. Perdemos tudo
JEREMIAS: Então a moça vai morrer junto, como todos que ousaram passar por aqui

Urbano segura Lisbela

PIETRO: Espere! Deve ter algum jeito?
URBANO: Não tem, não
PIETRO: Então me leve no lugar dela. Morro no teu lugar Lisbela
LISBELA: (Chorando) Não!

Lisbela abraça Pietro por uns instantes. Urbano o leva. Jeremias segura Lisbela pelos braços para que ela não vá. Mais adiante um pouco Pietro se ajoelha em frente a um buraco gigante onde se encontra outros corpos de várias pessoas juntas para serem enterradas. Pietro abre os braços.

PIETRO: Que pelo meu grande amor morrerei. Sempre!
LISBELA: (CHORANDO) Não! Não…
PIETRO: Eis- me aqui senhor, me receba quando eu chegar e se eu tiver outro destino que não ao céu, olhais ela por mim!

Urbano dispara a arma. Lisbela grita. Pietro resiste um pouco, depois cai no buraco, se juntando com os outros corpos. Jeremias solta Lisbela brutamente no chão.

LISBELA: (Chorando) Por quê?
URBANO: Levante, ande! Saia correndo e não olhe para trás, vá!

O grito estremece. Lisbela levanta se e sai correndo. Seu vestido dança com o vento. CAM dá um plano em cima mostrando os passos caminhados por Lisbela. As marcas de seus pés que ficaram cravadas nas areias do deserto.

FIM DO EPISODIO 01.

Continua…

Deixe um comentário

Séries de Web

Séries de Web