Escolhas da Vida

Escolhas da Vida – Capítulo 4

https://www.youtube.com/watch?v=Ai9oDOMTfk4

Capítulo 4

Continuação do capitulo anterior…

Cena 1.

Rio de Janeiro.

As caminham pra fora da rodovia, Maria nervosa com a situação e pensando apenas no filho, caminha sem olhar para o lado, sem perceber esbarra em Samuel que estava parado no caminho, Maria deixa a mala cair. Ela se abaixa pra pegar as coisas e Samuel se abaixa pra ajuda-la.

Samuel: Você está bem?

Os dois se olham nos olhos fixamente. Maria pega a mala e se levanta.

Maria: Estou bem sim, obrigada. E me desculpe, não foi minha intenção.

Samuel: Não tem problema. Eu também não devia ficar parado aqui no meio do caminho igual um idiota.

Maria: Então vamos Bruna?

Bruna: Mas pra onde? Não sabemos rumo de nada aqui.

Samuel: Eu posso ajudar vocês?

Maria: Estamos procurando uma pessoa.

Samuel: E que bairro é?

Maria: Eu não sei.

Samuel: Tem um telefone publico aqui logo aqui na frente. Vocês podem ligar pra pessoa e ela pode te buscar.

Bruna: A gente ta sem saída, Maria.

Maria: Como você chama?

Samuel: Samuel.

Maria: Samuel, minha historia é um pouco complicado eu não sei se você vai entender.

Samuel: Tenta me explicar. Quem sabe eu consigo entender?

Maria: Nós somos de Santa Catarina. E minha patroa fugiu com meu filho pra cá.

Samuel: Minha nossa. Vocês têm que ir a policia.

Bruna: Nós fomos, mas não adiantou muito. É muito burocracia.

Maria: E muitas vezes não confiam na gente.

Samuel: Eu vou ajudar vocês. Mas primeiro vamos à delegacia.

Cena 2.

Delegacia.

Maria, Bruna e Samuel saem da delegacia.

Maria: Eu disse que não ia adiantar nada.

Samuel: Eles vão investigar. Tenha calma.

Bruna: Infelizmente você não tinha nenhuma foto da Joana.

Maria: Só tenho do Vítor. Ela não se deixava fotografar com o Vítor. Ela já devia estar planejando isso ha muito tempo.

Bruna: Eu te pedi tanto Maria. Eu falei tanto “não cai no jogo dela” você não quis me ouvir.

Maria: Eu me arrependo tanto. Por minha causa meu filho está longe de mim agora.

Samuel: Vai dar tudo certo. Vocês vão conseguir encontrar ele.

Maria: Deus te ouça.

Samuel: Eu já estou ficando com fome. Acho que vocês também estão. Vamos almoçar? Tem um restaurante ótimo aqui perto.

Maria: Obrigada Samuel. Mas não precisa. Você já fez muito por nós. Não quero atrapalhar seus compromissos. Obrigada por tudo.

Samuel: Não precisa agradecer. Eu to fazendo tudo com muito prazer. E não me atrapalha em nada em ir almoçar com vocês. Vou ajudar a arrumar um lugar pra vocês ficarem, vocês não vão dormir na rua. Agora vamos para o restaurante? Lá é simples, mas a comida é ótima.

Cena 3.

Restaurante.

Maria e Bruna sentadas à mesa almoçam.

Bruna: Será que devemos confiar nele assim? Não sabemos nada sobre ele. Se ele for um bandido? Um ladrão? Um estuprador.

Maria: Que horror Bruna.

Bruna: Nunca se sabe. Quem vê cara não vê coração. Temos que pensar na nossa segurança também.

Maria: Ele não parece ser uma má pessoa. Pelo contrario. Eu acho que ele é do bem. Está nos ajudando. Às vezes Deus manda anjos pra nos ajudar nos momentos difíceis.

Bruna: E você ta querendo pecar, eu vi o jeito que vocês se olham. Isso com anjo é pecado.

Maria: Eu não tenho cabeça pra pensar nisso agora. Minha prioridade é o Vítor.

Samuel chega à mesa.

Samuel: Já está pago não precisam se preocupar com o almoço.

Maria: Você não devia ter feito isso.

Samuel: Não se preocupe.

Bruna: Eu acho que eu exagerei no suco. Eu preciso ir ao banheiro.

Bruna levanta e sai da mesa.

Maria: Não ligue pra ela. É meio doida mesmo.

Samuel: Eu quero muito te ajudar a encontrar seu filho.

Maria: Eu to achando que vai ser mais difícil do que eu imaginava. Essa cidade é gigante.

Samuel: Fácil não vai ser mesmo. Mas vamos conseguir. Eu quero muito ajudar, mesmo.

Samuel põe a mão por cima da mão de Maria que estava sobre a mesa.

Samuel: Não sei por que, mas eu sinto uma ligação muito forte com você.

Maria tira a mão: Eu não to com cabeça nenhuma pra essas coisas Samuel. Desculpe.

Samuel: Eu sei. Ninguém estaria. Mas eu sei esperar, e eu vou te ajudar. Pode ter certeza disso.

Os dois se encaram. Olhos nos olhos. Samuel não mentiu, ele queria ajudar Maria, também não mentiu quando disse que sentia uma ligação com ela. Era amor. Amor à primeira vista. Maria também já estava envolvida com ele, mas os pensamentos no seu filho não a deixaram perceber. Eles não desistiram e continuaram a procura por Vítor por muito tempo, em muitos lugares, mas sempre foram em vão. Será mesmo que Joana teria vindo para o Rio de Janeiro com o filho de Maria ou era só mais um plano de Joana em enganar Maria?

23 anos se passaram e agora nós dias atuais muita coisa mudou, menos a determinação e a busca de Maria em encontrar seu filho.

Cena 4./ Manhã.

Casa dos Camargo./ Niterói.

Na mesa do Café, Maria, seu marido Samuel, e os filhos Bia de 21 anos e Caio o caçula de 19 anos, tomam café juntos.

Maria: Vocês estão saindo muito tarde pra faculdade.

Bia: Papai vai nos levar hoje.

Samuel: Eu tenho que passar por lá mesmo.

Maria: Que cara horrível é essa, Caio?

Caio: Eu estou com sono mãe. Eu queria estar dormindo.

Maria: Se não tivesse ficado acordado até tarde assistindo seriados não estaria assim.

Samuel: Deu mole Caio.

Caio: Tá bem. Não precisam ficar pegando no meu pé.

Maria: O investigador me ligou mais cedo, ele quer conversar comigo. Novidades.

Caio: A senhora até hoje não desistiu de encontrar esse tal de Vítor? Já foram 23 anos.

Maria: Eu nunca vou deixar te procurar meu filho. E eu vou encontra-lo ainda.

Bia: Só fala besteira hien Caio. Eu sou louca pra encontrar ele. É como se eu já o conhecesse.

Samuel: Espero que seja boa noticias.

Maria: Eu mais ainda.

Cena 5.

Apartamento de Ludmila./ Tijuca.

Na sala. Ludmila briga com Vanessa. Isabela e Duda tentam intervir.

Ludmila: Até quando Vanessa? Me responde. Já conversamos mais de mil vezes. Você não pode beber. Você é alcoólatra. Tinha que passar metros de distancia de um bar, mas não é o que você faz. Você não pode sentir cheiro de álcool que já fica doida. É capaz que ela já bebeu até a minha acetona.

Duda: Calma Lud. Pega leve.

Ludmila: Pega leve? Todo mundo aqui sabe que ela não pode beber, ela dá show, quebra as coisas. Hoje a sindica me parou na portaria pra reclamar dela.

Isabela: Será que não foi de outra pessoa, e ela se confundiu?

Ludmila: Tem mais alguma bêbada nesse prédio?

Vanessa: Gente, me desculpem. Eu não sei o que me aconteceu. Eu só bebi um copo de cerveja com umas amigas.

Duda: Não devia ter bebido Vanessa. Você é fraca pra bebida.

Vanessa: Vocês me tratam como se eu fosse viciada. Eu não sou. Eu paro de beber quando eu quiser.

Ludmila: Você é viciada.

Vanessa levanta do sofá e vai pro quarto.

Isabela: Pegou pesado agora Ludmila. Eu vou lá conversar com ela.

Cena 6.

Apartamento de Samara/ Copacabana.

Na sala, sentados no sofá, Samara e Geraldo conversam com Carol que está em pé.

Samara: Olha só a situação que nós estamos. É conta atrás de conta. Não ta fácil pra ninguém.

Geraldo: E de pensar que nossa vida já foi maravilhosa. Muito luxo, festas.

Carol: Isso mesmo pai, antigamente. Quando eu tinha uns 15 anos, já estou com 25. As coisas mudaram. Mas parece que vocês não entenderam isso. Nós não somos mais ricos.

Samara: Vãos se os dedos e ficam os anéis.

Geraldo: Você sabe que o ditado está errado.

Samara: Cala a boca. – ela olha pra Carol- Filha, nós estamos abaixo da falência, só você pode nos salvar.

Carol: Eu tenho meu emprego no rádio. Mas não dá tanto dinheiro assim.

Samara: O baile. Você tem que ir nesse baile de gala. Vão entregar prêmios dos melhores do ano. Com certeza vai ter um filho de milionário dando sopa. Você com esse seu rostinho lindo vai fisgar um com certeza.

Carol: Mãe, eu já disse mais de um milhão de vezes. Eu não vou dar o golpe do baú pra vocês continuarem a viver nesse padrão que vocês querem.

Samara: Eu não estou falando do golpe do baú. É do golpe da barriga.

Geraldo: O golpe do baú não funciona mais. Esses contratos pré-nupciais acabaram com tudo.

Samara: Mas um filho não. É para o resto da vida.

Carol: Eu não vou ficar ouvindo isso. Eu vou trabalhar. Tchau pra vocês.

Carol sai de casa.

Samara: Ta vendo? Esse gênio ruim que ela tem, puxou a família do pai.

Cena 7.

Pensão de dona Mônica/Lapa.

Na calçada em frente à pensão e fica olhando a casa em frente.

Mônica: Havia uma placa de vende-se nessa casa e tiraram. Quem será? Espero que não sejam péssimos vizinhos.

Mônica entra na pensão.

Cena 8.

Casa dos Camargo.

Maria entra no quarto que ela preparou pra Vítor. O quarto grande, todo decorado, com muitos brinquedos, ursinhos de pelúcia, e do lado da cama, um porta-retratos com uma foto de Vítor no colo de Maria.

Maria senta na cama e pega a foto e a encara, buscando na memória quando Vítor nasceu. Ela lembra a cena e se emociona.

Maria: Onde está meu filho?

Cena 9.

Casa dos Camargo./Sala.

Maria abre a porta e o investigador entra.

Maria: Eu já estava ansiosa. Não aguentava mais esperar você chegar.

Investigador: Desculpe o transtorno. Eu tive um contratempo. Queria ter vindo antes mesmo.

Maria: O importante é que está aqui. Sente-se.

Investigador: Obrigado.

Os dois se sentam nos sofás. Um em cada, ficando de frente um pro outro.

Maria: Mas então, me diz de uma vez qual é essa novidade que você tinha pra mim. Eu já estou aqui com o coração pra fora. É coisa boa não é? Se for coisa ruim, nem precisa falar não.

Investigador: Eu achei seu filho.

Maria fica paralisada sem reação.

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