Contratempo de Amar

Contratempo de amar – Capítulo XXVII – ÚLTIMOS CAPÍTULOS

– Isabel, você está me ouvindo? – Gustavo chama minha atenção e eu volto a encará-lo.

– Sim, estou. Você quer que eu fique até mais tarde pra terminar os relatórios.

– Eu preciso de tudo resolvido até amanhã de manhã. – ele continua falando e eu concordo com a cabeça – Isso vai sobrecarregar você? Por conta do trabalho com o Samuel?

– Não. Faz algumas semanas que não estou trabalhando com o Samuel.

– Algum problema? – ele arqueia a sobrancelha.

– Acho que ele está atarefado com outros processos… Mas vou terminar esses relatórios e amanhã estará tudo pronto.

– Ótimo. Vou pedir ao Diego pra te ajudar.

– Não precisa! – exclamo – Eu dou conta sozinha.

– Você que sabe. – ele dá de ombros e eu confirmo, saindo da sala.

 

Em direção à minha sala, ouço meu celular tocando com uma notificação.

 

TENHO NOTÍCIAS!

Precisamos nos encontrar hoje à noite URGENTEMENTE.

Fred.

 

Droga! Hoje à noite?

 

Vou trabalhar até tarde! Que droga!

Alguma informação grande?

Bel.

 

Aguardo a mensagem com ansiedade quando dou de cara com Diego no corredor.

 

– Ei, tudo bem? – ele pergunta, visivelmente curioso.

– Tudo bem. – respondo, secamente, sem parar de andar.

– Isabel, ei! – ele me para segurando em meu braço e eu me solto no mesmo instante – Eu sinto muito.

– Sente muito pelo que, Diego? – pergunto, sem paciência – Por me ignorar totalmente do dia pra noite? Por me deixar na mão quando eu mais precisava de você? Ou simplesmente por ser um amigo de merda? Estou muito confusa com qual o motivo do seu pedido de desculpas dessa vez! – me viro, sem paciência e ele torna a me segurar.

– Por tudo isso! – ele também eleva o tom, mas tento não me levar pelas palavras – Eu sei que não mereço que você me perdoe mais uma vez, mas eu realmente sinto muito, Bel.

– Não importa mais.

– Importa sim! Eu quero te ajudar!

– Eu não preciso da sua ajuda, muito obrigada.

– Por que? O Frederico já é suficiente? – ele alfineta me surpreendendo. Como ele sabe que o Fred está me ajudando?

– Quem te contou isso?

– Agora importa?

– O Fred estava lá quando você estava ocupado demais. Na verdade, você não tem um casamento pra organizar? Por que não vai cuidar disso?

– Você realmente não sabe de nada, Isabel. – a mudança em seu tom chama minha atenção, mas não recuo.

– Eu preciso trabalhar, Diego. Por favor.

– Me deixa te ajudar. Por favor.

– Você realmente quer me ajudar? – ele assente – Eu preciso encontrar o Frederico mais tarde. Você pode terminar esses relatórios?

– O que você descobriu? – ele pergunta, visivelmente incomodado – Eu quero te ajudar com a investigação.

– Eu e o Fred estamos coletando algumas informações sobre o meu pai. Eu preciso encontrar com ele pra saber se temos alguma notícia. Não preciso que você me ajude com isso, preciso dos relatórios pra amanhã. Você pode fazer isso por mim?

 

Posso ver pela expressão que ele não está nada feliz com essa situação, mas que se dane, eu também não estava feliz quando ele me disse todas aquelas coisas. Não posso dar o braço a torcer agora.

 

– Tudo bem, Isabel. Eu vou te ajudar como você quer, à distância.

 

Eu não quero distância, idiota! Você que fez isso!

 

– Obrigada. – respondo, lutando contra a vontade de dizer o quanto eu quero ele perto de mim.

– Você me avisa se descobrir algo novo?

– Sim, eu aviso.

 

Vou em direção à minha sala e olho o celular outra vez.

 

Nós o encontramos!

PRECISAMOS NOS VER O QUANTO ANTES.

Fred.

 

Então é isso. Eu vou conhecer o meu pai.

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