Sublime

Capítulo 7 Sublime

CAPITULO: 7

 

    

 

Há exatos nove meses, completava-se então o ciclo da gravidez de Catarina, daria a luz a qualquer momento, porém, qualquer um que a visse diria que não sobreviveria. Seu estado era delicado e crítico

 

Catarina — Pode deixa que me sento sozinha Carlos.

 

Carlos — Se sente bem mesmo meu amor, apesar de não conseguir te ver sinto que está muito mal, só de ouvir sua voz e de te tocar!

 

Catarina com dificuldade — Bobagem, o que importa é a nossa menina, ela é quem deve estar bem!

Carlos, faz um tempo que quero te pedir uma coisa, e sinto que se demorar pode ser tarde demais!

 

Carlos segurando a sua mão — O que quiser meu amor!

 

Catarina — Se alguma coisa acontecer comigo cuide da nossa filha. Talvez ela só conheça você, e terá que ser o pai e a mãe dela. Por favor, me prometa.

 

Carlos — Sim, prometo, mas não diga isso, tudo vai ficar bem, tenho fé!

“Catarina simplesmente sorri para Carlos”.

 

Nesse momento se aproximava o cair da noite, e um acontecimento que poderia mudar a vida de todos.

Ellen havia acabado de chegar, voltava da casa de Alice e já eram 22h00minh; Catarina dormia em seu quarto e Carlos chorava sozinho na cozinha para evitar que alguém, principalmente Catarina o visse, porém seus esforços não são o suficiente para Ellen, que mesmo assim o vê e tentar conversar.

 

Ellen — Carlos, está chorando pelo estado de Catarina não é? Também sinto a mesma coisa, sei que se alguma coisa acontecer com ela vou me machucar muito!

 

Carlos — Ela não pode morrer. Demorei tato para amá-la, e agora?

 

Ellen então, para tentar amenizar a situação, aperta suavemente as mãos de Carlos, mas logo são interrompidos por altos gritos de dor que vem do quarto de Catarina.

No mesmo instante, Ellen sobe rapidamente até o local para constatar o que estava acontecendo, e no mesmo instante viu sua irmã se contorcendo na cama, sentindo as dores iniciais do parto.

A preocupação é grande, e sem demoras Ellen pede a Luna que prepare o carro, a mesma obedece, porém vagarosamente, sem se quer importar-se com o estado de uma das patroas.

Carlos — Vou com vocês!

 

Ellen — Sim, Luna já deve ter tirado o carro da garagem, vamos imediatamente para a maternidade!

 

Então rapidamente chegam até o carro, Catarina e Carlos no banco de trás, Ellen segue dirigindo muito tensa com a situação.

Em questão de pouco tempo chegam ao determinado local, Ellen pede a ajuda de enfermeiros que com uma maca tiram Catarina do carro e a levam para ser atendida.

Enquanto Ellen e Carlos ficam na sala de espera ansiosos, Ellen liga para Alice para lhe informar o acontecido, porém para sua a surpresa, Alice entra na maternidade, misteriosamente já sabendo de tudo.

 

Alice diz serenamente — Calma Ellen tudo vai se resolver da forma que tiver que acontecer.

 

Ellen assustada — Como chegou aqui? Como soube do acontecido com Catarina?

 

Ao tentar se explicar Alice é interrompida por uma enfermeira que avisa que a doutora responsável pelo tratamento de Catarina já havia chegado para acompanhar o parto que também já havia iniciado.

Carlos e Ellen sentem que o estado de Catarina é péssimo, e que com certeza irá morrer; as esperanças começam a se tornar escassas nesse momento.

Porém, algum tempo depois surge Simone, à própria médica responsável pelo caso de Catarina que diz:

 

Dr Simone — O bebê já nasceu, como o esperado é uma menina!  Acho que gostariam de ver Catarina enquanto… Bem, podem ir. __Termina a doutora dando permissão a Carlos e Ellen, e assim fazem.

 

Catarina já estava quase morta na cama, não se sabia como ainda estava viva. Nem ao menos havia visto sua filha, apenas sabia que era uma menina.

 

Catarina diz com voz fraca — Viu ela Ellen? Como é a minha filha?

 

Ellen chorando — É linda como você minha irmã, mas evite falar, você precisa descansar!

 

Catarina — Não quero que sofram por mim, já estou feliz em saber que Maria está bem, e isso é tudo que importa.

 

Então Ellen lembra que carrega em sua bolsa um terço, o mesmo que Renan lhe jogará quanto lhe sequestrou.

 

Ellen colocando o objeto nas mãos de Catarina — Isso é para lhe proteger, pra que você se recupere! É o terço de Maria, Maria como a sua filha!

 

Então lentamente ela sorri, aperta a mão da irmã e do marido, e ali falece.

Ao ouvir o som dos aparelhos cardíacos Carlos entra em desespero chora sobre o corpo de sua esposa, e enquanto as enfermeiras entram Ellen corre pelo hospital loucamente, até encontrar a capela do local. Devagar entra, se ajoelha, observa ali algumas imagens. E orando entre prantos diz.

 

Ellen — Meu Deus, só você sabe o quanto pedi por minha irmã, e sei que a sua vontade deve ser maior que a minha, mas se teve mesmo que levá-la, guarde-a no seu coração! __E olhando para a imagem de Maria diz: __Maria minha mãe, vós que foi mãe de Cristo, pois Deus pai sabia que necessitaria do carinho de uma, como esse anjo que acaba de nascer vai conseguir enfrentar a vida sem o carinho de uma mãe? Acredito no poder divino, e por mais que me doa a partida de Catarina a entrego mais uma vez nas mãos de Deus, que seja feita sua vontade.

 

Enquanto chora aos pés de Cristo e de Maria, Instantaneamente Ellen sente um aroma muito grande de Rosas, um perfume como nunca havia sentido em toda sua vida! Em seguida uma grande paz invade sua alma, a fazendo quase repousar no local.

No mesmo instante, no quarto onde ainda se encontra o corpo de Catarina, todos, Carlos, as enfermeiras e Médicos ainda ali também sentem o mesmo perfume, e enquanto uma das enfermeiras termina de cobrir com o lenço o corpo de Catarina, os aparelhos ligam novamente, indicando que ela havia voltado à vida.

Chocados, ao mesmo temo maravilhados, não acreditam até que em seguida, lentamente Catarina abre seus olhos e pergunta com voz doce e tranquila: __Cadê aquela mulher?

Sim, por milagre Catarina havia voltado à vida! Uma das enfermeiras desmaia no local com o que acabará de ver, enquanto outras duas correm pelos corredores procurando Simone, dizendo a todos que encontravam que haviam presenciado um verdadeiro milagre.

Carlos inicialmente não acredita, até poder tocar e ouvir Catarina.

 

Catarina — Eu voltei meu amor, voltei!

 

Carlos sem parar de beijá-la — Graças Deus! Meu amor! Como se sente?

 

Catarina calmamente — Me sinto muito bem, em uma paz enorme!

 

Ao ouvir todos aqueles gritos, Ellen sai de seu “transe” e procura saber o que aconteceu abordando uma das enfermeiras que passa perto da capela.

 

Enfermeira — Não sabe ainda menina! Sua irmã está viva! Foi um milagre!

 

Simplesmente Ellen corre até o quarto de Catarina sem dizer nada, e ao constatar que aquilo que haviam lhe dito era verdade fica extremamente emocionada.

Aquele momento de êxtase tomado pela alegria torna-se a calma que suas almas precisam.

 

Ellen abraçando a irmã —Catarina! Por Deus! Você está bem!

 

Catarina chorando — Sim estou, e foi tão lindo Ellen.

 

Ellen — O que foi lindo?

 

Catarina — Logo depois que a minha filha nasceu, e quando você me deu aquele terço, sinto como se meu espirito se separasse do meu corpo, eu me vi deitada aqui, vi vocês chorando, e uma luz maravilhosa, com uma cor que não consigo descrever!

Então entrei nela e fui tomada por uma paz, ai não sei como, mas eu te ouvi rezando por mim, foi quando uma linda mulher, com mando azul como o céu, e véu branco e cabelos longos me disse docemente que teria que voltar, mas eu não queria, era lindo demais, então ela me disse que minha filha precisaria de mim, essa mulher segurou minha mão e me trouxe de volta, acordei de repente, como se houvesse despertado de um belo sonho!

 

Nesse momento a médica, ainda surpresa com o acontecimento, pede que Carlos e Ellen saiam do quarto para que ela possa fazer alguns exames, a fim de saber ainda em que grau está a sua doença, Ellen então aproveita para voltar até a capela, para em frente à sala de espera, olha para Alice que sorri já sabendo do acontecido, então Ellen segue para seu destino.

Depois de algum tempo ao sair da capela, imediatamente encontra com Alice, que, mais uma vez misteriosamente lhe diz:

 

Alice — Deus não faz a obra pela metade, aguarde algum tempo e vai ter a reposta!

 

Em seguida Alice beija Ellen no rosto em sinal de despedida e volta para casa.

Ellen ouvia a alegria vinda do quarto de Catarina, risos dela e de Carlos soavam por todo o local, quem participou daquele acontecimento não tinha dúvidas do que ali havia ocorrido. Naquele instante, Catarina apenas esperava que sua médica lhe trouxesse os resultados dos exames que acabará de fazer, pois a doutora perplexa e maravilhada deseja o quanto antes descobrir o possível. Quase duas horas depois surge no quarto Simone com um envelope nas mãos; parecia que havia visto um fantasma ou se surpreendido de mais com alguma coisa.

 

Ellen estranhando — Por que essa expressão doutora?  São os resultados dos exames de Catarina? Está mais grave?

 

Dr Simone — Bem, é que, de acordo com os resultados dos exames, a paciente não tem mais câncer! E garanto que qualquer médico que olhe para esses resultados irá dizer que a paciente nunca esteve doente!

 

Catarina sorri — Quer dizer que estou curada?

 

Dr Simone sorri — Sim, vou querer examiná-la novamente, mas tenho certeza de que está completamente curada!

 

Apaixonadamente, Carlos abraça e beija a esposa, também não acreditando no acontecido; estava radiante com esse milagre.

 

Catarina — E Maria? Como ela está? Quero vê-la!

 

Em seguida uma das enfermeiras imediatamente leva a menina até o quarto, e ao pegar Maria pela primeira vez em seus braços faz tudo valer a pena!

Aquela criança seria uma nova esperança de paz na família Dalcin.

Já em casa, ao saber da cura de Catarina, Luna imediatamente liga para Renan, ambos não se conformam com o acontecido, como Catarina poderia sobreviver no estado em que sem encontrava, mas para a desgraça de Luna e Renan, aconteceu.

Alegre com a notícia, Ellen imediatamente liga para o sanatório onde está sua mãe, pergunta ao diretor Miguel se o estado de Fernanda melhorou, porém simplesmente Miguel diz que nada mudo, e que seu estado continua tão crítico quanto antes, mesmo assim Ellen avisa que irá visita-la.

Como o combinado, enquanto isso Miguel entra no quarto de Fernanda enquanto ela dorme, prepara uma seringa com um poderoso relaxante que irá mais uma vez deixar Fernanda dopada, e assim faz, quando Fernanda acorda já é tarde demais, o medicamento já estava em seu corpo e fazendo efeito, com isso permanece um tanto “grog” como se perdesse a noção de tudo! E era exatamente o que Miguel desejava que acontecesse.

Quando Ellen chega se depara com sua mão como se fosse uma morta viva, sentada falando poucas coisas sem sentido. Ellen insiste.

 

Ellen — Nasceu sua neta mãe, é uma linda menina, e o melhor de tudo é que Catarina está bem! E os exames mostram que ela não tem nada mais!

 

Fernanda apenas olha para todos os lados e não diz nada.

Por não aguentar ver sua mãe naquele estado, Ellen decide ir embora para casa, a fim de buscar algumas roupas para Catarina poder retornar ao lar já no dia seguinte.

A chegada de Catarina na manhã seguinte é fervorosa, pois a moça é muito bem acolhida por sua família. Mas em meio a toda aquela alegria, assim como Alice já havia alertado, algo extraordinário estaria para acontecer; algo que mudaria a vida de Ellen para sempre.

Como não acontecia há algum tempo, ao ver a correspondência Ellen observa uma endereçada a ela, porém mais uma vez não havia remetente, sim, era mais uma das mensagens misteriosas que recebia, mas estava com receio de abrir, porém notou que havia algo além de uma carta naquele envelope, então logo após abrir, primeiramente tirou o bilhete que ali estava, seu conteúdo apenas dizia.

 

“Rua: Pedro Alvares Cabral

 

Santa Rita

 

N° 22”

 

       Definitivamente Ellen não havia entendido. As outras mensagens sempre vinham sem nexo, porém essa possuía um mistério, o que poderia ser aquilo?

Ellen quase havia se esquecido do objeto dentro do envelope, mas ao manusear o mesmo, acaba derrubando um anel no chão! Vagarosamente se abaixa, pega o objeto, mas ao olhar, surpreendentemente constada que era o mesmo anel que Danilo foi apanhar em seu camarote na noite do incêndio.

Ao ver aquele objeto, todas as emoções e lembranças vieram à tona e a fizeram desmaiar na sala.

Socorrida por Catarina, e com a ajuda de Luna conseguem acordá-la.

 

Catarina preocupada — O que houve Ellen? Se sente bem? Que ir a um médico?

 

Ellen atordoada — Cadê o envelope, cadê o anel?

 

Pede desesperada até encontrar ambas as coisas no chão. Então imediatamente sobe até seu quarto, fazendo com que Catarina, querendo saber o que acontecia subisse junto até o local.

 

Ellen entrega o bilhete para a irmã — Leia a carta!

 

Catarina — Mais uma daquelas mensagens?

 

Ellen quase sem folego — Você não entende, junto com ele veio esse anel! Lembra-se dele não? Era o anel que Danilo foi buscar no incêndio!

 

Catarina — Meu Deus, mas isso é impossível!

 

Ellen procurando na internet — Encontrei alguma coisa!  Essa rua que está na carta fica em outra cidade, não muito distante! Santa Rita é o nome de um hospital dessa mesma rua.

 

Catarina — E esse número? O que pode significar?

 

Ellen afirma — Não sei, mas sei que vou até esse hospital!

 

Catarina — Não, você mesma disse que fica muito longe daqui! Não pode ir sozinha!

 

Ellen — Vou pedir a Alice que vá comigo, mas estou indo agora mesmo.

 

Sabendo que não poderá impedi-la, Catarina não se opõe a decisão da irmã.

Então no mesmo instante, Ellen pega o Carro e imediatamente vai até a casa de Alice, que se encontra pintando mais uma de suas telas.

 

Ellen — Com licença Alice! Posso entrar?

 

Alice — Claro Ellen, por favor!  Pela sua cara alguma coisa aconteceu.

 

Ellen — Sim, recebi mais uma daquelas cartas, mas diferente das outras, essa possuía um endereço e nome de hospital, mas o mais incrível é que o anel, o mesmo anel que Danilo foi buscar na noite do incêndio no navio reapareceu!

 

Alice com um leve sorriso E você está pensando em ir até esse hospital, não está?

 

Ellen insiste — Sim, e quero que vá comigo, mas tem que ser agora!

 

Alice — Está bem, vou apenas pegar minha bolsa!

 

Então tudo certo, Ellen e Alice seguem viagem para a cidade vizinha, também quase a beira mar como era Maresia. Enquanto viajam, Ellen decide tirar uma dúvida com Alice.

 

Ellen — Posso te perguntar uma coisa?

 

Alice — Claro! Do que se trata?

 

Ellen — Quando Catarina estava quase morrendo no hospital, pensei em te ligar, mas antes que fizesse isso você já estava entrando pela porta da maternidade. Agora me diz como sabia? __

 

Alice — Não sei, da mesma maneira que pressenti onde você estava quando foi sequestrada, também senti que precisava de mim, e seria necessário que eu fosse até aquela maternidade!

 

Ellen não diz nada por um momento e continua a dirigir, a final sabia que era verdade, sabia que existia algo a mais com sua amiga, algo que as outras pessoas não possuíam. Ellen sabia que o mais importante foi à força que Alice lhe deu naquele momento, e por isso estava muito agradecida.

Apesar de tudo a viagem continua e a tensão aumenta; a curiosidade de Ellen em resolver esse enigma de sua vida acaba afligindo-a ainda mais.

Porém não demora para que cheguem à cidade, e em pouco tempo parem exatamente na frente do hospital, não parecendo ser um local de primeiro mundo, mas dava para perceber que naquele local todos eram bem atendidos.

Ao chegar à recepção, Ellen imediatamente fala com a moça de estatura mediana, cabelos compridos e loiros.

 

Recepcionista — Em que posso ajudá-las?

 

Ellen — Me Chamo Ellen, essa é minha amiga Alice. É complicado dizer o porquê estou aqui, mas recebi uma carta, e ela misteriosamente dizia o nome desse hospital e da cidade! Será que você não reconhece a letra?

 

Recepcionista — Não conheço! E esse número 22, não sabe o que significa?

 

Ellen — Não, justamente por isso estamos aqui. Ah, e tem mais uma coisa! Esse anel veio junto; será que nunca o viu antes?

 

Recepcionista diz como se já visse o objeto antes — Esse anel! Parece que sim, mas espere um pouco.

 

Então chama um dos médicos, doutor Ricardo.

 

Dr Ricardo — Bom dia senhoritas, a Michele já me contou porque estão aqui, e olhando o anel que ela me mostrou também creio tê-lo visto antes, mas não me recordo de onde. A não ser…  Esse número vinte e dois pode ser do quarto de um dos pacientes.

 

Ellen — E quem é esse paciente?

 

Dr Ricardo — Não sabemos, a pouco mais de um ano ele está aqui, e hoje mesmo, como não apareceu nenhum familiar, iriarmos desligar os aparelhos, pois o mesmo está em coma.

 

Ellen — Seria pedir muito que o senhor nos deixasse vê-lo?

 

Dr Ricardo — Sim, me acompanhem.

 

Ricardo segue a frente lhes mostrando o caminho, e cada vez que se aproximavam os números dos quartos, mas Ellen sentia seu coração gelar e palpitar, mas não sabia o porquê isso estava lhe assustando tanto.

Finalmente chegam, param em frente ao quarto vinte e dois. O médico abre a porta, Ellen entra vagarosamente, porém não olha de imediato para o paciente que se encontra deitado na cama ligado a aparelhos.

Ao se aproximar do rapaz, lentamente vira seu rosto para poder olhá-lo, então surpreendentemente, Ellen se segura para não desmaiar novamente devida a tremenda emoção, pois quem ali estava era Danilo.

 

Ellen gagueja sem acreditar — Danilo! Você está vivo!

 

Dr Ricardo — Então conhece o rapaz senhorita. Chama-se Danilo.

 

Ellen chorando — O que houve com ele, porque está aqui?

 

Dr Ricardo — Disseram que o encontraram a deriva, flutuando sobre uma mala de viagem!  Sofreu uma forte pancada na cabeça, quando ele chegou aqui entrou em coma.

 

Ellen encara o vazio Vão desligar os aparelhos dele hoje?

 

Dr Ricardo — Na verdade iriamos, afinal faz muito tempo que ele está aqui, e não sabemos se ele se recuperará!

 

Ellen aperta a mão de Alice — É Alice, acho que foi por esse motivo que vim até aqui! Apenas para ter a oportunidade de me despedir!  Eu o amo tanto, mas ele não me pertence. Eu te amo Danilo!  (O beija suavemente).

 

Mais uma vez, misteriosamente o impossível acontece. Lentamente ele abre os olhos e aperta a mão de Ellen, que se surpreende ao constatar esse acontecimento.

 

Danilo com voz fraca e visão turva — Ellen? É você?

 

Ellen “surta” de emoção — Você está bem! Meu Deus você está vivo!

 

Dr Ricardo sai da sala — Vou chamar mais alguém, precisam ver isso!

 

Alice também se retira — Vou deixar você conversar com ele Ellen, com licença.

 

Ellen sem parar de beijá-lo — Como veio parar aqui meu amor? Está mesmo se sentindo bem?

 

Danilo — Não me lembro direito, parece que tudo está confuso!

 

Ellen — Não se lembra de nada?

 

Danilo — Lembro de tudo, especialmente de você. Sentia como se estivesse em outra dimensão, tentando voltar, mas sem sucesso. Ai quando senti novamente o seu toque, foi como se o seu amor me trouxesse de volta!

 

Ellen — Está bem, você está bem! Vamos pra casa!

 

A recuperação de Danilo surpreende a todos no hospital. Após vários exames feitos no mesmo dia, foi constatado estava recuperado, e voltaria para casa junto de Ellen.

Em certo momento, sozinha com o médico, a curiosidade de Ellen volta, então pergunta:

 

Ellen — Doutor, me diz uma coisa, esse anel que tenho comigo foi encontrado com Danilo?

 

Dr Ricardo — Claro! Agora lembrei! Quando chegou ao hospital estava com ele no bolso, mas agora a pouco tempo fomos pegar os seus pertences e essa joia já não estava mais lá.

 

Ellen mostrando o anel — Sei que não está, pois é essa!

 

Dr Ricardo — Impossível quem mandaria esse anel daqui para a senhorita, pois nem sabíamos quem era esse rapaz!

 

Ellen — Esse anel era da minha avó, Danilo foi buscá-lo na noite do incêndio de um cruzeiro! É uma peça única! O senhor tem certeza que não sabe de nada?

 

Dr Ricardo — Não, não sei quem possa ter lhe mandado!

 

Alice interrompe — Podemos ir Ellen? Danilo já está pronto.

 

Ellen — Vamos sim.

 

Ao saírem do hospital, Ellen não pode deixar de notar e expressão no olhar de Danilo, ao ver depois de muito tempo o mundo a fora, estava encantando.

Então com grande alegria e satisfação por mais esse milagre, os três voltam para casa.

 

Danilo — Como está tudo? O que aconteceu de novo nesse tempo?  Como estão Carlos e Clara? Se acertaram?

 

Ellen — Aconteceram muitas coisas, vou te contar com calma.

 

Então calmamente Ellen relata tudo o que houve em sua vida desde a “morte” de Danilo. Sobre a doação de córneas que Carlos fez para Clara, sobre seu sequestro, a morte da irmã, o casamento da outra, o nascimento de sua sobrinha e o estado de sua mãe, que ainda se encontrava em um sanatório. Conta também sobre sua grande amizade com Alice e sua aproximação de Deus.

Danilo quase não podia acreditar em algumas atrocidades que saiam da boca de Ellen, porém ao perceber cada vez mais sua expressão, notava que não era brincadeira; Clara realmente era aquele monstro que lhe descreviam, ou sempre foi porém estava adormecida.

Poucas horas depois Ellen e Danilo já estavam em casa, haviam deixado Alice próxima a sua residência.

Ao perceber que a moça o havia levado até sua própria casa, Danilo diz:

 

Danilo — Eu tenho um apartamento lembra? Posso requerer o imóvel e ficar lá!

 

Ellen insiste — Nada disso, não pode ficar sozinho depois de tudo que aconteceu! Aqui também estão morando minha irmã Catarina, e também Carlos.

 

Danilo — Está bem então, vamos entrando.

 

Ao entrar em casa logo são abordados por Luna, que os atende.

 

Luna — Senhorita, que bom que chegou, mas quem é ele?

 

Ellen — Você ouviu falar muito dele no tempo em que esteve aqui! É Danilo, não estava morto, mas sim em estado de coma em um hospital!  Depois explico melhor Luna, mas agora, por favor, pode arrumar um dos quartos, ele vai ficar aqui!

 

Luna — Sim, com a sua licença!

 

Enquanto isso se sentam no sofá da sala de visitas, e pouco depois chegam Catarina e Carlos.

 

Catarina — Já estava estranhando sua demora Ellen como você… (Para ao ver mais alguém na sala) Desculpe não sabíamos que estava acompanhada, volto daqui a pouco!

 

Ellen — Não Catarina fique, quero que saiba quem é ele, mas acho que já o conhece de tanto que falei! Mas Carlos o conhece melhor ainda sem dúvidas!

 

Carlos — Eu o conheço? Mas de quem pode se tratar então?

 

Ellen — Se apresente meu amor!

 

Danilo — É verdade Carlos, você me conhece melhor do que ninguém! Sou eu, Danilo! Aquele que um dia vocês pensaram que estava morto.

 

Ao ouvirem isso Catarina fica extasiada e não consegue acreditar no que ouve, a final como alguém poderia voltar depois de um ano acreditando estar morto? Porém Carlos havia reconhecido a voz de seu melhor amigo assim que começou a falar.

 

Carlos se aproxima e toca seu rosto — É você mesmo Danilo, é você!  Mas como isso aconteceu?

 

Ellen — É melhor sentarmos, é uma história longa, contei alguma coisa para Danilo também, mas vou explicar melhor a todos!

 

Enquanto isso Luna fica ouvindo escondida, e apenas pensa em contar tudo o quanto antes para Renan, a final eles precisavam destruir aquela família e agir o mais rápido possível, pois a volta de Danilo em suas vidas de alguma maneira poderia fracassar todas as suas tentativas.

Algo muito pior estaria para acontecer, algo irremediável; assim como a Luz voltou com o retorno de Danilo, as trevas poderiam retornar com a volta de outra pessoa, alguém que ninguém espera ou deseja alguém que estaria cheio de ódio e ressentimento, disposto a tudo, mas a final quem poderia ser?

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