Capítulo 69 – Realeza (Última semana)

SEXAGÉSIMO NONO CAPÍTULO

Cena 1- Mansão Sales Couto de Sá- Noite.
Roberto tenta convencer Daniele de que foi Maria Letícia quem matou Denise. Ele diz que irá se entregar para a polícia.

Daniele: Creio que você já deva saber o porquê de eu ter vindo lhe ameaçar, obrigando-o a me abrigar na sua casa. – Ela o encara seriamente.
Roberto: E até agora custo a acreditar que nada tenha havido nenhum resquício de amor entre nós, quer dizer, não da sua parte.
Daniele: Você também nunca me amou, começou a gostar de mim depois que lhe ajudei a se livrar daquelas três cobras. E aliás, deixa-las bem longe daqui fazia parte da minha vingança.
Roberto: Você queria que ficássemos sozinhos para que então fizesse o mesmo que Maria Letícia fez contigo. Você iria me torturar, até que eu confessasse ter matado a sua mãe.
Daniele: Mas agora eu não preciso mais disso, tenho a certeza de que foi você. Maria Letícia confirmou as minhas suspeitas.
Roberto: Suas não, da sua tia. Ela me contou sobre como você ficou sabendo que a sua mãe não havia morrido naturalmente, como todos pensavam.
Daniele: Ela me deixou muito bem informado sobre a sua índole. E não parei de pensar na possibilidade de você ter matado a minha mãe, foi por isso que vim. Fiz a minha tia acreditar que eu estava vindo te procurar por causa do dinheiro, mas na verdade era por vingança.
Roberto: E se eu confessasse que tinha matado a sua mãe? Você teria coragem de fazer o mesmo comigo?
Daniele: Por que não? Dizem que aqui se faz, aqui se paga.
Roberto: Sério que mesmo depois de todo o nosso afeto… você ainda não é capaz de me amar?
Daniele: Como posso amar o homem que matou a minha mãe? – Ela esbraveja, o deixando assustado. – Você sabe o quanto eu sofri durante todo esse tempo? Sem uma mãe, sem um pai para me dar amor e carinho.
Roberto: Você tinha a sua tia, não bastava?
Daniele: A minha tia foi mãe e pai ao mesmo tempo. – Ela se emociona. – E eu nunca irei reclamar da criação dela, pois se eu sou alguém hoje… foi porque ela me educou.
Roberto: Então você não tem do que reclamar.
Daniele: Na verdade, eu não tenho mesmo. Mas o que você fez me deixou bastante ferida. Além de ter sumido do mapa, ainda matou a minha mãe. Desculpa, mas alguém como você é um verdadeiro monstro.
Roberto: E se eu te disser que não fui eu? Não fui eu quem matou a Denise.
Daniele: Mentir a esta altura do campeonato? Conta outra porque essa não cola. Pois se não foi você, quem foi?
Roberto: Maria Letícia. Foi ela quem matou a sua mãe.
Daniele: Sério? E quais foram os motivos que a levaram a fazer isso? Sei que Maria Letícia não é nenhuma flor que se cheire, mas… ela não havia motivo algum para ter feito isso.
Roberto: Admito planejei tudo, mas quem asfixiou a sua mãe, quem colocou a mão na massa… foi a Maria Letícia.
Daniele: Então você confessa que foi cúmplice dela? O cabeça de tudo?
Roberto: Sim. Não vou mentir para você, não agora que estou certo de que merece saber tudo.
Daniele: Por quê? – Ela pergunta incrédula.
Roberto: Pergunte a sua tia, ela irá te dizer o porquê de eu ter feito isso. Já contei tudo para ela.
Daniele: E por que você mesmo não me diz?
Roberto: Porque estou indo fazer o que eu já deveria ter feito a muito tempo. – Ele fala cabisbaixo. – Eu vou me entregar a polícia, Dani. Irei contar que Maria Letícia e eu matamos a sua mãe.
Daniele: E por que você resolveu fazer isso só agora?
Roberto: Porque eu te amo, aprendi a te amar… – Ele chora. – E se eu pudesse voltar no tempo, não teria matado a sua mãe. Mas já que o fiz, posso apenas fazer justiça em seu nome. – Eles se olham por alguns instantes. – Sei que nunca vai me perdoar, e entendo os seus motivos. Adeus, minha filha. – Ele sai do local aos prantos, Daniele não sabe o que fazer.

Cena 2- Cobertura Queiroz Galvão- Noite.
Frederico e Marillu continuam a conversar com Cléber, Leonardo e Luciana.

Luciana: Ah, então foi você quem o incentivou a fazer tal coisa. – Ela conclui. – Que tipo de mãe é você que ensina o seu filho a sair golpeando as pessoas?
Marillu: Você tem que entender, minha senhora. Nós estávamos em um momento crítico, poderíamos estar pobres uma hora dessas.
Luciana: Antes ficassem pobres do que sem dignidade. Por que não ensinou o seu filho a subir na vida sem prejudicar as pessoas?
Marillu: Porque não sei como se faz isso. Se eu subi na vida, foi porque os meus trambiques deram todos certos.
Luciana: Realmente. Não sei nem o que t dizer, minha senhora. Só lamento por ser uma pessoa tão baixa, e o pior é que está levando o seu filho no mesmo caminho.
Frederico: Agora que já está tudo muito bem explicado, e que as minhas desculpas foram aceitas, acho que podemos ir. – Ele fala para Marillu.
Leonardo: Não seria de bom tom falar que ainda é cedo para irem. Pois se tem algo que minha mãe me ensinou, foi que não devo ser mentiroso. – Ele é debochado.
Frederico: Também gostei muito de te rever, Leonardo. – Ele diz pegando na mão de Leonardo e sacudindo. – E espero que vocês sejam muito felizes.
Cléber: Pode deixar, eu saberei fazer o meu namorado muito feliz. – Ele se atravessa na frente. – E saiba que também te perdoo, Frederico. Pois você praticamente roubou todo o tempo que eu podia estar ao lado do meu amor.
Frederico: Foi mal, não era a minha intenção.
Cléber: Fora aqueles falsos ataques de ciúmes, que sempre sobravam para mim. – Ele relembra. – Enfim, está perdoado, mas por favor, não volte a aparecer.
Frederico: Tudo bem, não sou de forçar a barra. Já percebi que me querem bem longe da felicidade de vocês, e é isso que irei fazer, com muito gosto. Vim aqui apenas para isso, pois se pretendo ser um novo alguém, tinha de começar pelo reparo dos meus erros.
Leonardo: E o seu filho? Está tudo bem com ele e com a mãe dele?
Frederico: Para te falar a verdade, nem sei se aquele bebê é mesmo meu. Mas acho que está tudo bem sim, obrigado.
Marillu: Vamos, Frederico, vamos. – Ela sai puxando o filho. – Tenham uma boa noite.
Frederico: Tchau gente, desculpa qualquer coisa. – Eles saem apressados.
Luciana: Cambada de malucos. Os dois não têm nem vergonha na cara. – Ela sacode a cabeça negativamente. – Tomara que não voltem mais.
Leonardo: Depois do que fizeram, ainda vem pedir perdão. – Ele fala revoltado.
Cléber: Ah, pelo menos eles pediram desculpas. Agora vamos esquecer que aqueles dois existem.

Cena 3- Cobertura de Marisa- Noite.
Marisa e Jonathan contam para Maria Luiza e Melissa sobre como foi o jantar.

Maria Luiza: Meu amor, o que você está fazendo aqui esta hora? Aliás, o que vocês estão fazendo aqui? O jantar já acabou? – Ela indaga ao ver Jonathan e Marisa entrando.
Marisa: Fortes emoções rolaram lá naquele jantar, vocês não sabem o que perderam. – Ela fala sorrindo. – Trouxe o Jonathan comigo porque ele queria muito te ver.
Maria Luiza: Que emoções foram essas?
Jonathan: A sua mãe mais uma vez foi desmascarada na frente de um monte de pessoas.
Marisa: Mas desta vez foi para valer. Tenho certeza que a Maria Letícia nunca mais se atreverá a dar as caras.
Melissa: Sério isso? A bruxa má foi desmascarada? Mas por quem gente? Desembuchem.
Marisa: A Maria José surgiu do nada em seu salto quinze, e sambou na cara da rainha. Vale ressaltar que é a segunda vez que isso acontece. – Ela se diverte.
Maria Luiza: Então quer dizer que a Maria José voltou? Finalmente, já não era sem tempo.
Marisa: Só não fiquei lá batendo um papo com ela porque eu preciso estar no clube cedo amanhã. Parece que a sua mãe estava prestes a desviar o dinheiro da campanha, e creio que a megera tenha deixado tudo no cofre do clube.
Maria Luiza: Quando pensamos que ela fez todas as maldades possíveis, Maria Letícia vem com uma nova bomba. Até me envergonho de ser filho de um monstro daqueles.
Melissa: Agora só falta descobrirmos o envolvimento dela na morte do Rodolfo.
Maria Luiza: Como é que é? – Ela pergunta surpresa. – A minha mãe matou outra pessoa além do Marcelo? E só agora você me diz isso.
Marisa: A Melissa que está invocada com isso, não se preocupe Malu. Até aonde sabemos, o Marcelo foi a única vítima de sua mãe. Quer dizer, não temos provas para comprovar isso também.
Melissa: Se eu invoquei com essa história foi porque tenho meus motivos. – Marisa puxa Melissa para o quarto.
Jonathan: Agora que estamos a sós, será que podemos conversar um pouco?
Maria Luiza: Sobre o que você quer conversar? – Eles sentam próximos um do outro. – É sobre o seu trauma?
Jonathan: Queria te pedir para você não comentar com ninguém. Minha mãe está preocupada em esconder que um dia ela teve um filho adotivo.
Maria Luiza: Ué, e por que ela quer esconder isso?
Jonathan: Não sei, mas é melhor deixarmos esse assunto quieto, ok?
Maria Luiza: Tá bom.
Jonathan: Outra coisa, você não acha que já passou da hora de processar aquele desgraçado do vídeo?
Maria Luiza: Verdade, mas para fazer isso preciso falar com o Severino. Ele irá me nortear neste caso.

Cena 4- Apartamento de César- Dia.
Antonella reclama sobre a visita de Tiago, Célia desaprova a atitude da neta.

Antonella: Ah, vovó. Vamos combinar que aquele moleque tem idade para ser seu neto.
Célia: Mas não é, Antonella. E isso é o que importa. Se ele não é meu neto, não é nada meu, pode muito bem ser meu companheiro.
Antonella: Francamente, nunca pensei que desceria tanto o nível. Namorando um babaca que acabou de sair da creche. – Ela ironiza.
Simone: Isto são modos de falar com a sua avó, Antonella? Foi esta a educação que eu te dei?
Célia: Nem tomar o café da manhã em paz se pode mais. – Ela diz jogando o pão no prato. – Até perdi o meu apetite.
Antonella: Deixa de drama, vovó. Você sabe muito bem que é muito nojento o que está fazendo, parece até que é pedófila. E tem mais, ontem ele veio aqui e foi o maior quebra pau.
Célia: Também não é pra menos, você expôs o garoto mundialmente com aquele vídeo. Ele está certo em quebrar o pau com você.
Antonella: Ingrata. Fiz aquilo para te salvar daquela clínica, esqueceu?
Célia: Não sou ingrata, e não me esqueci que fez isso para me ajudar. Mas poderia ter me ajudado de uma forma honesta, não acha?
Antonella: Faça-me o favor, dona Célia. Como iria te ajudar de uma forma honesta naquela situação? Me poupe.
Célia: Saiba que eu desaprovo a sua atitude totalmente. O que fez com o Titi é inadmissível.
Simone: Gente, pelo amor de Deus, nós ainda estamos na mesa. – Irritada. – Sorte do César que saiu antes de vocês começarem com essa troca de carinhos.
Célia: Só uma coisa que eu te digo, Antonella. Deixe o Tiago quieto, senão eu serei obrigada a começar a mexer os meus pauzinhos para conter você.
Antonella: Ah, não, não estou escutando isso. Tá vendo mamãe? Isso que dar ajudar pessoas ingratas.
Célia: Eu estou gostando do Tiago, e nós estamos nos dando muito bem, portanto aceite.
Antonella: Claro, estão se dando super bem. Tanto que ele me contou que você o livrará do processo que, possivelmente, Maria Luiza iniciará contra ele. Agora, será que não anda enganando o coitado em troca de serviços sexuais? Sei muito bem que não moveu uma palha para ir falar com Maria Luiza.
Célia: Deixa estar. Você vai ver se não irei falar com ela. Pode ser que a minha boca fale até o que não deve. – Ela se levanta e vai para o quarto.

Cena 5- Casa de Regina- Dia.
Regina se preocupa com o namoro de Jonathan e Maria Luiza. Nelson a questiona.

Regina: Ontem foi um dia e tanto. Mas admito que achei o máximo ver a cobra saindo da mansão. Agora dá até mais prazer de ir trabalhar.
Nelson: Odeia tanto a patroa, mas vivia de segredinho com ela. Nisso o Pierre está certo, você esconde algum conluio com a rainha má.
Regina: Esqueça isso, Nelson. Aquela mulher já não faz mais parte de nossas vidas, toara que desapareça para sempre.
Nelson: Isso é o que você quer. Você acha que a Maria Letícia vai desistir da realeza dela assim, sem mais nem menos?
Regina: É, vindo dela… devemos ficar prontos para tudo.
Nelson: Por falar nisso, cadê os seus filhos que não estou vendo? – Ele olha todo o local, do lugar onde está.
Regina: Só Deus sabe. Quando cheguei ontem nenhum dos dois estavam aqui. Quer dizer, vi o Jonathan saindo com a Marisa ontem. Certamente foi visitar Maria Luiza, o que é uma preocupação para mim.
Nelson: Preocupação em seu filho pegar uma mulher? Devia se preocupar se ele tivesse pegando outro homem. E vamos deixar de lero-lero, é melhor aproveitar que eles não estão aqui. – Ele diz beijando o pescoço dela.
Regina: Sai de mim, encosto. Não está vendo que estou preocupada com o meu filho? – Ela o afasta.
Nelson: Não sei porque está preocupada. Ele já é crescido, vacinado… o que quer mais?
Regina: Quero que ele termine com Maria Luiza, antes que a mãe dela faça isso por eles.
Nelson: O que a bruxa pode fazer demais? Brigar com a filha para ela não namorar o filho da empregada?
Regina: Bem pior do que isso. O Jonathan, sem saber, pode motivar a sua própria morte.
Nelson: Do que você está falando? – Ele estranha. – Isso tem algo a ver com o segredinho que você tem com a patroa?
Regina: Maria Letícia é uma mulher perigosa, Nelson. Bem mais do que podemos imaginar, tenha certeza disso. – Ela fala preocupada.

Cena 6- Casa de Maria José- Dia.
Todos estão prontos para irem morar na mansão Corte Real. Bartolomeu, Gaby, Michele e Rafael ficam felizes por Maria José.

Bartolomeu: Já vou logo dizendo que vou querer maiores explicações sobre como, praticamente do nada, nós iremos morar numa mansão. – Ele diz arrumando as roupas em uma mala.
Gaby: Pode deixar que nós teremos prazer em te explicar tudinho. Se acostume, pois a nossa vida é uma caixinha de surpresa, aonde tudo pode mudar a todo momento. – Ela brinca.
Bartolomeu: Percebi. E acho que nunca irei me acostumar com isso. – Ele sorri.
Rafael: Vai sim. Até eu já me acostumei. E olha que não faz muito tempo que a Gaby e eu estamos namorando, hein.
Michele: Estou muito feliz pela José, ela merece esse retorno triunfal. E mais uma vez, Maria Letícia acabou na sarjeta.
Bartolomeu: Pelo que ela me disse sobre essa tal Letícia ai, também fico feliz pela minha José ter conseguido derrubar ela… só não sei como ela fez isso, pois ninguém me fala nada nesta casa. – Ele brinca.
Michele: Nós iremos te contar tudo. Só deixe que nos acomodemos na nossa nova moradia.
Bartolomeu: A Maria José foi cedo para lá. Disse que ia encontrar uma amiga, e que juntas iriam para um clube.
Rafael: Parece que a José voltou com tudo, e deixa eu ir logo, pois não irei fazer feio na volta dela.
Gaby: Também acho melhor você não pisar na bola. A José é uma pessoa boa, mas vamos combinar que tudo tem limite.
Rafael: Pode deixar comigo. – Ele a beija. – Talvez mais tarde eu dê uma passadinha na sua nova residência.
Gaby: Ficarei esperando.

Cena 7- Cobertura de Severino- Dia.
Marillu fica feliz em saber que Maria Letícia foi desmascarada novamente.

Marillu: Você só pode estar brincando com a minha cara, não é Severino? A Maria Letícia caiu do trono de novo? – Ela pergunta eufórica.
Severino: Dessa vez você perdeu a máscara da rainha caindo. E creio que não haverá uma próxima vez.
Marillu: Fico feliz pelo Alberto. Tenho certeza que ele deve estar pulando de felicidade lá no céu.
Severino: Caramba. Será que você nunca vai esquecer ele? Poxa, o seu amado já morreu.
Marillu: Ciúmes? Não acredito. – Ela beija o rosto dele. – Que bonitinho. Faz tempo que alguém não sente ciúmes de mim.
Severino: Não é ciúme, é apenas… é que… ah.
Marillu: Não tente explicar o óbvio, meu amor. – Frederico vê os dois se beijando.
Frederico: Quero ver se esse amor todo vai durar quando você disser para ele que pretende voltar para o interior. – Ele brinca.
Severino: Como é que é? Por acaso você está pretendendo voltar para Ourinhos? A nossa cidade natal?
Marillu: Sim. Estive pensando em voltar para onde nunca deveríamos ter saído. Lá é o lugar ideal para passarmos o resto de nossas vidas juntos, o que acha?
Severino: Depois de tanto tempo, enfim pensou em algo sensato.
Frederico: Como é que é? Você está aderindo esta ideia maluca? – Ele revira os olhos e se joga no sofá. – Já disse que não irei com vocês, e duvido muito que o Ivan queira ir também.
Severino: Ah, vocês já são dois barbados, saberão se virar sozinhos. Sem dizer que o Ivan está internado, e passará um tempo lá na clínica.
Marillu: Queria tanto ver ele. – Ela comenta triste.
Severino: E por que você não tenta? Talvez ele tenha mudado com relação a você, depois da internação.
Marillu: Será? Ele falou algo sobre mim para você?
Severino: Não que eu me lembre.
Marillu: Não sei se ele vai me receber bem.
Frederico: E nunca vai saber se não tentar.

Cena 8- Mansão Corte Real- Dia.
Clotilde aparece viva, e revela para Maria José sobre as mortes que Maria Letícia realizou.

Maria Luiza: Fiquei muito feliz quando soube que você estava viva, fiquei mais contente ainda quando soube que você havia escorraçado a rainha mais uma vez.
Maria José: Alguém precisava dar um basta naquela mulher, convenhamos. – Elas sorriem.
Melissa: Concordo totalmente com você, José. A Maria Letícia só recebeu o que merecia.
Marisa: A conversa tá boa, mas precisamos voltar ao batente. Duvido que agora você sofra qualquer tipo de preconceito, ontem cê salvou o dinheiro de muita gente.
Melissa: Do jeito que esse povo é preconceituoso, não duvido nada.
Maria José: Também não duvido, mas acho que agora me enxergam como uma amiga. – Ela brinca. – Aliás, não é qualquer um que sai salvando o dinheiro alheio.
Pierre: Maria José, vim informar que estou deixando a sua casa. – Ele fala com duas malas nas mãos.
Maria José: Já vai tarde.
Pierre: Obrigado por ter me deixado passar a noite aqui.
Maria José: Tudo bem, pode ir Pierre. – Ela não dá a mínima para ele.
Regina: Dona Maria José, os seguranças interfonaram e disseram que há uma cadeirante lá fora. Ela falou que quer conversar com a senhora.
Maria José: Cadeirante querendo falar comigo? Ah, deixe que entre. – Regina vai para a cozinha.
Pierre: Você é louca? Deixa qualquer um entrar assim. – Ele fala assustado.
Maria José: Até aonde eu sei esta casa é minha, não é? – Ela é grossa.
Marisa: Tenho que concordar com ele, José. Você não pode sair abrindo a porta para qualquer um assim.
Maria José: Acho que um cadeirante não poderá fazer nada demais conosco, não acham?
Melissa: No mundo que estamos, devemos ficar com um olho fechado e outro aberto.
Maria José: Vocês conseguiram me deixar com medo. – Clotilde entra na cadeira de rodas, empurrada por um segurança.
Clotilde: Bom dia a todos.
Maria Luiza: Clotilde? Por que você está cadeirante?
Clotilde: Porque tentaram me matar. E eu não duvido nada que isto seja coisa da sua mãe.
Maria José: Você disse que queria falar comigo, mas eu não me lembro da senhora.
Clotilde: Talvez porque não tenha prestado atenção em mim na ceia. Mas eu não desgrudei os meus olhos de você.
Maria José: E o que você quer falar comigo?
Clotilde: Se há uma pessoa que pode se aliar a mim contra a Maria Letícia, este alguém é você. E é por isso que estou aqui.
Maria José: Desculpe, mas já estou satisfeita em ter tirado ela do comando.
Clotilde: Isso não é o suficiente para parar aquela malandra. Você deve ir além para dar um basta naquela pilantra.
Maria Luiza: E o que significa ir além?
Clotilde: Significa acabar com Maria Letícia entregando ela por tudo o que fez. Ou melhor, pelos assassinatos que cometeu. – Todos ficam atônitos. – E antes que me perguntem quem foram as vítimas… digo-lhes que a rainha matou a sua irmã, o Marcelo, e também o próprio pai.
Marisa: Tudo bem que você tenha esses trunfos na mão, mas como iremos denuncia-la sem provas?
Clotilde: E quem disse que nós não temos provas? – Ela tira um CD de sua bolsa. – Vejam se estas gravações aqui servem. – Todos entreolham.

CONTINUA…

Rodrigo Gomes