Realeza

Capítulo 66 – Realeza (Última semana)

SEXAGÉSIMO SEXTO CAPÍTULO

Cena 1- Clube Realeza- Dia.
Maria Letícia descobre que Marisa readmitiu Jonathan, e que ele continua próximo a Maria Luiza.

Maria Luiza: Acho que não escutei direito. Você matou uma criança?
Jonathan: Calma, pois irei te explicar tudo.
Maria Luiza: Jonathan, eu não estou me sentindo muito bem. Não consigo acreditar nisso. Você tá brincando com a minha cara? – Ela fica pasma
Jonathan: Deixa eu te falar como isso aconteceu. – Ele pega na mão dela. – Eu tinha apenas quinze anos, quando meus pais chegaram, do nada, com um bebê, dizendo que haviam adotado a criança e tudo o mais.
Maria Luiza: Mas por que eles adotaram outro filho? Já não tinham você e o Rafael?
Jonathan: Eu também não entendi. Quando eu menos imaginara, eles apareceram com o Kevin lá em casa. Eles nunca disseram nada sobre adotar outro filho, o que foi uma grande surpresa tanto para o Rafa, quanto para mim.
Maria Luiza: Estranho, muito estranho. O normal seria se eles tivessem conversado com vocês sobre a adoção, pois ambos poderiam não gostar da ideia de outro irmão.
Jonathan: Mas o fato é que eles adotaram a criança, e o meu irmão e eu damos todo o carinho do mundo para ele.
Maria Luiza: E por que foi que você o matou?
Jonathan: Eu adorava o Kevin, mas ele era muito chorão. E por isso quase nunca eu ficava com ele no colo, sempre o dava para os meus pais quando ele começava com o berreiro.
Maria Luiza: Os gritos dos bebês são mesmo muito agoniantes.
Jonathan: Teve um dia que os meus pais saíram, e deixaram o Kevin comigo e com o meu irmão. Pouco depois os nossos amigos nos chamaram para jogar uma bola, mas somente um de nós podia ir. Era o Rafa ou eu, e por ser mais velho ele acabou indo.
Maria Luiza: Você ficou sozinho com o Kevin? Tenho certeza que ele começou a chorar. – Ela supõe.
Jonathan: Dito e feito. O garoto começou a chorar, um choro agudo que estremecia os meus ouvidos e atordoava a minha cabeça. O que fez com que eu o largasse, deixando-o cair no chão.
Maria Luiza: Então foi uma fatalidade. Você não teve culpa.
Jonathan: Eu não tive paciência, isto sim. E é por isso que eu não quero ter filhos. – Ele chora. – Tenho medo que eu faça com eles, o mesmo que fiz com o Kevin.
Maria Luiza: Mas são coisas diferentes, pois o Kevin não era seu filho, e você era muito novinho… agora está mais maduro.
Jonathan: Eu não gostaria de arriscar. – Ele fala sério.
Maria Luiza: Calma, meu amor, calma. Eu sei que foi um grande trauma, mas não há nada que o tempo não resolva.
Jonathan: Pode passar quanto tempo for, eu nunca esquecerei da monstruosidade que fiz.
Maria Luiza: Você queria saber porque eu estava triste, e quem acabou ficando para baixo foi você. Mas não fique assim, eu também perdi um irmão recém-nascido, e o caixão foi lacrado. Ninguém pôde ver o rostinho dele pela primeira e última vez.
Jonathan: Você teve outro irmão além do Marcelo?
Maria Luiza: Sim. A minha mãe ficou grávida, quando eu tinha por volta dos meus quinze anos, e o bebê morreu no parto.
Jonathan: Que triste. Mas agora você já sabe o porquê de eu não querer ter filhos. – Ele enxuga as lágrimas. Me diga o outro motivo pelo qual está triste, o que foi que a sua mãe aprontou.
Maria Luiza: É que eu descobri mais uma falcatrua da minha mãe. Acredita que ela inventou toda uma história para fazer com que a Maria José assinasse a papelada que passou tudo para o nome dela?
Jonathan: Sabia que a Maria José não assinaria aqueles papéis sem mais nem menos. A sua mãe só podia ter aprontado alguma mesmo.
Maria Luiza: Mas felizmente o tiro saiu pela culatra, e o Severino, antigo advogado do meu pai, descobriu que os papéis eram falsos, não tinham nenhum valor legal.
Jonathan: Então a Maria José continua sendo dona de tudo que o seu pai deixou para ela?
Maria Luiza: Completamente tudo. Porém, ninguém sabe aonde ela se meteu, e a minha tia e o Severino a procura dela.
Maria Letícia: Não estou acreditando no que estou vendo. – Ela tira os óculos escuros. – Eu não sei tinha demitido você? O que está fazendo aqui?
Maria Luiza: Que bom te encontrar, estava mesmo precisando falar com você. E não sei se sabe, mas não é a única dona do clube.
Maria Letícia: Ah, claro. Você foi recorrer a sua tia para readmitir o seu amado. – Ela conclui. – Pois saiba que dispensarei o seu irmão no meu jantar amanhã, e quero que você sirva os meus convidados… acho até que será o único garçom que convocarei.
Jonathan: Não vai ter como eu servir todos ao mesmo tempo.
Maria Letícia: Ai eu te demito por incompetência. Quero ver se a Marisa irá readmitir um incompetente.
Maria Luiza: Eu sinceramente não entendo. – Maria Letícia sai andando, sem dar ouvidos ao que a moça diz. – Não finja que está me escutando, pois pode ser pior para você.
Maria Letícia: Nossa, estou tremendo de medo. – Ela se vira em direção a Maria Luiza. – O que você vai fazer? Me matar?
Maria Luiza: A única assassina que tem aqui é você, que matou o próprio filho. – Maria Letícia fica atônita.

Cena 2- Cobertura de Severino- Dia.
Antonella surge no local e fala para Frederico que irá fazer um exame de DNA.

Frederico: O meu dia não podia ter começado pior. – Ele fala ao abrir a porta. – o que é que você quer aqui, Antonella?
Antonella: Eu quero te dizer que optei por fazer o exame de DNA, e quero fazer antes mesmo de ter o bebê.
Frederico: Então você voltou atrás na sua decisão? Pois bem, que faça esse tal exame o quanto antes.
Antonella: Só é preciso esperarmos alguns meses para que o bebê possa se desenvolver, e então agendarei a data do exame.
Frederico: Você tem certeza que essa criança é minha Antonella? Você não se envolveu com mais ninguém nesse meio tempo?
Antonella: Claro que tenho certeza. Quer dizer que sou uma vagabunda? Que não sei com quem transo ou deixo de transar, é isso?
Frederico: Não é nada disso, mas… seria mais viável que o seu pai tivesse um pai rico. Não é verdade?
Antonella: Está sugerindo que eu esteja dando um golpe em você? Ah, pois saiba que quando sair o resultado do exame farei questão de esfregar na sua cara.
Frederico: Também torço para que dê positivo. Seria muito legal ter um filho, não que eu esteja preparado, mas sei lá. É uma coisa inexplicável, me fez sentir mais homem.
Antonella: Foi só para isso que eu vim aqui. Agora, me desculpe por ter estragado o seu início de dia, como você mesmo falou.
Frederico: Claro que eu te desculpo. – Ele é irônico. Ela revira os olhos e vai embora. – Vai ser maneiro ser pai, ainda mais se for um molequinho. Frederico Júnior, já pensou? – Ele se diverte.

Cena 3- Cobertura de Marisa- Dia.
Marisa e Melissa conversam sobre o flagra que ela deu em Celso.

Marisa: Se antes não tínhamos a certeza, agora temos. Maria Letícia e Celso estão mesmo de conluio.
Melissa: Como eu havia previsto. Sabia que aqueles dois não se separariam assim do nada.
Marisa: Agora só nos resta descobrir o que eles querem.
Melissa: Eu estou gostando disso. Quem sabe assim não descobrimos qual o envolvimento deles na morte do Rodolfo.
Marisa: Ainda nisso, Melissa? Rodolfo já está morto e enterrado, o caso dele foi engavetado mais uma vez, e você continua a apertar a mesma tecla?
Melissa: Aqueles depoimentos não foram o bastante para mim. Eu sei que Maria Letícia e Celso estão envolvidos na morte do meu padrasto, e pode ter certeza que um dia descubro qual é esse envolvimento.
Marisa: Só me resta lhe desejar boa sorte, já que tudo está bem mais que esclarecido. O Rodolfo foi vítima de um latrocínio e ponto final.
Melissa: Não me incomodo com a sua opinião, mamãe. Então, por favor, aceite a minha. – Ela faz uma pausa. – Mas e ai, o que foi que você viu para chegar à conclusão de que eles estão mesmo juntos?
Marisa: Eu fui visita-lo, quando esbarrei com ela saindo do apartamento dele. O cachorro estava somente de cueca, e ainda quis inventar uma desculpinha esfarrapada. Ele pensa que sou trouxa.
Melissa: Espero que ele só esteja pensando mesmo, e que você não seja tão trouxa como ele acha.
Marisa: O que é isso, hein Melissa? Que falta de respeito é essa?
Melissa: Desculpa, mãe. Mas é que numa situação dessas não tem como falar delicadamente, precisamos dizer as coisas como elas são.
Marisa: Dessa vez passa. – Ela pega as mãos da filha. – E como é que está o Ivan? Ele já está melhor depois de tudo?
Melissa: Sim, ele está bem melhor. Ainda mais que tem mais uma no time dos que querem vê-lo recuperado.
Marisa: Está se referindo a você?
Melissa: Claro. Estou me referindo a atual namorado do Ivan. – Ela sorri e Marisa estranha.
Marisa: Pera ai. Você está dizendo que… você e o Ivan… não acredito. Sério isso?
Melissa: Estou falando sério, mãe. O Ivan e eu estamos juntos. – Elas se abraçam, contentes. – Por falar nisso, tenho que ir para o hospital agora mesmo. Ele vai ir para a clínica de reabilitação diretamente de lá.

Cena 4- Casa de Maria José- Dia.
Maria José e Michele conversam sobre Roberto.

Maria José: Ele me pareceu bastante sincero. Não que eu esteja dizendo para que você volte com ele, mas gostei da atitude do canalha.
Michele: Agora que se viu sozinho, o Roberto decidiu mudar. Está tentando ser uma pessoa melhor, ao menos foi o que eu concluí.
Maria José: Quem sabe ele tenha mesmo mudado, porém, continuo a não colocar a minha mão no fogo por ele. Aquilo pode ter sido apenas cena.
Michele: Talvez sim, talvez não. Mas o que interessa é que ele confessou tudo, e mais uma vez a bruxa está envolvida numa falcatrua.
Maria José: Pois é. Não vejo a hora de acabar com a raça de Maria Letícia, ela vai ver com quantos ovos se faz um bolo.
Michele: Tanto o Roberto quanto ela são farinha do mesmo saco. Pode até ser que ele apenas tenha mandado ela matar a Denise para que não atrapalhasse suas vidas gloriosas, mas querendo ou não, o Roberto teve participação nisso, mesmo que indiretamente.
Maria José: Então aquela desgraçada matou a minha irmã asfixiada, depois dela ter dado a luz, e o Roberto distraiu a enfermeira e o médico para que não estragassem o plano deles. Sabe a vontade que eu tenho? De matar os dois asfixiados também, ele nem tanto, pois teve coragem de admitir tudo… mas aquela vadia. – Ela fala com muito ódio.
Michele: Calma, José, mantenha a calma. Aqueles dois vão pagar por isso que fizeram com a Denise, tenha certeza disso.
Maria José: Ele queria que você o perdoasse. O que você vai fazer?
Michele: Eu fui firme e forte quando disse que nunca mais irei voltar, ainda mais depois do que ele nos dissera. Mas a verdade é que… – Seus olhos enchem de lágrimas. – Ainda sou apaixonada por aquele calhorda, mesmo depois de tudo que ele aprontou.
Maria José: Eu sei o que é isso. Você está mesmo perdidamente apaixonada pelo Roberto, e não tem como fugir disso.
Bartolomeu: Bom dia, meninas. – Ele entra. – Dormiram bem?
Maria José: Dormimos muito bem. Mas aonde é que o senhor estava logo cedo? Não acha que devia estar dormindo ainda?
Bartolomeu: O dia para mim começa às seis da manhã. – Ele se joga no sofá. – Fui atrás de terrenos para montar um comércio, porém, nada que caiba no meu bolso.
Maria José: Se acostume, pois as coisas por aqui são mesmo muito caras. Se quiser mesmo construir esse comércio, vai ter que batalhar.
Bartolomeu: Mais do que eu já batalho?
Maria José: Bem mais. – Ela é sensata.

Cena 5- Mansão Corte Real- Dia.
Pierre e Daniele conversam sobre o passado dele.

Daniele: Fica mais um pouco. Eu gosto de conversar contigo, sei lá. Me sinto menos sozinha. – Ela é sincera. – Senta ai, vamos conversar.
Pierre: Eu não posso. Apenas faço o que Maria Letícia me manda fazer. Ela pediu para que eu viesse trazer comida para você, eu trouxe, você comeu, e agora preciso ir. – Ele diz, já perto da porta. Os cachorros os olham atenciosamente.
Daniele: Por que a sua patroa não voltou mais aqui? Por que não veio terminar com o que começou?
Pierre: Isto é melhor você perguntar para ela. – Ele é curto e grosso. – Agora, até mais ver.
Daniele: Você não vai colocar a minha mordaça? – Pierre se dá conta de que havia esquecido desse detalhe. – Viu só como estou sendo sua amiga? Se você me deixasse sem mordaça, eu poderia começar a gritar, e a sua rainha não iria gostar de saber que você foi desatento ao ponto de me deixar sem a mordaça.
Pierre: Muito obrigado. E desculpa por não poder te ajudar. – Ele se aproxima dela.
Daniele: Eu entendo a sua situação, mas queria entender você.
Pierre: Não te compreendo. O que você quis dizer com isso?
Daniele: Quis dizer que sei o porquê de você não poder me ajudar, mas não te conheço direito. Não sei quem era você antes de entrar aqui, antes de se tornar Pierre.
Pierre: Antes de me tornar Pierre? Eu era apenas Antônio, um padeiro que era bastante conhecido por todos do meu bairro. Mas é uma pena que ele tenha morrido. – Ele fica triste.
Daniele: Ele morreu porque ele mesmo se matou? Ou finge estar morto por medo? – Ela o olha com os olhos semicerrados.
Pierre: Talvez ele finja estar morto, porque não quer morrer de verdade. – Ele continua triste. – Mas talvez ele possa ter se matado também.
Daniele: Não tenha medo de Maria Letícia, a vida é muito curta para você aproveitá-la desta maneira submissa.
Pierre: Eu vivo assim porque quero, Daniele. Porque se eu tivesse me mantido quieto e aceitado que tinha me tornado mordomo por uma injustiça… não teria abrido a minha boca para falar sobre o que vi, assinando assim a minha morte, a morte do Antônio, de uma vez por todas.
Daniele: Então você está dizendo que se matou ao contar que Maria Letícia tinha matado um homem? Claro que não, você ainda pode ser Antônio, só basta você criar coragem para fugir daqui.
Pierre: Fugir? Para onde? Com que dinheiro? O que ganho malmente dar para me vestir. – Daniele fica triste por ele. – Se arrependimento matasse, eu já estaria morto. As coisas só pioraram para o meu lado quando eu contei para a Clotilde que a Maria Letícia tinha matado o tal homem, que aliás, era pai dela.
Daniele: Tenha fé em Deus, Pierre. Tenha fé que um dia você sairá vivo daqui.
Pierre: Se Deus quiser, e ele há de querer.

Cena 6- Apartamento de Celso- Dia.
Celso conversa com Lilla para que ela possa matar Roberto.

Lilla: Vim assim que pude. O que é que você tem de tão urgente para falar comigo? – Ela entra no local de nariz em pé. – Espero que seja mesmo muito urgente.
Celso: E é. Você melhor do que ninguém, sabe que dinheiro não é eterno, não é? E também está ciente de que a quantia que a Maria Letícia lhe deu irá acabar com o tempo.
Lilla: Tô ligada. E você vai me fazer uma proposta que envolve muita grana, é isso mesmo?
Celso: Sim, é isso. Eu quero que você faça um servicinho para mim, mas só se tiver muita coragem mesmo. – Ele a olha atentamente. – Primeiramente, a Maria Letícia não pode ficar sabendo de nada.
Lilla: Diz ai, dependendo do que for, pode até ser que eu lhe ajude.
Celso: Eu quero que você mate uma pessoa para mim. Tenho arma, tenho tudo que precisa, só vou querer que se livre do capacho. Pode ser?
Lilla: Matar? – Ela se assusta. – Mas eu nunca toquei numa arma antes.
Celso: Para tudo há a sua primeira vez, não acha?
Lilla: Eu não sei se vou querer isso não. Pode dar ruim para o meu lado, e isso não vai prestar.
Celso: Para de ser fraca, Lilla. Vamos, eu dou o quanto você quiser. É só me dizer qual é o seu preço, anda.
Lilla: Faço por cem mil, e nem tente querer me convencer a abaixar.
Celso: Tudo bem, eu pago. Mas só depois de o serviço ter sido realizado.
Lilla: Tá, mas eu vou querer um adiantamento. – Ela se aproxima dele, e começa a passar a mão sobre o seu corpo. – Quero uma noite contigo.
Celso: Claro. Você pode dormir lá na cama, que eu fico aqui pelo sofá mesmo. – Ele se afasta dela, mas Lilla vai atrás dele.
Lilla: Assim não vai ter graça alguma. Quero que você me dê muito mais do que uma noite em sua casa. Seja homem e deixe de frescura.
Celso: Se você quer que eu transe com você, pode ir tirando o seu cavalinho da chuva, não farei isso nunca.
Lilla: Ok. Então eu também não irei matar ninguém. Até porque acho que cem mil é muito pouco para quem vai assassinar alguém. – Ela vai embora.
Celso: Desgraçada. E agora? Quem pode fazer isso por mim? – Ele se pergunta preocupado. – Eu não irei matar o Roberto, mas nem que a vaca tussa.

Cena 7- Clube Realeza- Tarde.
Jonathan aborda Severino, e diz que ele pode ajudá-lo com relação a Maria José.

Jonathan: Ei, o senhor é que é o doutor Severino? O antigo advogado de Alberto Corte Real, não é?
Severino: Sou eu mesmo. No que poderia ajudá-lo?
Jonathan: Na verdade, é justamente o contrário. Eu vim lhe ajudar a achar a Maria José. – Severino faz cara de surpresa.
Severino: Você sabe aonde ela está? Ou faz ideia de aonde possamos encontrá-la?
Jonathan: Eu sei exatamente aonde ela está, e se o senhor quiser posso leva-lo até ela.
Severino: Que maravilha. Então vamos para lá agora mesmo. Depois eu converso com a Marisa.
Jonathan: Desculpe, mas agora não posso ir. É que eu prezo pelo meu trabalho, ainda mais agora que a Maria Letícia está procurando por um motivo qualquer para me demitir.
Severino: Eu te entendo perfeitamente. Então irei esperar até que você possa ir comigo.
Jonathan: Ah, tem mais uma coisa. Por favor, tente manter silêncio sobre a volta da José. Ela não quer que as pessoas saibam, ao menos por enquanto.
Severino: Se ela não quer que ninguém saiba, por que foi que você me contou? – Ele estranha.
Jonathan: Porque eu sinto que você vai poder ajudá-la a ar um basta na rainha má, digo, Maria Letícia.

Cena 8- Cobertura de Severino- Tarde.
Marillu fala com Frederico sobre a internação de Ivan, e ele o conta sobre a visita de Antonella.

Marillu: Eu tive que acompanhar a internação do Ivan de longe, mas para mim já foi o suficiente. O Severino e a Melissa estavam ao lado dele, que caminhava decidido até a ambulância. Foi mesmo muito emocionante.
Frederico: Imagino o quanto. – Ele diz sem dar a mínima para o assunto. – Ainda bem que uma luz acendeu naquela mente alucinada.
Marillu: Espero que a partir de agora a nossa relação seja mais amigável.
Frederico: Acha que só porque ele decidiu se internar, vai te perdoar? Muito pelo contrário, ele vai dizer que a culpa por ele estar lá é toda sua.
Marillu: Não fala assim, Frederico. As palavras têm força, pode ser que isso se realize de verdade.
Frederico: E não precisa ser nenhuma Alminha para saber que isso vai acontecer, você querendo ou não.
Marillu: Ele ficará curado. Tanto das drogas, como de todo rancor que sente por mim, pode anotar o que estou te dizendo.
Frederico: Sonhar é bom, e o melhor: é de graça. Agora, mudando de assunto, enquanto vocês estavam lá no hospital, adivinha quem veio me visitar?
Marillu: Não faço a mínima ideia. Até iria sugerir que o Carlos Henrique tivesse vindo te visitar, mas como sei que ele está preso…
Frederico: Não, quem veio me visitar foi a Antonella. – Marillu arqueia a sobrancelha. – Não olhe para mim com essa cara de tacho, foi ela quem veio aqui, não fui eu quem a convidou.
Marillu: O que aquela vadia queria por aqui? Presumo que tenha aproveitado a minha ausência e a do Severino para poder engravidar de você de verdade.
Frederico: Nada a ver, mãe. A Antonella está mesmo grávida, e decidida em fazer o exame de DNA.
Marillu: Até esse bebê nascer, muita coisa vai acontecer ainda. Corre até o risco de nesse meio tempo ela confessar que não está grávida de você.
Frederico: É ai que você se engana, mãe. Ela quer fazer o exame com o bebê ainda na barriga.
Marillu: Mas isso é arriscada. Aquela vagabunda é louca?
Frederico: A única coisa que importa é saber se a criança é minha ou não. Este é o único xis da questão.
Marillu: Você deve estar torcendo para que dê positivo no resultado, não é?
Frederico: Diz se não vai ser maneiro saber que o seu filho vai ser papai? Isso prova que me tornei um homem, mãe.
Marillu: É, tenho que concordar. Mas não é nada legal saber que já tenho idade para ser avó. – Frederico ri.

Cena 9- Mansão Corte Real- Noite.
Maria Letícia pede para que Pierre faça um belo jantar no dia seguinte. Ela liga para Celso, e eles conversam.

Maria Letícia: Amanhã será um belo dia, pois irei finalizar a primeira campanha de dois mil e quinze. Conseguimos arrecadar cerca de sete milhões de reais. – Ela comenta feliz. – E isso merece uma comemoração.
Pierre: Amanhã será o jantar, madame?
Maria Letícia: Sim, e quero que você faça a melhor comida de toda sua vida. Quer dizer, você nunca coloca a mão na massa, só comanda, então… espero que coordene os serviçais impecavelmente, não deixando que nenhum erro passe despercebido.
Pierre: Pode deixar comigo, minha rainha. Farei tudo que estiver ao meu alcance e um pouco a mais.
Maria Letícia: Mais um ano começando, e eu novamente enganando ou trouxas. Ai como é bom ser má. – Ela dá uma gargalhada bem alta.
Pierre: A senhora já convocou os serviçais lá do clube? São eles quem sempre ajudam em tudo por aqui, e são bastante competentes.
Maria Letícia: Sim. Mas desta vez virá somente um garçom.
Pierre: Um garçom? A madame acha que ele vai conseguir servir várias pessoas ao mesmo tempo?
Maria Letícia: Nem que ele fosse extremamente rápido. E é justamente por isso que convoquei apenas ele: para ter um motivo para demiti-lo.
Pierre: Agora tudo está explicado. Com licença, madame. – Ele vai para a cozinha.
Maria Letícia: Como será que a Maria Luiza ficou sabendo de tudo aquilo? – Ela pergunta para si mesma, séria. – Além da morte do Marcelo, ela ainda soube da história que o Pierre inventou para que a Maria José assinasse aquela maldita papelada. Acho que esse mordomo desgraçado não teria coragem de me trair novamente, ou teria? – Ela fica em silêncio por alguns segundos. – Como foi que ela ficou sabendo disso? Como?

Cena 10- Casa de Maria José- Noite.
Severino consegue falar com Maria José, e fala que os papéis que assinara eram falsos.

Jonathan: Maria José, será que eu posso falar com você um segundo? – Ele entra no local.
Maria José: Claro que pode. Descobriu alguma coisa sobre a cobra?
Jonathan: Descobri uma bomba, mas tive que trazer alguém que possa lhe explicar tudo direitinho, pois não entendo muito dessas coisas.
Maria José: Cadê a pessoa? – Jonathan vai até a porta e chama por Severino, que entra no local. – Severino?
Severino: Quanto tempo, Maria José. – Eles se abraçam. – Quem bom ver que você está bem.
Maria José: Garanto que melhor impossível. Mas o que é que a Maria Letícia aprontou, gente? Estou curiosa para saber.
Severino: Você assinou uma papelada, aonde passou para a Maria Letícia toda a herança que Alberto lhe deixou.
Maria José: É, mas saiba que não foi porque eu quis. Nem sabia que ela estava envolvida com aqueles papéis.
Severino: Sei que envolveram o meu nome, e te enganaram contando-lhe uma história completamente falsa. Mas o fato é que o tiro saiu pela culatra.
Maria José: Do que você está falando?
Severino: Estou falando que nada foi passado para a Maria Letícia, pois aqueles papéis não valiam de nada. – Maria José dá uma risada, surpresa. – Não sei se ela quis somente te enganar, mas aqueles papéis não têm nenhum valor legal. Você continua sendo a dona da mansão Corte Real, do clube Realeza.
Maria José: Alguém avise para aquela cachorra, que eu estou voltando. – Ela cheia de raiva. – E que vou estraçalhar com a cara dela.

CONTINUA…

3 thoughts on “Capítulo 66 – Realeza (Última semana)

  • Maria José vingativa. AMO MUITO FORTE! Tomara que ela acabe mesmo com a Maria Letícia, e que liberte logo a Daniele. Aliás, a Dani é bem esperta, já se aproxima de Pierre e começa a conquistá-lo. Que escape logo desse cativeiro!
    O Celso, um calhorda desse porte, está com medo de matar o Roberto? Haha nossa, por essa ninguém esperava.
    Nenhum sinal da Clotilde 🙁
    E que história horrorosa essa do Jonathan com o Kevin, mas acho que esse menino é filho da Maria Letícia, afinal, chegou do nada. Estaria eu certo? Eis a questão.

    • Pois é, a José está mesmo como uma cede de vingança insaciável. Espero também que ela acabe com a Maria Letícia, e que a Dani consiga se livrar desse apuro. Se Pierre não for muito esperto, pode ter certeza que a Daniele conseguirá o que tanto quer.
      Realmente, ninguém esperava que o Celso tivesse medo de matar as pessoas, diz ser tão machão!! Mas nos enganamos com as pessoas, isto é fato.
      Será que a Clô partiu desta para melhor? Espero que não.
      Uma história mesmo muito sombria esta do Jonathan, mas será que ele é filho da Maria Letícia? Ah, não sei! É o que veremos nos próximos capítulos… será? Obrigado por comentar, Victor 😀

  • Agora ninguém segura a Maria José gentché, Maria Letícia que se cuide.
    Celso procurando toda uma forma de não sujar as mãos matando o Roberto… será que alguém topa fazer o trabalho sujo para ele? E se a Maria Letícia souber?
    Ivan numa clínica, que saia logo e recuperado.
    A rainha não cansa de implicar com lá outros, Deus me livre, agora é Jonathan.
    E por falar em rainha… essa história do Kevin já está esclarecida aqui na minha mente brilhante… Maria Letícia deu o filho para Regina criar e disse pra família que ele tinha morrido, credo!!

    Momentos decisivos aqui gente!!! 😉

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