Realeza

Capítulo 64 – Realeza

SEXAGÉSIMO QUARTO CAPÍTULO

Cena 1- Mansão Corte Real- Noite.

Maria Letícia faz com que Roberto volte atrás em sua decisão.

Maria Letícia: Não seja tão imbecil, Roberto. Você nunca vai me entregar à polícia sabendo que cairá junto comigo.
Roberto: Se for preciso, eu caio junto com você. Só não quero que faça nada de mal com a minha filha.
Maria Letícia: Ok, ok. A Daniele está mesmo comigo, mas é a vida dela em troca do seu silêncio.
Roberto: Eu quero muito mais do que isso, Maria Letícia. Quero que você a deixe em paz, liberte a Daniele ou nada feito.
Maria Letícia: Você sabe mesmo negociar, hein! – Ela respira fundo. – Mas e se eu disser que está fazendo tudo isto em vão?
Roberto: Por que está dizendo isso? Por acaso você sabe de algo que eu não sei?
Maria Letícia: Sim, claro que sei. Não sou de falar as coisas da boca pra fora. – Ela encara Roberto friamente. – Em um papo que ela e eu tivemos, acabei descobrindo que… ela já sabia que a mãe dela não tinha morrido por causas naturais.
Roberto: Como é que é? – Ele pergunta surpreso. – Mas somente nós dois sabíamos disso, mais ninguém.
Maria Letícia: Eu não sei como ela ficou sabendo, mas certamente a sua filhinha só se aproximou de você por causa disso. Ela quer vingança pelo que fez a mãe dela.
Roberto: Isto tudo está muito sem nexo. Ela sabe que fui eu quem mandou você matar a Denise?
Maria Letícia: Não, é bem pior do que isso. A Daniele pensa que foi você quem matou a mãe dela. – Roberto fica boquiaberto.
Roberto: Não, não pode ser. – Um turbilhão de coisas começa a passar na sua mente. – Aquele pau, não caiu sem querer… só pode ter sido ela.
Maria Letícia: Não faço a mínima do que esteja falando, mas presumo que ela tenha tentado te matar. Foi isso?
Roberto: Eu não, não sei… – Ele perde as palavras. – E agora como eu vou encarar a Daniele sabendo que…? Ela já sabe de tudo.
Maria Letícia: É ai que eu entro nesta história. – Cheia de interesse. – Posso preparar o terreno, para que tudo saia dentro dos conformes. Mas para isso, você vai ter que deixar ela comigo por mais algum tempo.
Roberto: Ela nunca vai escutar você, não tem como preparar o terreno para mim, sendo que ela te odeia.
Maria Letícia: Aguarde e verás. – Ela sorri. – Eu já te ajudei uma vez, Roberto, por que não posso lhe ajudar novamente?
Roberto: Antes, você só matou a Denise porque sabia que ela era uma pedra no nosso sapato. Depois de ter a Daniele, ela podia vim atrás de mim, e consequentemente achar você, acabar com o seu casamento blindado. Foi somente por isso que solicitei a sua ajuda, pois a morte dela interessava não somente a mim, mas também a você.
Maria Letícia: Certo, certo. Você quem sabe. Só sei de uma coisa: a Daniele nunca te amou, e todas as palavrinhas bonitas que ela lhe dissera… tudo não passou de um plano vingativo.
Roberto: Talvez eu precise mesmo de um tempo para pensar sobre o que vou fazer. Mas adianto que o tempo será curto, logo eu voltarei para buscar a minha filha.
Maria Letícia: Quando você quiser. – Ele vai embora. – Merda, merda, merda, merda. Agora eu não vou poder matar aquela desgraçada. Pois ele pode me entregar para a polícia, tanto pela morte da filha, como pela morte da Denise. – Ela respira fundo. – Não, não. Eu sou Maria Letícia Lemes Corte Real, e ninguém tem mais poder do que eu. Antes que ele me derrube, irei matar ele sem dó, nem piedade.

Cena 2- Cobertura Queiroz Galvão- Noite.
Leonardo e Cléber assistem um filme na tevê, Luciana vê os dois se beijando e fica decepcionada.

Leonardo: Somente você tem esse poder de me acalmar. – Eles comem pipoca. – Olha só como tudo terminou em pipoca. – Eles sorriem.
Cléber: Melhor em pipoca do que em sangue, não é?
Leonardo: Tem toda razão. – Eles assistem um filme gay: “Hoje eu quero voltar sozinho”. – É mesmo muito emocionante a história desses dois.
Cléber: Sim, bastante emocionante. – Ele seca as lágrimas. – Mas a história deles é bastante bonita.
Leonardo: Concordo totalmente. Ah, e sobre o seu “melhor em pipoca do que em sangue”, temos que admitir que teve um pouquinho dos dois.
Cléber: Lamento pela morte do seu pai. Apesar dos pesares, foi ele quem te trouxe ao mundo.
Leonardo: Também lamento muito a morte dele, mas creio que tenha sido melhor assim. Agora minha mãe e eu não precisamos mais nos preocupar.
Cléber: É, ao menos isso. – Eles se olham no fundo dos olhos. – E quando será o enterro?
Leonardo: Não vai ter enterro. Minha mãe preferiu assim, e eu a apoiei. Não precisamos de mais dor.
Cléber: E o seu coração? Como anda? De alguma forma, já superou o que aconteceu?
Leonardo: Talvez sim, talvez não. Eu tenho me policiado muito, não permito que me venha lembranças daquele ordinário.
Cléber: Nunca mais ouviu falar dele, né? Parece que o patife tomou um chá de sumiço.
Leonardo: Não quero falar sobre o Frederico não. Vamos falar sobre nós.
Cléber: Sobre nós? E existe nós? – Ele pergunta confuso.
Leonardo: Claro que sim. Nós somos grandes amigos, mas como eu estava cego, acabei te afastando de mim.
Cléber: Que bom que você tenha enxergado isso. – Ele fala com o olhar baixo. – E será que iremos retomar a nossa velha amizade de sempre ou vamos ficar nesse nhenhenhém?
Leonardo: Não vamos retomar a nossa amizade, iremos fortifica-la ainda mais. – Ele o beija, e Luciana surge justo neste momento.
Luciana: O que é que significa isso? – Ela se aproxima com expressão séria. – O que foi isto que acabei de presenciar?
Leonardo: Ué, mãe. Cansou de ver Frederico e eu nos beijando. Não vai dizer que está traumatizada por causa de um beijo homossexual.
Luciana: Não é isso, é que… eu… aquela preocupação toda do Cléber por você… pensei que ele te via como um filho.
Leonardo: Ah, pera ai. – Ele diz sorrindo. – A senhora pensou que o Cléber estava te dando bola, e me via como um filho? Mãe, nós temos a mesma idade.
Luciana: Eu sei, mas… nunca pensei que ele fosse gay. Estava até começando a gostar dele.
Cléber: Desculpa se criei falsas expectativas na senhora, dona Luciana. Mas eu sempre fui apaixonado pelo seu filho, desde o início.
Luciana: Ah, não posso acreditar numa coisa dessas. – Ela faz um muxoxo. – Então só me resta desejar felicidade para o casal. – Ela vai para o quarto decepcionada.
Cléber: Coitada, não queria causar este transtorno todo. – Ele fala sem graça.
Leonardo: Não se preocupe com isso não. – Ele beija o amado.

Cena 3- Cobertura de Severino- Noite.
Melissa conta sobre a decisão de Ivan. Marillu e Severino ficam felizes.

Melissa: Como o prometido, hoje eu fui visitar o Ivan. E vocês não sabem da maior.
Severino: Ele vai ter alta?
Melissa: Não. Talvez só daqui a três dias, mas passa rápido. É bem melhor do que isso.
Marillu: Hm! Deixa eu pensar. Ele resolveu fazer as pazes com a mamãezona dele?
Melissa: Também não. O Ivan decidiu que irá se internar depois que tiver alta. Ele está disposto a deixar as drogas.
Severino: Como é que é? Você não tá brincando comigo não, né Melissa? – Ele fala com a mão no coração. – Olha que eu tenho um infarto aqui de tanta felicidade.
Melissa: Ele falou com todas as letras. O Ivan vai mesmo se internar em uma clínica de reabilitação.
Marillu: Poxa, que notícia mais extraordinária. – Ela fala feliz. – Parece que tudo está caminhando por um bom caminho.
Severino: Se você estiver falando do Frederico, ele só se desentendeu com a Antonella, não te perdoou ainda.
Marillu: Para mim tanto faz. Ele está dormindo ai mesmo, já é um avanço.
Severino: Claro que não, ele está dormindo na minha casa. Então ele está de bem comigo, e não contigo.
Marillu: Para de estragar o meu momento de felicidade? Obrigada.
Melissa: Gente, gente, nada de briga. Um momento como esse deve ser festejado com muito champanhe.
Severino: Você tem toda a razão, Mel. Vou abrir um champanha para nós. – Ele vai para a cozinha.
Marillu: Tenho certeza que foi você quem o mudou assim. – Ela fala pegando nas mãos de Melissa. – Só tenho que lhe agradecer por toda esta ajuda.
Melissa: Imagina, Marillu. O Ivan é quem decidiu isso, não tive nada a ver com a escolha dele.
Marillu: Não diretamente, mas foi você quem o salvou… se não fosse por ti, o meu filho estaria morto, e não iria pensar em se reabilitar.
Melissa: É, talvez eu tenha o influenciado indiretamente. – Ela sorri.
Marillu: Será que você poderia me ajudar diretamente? – Ela fala com os olhos cheios de lágrimas. – O que eu mais quero é ter o amor do meu filho, mas sou fraca… não consigo conquista-lo sozinha.
Melissa: Você quer que eu converse com ele sobre isso? – Ela é solidária.
Marillu: Na verdade, eu pedi para que o Severino fizesse isso da próxima vez que for visita-lo. Mas toda ajuda é bem-vinda.
Melissa: Pode deixar comigo. Eu irei ter uma conversa séria com ele.

Cena 4- Apartamento de César- Noite.
Simone pede para que César contribua com a campanha de Maria Letícia. Antonella conta que está grávida, e fala sobre Frederico.

Antonella: Então quer dizer que Maria Letícia já iniciou dois mil e quinze com o pé direito? Ela elaborou uma campanha por causa da falta de água?
Simone: É isso mesmo. Ela voltou revigorada, e cheia de atitude. Não irei deixá-la na mão, vou dar a minha contribuição, claro.
Célia: Só vamos contribuir para mostrar que estamos montadas na grana, porque depois daquele dia que descobrimos que Maria Letícia já foi uma prostituta… meu conceito sobre ela caiu totalmente.
Antonella: E aonde é que vocês vão pegar dinheiro para contribuir? – César surge bem na hora.
César: Boa noite. – Ele fecha a porta. – Estavam me esperando para jantar?
Simone: Mas é claro meu amor. – Ela o beija. – E por falar nisso, vou precisar de um dinheirinho para contribuir em uma campanha.
César: Tudo bem. O que é meu é seu também. Agora eu preciso ir tomar um banho, estou muito cansado. – Ele vai para o quarto.
Célia: Você ainda quer que nós respondamos a sua pergunta? A sua mãe acertou cheio na loteria ao engatar um namoro com esse cara. – Ela se senta.
Simone: Mãe, não fale assim. Soa de um modo chato, parece mais que estou com ele por causa do dinheiro. Eu gosto mesmo do César, um amor puro e verdadeiro.
Célia: Seu casamento de interesses foi com o Roberto, esse César é um verdadeiro pão. E ai de você se magoa-lo, vai se ver comigo.
Antonella: É bom saber que a senhora está feliz, mamãe. Ao contrário da sua filha aqui.
Célia: Por falar nisso, você ainda não nos disse o que conversou com o médico. Está com alguma doença séria e não quer nos contar, Antonella? Olha que vou atrás daquele doutor e faço com que ele dê com a língua nos dentes.
Antonella: Não é nenhuma doença, vovó. Eu estou grávida de dois meses. – Célia e Simone ficam pasmas.
Simone: Como é que é, minha filha? – Ela se aproxima de Antonella. – Eu vou ser avó? Você vai ter um filho?
Célia: Tudo tá bonito, tudo tá maravilhoso, mas uma dúvida paira sobre esta sala: quem é o pai dessa criança?
Antonella: Frederico Garcia de Albuquerque. Aquele patife é pai do meu filho, e se eu pudesse voltar no tempo… não teria engravidado dele.
Célia: Pelo visto ele não quis assumir a criança, não é? Hoje em dia esses pais jovens não arcam com os erros que cometem.
Antonella: Muito pelo contrário, ele ficou feliz com a notícia. Mas a mãe dele envenenou a cabeça do desgraçado. Agora o Frederico não quer saber do filho enquanto eu não provar que a criança é mesmo dele.
Simone: É fácil, faça um exame de DNA. Prove para ele que a criança é mesmo dele. – Ela é enfática.
Célia: Mas não é tão fácil assim como está pensando, minha filha. Esse tipo de exame antes do nascimento do bebê, pode fazer com que Antonella aborte a criança.
Antonella: Mas é a única maneira de provar para ele que o meu filho é mesmo dele.
Simone: Gente, nem consigo acreditar. Minha filhinha grávida. – Ela dá um beijo na testa de Antonella. – Estou tão feliz por você, meu anjo.

Cena 5- Cobertura de Marisa- Noite.
Marisa fala para Maria Luiza que desconfia de Celso, mas que ficará com ele para saber até onde o rapaz quer chegar.

Maria Luiza: E então, tia? Fez o que recomendei? Encurralou o Celso?
Marisa: E mais uma vez ele tentou me tapear com historinhas sem sentido. Se antes eu tinha dúvida, agora tenho a certeza de que o Celso não é quem ele está dizendo ser.
Maria Luiza: Ainda bem que a senhora percebeu isso antes que fosse tarde demais. Terminou tudo com ele?
Marisa: Percebi perfeitamente. Ele suou, como você e a Melissa falaram, um verdadeiro tratante. E não, eu não terminei com ele.
Maria Luiza: Pera ai. Deixa eu ver se entendo. Você descobre que o Celso não é quem ele diz ser, e ainda tem coragem de continuar namorando com ele?
Marisa: Não se preocupe, Maria Luiza. Só estou com Celso ainda, porque quero entender qual é o plano dele. E se tudo o que ele me disse é mesmo verdade.
Maria Luiza: Ainda estou absorta com minha mãe ter sido capaz de matar o meu irmão, por motivos pífios, sem razão alguma.
Marisa: Se isso for mesmo verdade, ela que se prepare, pois eu irei com tudo para cima dela. Só não saio acusando ela, porque não quero ser precipitada. Preciso de provas, e já que o Celso está me usando… nada mais justo que eu faça o mesmo com ele para saber se o que disse é mesmo verdade.
Maria Luiza: A senhora está pensando em usar o Celso para entregar minha mãe a polícia?
Marisa: Sim. Ele está tão empenhado em me reconquistar, em fazer com que eu acredite na fidelidade dele que… vai acabar se enforcando sozinho.
Maria Luiza: Faça o que achar melhor, só não perca a razão e não deixe ser levada pela emoção. Se eles estiverem juntos nesta, nós iremos descobrir.
Marisa: Assim espero, assim espero.

Cena 6- Mansão Corte Real- Dia.
Maria Letícia fala para Celso sobre a conversa que teve com Roberto. Pierre diz que descobriu aonde Carlos Henrique está preso.

Maria Letícia (Ao celular): É isso mesmo que você ouviu, o Roberto veio até aqui e teve a coragem de me ameaçar. O coloquei em seu devido lugar, mas pode ser que ele volte a me perturbar.
Celso (Ao celular): E o que é que você pretende fazer? Ah, por falar nisso… já estou com a Marisa em minhas mãos.
Maria Letícia (Ao celular): Que ótimo saber disso. Logo providenciaremos o devido final para a história de Marisa e Melissa. Agora temos que resolver a pedra do momento: Roberto.
Celso (Ao celular): Já tem algo em mente para fazer contra o cara?
Maria Letícia (Ao celular): Tenho sim, só espero que me ajude, e dê para traz como das outras vezes.
Celso (Ao celular): Pera ai, as vezes que eu dei para traz foi quando…
Maria Letícia (Ao celular): Quando eu te escalava para matar alguém. – Ela o interrompe. – Você nunca teve coragem de matar ninguém, Celso. Sempre sou eu quem tenho que ficar com o trabalho sujo. Chega, mostre que você também é vilão desta história. – Ela não obtém resposta. – Celso? Celso? Desgraçado, desligou na minha cara. – Ela fala ao olhar para o celular. – Sabia que não ia ser diferente, o Celso se borra de medo quando mando ele matar alguém. Mas para mim já deu, ele vai fazer isso. – Ela abre a gaveta e pega uma arma. – E nem vou deixar que ele invente uma desculpinha dizendo que não tem arma. – Pierre entra no escritório.
Pierre: Bon jour, madame. Venho lhe informar que conseguir descobrir o paradeiro de Carlos Henrique. – Maria Letícia se vira para ele com a arma na mão. – Que susto. O que significa isso?
Maria Letícia: É uma arma, Pierre. Não está vendo? – Ela dá uma gargalhada. – Esses homens da minha vida são todos frouxos? É o que parece. – Ela coloca a arma na mesa e se senta na mesma. – E aonde é que ele foi preso?
Pierre: Nesse local aqui. – Ele entrega um papel a Maria Letícia. – Eu tive que pesquisar bastante na internet, mas consegui achar o destino do desgraçado.
Maria Letícia: Desgraçado nada. Enquanto uns fraquejam, como o Celso, outros mostram ter sangue frio, como o Carlos Henrique fez ao matar o Alberto. Ele seria o aliado perfeito.
Pierre: A rainha está pensando em se unir àquele calhorda? Mas assim como ele foi capaz de se livrar do monsieur Alberto, pode matar a madame também.
Maria Letícia: Pelo amor de Deus, não fale asneiras. Ah, e por falar nisso… daqui uma semana, finalizarei a primeira campanha da SDP de dois mil e quinze. Fecharei tudo com chave de ouro, ou seja, com mais um jantar esplêndido.
Pierre: A madame quer que eu faça um novo cardápio, como em todo jantar realizado para o fim de uma campanha. – Ele conclui.
Maria Letícia: Isso mesmo, quero que você me surpreenda novamente com pratos magníficos, como sempre faz.
Pierre: Pode deixar comigo, serei carrasco com a equipe que virá. Será a mesma de sempre?
Maria Letícia: Sim. Pedirei para que os cozinheiros e garçons do clube venham até aqui. E tenho certeza que você saberá comandá-los muito bem, como sempre.
Pierre: Agora eu preciso voltar para a cozinha. Com licença, madame. – Ele sai.
Maria Letícia: Carlos Henrique. Um ótimo substituto para o Celso, que se não fazer o que eu quero… cairá muito em meu conceito.

Cena 7- Casa de Regina- Dia.
Gaby vai até o local passar uma mensagem de Maria José. Rafael fica mexido com a presença da moça.

Regina: O que é que você está fazendo aqui, garota? – Ela diz ao abrir a porta. – Por favor, não traga mais dor de cabeça para o meu filho. Eu gosto muito de você, mas…
Gaby: Mas eu não vim falar sobre isso, dona Regina. – Ela vai entrando sem ser convidada, e fica sem graça ao ver Rafael. – Estou aqui para lhe passar uma mensagem.
Regina: Uma mensagem? Para mim? – Ela pergunta, surpresa. – Sobre o que? E de quem?
Gaby: Estou aqui para informar que a Maria José está viva. Foi ela mesma quem pediu para que eu te avisasse.
Regina: Graças ao meu bom Deus. – Ela levanta as mãos ao céu. – Já estava começando a acreditar que ela tinha mesmo morrido.
Gaby: Felizmente ela está viva, e muito bem. Agora escute só o ela me pediu que disse. – Elas se sentam no sofá e Rafael as observa. – Ela precisa muito da sua ajuda, não só da sua, como também da de seus filhos. A Maria José está pretendendo voltar e desmascarar Maria Letícia.
Regina: Desmascarar? Como?
Gaby: É ai que você e os seus filhos entram na história. Precisam ficar de olhos bem abertos em todos os passos de Maria Letícia. Como trabalham para ela, fica bem mais fácil.
Regina: Entendi. A José quer que nós descubramos algum podre da rainha. Pois diga a ela que pode contar com a nossa ajuda. Falarei com os meninos.
Gaby: E não se esqueça, Regina: ninguém pode ficar sabendo que a Maria José está viva, ninguém. Entendeu?
Regina: Claro que entendi, posso ter esta carinha de boba, mas de boba eu não tenho nada.
Gaby: O recado está dado. – Ela se levanta. – Muito obrigada pela sua atenção. – Rafael se levanta e vai até a moça.
Rafael: Deixe que eu a leve até a porta, acho que temos um assunto pendente a ser acertado. – Ele encara Gaby.
Gaby: Se você não me procurou antes para tratarmos do assunto, não vai ser agora que irei conversar contigo. – Ela caminha até a porta. – Pode deixar, pois eu sei muito bem aonde fica a porta. – Ela abre e vai embora.
Regina: Viu só? Acabou se ferrando. – Ela diz indo para a cozinha.
Rafael: A Gaby e eu precisamos ter uma conversa séria, pois nem tudo entre nós foi resolvido.
Regina: Para com isso, Rafael. Você viu aquela menina com outro homem diante de seus olhos.
Rafael: Mas não permiti que ela se explicasse.
Regina: Ah, que legal. Você vê ela beijando outro, e ainda há uma explicação para isso? Me poupe.
Rafael: Nem tudo o que parece é, mamãe. E para tudo há uma explicação. Se a Gaby me amava tanto, por que iria me trair? Eu só quero entender tudo o que aconteceu.

Cena 8- Cobertura de Severino- Dia.
Marillu e Frederico fazem as pazes.

Marillu: E ai? Como passou a noite? Pensou bem no que te disse?
Frederico: Passei minha noite inteira refletindo, e eu quero saber o quanto antes se sou ou não o pai daquela criança.
Marillu: Então presumo que vá fazer um exame de DNA, certo?
Frederico: Sim, e pretendo fazer isso antes mesmo desse bebê nascer. Para que eu possa organizar a minha vida, caso ele seja mesmo meu filho.
Marillu: Paternidade a parte, o que aconteceu no seu casamento com o Leonardo? Você disse não, sem mais nem menos, na lata?
Frederico: Esse era o meu plano, mas que foi alterado bruscamente com o andar da carruagem. – Ele faz uma pausa e olha seriamente para a mãe. – Eu acabei matando o pai do Leonardo.
Marillu: O que? – Ela fica surpresa. – Você matou uma pessoa, Frederico? Mas por quê?
Frederico: Não fique assim, foi em legítima defesa. Se eu não me livrasse dele, o desgraçado acabaria me matando.
Marillu: Então você será indiciado pela morte do homem?
Frederico: Creio que sim, mas estou com a minha mente limpa. Pois só fiz o que fiz porque ele me obrigou a tal.
Marillu: Venha aqui, meu filho. – Ela o abraça. – Saiba que estarei do seu lado nesse momento difícil.
Frederico: Obrigado. – Ele se emociona. – Obrigado por ter me acolhido, e por tudo que está fazendo por mim.
Marillu: Eu sou a sua mãe, só estou fazendo o meu papel. E será que… você seria capaz de me perdoar pelo que te fiz?
Frederico: Mas é claro que sim, mãe. – Lágrimas escorrem o seu rosto. – Eu te perdoo, porém, você vai ter que me desculpar pelas minhas palavras duras para contigo.
Marillu: Pode ter certeza que está mais do que desculpado. – Ela o abraça mais forte. – Você só fez comigo o que já deveriam ter feito a muito tempo: me disse umas poucas e boas verdades.
Frederico: Prometo que nunca mais irei levantar a voz para você, nem ser tão cabeça dura.
Marillu: E eu prometo agir às claras, nada entre nós será feito pelas costas do outro, ok? – Eles ficam inconsoláveis.

Cena 9- Clube Realeza- Dia.
Marisa e Severino conversam sobre a papelada que Maria José assinou.

Marisa: Melissa me falou que você queria conversar comigo pela manhã. – Ela diz ao entrar em sua sala e ver Severino. – Pelo visto o assunto deve ser sério.
Severino: Muito sério mesmo. – Marisa se senta. – É um assunto grave, mas que pode ser a escapatória para os seus embates com Maria Letícia.
Marisa: Se você soubesse a raiva que eu estou daquela mulher. Ainda bem que não esbarrei com ela por esses dias, se não teria estraçalhado com a cara dela.
Severino: Impressão minha ou o seu ódio pela sua ex cunhada está maior?
Marisa: Você nem sabe da missa a metade. Enfim, não foi para falar sobre ela que viemos aqui, não é? O que você tem de tão importante para falar comigo?
Severino: Na verdade, eu vim sim falar sobre ela. – Ele coloca a papelada na mesa. – Se lembra desses papéis?
Marisa: Não são aqueles que a Maria José assinou, passando tudo a Maria Letícia? Você ficou com eles até.
Severino: Isso mesmo. Andei analisando essa papelada, e es que descobri uma bomba.
Marisa: Uma bomba? Você está começando a me deixar preocupada. O que foi que você descobriu?
Severino: Descobri que esses papéis não são de cunho legal, ou seja, não valem absolutamente nada. Se a José assinou ou deixou de assinar alguma folha, não tem problema, pois esses papéis são falsos. – Marisa respira ofegante.
Marisa: Você tá dizendo que… a Maria José continua com a parte dela da herança? Nada foi passado para a Maria Letícia? Gente, preciso de água.
Severino: Pois mande trazer um barriu, porque a surpresa não foi pouca. Agora só nos resta saber aonde está a Maria José, para que ela possa reassumir o posto dela.
Marisa: Es a questão: Por onde anda a Maria José? Depois do que aconteceu, nunca mais a vi.
Severino: Já tentaram na antiga casa dela?
Marisa: Não. – Ela fica meio boba. – Claro, como não pensamos nisso antes? Ela só pode estar na antiga casa dela, mas aonde fica essa outra casa?
Severino: Ai eu infelizmente não posso te ajudar, pois também não sei.

Cena 10- Mansão Corte Real- Dia.
Pierre conversa com Daniele, que pede para que ele a ajude fugir.

Pierre: Eu vim cumprir ordens da minha patroa. – Ele entra com um pote na mão. – Saiba que não estou fazendo isso porque quero, mas sim porque me foi designado. – Ele se aproxima da moça e tira a mordaça.
Daniele: Ela não vai voltar? Estava tão firme que só iria parar de me chicotear quando eu estivesse morta… não foi isso o que aconteceu.
Pierre: Ela foi interrompida bruscamente, mas pode ter certeza de que ela vai voltar. – Ele abre o pote e suspende a camisa de Daniele. – Ainda está em carne viva.
Daniele: O que é que você vai fazer? – Ela pergunta, curiosa com o que Pierre está fazendo.
Pierre: Eu vou passar sal grosso nessas suas feridas. – Ele fala, enfiando a mão no pote.
Daniele: Mas isso vai doer muito, pois as feridas estão em carne viva, como você mesmo observou.
Pierre: Eu sei que vai doer, e foi por isso que Maria Letícia mandou que o fizesse. – Ele passa o sal nas costas de Daniele, que chora de dor.
Daniele: Pelo amor de Deus, tenha piedade de mim. – Ela implora, quase chorando. – Eu não mereço tanto sofrimento.
Pierre: Sei perfeitamente o que está passando, mas infelizmente só estou cumprindo as ordens que me foram impostas.
Daniele: Você sabe pelo que estou passando porque a Maria Letícia também te torturou, não foi? Eu ouvi vocês conversando, e sei de quase tudo, só quero saber o porquê que ela fez isso contigo.
Pierre: Oras, não vim aqui para conversar com você, ainda mais sobre isso. – Ele continua a passar sal nas costas dela.
Daniele: Acho que foi merecida a tortura que Maria Letícia fez com você. Pois se tivesse um coração batendo ai nesse seu peito, com certeza você iria me ajudar a sair daqui, e não estaria passando sal nas minhas costas.
Pierre: Se eu te ajudar, livro a sua pele, mas acabo condenando a minha. – Ele fala seriamente. – Você acha que sou mordomo porque quero? Acha que sirvo Maria Letícia com tanta submissão porque gosto dela? Claro que não. Só faço isso porque ela me tem em suas mãos.
Daniele: O que foi que você aprontou assim de tão grave? Pois se a Maria Letícia o tem na palma da mão, é porque aprontou alguma.
Pierre: Não aprontei nada, apenas presenciei Maria Letícia matando um homem. Eu não a conhecia, mas ela não quis nem saber, tratou logo de me ameaçar para que eu não abrisse a minha boca.
Daniele: Então ela matou mais alguém além do Marcelo? – Ela fala boquiaberta. – Essa mulher não é mesmo de brincadeiras.
Pierre: O Marcelo? Maria Letícia matou o próprio filho? – Ele fica surpreso. – Ela é mesmo muito cruel, mais do que todos imaginam.
Daniele: Tá, mas o que aconteceu depois disso?
Pierre: Ela disse que me entregaria a polícia, alegando que eu tinha matado o homem. E como ela não podia arriscar me deixar a solta, pois eu sabia do segredo dela, a megera deu um jeito de me transformar em seu mordomo.
Daniele: Então, aquele sotaque francês seu… tudo não passa de uma farsa?
Pierre: Ela me obrigou a aprender algumas palavras, para que todos pensassem que eu fosse francês. E antes de me empregar, até mudou o meu nome.
Daniele: O seu nome não é Pierre? – Ela toma um susto. – Essa história é mais cabeluda do que eu pensava. – Ela faz cara de dor, por causa das feridas.
Pierre: O meu nome é Antônio. O meu verdadeiro nome. – Ele fala cabisbaixo.
Daniele: Talvez esta seja a melhor hora para você escapar da Maria Letícia: me ajudando. Por favor, Pierre, pense melhor.
Pierre: Desculpe, mas não posso fazer isso. Não me arriscarei em te tirar da berlinda e me colocar em seu lugar. – Ele fecha o pote. – E me agradeça por não ter continuado com a cessão tortura, pois é o máximo que eu pude fazer por você.

Cena 11- Casa de Maria José- Dia.
Bartolomeu reclama dos altos preços para se montar um negócio na cidade. Gaby fala sobre a conversa que teve com Regina.

Bartolomeu: Caramba, já pesquisei bastante lugares, mas não encontrei nenhum em conta. Para se montar um negócio nesta cidade é muito difícil, os preços são absurdamente autos.
Maria José: Vá se acostumando com a cidade dos negócios. – Ela sorri. – Por aqui as coisas são mesmo assim.
Bartolomeu: Daqui a pouco vou acabar desistindo, e volto de vez para o meu barzinho lá no Mato Grosso. Pelo que vi, não perdi nada em não ter vindo aqui antes.
Maria José: Voltar para o Mato Grosso e me deixar sozinha? Ah, muito obrigada pela consideração.
Bartolomeu: Para de ser boba. – Ele a beija. – Claro que eu iria leva-la comigo.
Maria José: Não precisa mentir. Sei que quando eu acordasse encontraria uma carta sua se despedindo. – Ela brinca.
Bartolomeu: Claro que não, nunca faria uma coisa dessas contigo. – Ele a abraça. – você é a razão da minha vida.
Maria José: Me engana que eu gosto. – Gaby entra. – Ainda bem que você chegou, como é que foi a sua conversa com a Regina? Ela topou vigiar a cobra má para mim?
Gaby: Topou sim, e disse que conversará com os filhos dela também. Espero que tudo saia como está planejando, José.
Michele: Então quer dizer que a José já deu o primeiro passo para derrubar a rainha? – Ela surge, vindo do quarto. – Depois dela praticamente ter escorraçado a Gaby e eu da casa dela, o que mais quero é que aquela mulherzinha se ferre bonito.
Gaby: Nem voltamos mais lá para pegar nossas coisas, não é? Tivemos que pedir para que o Roberto pagasse para que alguém fizesse isso.
Maria José: Vamos conversar sobre isso depois, agora me fale sobre como foi a sua conversa com a Regina.
Gaby: Não teve nada demais, nós apenas conversamos sobre… – Elas continuam conversando.

Cena 12- Rua- Tarde.
Maria Letícia atira em Clotilde, que cai dura no chão.

Maria Letícia: Se o Celso se recusar, ele vai escutar poucas e boas. – Ela fala ao dirigir. – Aonde já se viu? Diz ser tão mal, e nunca matou uma pessoa na vida. Pois agora nós precisamos nos livrar do Roberto o quanto antes. – Ela pega a arma no porta-luvas. – E ele vai fazer isso, querendo ou não. Chega de me queimar sozinha, parece que sou a única vilã da história. – Ela para no sinal, já está em frente ao prédio que Celso mora. – Vai sinal maldito, libera logo. – Ela olha para o lado, angustiada de esperar o semáforo ficar verde. Maria Letícia avista uma mulher saindo do prédio, e tira os óculos escuros. – Aquela ali não é a vagabunda da Clotilde? – Ela olha atenciosamente. – É a própria. – Sem pensar duas vezes, ela pega a arma e aponta para a direção de Clotilde. – Chegou a sua hora, vadia. Tentou me matar, mas não conseguiu, pois agora irei terminar o serviço. – Ela dispara dois tiros que acertam as costas de Clotilde, fazendo-a cair dura no chão. – Adeus. – Ela sobe os vidros do carro e sai em alta velocidade.

CONTINUA…

PRÓXIMO CAPÍTULO (65) SERÁ POSTADO NO SÁBADO

4 thoughts on “Capítulo 64 – Realeza

  • Nossa espero que a Clotilde não tenha morrido, ela é a grande coringa dessa história toda. Fora que tenho empatia por ela. Isso mesmo, Daniele, você deve convencer o Pierre a te ajudar a fugir. Maria José também devia estar a procura da sobrinha, quero logo um reencontro emocionante entre ambas. O passado da Maria Letícia é muito sujo mesmo. Matou até a tal Denise, mãe da Daniele. Aliás, será que Dani, se escapar, vai conseguir concretizar seu plano de vingança? Agora tudo ficou mais difícil, pois ele sabe de tudo! As coisas estão ficando tensa e o fim se aproxima. Ansioso.

    • A Clô é mesmo muito importante para o desenrolar da trama, quer dizer para o fim concreto de Maria Letícia.
      Vai Dani, tente até que ele acabe sedendo.
      A José vai começar a mexer os seus pauzinhos, mas teremos que esperar mais um pouco para o reencontro das duas. Mas garanto que será emocionante… e triste também 🙁
      Estou dizendo que Maria Letícia é uma caixa de surpresas. A mulher é uma verdadeira psicopata, saiu matando meio mundo de gente. Nem para a Dani acabar com a vida dela, assim como ela fez com sua mãe.
      Não sei se a nossa mocinha vai querer continuar neste caminho de vingança, mas o jeito é aguardar para ver. Realmente, agora o Roberto já sabe o que a sua filhinha estava tramando, o que deixa tudo muito difícil e complicado para a Dani.
      A tensão paira sobre os últimos capítulos da web, o que mais tem para acontecer? Obrigado por comentar, Victor 😀

  • Maria Letícia matou a Clotilde gente 😮 e agora? Essa mulher não cansa de fazer suas maldades, coitada da Daniele que ainda se encontra nas mãos da megera. E ainda fez a cabeça do Roberto e agora quer mata-lo esses últimos capítulos nos reserva grandes fatalidades.
    Frederico e Marillu fizeram as fazes, mas a felicidade ta longe de ser concreta para eles ja que a Maria Letícia quer ajudar de alguma forma o Carlos Henrique a sair da prisão.
    Cléber e Leonardo juntos… que fofos, só não para a Luciana que já estava gamadona no Cléber hahaha, que situação em?
    Maria José está mesma decidida a destronar a rainha má, mau sabe ela que os papéis que assinara não tem valor algum. Preparem seus corações porque se conheço bem meus amigos ESCRITORES, vem mais coisas nesta reta final eu tó me roendo de curiosidade kkk.
    Vamos esperar e torçer por um final incrível 😀 😉

    • Será mesmo que a Clotilde passou desta para a melhor? É o que veremos. Maria Letícia nunca se cansa de suas atrocidades, está mostrando que é uma vilã mor. Também tenho pena da Dani, mas é esperar para ver o que acontece. Roberto que se cuide, pois a megera quer atacá-lo!! As fatalidades serão inevitáveis 🙁
      Sim, ao que parece, Frederico e Marillu fizeram as pazes. Será que o Carlos Henrique voltará para importuná-los? Depende do que Maria Letícia tem a lhe propôr.
      Também achei eles dois muito meigos… awnt!! Ti bonitinhos. Coitada da Lu, uma situação muito… constrangedora!!
      Maria José tem um trunfo nas mãos e não sabe 😯 Preparem-se, pois muita coisa que está por vir… é de deixar todos de queixos caídos. Venha reta final, venha ultima semana, venha que nós todos estamos aguardando a sua chegada triunfal. Restam apenas 11 capítulos… Semana que vem já tá chegando (Ultima semana da web). Obrigado por comentar, Wagner… e o final será surpreendente!!

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