Realeza

Capítulo 54 – Realeza

QUINQUAGÉSIMO QUARTO CAPÍTULO

Cena 1- Parque do Ibirapuera- Dia.
Antonella sai do parque arrasada, e Leonardo fala para Frederico que ele poderá ir para a sua casa quando quiser.

Antonella: Não posso acreditar nisso, eu não quero acreditar. – Ela sai correndo, completamente desestruturada.
Leonardo: Então, é que eu estou decidido em te levar para morar comigo. Até porque logo mais estaremos casados, e já vai servir para nós treinarmos.
Frederico: Você tem certeza? Já disse que não quero ser motivo de uma desavença entre você e sua mãe.
Leonardo: E eu falei para você ficar tranquilo, não foi? A minha mãe e eu nos damos super bem e tenho certeza que ela não demorará muito para te aceitar lá em casa.
Frederico: É, você a conhece melhor do que eu. – Ele pega na mão de Leonardo. – Eu te amo muito, tá? Nunca duvide do meu amor por você.
Leonardo: Confesso que um dia eu já duvidei, mas agora tenho a certeza que você me quer junto a tia, que você me ama muito, assim como eu te amo bastante.
Frederico: Dizem que nada é eterno, mas o nosso amor veio para provar o contrário, ok?
Leonardo: Claro que sim. – Ele sorri. – E sobre a sua mudança, você pode ir lá para casa quando você quiser. – Ele senta no colo de Frederico, que fica sem reação.
Frederico: E que tal se eu me mudasse hoje mesmo? É que a minha convivência com a minha mãe está insuportável. Não quero mais ter que ver a cara dela.
Leonardo: Pelo visto ela é igual ao meu pai, e nunca irá nos aceitar. Por falar nisso, você não vai a convidar para o nosso casamento?
Frederico: Sinceramente? Ela não fará falta nenhuma. – Leonardo beija a testa dele. – Depois do que ela me disse, quero que ela esqueça que tem um filho.
Leonardo: É, as coisas estão mesmo muito feias entre vocês. Mas eu acredito que um dia ela irá aceitar isso. As mães sempre têm um coração mais mole com relação a essas coisas.
Frederico: Você está coberto de razão. Porém, não sei se a minha mãe tem o coração tão mole assim.
Leonardo: Quer saber de uma coisa? Já que estamos aqui, vamos fazer algo. – Ele se levanta, puxando Frederico.
Frederico: Não, amor. Estou sem disposição alguma para fazer qualquer coisa que seja.
Leonardo: Não, não, não. Nada disso, você vai vim comigo e vai ser agora. – Ele puxa Frederico.

Cena 2- Mansão Corte Real- Dia.
Regina vai chamar Pierre, e o encontra sem camisa. Ela o questiona sobre as cicatrizes de suas costas.

Regina: Pierre, a patroa está… – Ela entra no quarto do mordomo e o encontra sem camisa. – Nossa, que cicatrizes são essas nas suas costas?
Pierre: Não é nada, já faz anos que tenho isto. – Ele coloca uma camisa. – Foi de um acidente que eu sofri.
Regina: Acidente? Estranho você nunca ter comentado isso comigo. Foi antes de eu entrar aqui?
Pierre: Sim, foi quando o seu marido ainda era motorista da família Corte Real. Aliás, o que foi que você veio fazer aqui mesmo?
Regina: Vim te chamar porque a dona Maria Letícia disse que precisa muito conversar contigo.
Pierre: Então ela já está de volta. – Ele comenta nada contente. – A madame voltou.
Regina: Que cara de infelicidade é essa? Não é a Maria José que está te chamando não, é a sua rainha, Maria Letícia, escutou?
Pierre: Claro que escutei, ainda não estou surdo. – Ela o olha atentamente. – Diga a ela que já estou indo, deixa só eu terminar de me trocar.
Regina: Ao que me parece, você não ficou nada contente com a volta dela. Por quê? Se apegou a Maria José, foi?
Pierre: Eu não tenho direito de opinar em nada. – Ele é seco. – Só sou um mero serviçal, pronto para servir aquele que me contratar.
Regina: Nossa, Pierre. Você está muito estranho pro meu gosto. Aconteceu alguma coisa?
Pierre: Sim, aconteceu. Mas não é nada que você possa resolver.
Regina: Quem sabe. Se você me disser o que é, pode ser até que eu te ajude, nunca se sabe.
Pierre: Não, Regina, você não entende. E prefiro que nunca entenda o que estou passando, o que eu passei, e que eu passarei até o último dia de minha vida, ou até a rainha morrer.
Regina: Cruzes, você está tão gélido. Antes detestava a Maria José, agora está desejando a morte da sua… madame. Assim eu não te entendo.
Pierre: Eu não simplesmente detestava a Maria José, eu tinha que detestar ela, mesmo não querendo. Pois a minha vida não pertence a ela, mas sim a maldita rainha, que acabou com a minha vida.
Regina: Acho que eu vou avisar que você já está indo. – Ela fica com medo. – Até logo mais. – Ela vai embora.
Pierre: O que será que ela quer comigo? Já não basta me ter como mordomo dela? Ainda tem que ficar me atormentando o juízo a todo instante.

Cena 3- Cobertura Queiroz Galvão- Dia.
Luciana conta para Cléber que Frederico está pretendendo ir morar com eles. O rapaz diz que pode ser uma boa ter ele por perto, mas também pode ser ruim.

Luciana: Então, ontem quando você foi pegar os nossos drinques, eles vieram com uma ideia de trazer o Frederico para morar aqui.
Cléber: Como é que é? O Frederico vai vim morar com vocês? Mas você não pode permitir isto, Luciana. Não percebe que assim ele ficará mais próximo de conseguir o que quer?
Luciana: E você acha que eu já não me impus? Foi a primeira coisa que fiz, mas o Leonardo não me escuta, ele está completamente cego pelo futuro marido.
Cléber: É, por um lado pode ser bom tê-lo por perto, mas pelo outro… Isto pode favorecer os planos dele.
Luciana: E qual seria o lado bom disso? Pois do jeito que você fala, parece que o namorado do meu filho é um monstro.
Cléber: Com ele por perto, você vai poder observá-lo melhor, ver quais são as reais intenções dele, entendeu? Mas pode ser que ele seja muito esperto, e não deixe transparecer absolutamente nada, e quando vocês perceberem… ele já meteu m golpe em vocês.
Luciana: É, analisando desta maneira. Estou muito preocupada, Cléber, já não bastava o Riginaldo, agora esse tal Frederico.
Cléber: Eu não sei te aconselhar, aquele cara é totalmente imprevisível.
Luciana: Não tenho para onde correr, pois mesmo que eu diga que não, o Leonardo vai trazê-lo para cá. Então o jeito é me prevenir.
Cléber: É, você tem que ser muito esperta, bem mais do que ele. Não podemos deixar ele se apoderar de vocês.
Luciana: Vou fazer tudo que estiver ao meu alcance, do que depender de mim, o cara não entra por aquela porta.
Cléber: Mas se ele entrar, não o expulse, talvez seja ele quem esteja entrando em uma enrascada, não vocês.
Luciana: Pois é, só se ele for muito esperto mesmo para não deixar o plano dele transparecer.

Cena 4- Cobertura de Severino- Dia.
Marillu teme por Ivan, e também pelas ameaças de Antonella. Severino aconselha ela.

Marillu: Cadê o Ivan que não chegou até agora? É normal ele passar esse tempo todo fora de casa?
Severino: Normal até é, mas ele nos jurou que não voltaria mais para casa depois da festa, então isto passa a ser preocupante.
Marillu: Como se não bastasse isso tudo, a Antonella ainda vem para cá hoje. Aquela moleca é uma pedra no meu sapato, tenho que me livrar dela.
Severino: Se ela é uma pedra no seu sapato, porque você quer abriga-la aqui? Só ajudamos com quem queremos ajudar.
Marillu: Mas no meu caso não se trata de querer, aquela desgraçada está me ameaçando com a história do Carlos Henrique.
Severino: Então tem mais gente, além de nós, que sabe da volta do traste. E ela está te ameaçando como?
Marillu: Acredita que ela escutou eu conversando com ele? E ameaçou contar tudo para o Frederico… agora imagina se o meu filho descobre que o miserável está vivo.
Severino: Com toda certeza ele irá se revoltar contra você, já que devia ter contado a verdade para ele faz tempo, desde quando tudo isso começou.
Marillu: Eu sinceramente não vejo outra reação, o Fred com certeza irá ficar puto da vida comigo, e isso realmente me preocupa.
Severino: De qualquer forma ele vai se decepcionar com você, então acho melhor ele saber pela sua boca, do que pelos outros.
Marillu: Só Deus sabe como eu tentei falar, mas… Nunca consigo. – Ela fica cabisbaixa. – Acho que sou mesmo muito fraca. A começar por ter ferrado a minha vida todinha por um homem que nem sabia da minha existência.
Severino: Não vejo outra saída para você. Só tem uma forma de acabar com essas ameaças… contando a verdade para o Fred.
Marillu: Você bem que podia tentar fazer isso por mim, não é? Seria uma forma de te aproximar dele.
Severino: Sim, eu ficaria mais próximo do meu filho, mas ele acabaria te afastando, porque você não teve a coragem de olhar nos olhos dele e dizer o que estava acontecendo.
Marillu: Chega. Se eu quero mudar o rumo dessa história, preciso começar contando a verdade.
Severino: É isso ai. Mas quando você pretende começar a mudar o rumo da história?
Marillu: Hoje mesmo. Eu vou ligar para o Frederico e marcar um encontro com ele. Nós precisamos colocar tudo isso em panos limpos.

Cena 5- Clube Realeza- Dia.
Lilla vai conversar com Rafael, que a desdenha.

Lilla: Será que você pode me atender? – Ela surge atrás de Rafael. – Estou com pressa.
Rafael: O que é que você está fazendo aqui Lilla? Você não tem dinheiro nem para pagar o suco aqui do restaurante. – Ele caminha pelo local e ela vai atrás dele.
Lilla: Isso era antes, meu amor. Agora eu tenho dinheiro para dar e vender. Você não vai mais precisar me bancar, deixa eu te mimar um pouco.
Rafael: Eu te mimava quando nós namorávamos, agora não temos mais nada, nem amigo nós somos. – Ele é grosso. – Vê se me erra, Lilla.
Lilla: Você foi o único que me fez amar e ser amada. – Ela o pega pelo braço. – E eu não vou deixar que você saia mais da minha vida.
Rafael: O problema é que foi você quem acabou com tudo que havia entre nós, entendeu? E não tem mais como eu sair da sua vida, se eu não faço mais parte dela.
Lilla: Para com isso, Rafa. Foi inevitável a minha partida, não pense que fiz o que fiz porque eu quis.
Rafael: Ah, é? Foi inevitável, por quê? Vamos, me explique porque você teve que ir.
Lilla: Eu tinha pisado na bola com a Maria José, e ela me expulsou de casa. E eu tive que procurar outro lugar para morar, acabei indo parar em um hotel lá na zona leste.
Rafael: Tudo bem, mas porque você não me procurou? Porque não me contou o que estava acontecendo? Eu teria te ajudado, iria te colocar lá dentro de casa.
Lilla: O problema é que eu já tinha levado problema demais para a sua vida. – Os olhos dela enchem de lágrimas. – E você foi a única pessoa que amei nesta minha vida medíocre, o único que eu não queria fazer sofrer por minha culpa.
Rafael: Você estava tão preocupada comigo, que acabou me destruindo por inteiro quando foi embora. Não sei nem porque você voltou, devia ter ficado lá no quinto dos infernos aonde estava.
Lilla: Não fala assim comigo. – Ela chora. – Eu ainda te amo.
Rafael: Some da minha vida, Lilla, desaparece, evapora. – Ele grita e a deixa sozinha.
Lilla: Eu não vou desistir de você, não tão fácil como pensa. – Ela fala para si mesma, chorando.

Cena 6- Mansão Sales Couto de Sá- Dia.
Daniele acerta Roberto com uma paulada na cabeça. Mas Gaby e Michele acabam atrapalhando os seus planos.

Daniele: Chegou a hora de eu acabar com isso de uma vez por todas. Pois agora mais do que nunca, eu preciso ficar próxima a minha tia, ela deve estar precisando muito de mim. – Ela fala para si mesma ao ver Roberto em pé, lendo o jornal. – Vamos colocar um ponto final nesta história. – Ela caminha até ele, e sem que ele perceba, ela lhe dá uma paulada. Roberto cai no sofá, ensanguentado. – É agora que eu descubro a verdade. – Ela o leva para o quarto com dificuldade. – Agora eu tenho que limpar esse rastro de sangue, pois os empregados podem ver. – Ela vai até a cozinha, pega um pano e limpa tudo. – Pronto. – A empregada surge sem que ela perceba.
Empregada: Dona Daniele. – A moça se assusta. – Os seguranças acabaram de ligar no interfone dizendo que tem duas mulheres ai fora.
Daniele: Duas mulheres? E com quem elas querem falar? Elas não se identificaram?
Empregada: Não, elas disseram apenas que gostaria de falar com o seu Roberto.
Daniele: Muito obrigada, pode deixar que elas entrem, não estou com disposição nenhuma para ir até lá fora ver quem é. Ah, e não se esqueça de pedir para que os seguranças fiquem de olho em qualquer movimentação estranha aqui dentro. – A empregada se retira. – Mais essa. Quem será? Não podem ser a Antonella, a Célia, muito menos a Simone, pois se não os seguranças não tinham nem avisado, já as colocariam para dentro.
Michele: Cadê o seu pai? – Ela entra acompanhada de Gaby. – Preciso ter uma conversa muito séria com ele. – Daniele engole seco.
Daniele: Eu não sei como te dizer isso, mas… o papai acabou sofrendo um pequeno acidente.
Michele: Como é que é? E você fala isso assim? Com a maior naturalidade do mundo?
Daniele: Eu não sei ao certo como aconteceu, mas isto aqui atingiu a cabeça dele. – Ela está com um pau na mão. – Estava prestes a ligar para a emergência quando vocês chegaram.
Michele: E cadê ele? – Ela está completamente nervosa.
Daniele: Eu levei ele para o quarto. Talvez com ele deitado as coisas não se agravem, entendeu?
Michele: Eu vou ver como ele está agora mesmo. Vem Gaby. – Elas sobem a escada apressadas.
Daniele: Não, não, não. – Ela chuta o sofá. – Que droga, elas não poderiam estar aqui, não agora. E agora? Parece que tudo foi por água a baixo.

Cena 7- Mansão Corte Real- Tarde.
Maria Luiza discute com a mãe sobre o que ela fez. Tiago visita a garota e lhe entrega um bilhete de Célia.

Maria Luiza: Você é mesmo muito baixa, mãe. Como teve coragem de expulsar as meninas daqui? Não deu nem um prazo para que elas pudessem arranjar outro lugar para ficarem.
Maria Letícia: Pare de ser tão melodramática, elas são garotas de programas, e sabem se virar melhor do que nós duas juntas.
Maria Luiza: Já não bastou aquela baixaria de ontem? Todo mundo já sabe que você está envolvida com a saída da Maria José, pois ela nunca se humilharia daquela forma a você.
Maria Letícia: O problema das pessoas, é que elas sempre querem resposta para tudo. E se não for do jeito deles, eles se negam a engolir, mas o que é que eu posso fazer se aquela travesti é uma fraca?
Maria Luiza: Mãe, para de ser cínica ao menos uma vez na vida. Será que as suas mentiras nunca irão acabar? Para com isso, para.
Maria Letícia: Estou dizendo, você está mesmo muito saidinha para o meu gosto. Aonde já se viu uma filha falar assim com a própria mãe? Você está me decepcionando muito, viu mocinha.
Maria Luiza: Se eu falo assim, é porque você me obriga a ser assim contigo. Pois se fosse uma pessoa diferente, melhor, não teria que escutar nada disso.
Maria Letícia: Olha aqui, garota, chega de chilique e aceite de uma vez. Eu estou de volta e não pretendo ir embora tão cedo. – Ela pega Maria Luiza pelo braço com muita força.
Maria Luiza: Você não tem moral nenhuma para falar assim comigo. E do que dependesse de mim, você não voltaria nunca mais. – Ela se solta.
Regina: Dona Maria Luiza, tem um homem lá fora querendo falar com a senhora.
Maria Luiza: Comigo? – Ela estranha. – Tudo bem. Muito obrigada, Regina. – Ela vai ver quem é, e se depara com a figura de Tiago no portão. – O que é que você está fazendo aqui?
Tiago: Calma, eu vim em paz. Venha até aqui para nós podermos conversar melhor. – Maria Luiza se aproxima.
Maria Luiza: Diga logo o que quer e caia fora daqui. – Ela é curta e grossa.
Tiago: Por que eu deveria ser tão rápido? Está sendo ótimo te rever, sabia? Se eu pudesse, ficava o dia inteirinho aqui, só admirando a sua beleza.
Maria Luiza: Aliás, como é que você descobriu o meu endereço? Por acaso você anda me stalkeando?
Tiago: Faço isto todos os dias, boba. – Ele sorri. – Mas não foi para falar sobre nós que eu vim até aqui.
Maria Luiza: Nós? – Ela dá uma gargalhada. – Se enxerga garoto, não existe nós entre você e eu. Agora desembucha logo o que você veio fazer aqui.
Tiago: Por enquanto, eu vim apenas te entregar esta carta aqui. – Maria Luiza pega e está prestes a rasgar, quando ele grita. – Não, não é nada disso que você está pensando. Essa carta não é minha, e muito menos foi escrita para você.
Maria Luiza: E se não foi escrita para mim, porque é que você está me dando ela?
Tiago: Foi que uma conhecida sua mandou lhe entregar, parece que você conhece a neta dela, a qual você deve entregar a carta.
Maria Luiza: Uma conhecida minha? E quem é essa mulher?
Tiago: O nome dela é Célia.
Maria Luiza: A Célia? Faz muito tempo que eu não a vejo mesmo.

Cena 8- Cobertura de Marisa- Tarde.
Marisa se preocupa por não ter notícias de Maria José. Melissa tenta despreocupar a mãe e Celso aparece no lugar.

Marisa: Aonde será que a José se meteu? Até agora não recebi nenhuma notícia dela, e quando liguei à mansão me disseram que quem estava por lá era a Maria Letícia.
Melissa: Calma, mãe, tenha calma. Ela deve aparecer logo mais, não se preocupe à toa.
Marisa: Só quero saber se aquela megera teve mesmo a audácia de aprontar alguma para cima da José. Se ela fez isso, aquela vaca se verá comigo.
Melissa: Coitado do meu tio Alberto, ainda bem que ele morreu sabendo com quem estava casado. Aquela mulher é o diabo em pessoa. – A campainha toca e ela vai atender. – O que é que você está fazendo aqui?
Celso: Vim retribuir a sua visita. – Ele dá uma piscada para ela. – Tudo bem com você, Marisa?
Marisa: Que ousadia é esta, Celso? Como é que você vai invadindo a minha casa desta forma?
Celso: Como vocês já devem estar sabendo… – Ele se senta no sofá. – Maria Letícia voltou para a realeza dela.
Marisa: E eu tenho certeza que você está com ela nisso tudo, não é? Ela aprontou com a Maria José e você está envolvido nisso.
Celso: Aquela desgraçada me traiu. – Ele fala cheio de ódio. – Fez o que fez e me passou a perna.
Melissa: Conta outra Celso. Não faz muitos dias que eu fui até o seu apartamento e vocês estavam super bem.
Marisa: E mais, o que é que nós duas temos a ver com isso?
Celso: Sim, Melissa. Mas você se esqueceu que esteve lá, antes de ela voltar a ser rica. E vocês têm muito a ver com isso, Marisa.
Marisa: Por exemplo?
Celso: A Maria José não cedeu o lugar dela a Maria Letícia, porque ela simplesmente quis. Aquela traíra armou para a travesti. – Melissa se senta ao lado da mãe. – Ela assinou papeis sem ler, e acabou dando tudo para a megera.
Melissa: E em troca de que você está nos dizendo isso? Porque imagino que você queira algo, só não sei o que é.
Celso: De vocês, nada. Quero apenas que a Maria Letícia vá parar no fundo do poço.
Marisa: Eu sabia que tinha dedo dela nessa sujeira toda. Mas não tem como fazermos nada para impedir isso?
Celso: Não. O advogado que ela contratou, já entregou a papelada a justiça. A essa hora, aquelas assinaturas da Maria José ganharam poder legais e deram tudo para a Maria Letícia.
Melissa: Aproveitando o seu momento de fúria contra a Maria Letícia, diga-me uma coisa. – Ela se aproxima de Celso. – Quem matou o Rodolfo? Você ou ela? – Celso engole seco.

Cena 9- Cobertura Queiroz Galvão- Tarde.
Leonardo e Frederico surgem com as coisas do rapaz. Cléber e Luciana ficam surpresos.

Leonardo: Mãe, chegamos. – Ele e Frederico entram com duas malas cada um. – Eu trouxe o novo morador desta casa.
Luciana: Então seu namorado vai mesmo morar conosco? – Ela fala surpresa ao vê-los entrar.
Frederico: Eu não queria incomodar, dona Luciana, mas o Léo insistiu tanto. – Ele olha para Cléber, se deliciando com a cena.
Luciana: Ele insistiu tanto e você não tem pulso firme para dizer um não para ele, é isso? – Frederico fica sem graça.
Leonardo: O que é isso, mãe? Que grosseria toda é essa? – Ele olha para Cléber. – E você quem fica colocando isto na cabeça dela, não é?
Cléber: Eu não tenho nada a ver com a sua vida, Leonardo. Não depois de você ter me afastado de ti.
Leonardo: Ainda bem que você sabe. Mas não banque o coitadinho, o compreensivo, pois sei que é você quem está colocando essas caraminholas na cabeça dela.
Luciana: O Cléber não tem nada com isso. Só estou falando o que eu penso, o que eu vejo.
Leonardo: Você gostava tanto do Fred, mamãe, e agora quer vim com essa? Depois que a sua amizade com o Cléber foi fortalecendo, você começou atacar o meu namorado incessantemente.
Frederico: Eu te pedi para que não se desentendesse com a sua mãe por minha causa. – Ele sussurra no ouvido dele. – Pode deixar, eu arrumo outro canto para ficar.
Leonardo: Nada disso. Esta casa também é minha, e se eu quero que você fique, você vai ficar. – Ele olha com ódio para Cléber e Luciana.

Cena 10- Mansão Corte Real- Tarde.
Maria Luiza conversa com Antonella por telefone. Maria Letícia conta sobre a volta de Clotilde para Pierre.

Maria Luiza (Ao telefone): Não, eu não estou vendo coisa. Aqui na carta consta que é mesmo da sua avó. – Ela está com uma agenda telefônica numa mão e a carta de Célia na outra.
Antonella (Ao celular): É que já faz algum tempo que a vovó desapareceu, e ninguém sabia aonde ela tinha se metido.
Maria Luiza (Ao telefone): Entendi. Mas parece que agora ela resolveu dar o ar da graça. – Maria Letícia passa pela sala e vê a filha ao telefone.
Antonella (Ao celular): Tudo bem. Será que você pode me encontrar ainda hoje?
Maria Luiza (Ao telefone): Claro que sim, se quiser podemos nos encontrar lá no clube. – Maria Letícia entra no escritório.
Maria Letícia: Não conseguimos terminar a nossa conversa mais cedo. – Ela se senta numa cadeira, e Pierre está de pé. – Sente-se.
Pierre: Estou muito bem assim. Será que a senhor poderia dizer logo o que deseja de mim?
Maria Letícia: Como você deve lembrar, sabe que ferrou a minha vida quando contou para a Clotilde que eu havia matado o meu pai.
Pierre: Não tem nem como eu me esquecer disso, ainda há cicatrizes nas minhas costas.
Maria Letícia: Creio que você tenha entendido o meu recado. Não quer sentir novamente um ferro quente em suas costas, ou quer?
Pierre: Eu só quero que a madame não toque mais nesta história, pois ela só traz lembranças ruins.
Maria Letícia: Vai ser difícil, Pierre, muito difícil. Pois a Clotilde está de volta, e quer a todo custo me entregar para a polícia.
Pierre: O que a rainha quer que eu faça?
Maria Letícia: Eu quero que você acabe com o que começou, e só tem uma forma de fazer isso: matando a Clotilde.
Pierre: A senhora quer que eu a mate, é isso? – Ele pergunta incrédulo. Maria Letícia faz que sim com a cabeça.
Maria Letícia: E se não for pedir muito, quero que você volte com o seu “sotaque” francês. Pois quando te contratei, deixei bem claro que eu queria que você fosse igual aos bons e fiéis mordomos. E você prometeu que iria se empenhar para ser um. Mas vejo que com a minha saída desta casa, você foi se perdendo um pouco, e acabou saindo do personagem.
Pierre: Oui, madame. – Ele fala a contragosto. – Mas ouso dizer que a senhora está sendo injusta comigo, pois eu continuo sendo muito fiel a senhora.
Maria Letícia: Sim, não posso negar. Mas lembra-se que fui eu quem veio atrás de você? Pois não se deu nem o desfrute de ir me procurar, saber como eu estava. Se eu não te procurasse para que você me ajudasse a pegar o gravador que a Clotilde deu para o Alberto, você não iria mover uma palha para ir atrás de mim.
Pierre: Pardon, não foi a minha intenção. Será que eu posso ir agora?
Maria Letícia: Não se esqueça que você me deve muito por estar vivo hoje, entendeu? Eu nunca tive piedade de ninguém, você foi a minha primeira e única exceção. Então, não faça com que eu me arrependa.

Cena 11- Mansão Sales Couto de Sá- Tarde.
Roberto e Michele conversam. Os dois acertam que ela e Gaby poderão morar com ele. Daniele fica preocupada com o desaparecimento de Maria José.

Roberto: Eu só tenho que te agradecer muito, seu Gusmão. Te agradeço por ter me socorrido. – Ele aperta a mão do Doutor.
Gusmão: Só te recomendo bastante descanso, pois você perdeu sangue. E se as coisas piorarem, não hesitem, vá correndo para o hospital. – Ele fala com Roberto, que está deitado na cama.
Daniele: Pode deixar doutor. Se ele sentir uma dor de cabeça sequer, eu não irei hesitar em chama-lo.
Gusmão: Agora eu já vou indo, pois vocês sabem como é a vida de médico, não é? – Daniele o acompanha.
Michele: Ai, meu amor, como aquele pau atingiu a sua cabeça? Você não se lembra como foi que isso aconteceu?
Roberto: Provavelmente caiu de algum canto. Preciso até pedir para que verifiquem o teto.
Michele: Isso é mesmo muito perigoso, pois um dia desses o teto todo pode cair em cima de você.
Roberto: Você tem razão, meu bem, e assim que eu estiver melhor, solicitarei para que alguém verifique as madeiras do teto. – Ele percebe a presença de Gaby. – Mas o que é que te trouxe até aqui a essa hora? Não creio que a Daniele tenha ligado para você por causa do que aconteceu comigo.
Michele: Nada disso. Vim aqui por outro motivo, e espero que você possa me socorrer.
Roberto: O que foi que aconteceu. – Daniele chega no quarto.
Michele: É que a Maria José sumiu do mapa, e como vocês sabem, a Maria Letícia está na área novamente.
Roberto: Ah, sim. A Maria José renegou o que o Alberto a deixou e deu tudo para a rainha, é eu vi lá na festa.
Michele: Então, é que a Gaby e eu estamos sem ter para onde ir, e a Maria José não aparece. Não temos mais ninguém a recorrer.
Roberto: Ah, então agora você virá morar comigo? Já não era sem tempo. E pode trazer a sua amiga também, pois amigo seu é amigo meu. – Ele sorri.
Daniele: Ela sumiu desde ontem, não é Michele? Depois daquilo tudo, ninguém ouviu falar mais dela?
Gaby: Ninguém tem nem sinal dela, parece que ela resolveu sumir de vez.
Michele: E confesso que estou bastante preocupada com isso. Não é nada normal esse sumiço da José.
Gaby: Mas vamos esperar para ver o que acontece.
Daniele: Ai, meu Deus! Isto não está me cheirando a boa coisa. – Ela fica preocupada. – Não é nada normal, mesmo.

Cena 12- Mansão Garcia de Albuquerque- Noite.
Frederico e Marillu conversam sobre a venda do imóvel, quando Carlos Henrique surge armado.

Marillu: A Antonella já está lá em casa, você se mudou para o apartamento do seu namorado, agora precisamos resolver outra coisa.
Frederico: Já até imagino o que a senhora queira conversar, é sobre a venda da mansão, não é?
Marillu: Ainda não é sobre isso que eu vim falar. Quer dizer, depois de tratarmos sobre o que tem mais ocorrência, podemos conversar sobre a venda da mansão.
Carlos Henrique: A venda da mansão? – Ele surge como um fantasma. – E quem deu a permissão para que vocês colocassem a minha mansão à venda?
Marillu: Carlos Henrique. O que é que você quer aqui? – Ela engole seco, assustada.
Frederico: Então eu não estou vendo coisa. – Ele perde os movimentos, o sentido. – Ele está mesmo vivo? Não, não, eu só posso estar delirando.
Carlos Henrique: Não, você não está delirando. – Ele saca uma arma. – Mas pode ser que um de nós morra agora mesmo. Porém, esse alguém não será eu. – Marillu e Frederico não sabem o que fazer.

CONTINUA…

4 thoughts on “Capítulo 54 – Realeza

  • Gente e agora o que o Carlos Henrique vai fazer? E essa história do Pierre? Mas que surpresa! Quer dizer que ele aprontou com a Rainha, levou um ferro quente nas costas e agora deve submissão a ela! Já pensou se ele se revoltasse?( o que não é difícil). Eu tô preocupado com a Maria José também :(, e se fosse a Dani, trataria em procurar a tia, e depois tentava me livrar do Roberto… E só digo a Marisa que ela tenha cuidado com o Celso, espero que ela não seja tão boba assim pra acreditar nesse calhorda.

    • Só Deus sabe o que esse louco irá fazer :-O Na verdade, esta história que você contou sobre o Pierre… está parcialmente certa kk Mas foi mesmo uma grande surpresa!! E seria o máximo se ele se revoltasse, tadinha da rainha 🙁 O que será que aconteceu com a José? Aonde ela está? Veremos logo mais. É, a Dani precisa refazer os seus planos com esse sumiço da tia. Será que a Marisa é tão boba assim gente? Só saberemos nos próximos capítulos. Obrigado por comentar, Victor 😀

  • Bem na hora da revelação de Marillu eis que surge nada menos que Carlos Henrique do anda assustando a Marillu e a Frederico (jaz o galinha) segura essa agora seus salafrarios u.u
    Daniela acertando Roberto com uma paulada, mas Michelle e Gaby chegam a tempo e não deixam que a besteira (quer dizer a vingança) seja feita.
    Frederico cada vez mais próximo do dinheiro de Luciana e Leonardo, credo 😥
    A carta de Célia está parto de encontrar Antanella, tudo indo de vento em polpa aqui genchty 😮
    Esses segredos que Pierre e Maria Letícia escondem, deurmileve, são super cabeludos
    Maria José continua desaparecida, que horror 🙁
    Estou separando as fortes emoções dos próximos capítulos 😀

    • Bem isso, o Carlos chegou bem na hora da revelação!! Parece que os planos de Marillu foi por água à baixo.
      É, a Dani estava prestes a iniciar a sua jornada de vingança, mas… fazer o que né? Gaby e Michele precisavam ser atendidas.
      Fred não é bobo nem nada, está praticamente com as mãos na dinheirama dos Queiroz Galvão.
      Pois é, se tem alguém se dando bem nesta web esse alguém é a Célia. Oh mulher que não dá ponto sem nó 😯
      Na verdade é um segredo só, mas é bem cabeludo, e tem envolvimento com algo que já sabemos :-X hehe
      Tadinha da José, nem sinal dela ainda!!
      Aguarde e verás o que ainda está para acontecer na reta final desta web!! Obrigado por comentar, Wagner 😀

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