Menina Flor

Capítulo 52 – Menina Flor (Últimos Capítulos)

Capítulo 52

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Malu: Eu lembro que quando eu ficava naquele porão, eu ficava desesperada, assustada, quando você abria a porta pra que eu saísse era como se eu visse a luz da salvação, aquele lugar era horrível.
Guilhermina: Só agora eu vejo como eu fui injusta ao fazer isso com você Malu. E você Pedro, que eu sempre rejeitei e nunca gostei da ideia de você ficar aqui, e você me tirou de lá, eu não tiraria.
Pedro: tudo bem dona Guilhermina.
Guilhermina: Malu, Pedro, vocês podem me perdoar?
Malu: Fala sério?
Guilhermina: Sim, eu agora vejo como fui tirana com vocês dois. Me perdoam?
Malu: O que você acha Pedrinho?
Pedro: É né, não custa nada tentar!

Hotel da cidade. Os médicos levam Amanda até seu quarto e a deixam com Marina.
Marina entra no quarto: Os médicos acabaram de ir mamãe.
Amanda está em silencio, olhando para o além.
Marina: Mamãe, a senhora está podendo falar?
Amanda vira o rosto lentamente e olha para a filha.
Amanda: Marina, o Rafael se foi.
Marina: Claro mamãe, todos nós sabemos disso, já faz quase dois meses.
Amanda: Ele se foi pouco depois de saber a verdade, ele mal pôde desfrutar de um momento com você e com a Malu.
Marina: Garanto que ele se foi em paz mamãe.
Amanda, deixando escorrer uma lágrima: Eu devia ter dito a verdade antes, eu nunca devia ter te levado, nunca devia ter ouvido a Melissa, tantas coisas teriam sido evitadas. A culpa é toda minha!
Marina, abraçando a mãe: Não, não, não mamãe, não é culpa sua.
Amanda: É sim, é sim!
Marina: Calma mamãe, foi um acidente como pode acontecer a qualquer um.
Amanda: Não foi acidente, foi tentativa de homicídio!
Marina: Do que está falando?
Amanda: Eu e o Rafael decidimos que denunciaríamos a Melissa na fazenda, aquela maldita só pode ter nos ouvido falar e por isso decidiu nos matar antes que conseguíssemos dizer a verdade!
Marina: Mamãe, não acha que está sendo precipitada?
Amanda: Aquela maldita foi até o hospital e tentou me matar sufocada com uma almofada, se você não tivesse aparecido eu hoje estaria num túmulo como o Rafael.
Marina: Calma mãe, agora o que voe precisa fazer é repousar e descansar bastante, você ainda está fraca por causa do atropelamento, você tem que relaxar.

Fazenda Aguiar Cordeiro. Quarto de Melissa. Melissa, andando de um lado pro outro em seu quarto.
Melissa, nervosa: Eu estou a ponto de ficar histérica! Me livrei do Rafael, da Fernanda, mas aquela porca da Maria Luísa e aquele estúpido do Miguel não se afastam de jeito nenhum, estão há um mês juntos. O Thomaz agora está me chantageando para ficar de boca fechada, e pra completar aquela infeliz da Amanda hoje sai do hospital, que droga! Se não fosse pela morta de fome da Maria Luísa eu já teria me livrado dela.
Melissa de repente para de andar e pensa.
Melissa: Espera aí, será que o Rafael e a Amanda ficaram sabendo da verdade inteira? Será que souberam sobre a troca dos bebês, a Dolores deve ter dado com a língua nos dentes!

FLASHBACK.
Melissa: Você sabe muito bem que desde aquela noite, sua presença aqui nessa casa é terminantemente proibida.
Dolores: Dona Melissa, eu só vim aqui saber se o senhor Miguel tem notícias da minha filha.
Melissa: Pois eu vou te avisar de uma coisa, se você abrir a boca sobre aquela noite eu te juro que vai ser a sua filha quem vai sofrer as consequências.
Dolores, surpresa: Quer dizer que, a senhora tem a ver com o sequestro…
Melissa: Talvez sim, talvez não, vai depender se você ficar de boca fechada sobre.
Dolores: Eu fico, mas onde está a minha menina?
Melissa, irônica: Eu não sei, mas fique de boca fechada e eu vou te dar uma lição.

Volta ao presente.
Melissa: Ela deve ter dito alguma coisa, mas eu não vou deixar por isso mesmo.
Melissa vai até uma cômoda. Ela abre a gaveta e de dentro tira um revólver.
Melissa: Agora aquela velha vai ver que eu não estava brincando quando disse que ia dar uma lição!

Hotel da cidade. Amanda está em seu quarto, sentada na frente da janela. Marina entra no quarto com uma bandeja.
Marina, servindo a bandeja: Vamos mamãe, a senhora tem que se alimentar.
Amanda: Não querida, não estou com fome.
Marina: Mas a senhora vai ter que comer, porque esse prato que eu fiz está 1000 vezes melhor que aquela horrível comida que te serviam no hospital.
Amanda: Marina, você acha que um dia vou voltar a andar?
Marina: Claro que vai mãe, não pense nisso.
Amanda: Eu me sinto tão incapaz, aqui, presa numa cadeira de rodas enquanto aquela assassina que destruiu a minha vida está lá, impune, planejando mais mal pra fazer aos outros.
Marina: Calma mãe, a senhora precisa comer e depois pensamos no que fazer.
Amanda de repente lembra do dia que ela e Rafael conversaram com Dolores.

FLASHBACK.
Dolores: Eu fiquei todos esses 18 anos sem aparecer por lá, mas no outro dia quando eu fui lá pra saber se vocês tinham notícias da minha Malu, ela disse que se eu falasse a verdade pra vocês, a minha menina era quem ia sofrer as consequências.
Amanda, assustada: O que? Quer dizer que ela tinha alguma coisa a ver com o sequestro da Malu?
Dolores: Ela disse que talvez sim ou talvez não, ia depender se eu ficasse calada.

Volta ao presente.
Amanda, assustada: Marina, a Malu está bem?
Marina: Como assim mamãe?
Amanda: Fala logo, como a Malu está? Aconteceu alguma coisa com ela?
Marina: Não mame, se tivesse acontecido o Filipe teria ficado sabendo e com certeza teria me contado.
Amanda: E quanto a Dolores, a mãe deles?
Marina: Não sei, mas acho que ela está bem, o Filipe foi visitá-la ontem. Por quê?
Amanda: Eu sinto que uma das duas corre perigo Marina.
Marina: Do que está falando?
Amanda: Se a Melissa descobrir que a Dolores foi quem nos disse a verdade, eu não sei o que ela pode fazer com ela ou com a sua irmã.

Casa dos Silva. Dolores está sozinha em casa lavando a louça. Alguém bate na porta.
Dolores: Pode entrar!
Melissa entra: Bom dia!
Dolores deixa um prato cair de medo.
Dolores, assustada: Dona Melissa?
Melissa: Olá Dolores, eu resolvi dar uma passadinha porque acho que nós duas temos contas a acertar.
Dolores: Dona Melissa, se a Malu fez mais alguma coisa eu vou dizer que…
Melissa: Quieta, aqui eu é que falo. Sabe, eu tenho sérias dúvidas sobre um assunto e gostaria que você as tirasse. Por acaso, o Rafael e a Amanda ficaram sabendo de alguma coisa antes da tragédia?
Dolores: Tudo o que?
Melissa: Você sabe velha, você falou sobre a troca que fizemos?
Dolores, virando o rosto: Não, não, não falei!
Melissa: Ah é? Pois eu acho que não é verdade!
Dolores: Por quê?
Melissa: Porque você está tremendo, e quem não deve não teme. Admita, você abriu a boca não foi?
Dolores: Não, eu não disse nada!
Melissa: Você disse, eu sei! E lembra o que eu falei quando disse pra você ficar de boca fechada?
Dolores: Não, não lembro…
Melissa: Que ia te dar uma lição, e eu vou.
Melissa tira o revólver da bolsa e aponta para Dolores.
Dolores, tremendo de medo: Por favor, não.
Melissa: Eu devia ter acabado com você, devia ter te matado ao invés de te dar aquele dinheiro pra você ficar de oca fechada. Eu te ajudei a ter com que sustentar seu filho em troca de seu silencio e mesmo assim você me entregou, né? Que mal-agradecida que você é.
Dolores: Por favor, dona Melissa, eu prometo que eu não digo nada a ninguém, que eu faço a minha Malu nunca mais voltar na fazenda.
Melissa: isso é pouco, e agora já é tarde demais pra você fazer últimos pedidos, agora eu vou me livrar de mais um peso.
Dolores, chorando: Por favor, por favor…
Melissa aperta o gatilho e dispara. A bala acerta em cheio o peito de Dolores, fazendo-a cair imediatamente dura no chão. Melissa se aproxima do corpo jogado no chão e se ajoelha ao lado. Melissa olha bem nos olhos de Dolores, abertos e centrados. Melissa desliza seus dedos sobre o rosto de Dolores e fecha seus olhos.
Melissa, irônica: Bons sonhos, querida!
Melissa se levanta, sai andando tranquilamente e vai embora.

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