Cantiga de Amor

Capítulo 45 – Cantiga de Amor (Reta Final)

Cena 01: Atrás da Igreja del Fiume.

Giancarlo – O tesouro foi enterrado em algum lugar dessa península.

Cecília – E o senhor não sabe onde, não é? E a península é tão grande… Mas como Edetto pode ajudá-lo nisso, meu pai?

Giancarlo – Eu não sei exatamente como isso poderá acontecer. Mas Marlete tinha razão em um ponto.Os colares têm outra ligação com o tesouro, só que nem eu tenho real conhecimento de qual é essa ligação.

Cecília – E agora? O que o senhor irá fazer? Se o senhor não contar a verdade a Edetto, ele nunca se permitirá contribuir conosco.

Giancarlo – Porém se eu contar, ele pode querer tomar parte do tesouro, assim como fez seu filho, e assim como fez o escorregadio Brás da Mata.

Cecília – Pai, o senhor não acha que está dando importância demais a essa herança? Ela não foi deixada para mim? Pois bem, eu estou disposta a dar uma parte dela ao senhor Edetto, como uma recompensa caso ele nos ajude. Até porque eu não faço tanta questão de ter esses bens. Eu aprendi que os nossos sentimentos são mais importantes que as coisas materiais.

Giancarlo – Tens razão, filha. Vamos falar com Edetto. Temos que convencê-lo a ficar.

Gustavo, que estava escondido, “se mostra” a eles.

Gustavo – Isso não será preciso. Meu pai já se decidiu por passar mais uma noite aqui.

Giancarlo – Estavas ouvindo nossa conversa, rapaz?

Gustavo – Perdão, senhor, mas é que eu estava procurando por uma pessoa, e não pude deixar de ouvir uma parte do que vocês falavam. Tanto que, se o senhor quiser, eu posso auxiliá-lo a persuadir o senhor Edetto a dizer o que o senhor espera. Desde que, é claro, a verdade seja dita.

Giancarlo – Qual o teu interesse nisso, rapaz? Esta vontade de me ajudar não mascara outras intenções? Possuir esse tesouro, quem sabe?

Gustavo – Não, senhor! Não é isso!

Giancarlo – Assim espero. Espero também que não tenhas nenhuma intenção com relação a minha filha. Mas tudo bem. Agora mesmo eu irei conversar com teu pai.

Ele sai na frente. Gustavo e Cecília vão logo atrás.

Cecília – Estavas me procurando, Gustavo?

Gustavo – (Fala baixo) Cecília, eu… Estou procurando por Agnella… Eu preciso conversar direito com ela.

Cecília – Sim, sim, eu te entendo. Porém eu acho que não vai ser possível. Eu vi quando ela saiu com dois homens. Acho que um era o pai dela

Um barulho na floresta chamou a atenção. As árvores se mexeram.

Giancarlo – Deve ter sido algum animal. Andemos. E vocês dois, vê se afastam um do outro!

Cena 02: Floresta.

Brás – Mas o que é isso, Marlete? Por que foste tão rápida? Onde está Agnella?

Marlete – Calma, Brás! Se ao menos parares para ouvir o que eu tenho a dizer… É do nosso interesse.

Marleteconta tudo o que ouviu entre Giancarlo e Cecília.

Marlete – Percebes? Eu tinha razão!

Brás – (Batendo palmas) Muito bem! Excelente pensamento. Agora, tu precisas ir ao Povoado das Hortaliças. Ainda necessitamos da menina Agnella nesse negócio.

Cena 03: Igreja del Fiume. Quarto em que Pero está.

Santorini – Então eu posso confiar na palavra de vocês? Vocês me garantem que nunca foram além de beijos nessa relação?

Pero – Claro, padre! Durante todo esse tempo, minha intenção era me casar com Inês. Nós nunca teríamos essa carnalidade sem que antes o senhor ou qualquer outro padre ao menos abençoasse essa união.

Inês – Nós planejávamos casar-nos, ou melhor, planejávamos que Pero me pedisse em casamento assim que terminasse o tempo do meu luto. Porém as coisas não saíram como o desejado.

Pero – Precisamente. E hoje eu me arrependo por ter cometido esse erro.

Inês – Pois bem, padre. O que o senhor tem para nos dizer, para que expiemos esse pecado?

Santorini – Nesse caso, minhas recomendações as seguintes.

(…)

Cena 04: Igreja del Fiume. Sala de recepções.

Edetto – Então era isso que o senhor estava me escondendo? Esse tal tesouro, encontrado por seu pai e pelo pai do homem que Gustavo conheceu no navio, esse tesouro está na península?

Giancarlo – Sim. Exatamente como eu lhe disse.

Izabella – Mas como o senhor espera que nós lhe sejamos de alguma valia?

Giancarlo – Bem, isso é o seu marido quem terá que nos dizer. Eu já fiz minha parte. Agora o senhor terá que fazer a sua. Pois bem, onde o senhor viu o desenho que está talhado no colar de Cecília?

Gustavo – Vamos, pai, diz a verdade.

Cecília – Lembre-se que, se assim for de sua vontade, eu não vejo problema em recompensá-lo, senhor Edetto.

Edetto – Está certo. Eu direi onde vi esse desenho. Foi em um baú, em um baú pertencente ao meu pai. E ele sempre disse que o baú guardava algo que era importante para mim e para meu filho.

Gustavo – Claro! Agora eu também me lembrei disso…

Cecília – E o senhor chegou a abrir esse baú?

Edetto – Sim, depois que meu pai morreu. Coitado… Tinha ficado louco, sabe? Desde que eu era criança, ela dizia que havia sido traído por um comerciante. Porém, já velho, ele ficou louco, achava que em cada parede de nossa casa havia um comerciante à sua espera.

Gustavo – Numa dessas, eu me lembro… Ele resolveu lutar com esse homem imaginário, e acabou morrendo, depois de ter batido a cabeça na quina da lareira.

Giancarlo – Eu sinto muito por seu pai. Mas eu lhe garanto que, mesmo sendo comerciante, eu não o trairei. Porém o senhor não disse o que havia no baú quando ele foi aberto.

Edetto – Não havia nada. Apenas ar. E alguns papéis com desenhos de cruzes.

Giancarlo – E como era esse baú? Ele ainda está em sua casa?

Izabella – Sim, meu marido não quis se desfazer dele. Além de ser uma boa lembrança, é um artefato raro, bonito.

Edetto – Olhe só: o senhor poderia viajar conosco amanhã para meu feudo, e assim satisfazer essa curiosidade. O que o senhor acha?

Giancarlo – Eu confesso que não pensava em viajar ainda mais. Mas, nesse caso, eu aceito seu convite. Amanhã partiremos.

Edetto estende a mão para Giancarlo, e eles trocam um aperto de mãos. Cecília e Gustavo trocam olhares sorridentes.

Cena 05: Nave da Igreja del Fiume.

Simone e Leonor estão conversando com Ottavio.

Simone – O senhor deve estar tão arrasado com o que aconteceu com seu filho…

Leonor – Nós lamentamos profundamente o que aconteceu. O senhor pode ter certeza de que somos suas amigas.

Ottavio – Eu agradeço a preocupação das senhoras.

Simone – Olhe, se o senhor precisar de alguma coisa, pode nos chamar.

Leonor – Estaremos à sua disposição.

Inês, Pero e Santorini chegam à nave da igreja.

Inês – Mãe, nós já podemos voltar para casa. O padre já terminou a conversa que queria ter conosco.

Simone – Mas já? Nós estávamos aqui dialogando com Ottavio, não é?

Leonor – O seu filho, o que se tornaria seminarista, foi preso por causa da serva.

Inês – Que pena por Gregório… Só que agora precisamos voltar, mãe.

Ottavio – As senhoras podem ficar tranquilas. Eu estou bem. Podem ir.

Simone – Tudo bem, então. Até mais. Até logo, padre.

Leonor – Fique com Deus, Ottavio. Ele há de lhe ajudar.

Santorini – E tu, Pero, vais ficar aqui?

Pero – Não, não. Eu lhe agradeço, padre, por ter me abrigado e me ajudado hoje. O senhor pode ter certeza de que eu cumprirei tudo o que o senhor mandou.

Santorini – Amém! Vão com Deus, todos vocês. E tenham juízo!

Cena 06: Igreja del Fiume. Ala dos aposentos.

Gustavo está entrando na ala dos aposentos, quando ouve uma voz atrás de si.

Ottavio – Gustavo, será que eu poderia falar contigo?

Gustavo – Pois não, senhor Ottavio, o que o senhor deseja? Tem a ver com Gregório?

Ottavio – Sim. Ele pediu para que eu te desse um recado. (Fala baixo) É uma espécie de plano. Meu filho pretende fugir hoje à noite.

Cena 07: Povoado das Hortaliças. Casa de Enzo. Quarto de Agnella.

Agnella está deitada na cama.

Agnella – O que farei? Agora que meu pai resolveu trancar a janela, como eu farei para me encontrar com Gustavo?

Ela ouve batidas na janela.

Agnella – Quem é?

Marlete – Eu sou uma mensageira. De Brás da Mata, com quem tens um acordo. Será que poderias abrir essa janela?

Agnella – O acordo que eu tinha com Brás eu já cumpri. Se ele deu errado, a culpa não é minha. E mesmo que eu quisesse não poderia abrir a janela. Está trancada.

Marlete – Bem, só que ainda podes fazer algumas coisas para ajudá-lo a conseguir o tesouro antes de Cecília. É só vires comigo até onde ele está.

Agnella – Não posso. Estou de castigo, e, como eu já disse, a janela está trancada.

Marlete – Então tu tens que dar um jeito de fugir. Quem está contigo, em tua casa?

Agnella – Minha mãe. Eu estou proibida de falar com ela.

Marlete – Terás que quebrar essa regra, também. Está quase na hora do almoço, não? Eu tenho uma idéia sobre como farás para sair.

Cena 08: Povoado das Hortaliças. Casa de Enzo. Quarto de Agnella.

Prudência e Agnella estão sentadas na cama. Agnella está com um prato de comida nas mãos.

Prudência – Agnella, eu não devia estar aqui, não deveria falar contigo.

Agnella – Mas mãe, é só agora, na hora do almoço. O que meu pai queria? Que eu morresse de fome?

Alguém bate na porta.

Prudência – Parece que tem alguém chamando. Fica aí. Eu vou ver quem está na porta.

Prudência vai até a sala e abre a porta.

Prudência – O que desejas? Por acaso eu a conheço?

Marlete – Não, não. Eu sou apenas uma viajante. Estou de passagem. Vou para a casa de meus pais, que moram em um povoado próximo. Só que eu estou com sede, e pensei se alguém nesse povoado não poderia, encarecidamente, me dar um copo d’água.

Prudência – Sim, claro! Não queres entrar? Eu irei à cozinha rapidamente, e volto logo.

Prudência vai até a cozinha. Quando ela some da visão de Marlete, Agnella aparece, passa correndo pela sala e sai. Ao sair, avista Inês, Simone e Leonor no início da rua. Para não ser vista, corre para os fundos da casa e se abaixa. Dentro da casa, Marlete bebe a água.

Marlete – Muito obrigada pela gentileza, senhora. Agora retomarei minha caminhada.

Prudência – Mas viajas assim, sem nem uma trouxa com roupas?

Marlete – É que… Eu as deixei aqui ao lado.

Prudência – Queres ajuda?

Marlete – Não, obrigada. Eu me viro sozinha. Mais uma vez, eu lhe agradeço. Que Deus a abençoe por esse pequeno, mas importante gesto.

Prudência – E que Ele te guarde em tua viagem.

Marlete sai. Inês, Simone e Leonor acabam de passar pela casa de Enzo, mas sem vê-la. Marlete suspira de alívio.

Simone – Leonor, sabe de que me lembrei? Nem chegamos a conversar com o outro senhor? Saber de onde ele é, o que está fazendo na região…

Leonor – É verdade. Espero que ele não vá embora logo, não é?

Inês – Mãe, Leonor, por favor… Será que as senhoras não poderiam se importar menos com a vida dos outros?

Agnella se junta a Marlete e elas partem na direção da igreja.

Cena 09: Floresta.

Agnella – Tu queres que eu te traga comida todos os dias? Estás louco? Eu não posso fazer isso! Estou de castigo!

Brás – Então encontres uma maneira de ser liberada desse castigo, oras! Eu preciso continuar escondido, e continuar me alimentando direito, para então ter condições de encontrar esse tesouro. Esteja onde ele estiver. E aí tu terás o caminho livre para voltar para teu amado.

Agnella – Sim, sim… Por Gustavo… Eu só não sei como convencerei meu pai a me tornar livre outra vez.

Marlete – O que fizeste de errado para seres castigada? Quem sabe se corrigires esse erro…

Agnella – É… Ocorreu-me uma coisa que eu posso fazer… Agora, ouve-me bem, Brás. Para que eu faça isso, tu terás que encontrar esse tesouro o mais rápido possível.

Cena 10: Igreja del Fiume. Quarto em que prenderam Gregório. Final da tarde.

Gregório adormeceu, deitado no chão. Está sonhando.

Ele e Valentina estão dentro de um rio. De repente, porém, não estão mais no rio. Reaparecem, cada um encostado em uma árvore, à beira de um precipício. Eles olham para a frente, e veem uma igreja, e sobre ela a sombra de uma grande mão. Tentam sair, mas parecem estar presos, ainda que não estejam amarrados. Ao mirarem o fundo do abismo, veem, ao longe, um pequeno brilho. Eles olham um para o outro. Ao tentarem se aproximar, acabam arrancando as árvores da terra. Dão-se as mãos e, ainda “grudados” às árvores, pulam no precipício. No entanto, dessa vez, o abismo parece ser curto. Ao caírem, ainda conseguem ver a igreja e a sombra da mão. O brilho está mais próximo e mais forte. Um fio de água parece ser o caminho que leva ao lugar de onde vem o brilho. Sem perceberem e sem desejarem, eles começam a seguir o fio de água. Algo assusta Gregório. Era uma pedra que rolou e bateu em seu pé. Ele acorda.

A pedra do sonho era, na verdade, duas chaves que tocaram seus pés. Ele sorri.

Gregório – As chaves… (Olha para a porta) Muito obrigado, meu amigo. Não poderei me despedir, Gustavo, mas espero que Deus nos permita reencontrarmo-nos.

Cena 11: Povoado das Hortaliças. Casa de Enzo. Sala.

Agnella – (Cabeça baixa) O senhor mandou me chamar, meu pai?

Enzo – Sim, Agnella. Tua mãe me contou que fugiste novamente de casa.

Agnella – Mãe, eu pedi à senhora que não dissesse nada!

Prudência – Eu te falei, não foi, minha filha, que eu não poderia esconder isso de teu pai?

Enzo – Prudência fez o certo. Agora, diz-me, Agnella: o que queres? Ficar de castigo até o dia de teu casamento com Adelmo? Sim, porque nós já te mandamos esquecer-te de Gustavo.

Agnella –Eu fugi mesmo, meu pai. Mas eu fui ao Rio dos Campos, porque eu queria pensar. Era lá, embaixo de uma árvore, que eu me encontrava com Gustavo. E hoje, ao olhar mais uma vez para ela, eu decidi que não quero mais buscar o amor de Gustavo. Eu aceito que ele não me ama mais. E eu não resistirei mais ao casamento que o senhor planejou para mim.

Enzo – Graças a Deus resolveste entender, minha filha, que o teu futuro não é ao lado daquele homem! Ele é filho de senhores feudais, e tu és uma camponesa! São dois mundos que não se misturam; e sempre que se tenta fazer essa mistura, dá problemas, como foi o teu noivado com ele. Mas com Adelmo… A situação é outra.

Agnella – Pai, eu também não queria ficar mais de castigo. É muito ruim passar o dia e a noite naquele quarto, trancada, sem ter permissão nem para falar com minha mãe… O senhor poderia me perdoar e me liberar da pena que me aplicaste?

Prudência – Meu senhor, escute nossa filha… Eu garanto que estarei sempre zelando para que ela não faça mais nada contra a nossa vontade.

Enzo – Eu posso mesmo confiar em ti, Agnella?

Agnella – Sim, meu pai.

Enzo – Então, eu te libero desse castigo. O teu casamento com Adelmo está mesmo próximo…

Enzo se levanta e vai à cozinha. Agnella e Prudência sorriem uma para a outra.

Cena 12: Povoado das Hortaliças. Casa de Simone. Quarto de Inês.

Inês está sentada na cama, com sua mãe ao lado.

Simone – Fugir? Como assim, minha filha? Para onde?

Inês – Não sei, eu só sei que não posso mais ficar aqui. Mãe, a senhora terá que me perdoar novamente, mas eu preciso ir embora, antes que Brás resolva voltar para as nossas vidas.

Simone – Tu já fizeste isso uma vez, irás fazer agora de novo? Ainda mais que esse traste ainda é, infelizmente, o teu marido!

Inês – Exatamente, mãe. Ele é um traste, e minha vida ao lado dele será muito mais infeliz.

Ela se levanta, dirige-se ao local onde tem algumas roupas, e começa a ajeitá-las.

Inês – Já decidi, mãe. Esse é o melhor que eu posso fazer agora. A senhora pode, pelo menos, me abençoar?

Simone se levanta, toma as mãos da filha e dá um beijo.

Simone – Nesse caso… O que posso fazer? Que Deus te abençoe e te guarde nessa viagem minha filha. Para onde quer que vás, que vá em paz. Mas que voltes logo, porque tua mãe te ama, e irá ficar com saudades.

Elas se beijam. Uma lágrima escorre dos olhos de Inês.

Cena 12: Igreja del Fiume. Quarto de Edetto e Izabella.

Edetto – Que bom que estaremos voltando amanhã para nossas terras! Já estava com saudades daquele lugar…

Izabella – Uma terra que é de tua família há tanto tempo… É uma pena que o feudo não esteja tão bem quanto em outras épocas, não é?

Edetto – Quando o velho Edetto herdou as terras, após a morte precoce de seu irmão mais velho, ele relegou a terra aos cuidados de outros. Viajava tanto… Antes de assumir a herança, estava morando em outro lugar. Minha mãe o conheceu numa dessas viagens; acho que foi na vez em que ele partiu na direção do Oriente, logo que herdou o feudo. Ele também estava viajando quando eu nasci. Sabe, foi a ele que nosso filho puxou. Mas tu irás ver, mulher: as coisas hão de melhorar. Gustavo há de tomar jeito e há de aprender a viver como um senhor de terras.

O padre Santorini entra no quarto.

Santorini – Desculpem-me incomodá-los a essa hora. Mas é que há um homem à sua procura, Edetto. Ele disse que veio de suas terras. E que o assunto é sério.

Edetto – O que será?

Cena 13: Nave da Igreja del Fiume.

Edetto –Luca? Por que vieste até aqui? Amanhã mesmo nós estávamos de partida para a Campania.

Luca – Eu preciso dar uma notícia importante ao senhor. Cheguei aqui porque lembrei que, da outra vez que o senhor me mandou procurar pela serva fugida, ela veio para cá. Então, pensei que o senhor pudesse estar nessa igreja.

Edetto – Como nos encontraste não é o mais importante agora. Diz-me logo: que notícia é essa, tão urgente?

Luca – (Inspira profundamente) É que as suas terras… Elas foram invadidas.

Edetto – Como assim? Invadidas? Mas por quem? O que aconteceu?

Luca – Saqueadores, senhor. Um bando, cheio deles. Invadiram suas terras, entraram em sua casa, e levaram quase tudo. Depois eles incendiaram toda a casa.

Izabella – (Fala pausadamente) Meu. Deus. Eu não consigo acreditar.

Luca – Bem…

Edetto – O que houve? Tens mais alguma coisa a dizer?

Luca – Sim, eu tenho. Assim que eles começaram a destruir tudo, eu decidi procurar o senhor para dar-lhe a notícia da invasão. Então, em determinado momento da viagem, eu precisei repousar por mais tempo do que o normal.Foi quando eu descobri que…

Santorini – O que descobriste, rapaz?

Luca – Eu descobri que, depois de deixarem o seu feudo, eles pegaram o mesmo caminho que o meu, acumulando rastros de destruição atrás de si.Bem, o fato é que… Esse bando de saqueadores deve estar vindo para cá. Para essa região.

2 thoughts on “Capítulo 45 – Cantiga de Amor (Reta Final)

  • Agnella está cada vez mais envolvida neste caso com Brás e Marlete, que eu saiba isso não é nada bem.
    Esse segredo do tesouro está muito complicado de entender, mas acho que ele vai abalar com as estruturas, tó louco para saber onde ele vai chegar. Qual será a atitude do Gustavo? E a Marlete?

    • Agnella muito envolvida, a coisa ainda vai feder mais.
      É… A história do tesouro acabou ficando complicada, mas espero que nos próximos capítulos eu tenha conseguido deixar tudo claro. Aí você vai ver como as estruturas realmente vão se abalar.

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