Capítulo 29 – Três Jogadas

Três Jogadas.

Capítulo 29.

“No meio da confusão, encontre a simplicidade. A partir da discórdia, encontre a harmonia. No meio da dificuldade reside a oportunidade.”

Albert Einstein

Cena 1. Rio de Janeiro – Gávea / Salão de Festa de Luxo Topázio / Noite

Na portaria…

Tiago a segura e tenta lhe beijar: Você sempre me amou. VOCÊ É MINHA ELIANE. MINHA.

Jordan vem correndo e empurra Tiago: SOLTA ELA! SOLTA ELA OU EU TE DOU UMA SURRA AQUI MESMO.

Tiago se levanta e fica frente a frente com Jordan.

Tiago rindo: Você não é homem pra isso, Jordan.

Jordan furioso: Vai pagar pra vê?!

Tiago ri: Arrumou alguém pra te defender, Eliane? Arrumou esse falso?!

Jordan se enfurece: Quem você pensa que é pra me chamar de falso? Traiu Eliane durante anos. Você é desprezível.

Tiago furioso: Sempre se fez de amigo, mas no fundo só queria a minha mulher. Canalha! ESSE CARA AQUI GENTE, É UM APROVEITADOR, SE FEZ DE AMIGO PRA DEPOIS ME TRAIR E ROUBAR A MINHA MULHER! E ELA SE OFERECEU. SABE POR QUÊ?! PORQUE NÃO PASSA DE UMA OFERECIDA. UMA PIRANHA!

Jordan puxa Tiago e lhe dá um soco: CALA A BOCA! SOME DAQUI! SOME DAQUI AGORA!

Tiago revida o soco: DESGRAÇADO!

Jordan dá um chute em Tiago e vai pra cima. Os dois se batem. Eliane entra no meio dos dois.

Eliane afasta Jordan: PARA! PARAAAA! – Jordan se acalma. – Não vale a pena brigar com esse ser. – ela cospe em Tiago. – Leva isso como um sinal de desprezo!

Jordan ajeita o terno: Uma pena você ter terminado sua carreira assim Tiago. Uma pena não! Isso é pouco por todo o sofrimento que você já causou.

Jordan e Eliane saem. Tiago continua ali, enfurecido.

Dentro do salão… Próximo ao Jardim.

Gisele consegue parar Célia. A última vira-se e as duas se encaram.

Gisele sorri: Eu tenho a leve sensação que já te vi em algum lugar. O seu rosto. Ele me é familiar.

Célia sorri: Gisele! – a mulher se espanta. – Não precisa ficar espantada.

Gisele assustada: Você sabe meu nome de onde?

Célia sorri: Faz um esforço que você consegue lembrar. Eu sei que você consegue. Eu acredito em você!

Gisele se irrita: Fala logo de onde eu te conheço!

Célia estica a mão: Aurora. – ela sorri. – Agora lembrou?

Gisele assustada: Não pode ser. Você morreu! Eu vi você sendo enterrada. Aquele incêndio do teatro…

Célia sorri: Nem tudo é o que parece. Eu estou mais viva do que nunca. Agora vai lá e conta tudo para a Alice. Vai. Se bem que pra ela não será nenhuma novidade.

Gisele ri: Eu não estou do lado da Alice. Como você diz, nem tudo é o que parece. Eu quero me vingar dela, acabar com a vida dela, da mesma forma que ela acabou com a vida do meu filho.

Célia sorri, animada: Acho que temos muita mais coisa em comum do que eu imaginava. O tempo foi nosso amigo e nos proporcionou esse encontro. Só depende da gente. – ela estica as mãos. – Acho que podemos formar uma boa dupla.

Gisele estica a mão. Elas se cumprimentam, sorrindo.

Alice vai em direção ao jardim, juntamente com Sérgio, esse carregando uma taça de vinho. Eles param quando percebem Célia e Gisele juntas.

Alice perplexa: Não pode ser. As duas juntas não.

Cena 2. Rio de Janeiro – Catete / Apt. da Adriana/ Noite

Fernanda deitada no sofá. Adriana traz uma bandeja.

Adriana coloca a bandeja na mesa: Fiz um lanche pra você. Já está dias sem se alimentar. Precisa comer um pouco.

Fernanda se senta: Não tenho mais ânimo pra isso. Eu estou tão mal, Fê. Eu não tenho mais vida.

Adriana mexe no cabelo da prima: Você não pode pensar assim. Para com esse pensamento. Você tá tão linda, jovem, tem tanta coisa pra aproveitar.

Fernanda se levanta: Meus pais também tinham. E eu os matei! Eu matei os meus pais, Adriana. Você sabe o que é isso?

Adriana vira-se para ela: Você não matou ninguém. Foi um acidente!

Fernanda: Um acidente que eu provoquei! Se eu tivesse escutado o que minha mãe falava ela ainda estaria aqui comigo. Eu sou uma assassina!

Stacy entra e percebe o clima. Ela coloca a chave em cima da mesa.

Stacy se senta e prende o cabelo: Aconteceu alguma coisa? Que caras são essas?

Adriana beija o rosto da filha: Estamos conversando. Tentando levantar o astral dela um pouco, mas parece que isso é uma missão impossível. – ela se levanta. – Eu vou preparar alguma cosia pra gente comer.

Adriana sai.

Stacy encarando Fernanda: Você não está nada bem.

Fernanda sorri: Prometo melhorar. Tudo é uma questão de tempo. Vamos esperar nele.

Stacy sorri e sai também. Fernanda continua ali na sala. Uma ventania forte começa a passar e a mulher se “encolhe”, com frio. Ela vira-se e vê Branca em sua frente.

Fernanda sorri: Mãe!

Uma voz começa chamar Fernanda de assassina. Ela se desespera e começa a gritar, se tremendo. Fernanda começa a quebrar as coisas dentro de casa, surtada, enquanto a voz lhe chamando de assassina ecoa sua mente. Fernanda cai no chão e se corta. Ela ergue a cabeça e não vê mais Branca. Stacy e Adriana vem correndo.

Adriana desesperada: FERNANDA O QUE FOI ISSO?!

Fernanda tremendo: A voz! A voz! Ela me chamou de assassina. A voz!

Adriana vê o corte e tira sua blusa para ajudar Fernanda. Stacy vê uma mancha em Adriana, no mesmo lugar de Amanda.

Stacy perplexa: Não pode ser!

Cena 3. Rio de Janeiro – Gávea / Salão de Festa de Luxo Topázio / Noite

Alice perplexa: Eu vou lá acabar com essa palhaçada.

Sérgio lhe puxa: Você não vai a lugar nenhum! Aprende que coração de gente é terra que ninguém pisa. Você sabe lá o que essas duas enviadas do capeta estão aprontando?

Alice se solta: Se eu não for até lá eu não vou descobrir. Eu vou colocar essas duas no lugar que elas têm que estar! Ainda tem a Célia e se ela descobre o meu Luigi?!

Sérgio mexe a taça de vinho: Vai ao banheiro, refresca a mente e depois volta para festa. Deixa que eu vou resolver isso rapidinho.

Alice ajeita a bolsa: Olha bem o que você vai fazer!

Alice sai. Sérgio segue em frente e quando se aproxima das duas, entrelaça as pernas, caindo. A taça de vinho voa no vestido de Célia.

Célia furiosa: Desastrado! OLHA O QUE VOCÊ FEZ!

Gisele vira-se e percebe Sérgio. Os dois se encaram.

Sérgio se levanta: Mil perdões! Eu acabei tropeçando e caindo. Acho que foi o vinho. Bebi demais!

Célia tenta limpar o vestido: Inferno! – ela olha para Gisele. – Depois continuamos essa conversa. Perdi o ânimo de ficar nessa festa! Dá licença.

Célia sai furiosa. Sérgio tenta disfarçar o riso. Ele vai saindo quando Gisele lhe puxa.

Gisele sorri, desconfiada: Eu não sou tão idiota quanto você imagina. Isso aqui teve algum propósito. Só não sei qual, mas logo descubro.

Gisele sai e Sérgio limpa o terno. Sérgio limpa o terno.

Cena 4. Rio de Janeiro – Leblon / Apt. da Melissa / Noite

Melissa e Ferraz jantam em silêncio. Apenas o barulho causado pelos talhares paira o jantar.

Ferraz quebrando o silêncio: Por que não quis à festa da Revista?

Melissa colocando suco no copo: Não estou com paciência para festas. Dá pra respeitar?

Ferraz termina o jantar: Não precisa ser tão ignorante. Te fiz apenas uma pergunta.

Ela se levanta e começa a retirar o jantar.

Melissa para e o encara: Desculpa. Eu estou sem paciência para tudo. Acabei descontando em você.

Ela volta a tirar o jantar.

Ferraz: Eu percebi que você anda pensativa. Aconteceu alguma coisa? – ela não responde. – Independente da crise que estamos passando, eu gosto muito de você. Eu não queria que nosso casamento se esfriasse. A gente ainda pode dá certo juntos.

Melissa guarda a jarra de suco: A gente nunca vai dá certo, Ferraz. Nossos pensamentos opostos e desiguais nos fazem brigar sempre. Eu sou um furacão e você também. Nunca vamos entrar numa sincronia. E casamento precisa disso: sincronia.

Ferraz junta os pratos: Por isso eu decidi tomar uma decisão. Eu vou te dá o divórcio. Não vou ficar mais te prendendo a mim. Vai ser livre.

Melissa ajunta os pratos e ri: Isso só pode ser algum tipo de brincadeira. Até ontem você surtava quando eu falava em divórcio. Mudou de ideia assim por quê?

Melissa pega os pratos e coloca numa bandeja.

Ferraz é direto: Eu estou com outra mulher.

Melissa larga os pratos, que se quebram no chão. Ela fica sem reação, perplexa com a revelação.

Cena 5. Rio de Janeiro – Gávea / Salão de Festa de Luxo Topázio / Noite

Kiara sai do banheiro. Alice passa apressada e acaba esbarrando na mulher.

Perto dali…

Clarice sentada. Júlia se aproxima.

Júlia sorri: Está tão parada mãe. Aconteceu alguma coisa?

Clarice sorri: Não estou me sentindo bem. Pressentimento ruim.

Júlia ri: Pressentimento?! Desde quando você tem isso?

Clarice séria: Não duvide dos poderes de nós mães. Em breve você vai entender do que estou falando. Não está cansada?

Júlia se senta: Eu estou grávida, não doente. Não vejo a hora de essa criança nascer logo. Acho que já até me conformei, sabe?  No começo eu recusava, não aceitava. Pensava que sou muito jovem pra ter filho. Mas tudo mudou conforme essa barriga foi crescendo. Não me arrependo de ter mantido a gravidez.

Clarice alisa a barriga de Júlia: Também não vejo a hora dessa criança nascer. Serei uma vovó coruja!

Júlia ri: Nossa! A Alice falou a mesma coisa. Acho que vocês duas andaram conversando.

Clarice ergue a cabeça furiosa: Eu já falei que não quero você conversando com essa mulher! Se afasta dela!

Júlia: Qual seu problema com ela? Eu venho percebendo essa implicância não é de hoje.

Clarice a segura: Não importa qual é o meu problema com ela! Faz o que estou mandando. Se afasta dessa mulher. Ela pode parecer boazinha, mas é uma cobra!

Júlia se levanta: Será que ela mesma é a cobra? Você sempre aponta os defeitos dos outros, mas odeia quando aponta os teus. Hipócrita!

Clarice se levanta: Surtou? O que te deu pra me tratar desse jeito? Estou tentando te ajudar.

Júlia furiosa: Eu não preciso da sua ajuda. Você trata os outros como os vilões da história, enquanto você não. Você sempre é a mocinha, a sofredora. Para de empurrar pros outros a sua birra alheia. Eu não vou me afastar da Alice. Se o seu problema é diretamente com ela, não me afete nisso. Resolva com ela! Garanto que terá mais eficácia.

Júlia sai e nem permite que Clarice responda. Furiosa, Clarice pega sua bolsa e vai em direção ao banheiro. Kiara vê a cena e corre para falar com Júlia.

Perto dali…

Luigi dançando. Júlia se aproxima.

Júlia puxa Luigi: Não sabia que você era dançarino. E essas garotas grudadas em você?

Luigi lhe beija: Ciumenta! Não conhecia esse seu outro lado. Está brava? Aconteceu alguma coisa?!

Júlia senta: Acabei de brigar com a minha mãe. Não aguento mais esse inferno.

Kiara se aproxima apressada.

Kiara chega: Desculpa interromper o momento do casal. Mas eu acho bom um de vocês ir ao banheiro e apagar o incêndio que ainda nem começou.

Júlia se preocupa: Incêndio? Tá falando de quê tia?

Kiara: A Alice e Clarice no banheiro. Juntas! Isso não vai prestar.

Luigi sem entender: Já que estamos falando das duas: comece falando o motivo desse ódio entre elas!

Kiara fica sem o que responder.

Júlia pressiona: Fala tia!

Cena 6. Rio de Janeiro – Catete / Apt. da Adriana/ Noite

Adriana cobre Fernanda. Ela apaga a luz e fecha a porta.

Na sala…

Stacy assiste televisão. Adriana vem.

Adriana se senta: Estou preocupada com a Fernanda. Medo dessas vozes que ela diz escutar tomar grandes proporções e acabar gerando uma tragédia.

Stacy a olha: Que bom que esse corte não foi nada grave. Você já sabe o que vai fazer?

Adriana pensativa: Ainda não. Eu estou tão confusa. Quero muito ajudar a Fernanda, mas tem hora que dá vontade de desistir de tudo. Sabe? É tanto problema.

Stacy sorri: Essa fase ruim logo passa. Tudo é questão de tempo. E devemos obedecer às ordens dele.

Adriana sorri: Que assim seja: só uma fase que logo passa.

Stacy vira-se: Eu queria te fazer uma pergunta. Sei que nunca mais tocamos nesse assunto, mas eu me sinto no direito de saber um pouco mais da sua história.

Adriana: Pergunte. Se eu puder responder.

Stacy: Além de mim, você tem outra filha?

Adriana não entende: Que pergunta é essa, Stacy? Você nunca teve o interesse em / – ela é interrompida.

Stacy segura às mãos da mulher: Por favor, me responde. Eu preciso saber disso.

Adriana se levanta: Não. Eu não tive outra filha. Eu só tenho uma filha! Uma!

Adriana sai apressada. Stacy continua cismada.

Cena 7. Rio de Janeiro – Leme / Apt. do Stênio / Noite

Stênio lê um livro, deitado ao sofá. Sheyla aparece.

Sheyla chega sorrindo: Tá tudo bem amor?

Stênio continua lendo o livro: Não venha me perturbar! Me deixa em paz.

Sheyla puxa o livro da mão do homem: Chega de leitura. Isso aqui não vai te ajudar em nada. Tá perto de morrer. Tá acabado! Vai querer elevar o nível culto a essa altura do campeonato pra quê?

Stênio se levanta e tenta pegar o livro: Me dá isso! Não tira de mim a única coisa que eu tenho no momento. Você já destruiu minha vida, deixa eu pelo menos ter meus últimos dias em paz.

Sheyla ergue o livro, evitando que Stênio alcance: Não! – ela se afasta do homem e taca o livro pela janela. – Pronto. Acabou. Vai lá agora pegar seu livro querido. Você vai morrer assim, sozinho, sem ninguém, na mesmice. E tudo isso aqui – ela gesticula, rodando. – será meu! ME PERTENCERÁ! – a mulher aperta o rosto de Stênio. – VOCÊ ENTENDEU?! ME PERTENCERÁ! TANTO SACRÍFICO PRA NADA. VAI MORRER SEM LEVAR NADA DAQUI!

Stênio furioso: E você vai?! Eu posso tá a beira da morte, mas você não durar muito tempo. Sua consciência vai pesar. Um dia você paga por tudo o que está fazendo comigo. A dívida uma hora chega!

Sheyla o joga longe: Eu vou esperar. Eu sou imortal. Nada me vence. – ela começa a estapear o homem. – NADA ME ABALA! IDIOTA! MORRE DE UMA VEZ E PARA DE ME DAR TRABALHO. CONSEGUE SER FRACO ATÉ NA HORA DA MORTE.

Stênio sem forças: Eu tinha que ter conhecido a verdadeira Sheyla antes de colocar dentro da minha casa. Vagabunda!

Nesse momento, Stênio começa a sentir o coração acelerar. O som fica abafado e é possível ouvir apenas as pulsações do coração do homem. Ele começa a perder o ar e tenta abrir a boca, na expectativa de puxar algum ar. Sheyla não demonstra nenhuma reação ao perceber que Stênio passa mal.

No quarto de Gustavo…

O garoto desperta também tentando puxar ar, perdendo o fôlego. A ligação entre eles é forte demais. Ele se levanta apressado e abre a porta.

Na sala…

O clima de som abafado é cortado com a porta do quarto de Gustavo batendo, quando o jovem a fecha. Ao perceber que tem alguém se aproximando, Sheyla se desespera.

Sheyla apavorada: SOCORROOOOOOOO! GUSTAVO! GUSTAVO! SOCORRO!

O garoto vem apressado e vê a imagem de Stênio caído, com os olhos abertos, sem fôlego, tentando expressar algo para que Gustavo perceba as maldades da mulher.

Gustavo chorando: STÊNIO FALA COMIGO! STÊNIOOOO! POR FAVOR. IRMÃO FALA COMIGO.

Sheyla pega o telefone e prende o riso, mas teatralmente, encena um desespero: ALÔ! – tempo. – EU PRECISO DE UMA AMBULÂNCIA…

Cena 8. Rio de Janeiro – Gávea / Rua / Noite

Tiago vaga pelas calçadas das ruas da Gávea. Surrado, sujo e com as roupas rasgadas, ele chora, lembrando-se dos momentos que viveu com Eliane. Começa a passar flashes dos momentos bons que viveu com Eliane na sua frente. As imagens vem passando as brigas e as esperas de Eliane. Vanessa invade sua mente e começa a entrelaçar seus pensamentos com a relação conflituosa com Eliane.

Em baixo de um viaduto…

Um grupo de mendigos divide pão entre eles. Tiago alisa a barriga, com fome. Ele vai se aproximando aos poucos. Os mendigos se aglomeram, enquanto comem. Tiago consegue pegar um pedaço de pão e corre.

Mendigo comendo: PEGA LADRÃO!

Os mendigos começam a correr atrás de Tiago e o homem tenta correr ainda mais. O grupo consegue pegar Tiago e o empurram.

Tiago caído no chão: PELO AMOR DE DEUS, NÃO FAZ NADA COMIGO. EU SOU QUE NEM VOCÊS. ESTOU FAMINTO.

O grupo de mendigos não perdoa e parte para cima de Tiago, que tenta sair. Eles começam a chutar e socar Tiago, que grita, implorando para eles pararem.

Cena 9. Rio de Janeiro – Gávea / Salão de Festa de Luxo Topázio / Noite

https://www.youtube.com/watch?v=SsLRUlIF_tE

Clarice lava o rosto na pia do banheiro. Alice sai do banheiro. A primeira levanta o rosto e olha pelo vidro, Alice logo atrás.

Clarice vira-se: Deu pra me seguir agora? Está fazendo aqui?!

Alice sorri: Acho que o destino uniu a gente novamente aqui. Tá na hora de começarmos nossos acertos de contas.

Clarice furiosa: Você não vai tocar um dedo em mim. Eu não vou ficar quieta se você ousar tocar esse dedo sujo em mim. – ela sorri. – Você sabe que nossa história não vem de agora. Eu conheço seu passado imundo.

Alice gargalha: MEU PASSADO IMUNDO?! OLHA PRA VOCÊ! QUEM VOCÊ PENSA QUE É PRA ME ACUSAR DESSE JEITO?!

Clarice pega a bolsa da pia e coloca no ombro: Eu não vou perder meu tempo discutindo com você. O tempo dirá quem de nós fez a coisa certa.

Alice com raiva: Para de querer se vitimizar. Você é tão podre quanto eu. A única pessoa que entrou nessa história, sem querer, pelas suas maldades foi a pobre da sua irmã. Sua família foi construída a base da mentira. E basta uma revelação e… Eu destruo sua família!

Clarice a segura: VOCÊ NÃO MEXE NA MINHA FAMÍLIA OU EU ACABO COM VOCÊ.

Alice se solta: ISSO. MOSTRA SUAS GARRAS AGORA. LIBERTA DE UMA VEZ POR TODAS ESSA VILÃ QUE TEM DENTRO DE VOCÊ. VAI QUERIDA. TÁ ESPERANDO O QUÊ?! FALA TODAS AS ATROCIDADES QUE VOCÊ JÁ FEZ E SE MOSTRA DE VERDADE. – ela se afasta. – Que bom que você conseguiu manter essa sua máscara por muito tempo. 30 anos se passaram e você conseguiu manter bem esse segredo. Só que as coisas agora começaram a estreitar. E você vai fazer o quê?! Ah, já sei! Vai se livrar de mim, pra resolver sua vida, como você com a sua…

Clarice dá um tapa na cara de Alice: CALA ESSA BOCA MALDITA!

Alice rebate o tapa: MALDITA É VOCÊ! – ela arruma o cabelo. – AQUELA ALICE QUE VOCÊ BATIA E CHORAVA IMPLORANDO PARA VOCÊ PARAR COM AS HUMILHAÇÕES MORREU. EU NÃO VOU FICAR DE CABEÇA BAIXA ESPERANDO VOCÊ ATACAR. SE ME ATACAR, EU VOU TE ATACAR TAMBÉM.

Clarice se recupera do tapa: Você me paga desgraçada. Se afasta de mim e da minha família ou eu faço você se arrepender do dia que nasceu.

Alice a desafia: Faz agora. Vai! Faz eu me arrepender de ter nascido.

Clarice furiosa: Não me desafia. Você não sabe do que eu sou capaz.

Alice: Ah sei. Claro que sei. Como eu tive o desprazer de te conhecer a 30 anos atrás. Esse desprazer eu não desejo nem pro MEU NETO! Que ele tenha a bendita sorte de você morrer antes dele nascer.

Clarice se enfurece: CALA A BOCA! – ela dá um tapa em Alice. – VAGABUNDA!

Alice cai no chão. Ela se levanta rapidamente.

Alice a encara furiosa: Eu vou te mostrar à vagabunda! – ela revida o tapa. – DESGRAÇADA! – ela dá mais um tapa. E da outro. Clarice apoia na bancada, com um corte na boca. – Enfia sua vida medíocre no quinto dos infernos! Aproveita e vai pra lá junto.

Alice ajeita a bolsa e sai. Quando Alice sai do corredor do banheiro, Clarice se ergue e corre apressada para pegar Alice. Ela empurra Alice longe e os convidados se assustam. Alice se levanta rapidamente do chão e parte para cima de Alice. As duas se estapeiam e cai no chão. Alice sobe em cima de Clarice.

Alice furiosa: VAGABUNDA! – ela dá um tapa. – IMBECIL! – e da outro. – DESGRAÇADA! – e dá mais um tapa. – ISSO AQUI É SÓ O COMEÇO! – e dá outro.

Uma aglomerado de gente se forma em volta delas. Luigi de longe vê a cena e vai correndo. Ele entra no meio da multidão.

Luigi puxa Alice: PARA VOCÊS DUAS! SERÁ QUE ALGUÉM PODE ME EXPLICAR O QUE ESTÁ ACONTECENDO AQUI?!

Clima tenso. Corta.

Fim do Capítulo 39!