Palavra de Honra

Capítulo 22 – Palavra de Honra

Palavra de Honra
 
 
CENA 1
E assim, Gina é leva uma paulada na cabeça que a fez desmaiar, por bom para não haver comunicação entre ela e a outra pessoa que estaria com ela no quarto. E Gina é jogada sem dó sobre a parede do quarto.
Os guardas já exaustos por um longo dia de trabalho, nem trancam a porta e seguem para seu lugar de descanso no próprio campo.
Lá dentro, Karina ainda acordada olha a pessoa que acaba de ser jogada em sua residência. Seus olhos brilhavam, realmente ela era guiada por uma luz. O destino estava se cumprindo.
                KARINA: Louvado seja Deus! … Você!
CENA 2 – Continuação imediata da cena anterior
Karina mal podia acreditar. Tem que ser ela! É ela!
Se coração acelerou… Sentiu que era uma companheira de caminho e juntas poderiam agir com união com os outros que estariam perdidos no campo de concentração contra O Supremo. Louvado seja Deus!
Karina tentou fazer o máximo de força para se livrar das cordas que a prendiam soltas ao ar. Aquela moça teria que acordar para assim ajuda-la a se soltar dali e fugirem. Era uma chance que não poderia ser perdida.
CENA 3
Um médico terminava de consultar Gonçalo que aos poucos toma a consciência.
                ADALGISA: Esta tudo bem contigo, seu Gonçalo?
                GONÇALO: Estou melhor… Só não vou conseguir me conformar se tirarem minha filha daquele lugar horrível.
ADALGISA: Acalme-se senhor. Todos nós e todos os bairros vizinhos vão se aliar para ajudar no que podemos.
GONÇALO: Atenção. Hoje a noite todos nós iremos invadir o Campo de Concentração.
ADALGISA: Invadir o quê!?
GONÇALO: Sim, vamos invadir o campo de concentração. Todos nós vamos pegar de surpresa o Supremo, e não será meia dúzia de guardas que estarão lá guardando o campo que irão nos deter… Vamos salvar minha filha, Gina e todos os outros que estão lá por causas injustas.
Adalgisa abraça o senhor Gonçalo, emocionada. A essa altura todos da vizinhança estavam indignados com a opressão que O Supremo impôs sobre eles. Agora com o efeito de processo de ‘Sensibilização’ – termo técnico na área Psíquica – Quanto mais o governo oprimirem, mais feroz o povo vai ficar.
CENA 4
Raiane depois de presenciar toda a opressão das ruas que seu pai havia mandado, volta para sua casa indignada. Suas irmãs estavam na Europa estudando e ela fora a única que permaneceu junto a seu pai no Brasil com a esperança de um dia entrar na política. Mas AQUELA política ela não queria. A Manipulação era tamanha que nem mesmo ela sabia de todos os horrores que o ‘governo ditador da nova era’ realizava.
Estava decidida. Se seu pai, Holiguárquio não tomasse providências, iria se juntar a esquerda com todas as informações que saberia. Achou justo comunicar seu pai antecipadamente para que não fosse julgada como traidora.
Adentrou no escritório do pai já falando em tom grave.
                RAIANE: Eu vi tudo… Que horror!
                HOLIGUÁRQUIO: Mais uma vez você me enchendo o saco, garota! O que foi agora hein!?
RAIANE: Eu vi tudo senhor Supremo! A opressão e a maldade que você fez com o povo que estava nas ruas buscando seus direitos.
                HOLIGUÁRQUIO: Não me diga que você está a favor de/
                RAIANE: Sim, estou a favor do que verdadeiramente é justo!
HOLIGUÁRQUIO: – debochando- E ainda VOCÊ queria entrar no meu lugar futuramente! – risos- Garota! Pra você ser um SUPREMO você precisa ser maior, ser Líder, SER REI! –pausa – E aqueles pobretões que tentaram dar uns de superiores tiveram o que mereceram.
                RAIANE: Como você é imundo! Nunca pude imaginar que você seria tão baixo!
                HOLIGUÁRQUIO: Baixo não… Alto. Altíssimo ainda! Sou O Supremo, esqueceu?
RAIANE: Só vou te dizer Uma coisa… Se você não ouvir todo aquele povo que clama por causas justas, EU VOU ALIAR-SE À ELES! E dessa vez será pra valer!
Raiane se retira da sala, deixando Holiguárquio sozinho encabulado.
CENA 5
Gina aos poucos começa a recuperar a consciência. Karina ao perceber a graça, começa a falar o mais baixo possível para chamar a atenção.
                KARINA: Ei, moça. Aqui, aqui em cima.
Gina ainda com dificuldade de enxergar se depara assustada com um corpo nu com algumas manchas de sangue, solta ao ar apenas com duas cordas que prendiam suas mãos.
                GINA: Mas, o que está acontecendo?
KARINA: Você está em um campo de concentração da Ditadura da Nova Era… Infelizmente você á mais uma injustiçada pelo governo.
                GINA: – Recordando-se- Malditos!! Eles conseguiram me pegar!
KARINA: Ajuda-me a me soltar daqui. Por sorte você foi posta aqui dentro e juntas podemos armar algo para sumir daqui e finalmente nossos objetivos serem conquistados!
Gina sem exaltar, arrumando suas últimas forças, começa a saltar do chão para conseguir o máximo de segundo lá em cima, na altura que possa tentar desamarrar Karina de lá.
CENA 6
Finalmente depois de quase uma hora de luta, as duas estavam caídas sob o chão exaustas. Karina não conseguia esconder a felicidade, seus braços ardiam muito por tantos dias presa.
                KARINA: Foi Deus que te enviou pra mim.
                GINA: Precisamos cumprir o que sempre tentamos.
                KARINA: Você nunca desistiu né Hugo.
                GINA: Agora sou Gina… – pequeno riso – E dessa encarnação não passa!
                KARINA: E pelo jeito você não esqueceu também da/
GINA: Eu vou encontrar a Lívia! O Nosso amor será por toda a eternidade. E eu vou encontra-la.
                KARINA: Às vezes, ela está bem perto… Eu acredito em vocês dois.
Gina sorri, mas logo volta a falar grave. Lívia era seu ponto fraco, por anos ficou a sua procura, e ela sentia que estava próxima. Como será que ela está nessa encarnação? Homem, mulher, baixa, magra… Não importava. A grande Sabedoria de que temos outras vidas e que podemos voltar nos fez eliminar muitos preconceitos ao passar dos anos, mudara até o ritmo de governo. Porém, muitos valores foram invertidos, o que valia dessa vez era a pessoa, mas A Pessoa de Poder, a Pessoa de Família, a Pessoa de estereótipos e máscaras. Estava aí outro grande desafio que teriam de reverter no país.
                GINA: Agora precisamos sair logo daqui, a porta está aberta!
KARINA: Sim, mas precisamos nos organizar primeiramente… Qualquer barulinho os guardas podem ouvir e nos pegar e saber lá o que podem fazer com a gente.
                GINA: Bom, morte a gente sabe que não é.
                KARINA: Sim, mas as torturas que podemos sofrer aqui podem ser mortais.
                GINA: Se eu morrer, eu volto, pode ter certeza.
KARINA: Todos nós voltamos, e é isso que faz com que Holiguárquio preserve nossa vida ao máximo.
                GINA: Mas, se tem uma hora que devemos salvar o Brasil, a Hora é Agora!
                KARINA: Com certeza!
As duas se abraçam. Karina havia pegado um pedaço de trapo que encontrada no quarto para tapar suas partes íntimas. Era o máximo que podia encontrar para o momento. Mas nada disso importava, o mais relevante naquele momento é que dentre poucas horas se tudo desse certo, elas estariam parando o Brasil e depondo a Ditadura da Nova Era que pesava sobre o país.
CENA 7
Muita gente estava reunida nas ruas da vizinhança do bairro de Gina. Gonçalo apesar de suas dores não se conteve e vai lutar na manifestação.
GONÇALO: – Aos gritos para que todos pudessem ouvir – Prestem bem atenção! … Não podemos deixar que A Elite perceba que vamos realizar essa manifestação. Vamos todos nos em vários grupos se dirigirem na entrada distante do capo de concentração. Bem entendido? Encontramo-nos a um quilômetro da entrada.
Todos concordam e se dirigem com alguns carros, vãs, e a pé para lá. Demoraria muitos minutos ou até quem sabe horas. Mas, o importante é que um grande número de pessoas estava abraçando a causa e dependendo da repercussão muitos outros se juntariam a eles.
Eles não viram, mas uma pessoa toda de preto escuta toda a armação do grupo e faz uma ligação com maior agilidade que podia. Holiguárquio tem que saber disso.
CENA 8
O Telefone da mansão de Holiguárquio toca. O homem do outro lado da linha que tinha de passar uma informação muito importante ficava aflito por tamanha demora.
Raiane levanta-se da cama nervosa.
                                                                         RAIANE: Ninguém vai atender esse telefone, não!?
Raiane prestes a falar um monte de palavrões a pessoa que estava ligando àquela hora da madrugada, tem uma surpresa com as informações que acabara de ouvir sem mesmo responder “Alô” para a pessoa começar a falar.
HOMEM: – acreditando ser Holiguárquio que atendera- Holiguárquio, Supremo… Você não vai acreditar, milhares de pessoas estão reunidas para  o campo de concentração. Você tem que fazer alguma coisa. Eu não fiz nada porque eles são muitos! Desculpe o incômodo e boa noite. – desliga.
Raiane fica chocada com a informação. Era óbvio que não passaria a tal para seu pai. Não perdeu tempo e foi se arrumar para participar de tudo aquilo, sua presença iria facilitar muitas coisas.
RAINE: Brilhante! Prepare-se papai, agora quem vai mandar será O Povo Brasileiro!
CENA 9
Todos reunidos a um quilômetro da entrada do Campo de Concentração. Gonçalo mal podia acreditar que conseguia reunir tantas pessoas.
GONÇALO: Quando for a hora irei dar o ponto de partida, enquanto isso permaneçam calmos. Vamos esperar as luzes todas se apagarem, e os guardas ficarem distraídos. Não vai ter nada e ninguém que nos segure!
Todos gritam “Brasil! Brasil!” como grito de Guerra. Sabiam o risco que corriam, mas sentiam que nada podiam detê-los.
 
NO PRÓXIMO CAPÍTULO
Karina e Gina ficam orgulhosas e esperançosas ao perceberem tantas pessoas em frente o Campo de Concentração buscando por justiça.
Os manifestantes invadem o Campo de Concentração com atos de vandalismo e todos ficam à Mira de poderosas armas da Elite. O que será que vai acontecer?

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