Capítulo 2 – Jovens Tardes
Roteiro de telenovela Brasileira Capítulo 002
Personagens deste Capítulo:
Câmera Man
Repórter
Marcos
Continuação Imediata do Capítulo anterior:
Cena 01. Bairro formosa. Interior, dia, Pensão de Luzia.RECEPÇÃO.
Luzia está fazendo contas no balcão, enquanto Desiree passa triste.
Luzia – Desiree minha amiga, por que tá tão triste?
Desiree – Eu não queria ter saído da minha cama, há dias que a gente precisa hibernar, sabe? Hoje é um desses.
Luzia – Eu não entendi nada, pode me dizer com todas as letras?
Desiree – A Bela, ela tá voltando e você sabe o que isso representa?
Luzia – Ela fez tanto mal a você, merece morrer.
Desiree – Ela vai morrer, pode apostar nisso.
Luzia – Como você sabe tão bem?
Desiree – Eu sei, eu sinto. Ela voltou pra terminar de cumprir a missão dela aqui na terra. Isso me deixa infeliz, mas ela escolheu esse caminho.
Nesse instante Ância entra na recepção.
Ância – Boa tarde meninas.
Luzia – Boa tarde.
Desiree – Tudo bem?
Ância – Sabia que a Bela Acioli tá voltando pra cidade?
Luzia – Notícia velha Ância, já sabíamos.
Ância (p/ Desiree) – E você não vai fazer nada?
Desiree – Foi o caminho escolhido por ela, eu não posso fazer mais nada. Talvez eu tenha apenas que cumprir uma missão, ou melhor, finalizar esta missão.
Ância – Mas de que você fala mulher?
Desiree – Vocês saberão, sairá nos jornais, os vizinhos vãos comentar. Seja como for, vocês saberão.
Luzia – Ância, não era pra você estar na cooperativa passando roupas?
Ância – Era, mas eu vim aqui saber da Desiree se ela não pode cobrir uma costureira que saiu.
Desiree – Por quanto tempo?
Ância – Todo mundo sabe que você costura bem e por eles seria para sempre, mas a vaga flutuante é de quinze dias só.
Desiree – Eu aceito sim, mas só pelos quinze dias mesmo.
Ância – Pode começar hoje?
Desiree – Agora mesmo, assim ocupo minha mente com o que realmente vale à pena, porque tem coisas que eu farei, farei com o coração partido, mas não há outro jeito.
Ância e Desiree saem e Luzia volta a fazer sua contabilidade.
Corta para:
Cena 02. Interior.dia, Cooperativa.
Várias pessoas trabalhando, nesse instante Desiree e Ância chegam.
Ância (Com todos) – Consegui uma costureira, temporária, mas consegui.
Filipe – Às vezes ela fica dona Ância.
Ância – Tomara.
Desiree – Eu fico feliz em poder ajudar.
Ância – Peço a todos uma salva de palmas para a nossa querida amiga Desiree.
Quase todos aplaudem, exceto Besançon que faz cara de nojo e Ância percebe.
Ariel – Eu te mostro onde é sua máquina dona Desiree, vem comigo.
Desiree segue Ariel e se senta em sua máquina.
Corta para: cozinha da Cooperativa.
Besançon entra e se serve de um copo de água e Ância entra em seguida e fecha a porta.
Besançon – Só vim tomar um copo de água, tá vendo? Tô voltando pro batente já.
Ância – Que engula e morra seca.
Besançon – Que isso gente? Agora eu recebo patada de graça? Não obrigada, eu não aceito.
Ância – Há duas coisas sobre mim que você deveria saber: a primeira é que eu sou bem atenta, atenta a tudo. Já a segunda é que eu sei fazer qualquer galinha se encaixar direitinho no seu poleiro.
Besançon – Eu não entendi o que você quis dizer.
Ância – A Desiree veio cobrir um buraco deixado pela sua mãe, veio prestar um favor e eu vi como você a olhou, eu vi.
Besançon – Eu não sou obrigada a aplaudir ninguém e muito menos ser simpática. Eu sou assim e não vai ser uma costureira meia boca que vai me fazer mudar.
Ância pega o sabão da pia e esfrega na boca de Besançon.
Besançon – Para sua ordinária, eu te odeio, te odeio Ância.
Ância – Quando voltar a falar da minha amiga, lava a sua boca, mas lava ela bem, mas muito bem mesmo.
Besançon – Quando eu olho vocês, essa miséria em que vivem e com essa ignorância que vem da alma, eu tenho pena.(T) Eu não terei a mesma vida, não mesmo. Eu vou me casar com um homem rico e aí sim verão quem é Besançon dos Santos.
Ância – Case-se por amor.
Besançon – Amor não compra mansão, não põe champanhe em taça de cristal. Amor é pra pobre, e eu serei rica.
Ância – Case-se por dinheiro, mas não reclame mais tarde se você for tratada como mercadoria.
Ância sai da cozinha e Besançon taca o copo na parede.
Corta para:
Cena 03. Exterior, noite, Mansão de Bela.
Um carro importado para na frente da mansão, que está com o jardim todo iluminado.
Bela desce do carro e em seguida Lorena (fase adolescente) desce também.
Bela – Essa é a nossa morada.
Lorena (encantada) – Mas é linda, linda demais tia.
Bela – Eu quis a melhor da cidade, para mostrar a essa gentinha que estou por cima, com cacife pra bancar. Eu posso colocar uma boa banca.
Lorena – Tia eu tô morta da viagem, será que podemos entrar e tomar um banho?
Bela – Mas é claro minha queria, venha comigo.
Bela e Lorena entram na mansão.
Corta para:
Cena 04. Interior,noite, Mansão de Bela. SALA DE JANTAR.
Bela e Lorena estão sentadas jantando.
Lorena – Até agora eu não entendi o porquê de a senhora ter voltado tia.
Bela – Muitas pessoas disseram que eu seria incapaz de conseguir erguer uma fortuna, aí só de teimosa eu ralei feito uma muquirana nesses anos em que estive fora. Voltei pra provar pra todo mundo que eu sou superior.
Lorena – Tia a senhora quer vingança?
Bela – Eu tenho que me vingar de muitas pessoas por aqui. Muitas.
Corta para:
Cena 05. Centro de Eventos, Exterior, noite.
Vários fotógrafos, repórteres, fãs na porta do evento, que está com uma luxuosa decoração.
Várias pessoas e celebridades chegam e entram para o evento.
CAM focaliza na repórter.
Câmera man – Vamos entrar ao vivo em 3, 2, 1… Ao vivo.
Repórter (ao vivo)– Estamos aqui, ao vivo, diretamente do evento mais aguardado: O lançamento da grife GLAMOUR. Bela Acioli, a estrela da noite ainda não chegou, mas voltaremos a qualquer minuto.
Câmera man – Pronto. Cortei.
Repórter – Que evento mais insosso. Não suporto cobrir essas futilidades e ainda fazer cara de que gosto.
Corta para:
Cena 06. Interior,noite, Mansão Kalil.SALA.
Marechal está andando de um lado para o outro na sala, impaciente olhando para o relógio.
Santa – Me chamou senhor Marechal?
Marechal – Vá lá em cima e traga a Tomázia, nem que seja amarrada, mas traga pra mim, por favor.
Santa – Sim senhor.
Santa começa a subir os degraus e Tomázia aparece com um lindo vestido longo vermelho e cabelo e maquiagem impecáveis.
Tomázia – Não precisa Santa, já estou aqui.
Tomázia desce as escadas e Marechal olha com admiração para a esposa.
Marechal (embasbacado) – Você tá divina.
Tomázia (p/ Santa) – Olha minhas criaturinhas direitinho.
Santa – Pode deixar.
Tomázia (p/ Marechal) – Vamos? Não quero perder muito da sua festa.
Marechal – Não é minha a festa. Você sabe bem disso.
Tomázia – Tá, já ouvi o suficiente por hoje. Eu tô pronta pra encarar aquela mulher.
Marechal – Eu espero que seja sem briga…
Tomázia – Quando eu quero, sei ser uma Rainha Elisabeth. E aquela lá não merece nenhum vexame, ela já é o vexame.
Marechal abraça Tomázia e em seguida dá a mão a ela e juntos saem.
Corta para:
Cena 07. Centro de Eventos. Interior, noite.
Música pop ambienta o salão, com uma grande passarela ao meio. Inúmeras pessoas com trajes de gala andam pelo local, conversam, posam para fotos e bebem drinques servidos pelos garçons.
A música para e Bela Acioli entra pela passarela. Todos para suas ações e vão vê-la.
Bela – Eu agradeço a todos que aqui estão presentes. Agradeço por estarem prestigiando este belíssimo evento que foi criado com trabalho suado e que tem a pretensão de trazer o que há de melhor para a cidade… Por isso, eu escolhi as melhores modelos e agora com vocês um desfile da minha grife.
Volta a tocar músicas pop, Bela desce da passarela e então começa um desfile de moda feminina.
Corta para: BAR DO EVENTO.
Igor, Carmita, Fufu, Tomázia e Marechal estão sentados em uma mesa.
Fufu – Você tá divina Tomázia, divina mesmo. Eu sempre te achei bonita, mas hoje, nossa, você se superou. Parabéns!
Tomázia – Obrigada Fufu. Mesmo sabendo que você nunca gostou tanto assim de mim, mesmo sabendo que você foi contra meu casamento com o Marechal, eu agradeço seu elogio, sei que foi sincero.
Fufu – Eu fui contra sim, mas fui contra antes de te conhecer, antes de saber que você é uma pessoa bacana, que é boa mãe e uma excepcional esposa.
Carmita – É verdade Tomázia, a Fufu te admira demais agora.
Igor – Acho que podíamos mudar o foco dessa conversa, o que acham?
Marechal – Igor meu amigo, eu preciso saber quando é que saem seus filhos. Quero ser padrinho.
Carmita – Eu não posso engravidar. Até tentei, vária vezes, mas eu não posso ter filhos.
Marechal fica sem graça.
Fufu – O melhor é adotar uma criança.
Tomázia – Vamos mudar de assunto? A gente tá numa festa, tá certo que é uma festa da rival, mas é uma festa.
Igor – A Tomázia tem toda a razão. Vamos falar de coisas boas, de coisas alegres.
Marechal – Vou ao banheiro e também vou tentar ligar lá pra casa, saber da Santa se o Laerte tá bem.
Tomázia – O Laerte e a Melina.
Fufu – A Melina é um doce.
Marechal – Um tanto atrevida, não sei, mas aquela lá não vai render bons frutos na vida.
Marechal se levanta e sai discando o celular.
Tomázia (brava) – Definitivamente eu acho que é perseguição. O Marechal odeia a Melina e eu não sei o porquê. Juro a vocês que eu tentei saber, mas ainda não descobri.
Igor – Deve ser impressão sua só isso.
Fufu – Será que ele duvida da paternidade dela?
Tomázia – O que você tá insinuando com isso?
Fufu – Eu apenas cogitei a hipótese dele achar que não é o pai da Melina.
Carmita – Fufu cala a boca!
Fufu – Mas gente, eu só quis dizer que…/
Igor – Vamos nos acalmar, por favor.
Tomázia – Eu não sei porque a Fufu me detesta tanto. Acho que queria mesmo ter visto a Bela com meu marido, não é?
Fufu – Eu parei já Tomázia, pouco me importa sua vida.
Carmita (p/ Tomázia) – Venha, vamos buscar uma bebida.
Carmita e Tomázia se levantam e saem.
Corta para: Entrada do banheiro Masculino.
Marechal está parado na frente do banheiro, guardando o celular no bolso.
Marechal (p/ si) – Merda, a Santa deve estar dormindo e não atende esse telefone.
Nesse instante Bela chega de surpresa.
Bela – Falando sozinho querido?
Marechal (surpreso) – Bela? Você aqui?
Bela – Qual a surpresa? Afinal de contas, essa daqui é a festa de lançamento da minha grife, esqueceu?
Marechal – Não esqueci não. Na verdade, há muitas coisas que eu nunca vou esquecer. Marcas profundas de um passado que ficarão pra sempre na minha memória.
Bela – Deixa de ser tolo. A essa altura do campeonato você vai ter rancores de mim? Faça como eu fiz, eu segui minha vida.
Marechal – Mas eu também segui a minha.
Bela – Quando digo seguir, não é só se casar, ter filhos e morar num lugar diferente. Eu digo que é preciso esquecer as coisas que nos fizeram mal no passado, esquecer certos momentos e certas pessoas.
Marechal – Se você acha que eu ainda penso em você, está muito enganada. Eu estou feliz, muito bem casado e tenho o filho que eu amo.
Bela – Dá pra ver nos seus olhos que não é bem assim.
Marechal – Além de modelo e empresária, você virou sensitiva?
Bela – Humor não combina com você. Eu tô só dizendo que você nunca me esqueceu, que nunca esqueceu os momentos bons que passamos juntos. Eu ainda sou o amor da sua vida.
Marechal (bravo) – Você é louca. Como eu poderia amar alguém que não me ama? Como eu poderia gostar de alguém que me deixou plantado no altar? Eu não amo você.
Bela – Se não amasse, não estaria buscando motivos pra tentar me odiar, se realmente não me amasse, iria me ignorar, mas não. Tá aqui se justificando, me justificando, mas sei que é em vão, sei que ama a mim e não a ela.
Marechal vai chegando mais perto de Bela, até estar bem perto dos seus lábios.
Marechal (calmo) – Você ainda usa o mesmo perfume suave.
Bela – Eu nunca troquei é sempre o mesmo. Lembro que você gostava muito.
Marechal e Bela olham fixamente e apaixonadamente um nos olhos do outro, eis que Tomázia e Carmita aparecem e os dois se afastam assustados.
Tomázia (irônica) – Então esse era o banheiro que você ia Marechal? Pois é, só tô vendo a merda, cadê o vaso sanitário?
Marechal – Tomázia calma, não é nada disso que você tá pensando.
Bela – Tá bonita hein, nem parece você. Mudou o visual. Por isso acredito que nesse mundo não existe gente feia, existe é gente pobre, só isso.
Carmita – Vamos voltar pra mesa, vamos?
Tomázia – E eu achando que você detestava essa mulher, mas não, é apaixonado pela vagaba.
Bela – Eu exijo respeito.
Tomázia – Respeito não se exige, se conquista. Você aí flertando com um homem casado quer que eu te chame de que? Freirinha de um convento? Ah me poupe Bela.
Marechal – Vamos sair daqui Tomázia, todo mundo tá olhando.
Marechal sai puxando Tomázia e todos ficam olhando.
Carmita (p/ Bela) – Sai da vida da minha amiga, você teve sua chance e não quis, agora vai procurar um boy magia bem longe da gente.
Carmita sai e Bela fica estática no mesmo lugar.
Cena 08. Interior, noite, Mansão Kalil. Sala.
Marechal e Tomázia chegam e se sentam no sofá.
Marechal – Você não deveria ter armado aquele escarcéu todo. Pra que aquilo tudo?
Tomázia – A gente cansa. Eu sempre soube que fui prêmio de consolação, que você sempre amou a Bela, mas eu passei por cima, afinal ela aprontou com você, foi embora, nós casamos tivemos filhos e achei que nunca mais veríamos aquela mulher. Até aí eu suportei, de bom grado. Mas numa festa cheia de gente, de repórteres, fotógrafos, celebridades, você quase beija ela, ficam como dois namorados de infância, aí não, foi demais. Não há sangue de barata que resista.
Marechal – Você tem que aprender a lidar com tensões.
Tomázia – E você, a lidar com o seu casamento. Seja honesto comigo. A bela não te merece.
Marechal – Eu nunca terei nada com a Bela, nada, me entende?
Tomázia – Meu erro foi acreditar que eu poderia te fazer esquecer-se dessa mulher, foi meu erro.
Tomázia começa a chorar e Melina, aparentando ter uns nove anos desce as escadas correndo e abraça Tomázia.
Tomázia (a Melina) – ô minha filha, esse abraço vale qualquer sacrifício.
Melina – Eu não quero te ver triste mãe.
Marechal – Tá na hora de dormir Melina, anda sobe. Aí amanhã quer ficar o dia todo deitada, garota preguiçosa, sobe logo.
Tomázia (p/ Melina) – Seu pai tá certo, tá na hora de você subir e se deitar, amanhã a gente conversa melhor filha.
Melina sobe as escadas rapidamente.
Corta para:
Cena 09. Exterior, dia/noite, Imagens aéreas de Pedrosa.
Amanhece e anoitece várias vezes.
Corta para:
Cena 10. Interior, dia, Cartório.
Besançon e Gregório estão assinando a documentação de união estável. Estão presentes: Maria Marta, Ância, Melione, Anita, Giulio, Edith, Ariel, Marcos, Filipe, Luzia, Hamilton e mais umas dez pessoas.
Besançon – Pronto, estamos casados.
Gregório – Esse é o dia mais feliz da minha vida.
Besançon e Gregório se beijam.
Anita faz cara feia e sai do cartório, Ância vai atrás.
Corta para:
Cena 11. Exterior, dia, Cartório.
Anita se senta em um banco de frente para a rua e Ância chega e também se senta.
Ância – Eu vi como você ficou com o casamento do seu pai.
Anita – Essa garota tem quase a mesma idade que a minha, poxa eu não posso aceitar isso.
Ância – Se ela fosse uma boa pessoa, eu entenderia, juro que entenderia, mas ela não é. Ela quer o dinheiro do seu pai. Fica de olho menina.
Anita – Mas ele tá enfeitiçado por essa piranha, eu nem sei como fazer.
Ância – Eu posso te ajudar, mas tem que ficar calma.
Ância entrega um pedaço de papel para Anita
Ância – Aí tá meu telefone, me liga pra gente marcar de conversar melhor. Te garanto que essa praga vai sair da vida da sua família.
Anita – Obrigada.
Ância se levanta e volta para o cartório, enquanto Anita fica olhando o pedaço de papel.
Corta para:
Imagens aéreas de Pedrosa anoitecendo.
Corta para:
Cena 12. Exterior,noite, Motel.
Um carro velho entra.
Corta para:
Cena 13. Interior, noite, Motel.
Filipe está só de sunga deitado na cama.
Filipe – Vem gostosa, vem. Quero comemorar mais uma vitória nossa.
Nesse instante Besançon aparece só de lingerie.
Besançon – Agora eu tô rica, nós estamos ricos. Coloquei aquele velhote pra dormir e vim me divertir.
Filipe – Então vem pra cama, vem que hoje eu quero detonar geral.
Besançon se joga na cama e começa a se esfregar e a beijar Filipe.
Filipe (entre beijos) – Me explica como marcaremos nossos encontros a partir de agora?
Besançon – Celular não pode ser, ele colocou um rastreador. Internet também não quero, aquela idiota da filha dele pode ter acesso a histórico e tem também essas coisas de vírus.
Filipe – Então voltaremos às antigas, sinal de fumaça. Como os índios faziam.
Besançon – Deixa de ser bobo. Mas você me deu uma grande ideia, eu vou utilizar cartas, vou enviar cartas para você.
Filipe – Oi? Cartas?
Besançon – Hoje em dia as cartas são utilizadas apenas para cobranças de contas e ninguém perceberia, além do que eu acho mais prático.
Filipe (agarrando Besançon) – Tá ok. Agora vamos aproveitar, vem pra cá gostosa.
Besançon e Filipe começam a se esfregar e se beijam com excitação.
Corta para:
Takes da cidade amanhecendo
Corta para:
Cena 14. Interior, dia, Mansão Kalil. SALA DE JANTAR.
Estão tomando café da manhã: Laerte, Tomázia e Marechal. Santa está os servindo.
Laerte – Então é hoje que a Melina vai para Nova Iorque mamãe?
Tomázia – Sim, na verdade sua irmã já está até atrasada.
Laerte (P/ Marechal) – O senhor vai com a gente até o heliporto?
Marechal – Eu ainda não faço parte do comitê de despedida. Deixa essa garota ir embora, se é destino dela fazer curso no exterior, passar dois anos lá, deixa.
Nesse instante Melina chega.
Melina – Bom dia família, vamos?
Santa abraça Melina.
Santa (abraçada) – Eu te desejo tudo de melhor minha menininha. Que você realize uma brilhante carreira. Te amo demais.
Melina – Eu é que agradeço tudo que você sempre fez por mim.
Marechal – Não ache que isso é só amor, ela é paga pra isso.
Santa sai da sala.
Tomázia – Se despede do seu pai. Eu e Laerte vamos levar você até o heliporto.
Melina – Por que não vai pai?
Marechal – Eu tenho coisas mais importantes do que ficar me despedindo de você. Tenho uma revista, tenho uma família.
Melina – Mas eu sou a sua família, eu sou.
Tomázia – Vamos Melina, não quero que se atrase.
Marechal – Eu espero que você termine o curso, que não seja fogo de palha. Você começou administração e parou, começou engenharia e parou.
Melina (brava) – O que é pai? Não confia em mim?
Congela a imagem em Melina.