O Internato

Capítulo 17 – O Internato

O INTERNATO
Fase Final
Capítulo 17

Marieta – O que está dizendo? – E esfregou os olhos depressa, para tentar acordar daquilo que acredita ser um grande pesadelo.
Cecília – Isso mesmo, meus queridos coleguinhas. Eu sou uma assassina. Não viram, acabei de matar essa pobre mulher. – E abaixando deu várias facadas em Matilde já morta, até ouvir a voz de pânico de Briele gritando PARAAAAAAAA…
Cecília levantou numa cara de quem estava se divertindo, agora todos a encaravam com profundo descontentamento. Lorenzo parecia que ia avançar contra ela. Mas Briele o segurava.
Cecília – Experimenta sua bonequinha de pano, que eu vou te dar uma surra daquelas, como te dei aquele dia no auditório. Você não é pálio nem para um bebê, otárioooooooo !!! – Fazendo uma careta e mímica que parecia imitá-lo – Vou acabar com você sua lesma novata – Dizia ela com uma voz medonha e debochada – Vai para o manicômio, palhaço, que lá é seu lugar.
Lorenzo – Vagabunda ! Ordinária !
Cecília – Onde estão seus xingamentos criativos ? Evaporaram ? Ah é, esqueci que agora a grande vilã dessa traminha, sou eu, você perdeu o posto para mim, queridinha…
Abiel – Meu Deus Cecília, como você pode…ir tão baixa ?
Cecília – Tudo isso, foi na verdade um mero joguinho meu. Desde que fomos sequestrados, eu arquitetei cada segundo para assassinar aquela víbora e contei com a ajuda de um grande amigo e amor na minha vida, que dá de dez a zero que você na cama tolinho – Disse se referindo a Abiel – Tony apareceu no ambiente – Ele estava com um controle remoto controlador de energia elétrica.

Ela o beijou de forma desentupidora, todos sentiram nojo. – Podem invejar meus amores, sei que vocês nunca terão suas almas gêmeas, na vidinha imunda de vocês. Caíram no meu joguinho psicótico de ficarem investigando essas pistinhas, charadinhas. Dava-me prazer isso sim. Enquanto eu ganhava tempo para incriminar essa biconha louca pela morte da mamãezona.
Lorenzo conseguiu se desvencilhar de Briele e pela primeira vez deu um tapa bem dado na cara de Cecília. Todos se satisfizeram. Cecília voltou em questão de segundos e ele cuspiu sem piedade, não dando tempo nem dela piscar.
Cecília- Pois muito bem! – Disse cinicamente limpando o cuspe – Eu não queria fazer isso com todos vocês, mas não terei outra escolha. – Que tal umas férias no polo norte, bando de trouxas? – E saindo correndo, Tony fechou a porta ao seu redor. – Eles ficaram trancados lá dentro, batendo contra a porta de ferro.
Cecília – Vejamos, agora é só diminuir essa temperatura para uns…vou ser boazinha, trinta graus célsius negativo, darei tempo deles se despedirem uns dos outros, antes de terem o sangue congelado. – Rindo teatralmente.
Cecília – Ai, nem acredito amor, conseguimos, conseguimos matar aquela vaca velha para não abrir com a boca no trombone, matamos esses pirralhentos abelhudos, tudo está como nós planejamos.  – E em seu colo ele a recebeu olhando de uma maneira doentia por cima de seus ombros.
Tony – Nem tudo! Ainda temos que encontrar duas pessoas. Aquele jornaleiro agourento e professora maldita.
Cecília – Sim, mas isso nós veremos amanhã. Faz séculos que não saímos desse dia poxa, os leitores devem estar de saco cheio. Vamos dormir em um hotel, finjo ser sua irmã e passamos de boa. Afinal, merecemos uma noite quente, depois do que fizemos, estamos exaustos – Disse massageando suas costas.
Ele concordou com a cabeça e eles saíram piscando para os leitores.

Mais tarde… No Frigorífico…

Abiel se cansava de bater na porta. Mas logo ia perdendo a sensibilidade nas mãos, que tremiam de frio junto com o corpo hipotérmico. Marieta sentiu pena do rapaz, mesmo passando pelo mesmo e tentou abraça-lo para esquentá-lo um pouco. A um canto, debaixo de uma pia, onde um pedaço de carne que havia cortado voltara a se congelar pela temperatura, estavam dois jovens, que pela silhueta mesmo quase irreconhecível, era possível reconhecer pela conversa. Era Heitor e Briele.
Heitor – Eu nunca deveria ter te traído com aquela morcega, me desculpa Briele. Se tiver algo que vou ter que levar para o túmulo, é minha culpa por ter te causado tanta dor e sofrimento.
Briele – Relaxa, foi há tanto tempo e sabe eu sei que você não faria de novo, nunca teve a intenção de me magoar, hoje sei que quem te envolveu foi aquela manipuladora barata. E pensar que viemos hoje à noite para ajuda-la, se nós soubéssemos de tudo antes…
Heitor – Não tínhamos como souber, nem suspeitar. O autor iria deixar para o final. Mas me escute…se eu morrer hoje a noite…quero que saiba que sempre vou amar você e… Ele pareceu hesitante em continuar. Seu coração tentou acelerar, mas não conseguiu.
Briele – Pode continuar.
Heitor – Quero que conte a verdade da história às pessoas da minha família. Eu sou o responsável pela morte da minha namorada aqui no colégio no passado.
Briele ficou por um instante, chocada – O que você quer dizer com isso ?
Heitor – Ela na verdade… foi um acidente terrível. Mas foi tudo culpa minha…se eu não tivesse…Caramba, se eu não tivesse negado o pedido dela em se casar.
Briele pareceu curiosa e ao mesmo tempo desesperada – O que ocorreu ?
Heitor pigarreou alto e começou – Era a semana de inicio de Novembro, todos estávamos ansiosos para o baile de inverno, daí ela veio…

INICIO DO FLASHBACK…

Briele e Heitor em tempo real pareceram viajar no tempo e se fixar no jardim nos anos 90, começaram a observar a cena ao longe…
Alícia – Amor será que posso dar uma palavrinha com você antes do jogo de voleibol que irá enfrentar? – Vestida com um uniforme de saia verde escocês.
Heitor – Claro se for rápido – Disse ele com rispidez.
Alícia – Eu sei que é muito cedo para isso, mas… Quero te pedir em Noivado – E puxando um anel prateado do bolso de ajoelhou em frente a ele.
Ele a encarou com uma nesga no rosto.
Heitor – Não deveria ser ao contrário. Quer dizer, o homem tomar atitude. Bom, mas mesmo assim não dá, eu até iria te procurar, precisamos conversar, precisamos dar um tempo.
Ela se levantou pasma – Como assim ? Dar um tempo !
Heitor – Conheci uma outra garota. Ela mexeu comigo !
Ele em tempo real choramingou por não ter seguido o conselho do amigo Enrico, que homem não ficava de romancinho, quantidade é que importava.
Alícia – Por favor não faz isso comigo. O que tem de errado comigo ? Será que não podemos…
Um apito do capitão do time soou do outro lado da quadra chamando ele, era ninguém menos que Enrico.
Enrico – Vai ficar brincando de casinha, aí Heitor. – Uns colegas juntos com ele começaram a rir – Vem logo para o jogo, cara. Prova que você é homem uma vez na vida.
Então ele disse algo que nunca desejara falar em sua vida. No tempo presente ele tentou impedir, mas não conseguiu, simplesmente atravessou o corpo dos dois namorados, Briele parou para escutar.
Heitor – Tudo está errado com você. Menina, você não beija bem, é simplesmente sem sal, não tem corpo, seios, nem bunda, você não dá tesão em uma cara para sair com você. Vive com bafo de onça, seu perfume a gente sente que nem é importado e você tem uma necessidade de carência extrema que nunca vai conseguir completar em ninguém, por que além de feia, você é burra, não se ama. Agora faz um favor para a face da terra, vê se me esquece, que eu não sou homem para uma mulher só, muito menos para uma trasga feito você.
Briele quis matar Heitor por isso que por sinal possuía o mesmo pensamento, mas não ele presente, ele no passado, pestanejava.

E saiu, deixando Alícia sem chão. A garota pegou sua mochila no chão. E atravessou o estacionamento sem olhar para os lados, um dos caminhoneiros que fazia a entrega de comida acabou sem querer ao dar uma ré, pegando a garota em cheio. Da mochila aberta da menina, voaram livros e mais livros que caíram de supetão naquele asfalto recém-feito, assim como a própria dona deles. Um silêncio predominou o local, escurecendo com o rosto embasbacado de Briele e em prantos de Heitor.
Em outro canto…
Lorenzo cansou de esmurrar a porta de ferro e começou a chorar – Não, por favor, eu não posso morrer…
Manoela – O que está dizendo? Olha o que você construiu até agora. Se tem alguém que merecesse morrer entre nós, esse alguém é você, sua bicha patética.
Lorenzo – Mas eu fiz tudo isso por amor…
Marieta – Isso não é amor, é doença…
Lorenzo – Não fale assim. Você não está na minha pele, para sentir o desespero que eu sentia de perder o Abiel para aquela mocréia maldosa.
Marieta – Mas amor não é posse, meu querido. Isso se chama carência. Vá se tratar e depois que estiver curadinho, você volta a conversar conosco. Amor é querer o bem do outro, independente se ele está com a gente ou não. É liberdade, não prisão.
Abiel escutava tudo a um canto, tremendo de frio. Lorenzo no desespero pegou um facão em cima da pia e ameaçou se cortar, mas na hora não teve coragem. Ele atirou o objeto para longe e suspirando bem fundo, desmaiou pela queda pressão. Todos se desesperaram. Abiel, no início quieto, engatinhou até próximo o corpo e tirando o casaco cobriu Lorenzo e tentou esquentá-lo.
Marieta – Eu não acredito que você vai fazer uma coisa dessas ! Depois de tudo que ele nos fez…Como você tem a coragem de…
Abiel – Fica quieta. Está na hora dele conhecer o que é amor, para quem sabe melhorar , certo? Eu acredito na mudança das pessoas.
Manoela cruzou o braço e  rosnou impaciente…

 

NO OUTRO DIA PELA MANHÃ…

Cecília fechou o vidro do banheiro, retocando seu batom. Olhou de uma maneira psicótica para si mesma.
Cecília – Enfim livre disso!!! E mais gostosa, impossível.
Ao sair da sua porta, viu uma menina correndo até o elevador e gritou para segurar a porta, mas a garota não a ouviu e ela bufou raivosa.
Imaginou se aproximando e a menina abrindo o elevador, descobrindo que o mesmo não está parado no andar e com um empurrão jogasse aquela pestinha lá em baixo. Dando uma gargalhada fatal.
Cecília – Boa viagem até o inferno, querida !!!

Cecília descera para tomar café na padaria do hotel, quando avistou Manoel. Ela voltou para cima correndo, avisando Tony e eles maquinaram um plano para aquela tarde ao confirmarem com uma camareira por suborno que o tal sujeito estava hospedado no hotel.
No Frigorífico…

Um grupo de cozinheiras chegou cedo para trabalhar e escutaram gritos de socorro, abrindo o local instantaneamente e levando um susto ao ver Matilde morta.
Marieta – Rápido, moça chama uma ambulância, acho que nós quatro ( Ela, Manoela, Abiel e Lorenzo) não podemos durar muito tempo, assim como eles – E apontou em baixo da pia – Heitor e Briele estavam mortos congelados.

Mais tarde em um restaurante do Hotel…

Cecília com um vestido vermelho lustroso que Tony comprara em uma loja, ela se aproximou da mesa de Manoel, perguntando se poderia se sentar.
Manoel – Cecílinha é você, meu Deus, mas você está esplêndida, garota!
Cecília piscou para ele feito uma mula, achando que era a dona da coca preta. Ela acariciou as mãos enrugadas dele, tentando diminuir sua expressão de náusea e perguntando.
Cecília – Gostaria de saber Doutor, quanto você quer para… ( e apontou para os peitos que já eram um tanto amadurecidos)
Manoel – Eu não estou te entendendo. Eu saía com você era isso?
Cecília estranhou aquela pergunta e confirmou com a cabeça.
Manoel – Bom, então os tempos mudaram, por que eu não acho certo sabe, sair com uma garotinha da sua idade, isso é cri…(Mas antes que terminasse a frase ela estava apalpando sua cueca e olhando com uma cara de vontade)
Cecília – Por favor, titio – E sorriu para ele – Queria muito ter dito vovô, seria muito mais conveniente para ocasião.
Fazia tempo que ele não tinha uma noite de sexo. Hesitou um instante, mas ela conseguira atingir seu ponto fraco que era coxa. Ele se arrepiou tudo, ficando ereto. Ele então confirmou com a cabeça com um sorriso malicioso.
Manoel – O Titio vai levar você para o quartinho dele, está bem !
Ela gostou e depois de almoçaram, subiram para o local de elevador. Ele começou a beijá-la, mas ela o indicou a câmera e ele parou aturdido.
Cecília – Controla a pipa, vovô! – Debochou cinicamente. Ele corou.

No momento exato que parou no 7º andar, que era o dele, CECÍLIA LEVOU O MAIOR SUSTO DA SUA VIDA, SUA MÃE E SEU PAI ACOMPANHAADO POR UMA MULHER ESTRANHA DE CABELOS DOURADOS QUE IRIAM DESCER NO ELEVADOR.
Laura – Cecília ? É você ? Você não morreu naquele acidente de avião ? Ah, mas que benç… AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHRRRRRR…. – Ela se escondera atrás do marido, apontando para Manoel.
Jonas – Ele…Tá…Vvvvivo.
Laura – MAS O QUE VOCÊ FAZ AQUI MOCINHA? E QUE VESTIDO ESTRANHO É ESSE! VOCÊS ESTÃO NUM ENCONTRO?
Ela olhou para Manoel com uma cara de pânico e respirou fundo se preparando para falar. Congelou com a música instrumental da música Aquela dos 30 de Sandy. – ( de 1:23 – 1:31)

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