Menina Flor

Capítulo 11 – Menina Flor

Capítulo 11

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Miguel abre a mochila e pega o seu colar.
Miguel: Malu, vou sentir sua falta irmãzinha.

Casa dos Silva. Malu entra em seu quarto, vai até o guarda-roupa e pega o pequeno colar que ganhou de Miguel.
Malu: Ah Miguel, meu irmão! Sempre vai estar no meu coração.

10 anos se passam. Ano de 2015.
Abrem as portas da Botão de Rosa, a floricultura da cidade de Roseiral que vende as flores plantadas nas terras da família Aguiar Cordeiro.
Assim que a loja abre, alguém pega um microfone e começa a pular como um canguru na frente da floricultura, é a nossa querida Malu, agora com 18 anos, cresceu uma jovem saudável, linda e continuou travessa e indomável como quando era criança. Como uma famosa personagem de uma das melhores obras da literatura brasileira, a Carolina da história “A Moreninha” do grande Joaquim Manoel Macedo, é travessa como um beija-flor, inocente como uma boneca, faceira como um pavão e curiosa… como uma mulher.
Malu, gritando e pulando na frente da floricultura: Amanheceu o dia povo lindo dessa linda cidade de Roseiral, você que tá passando por aqui aproveita e vem aqui na floricultura Botão de Rosa, a floricultura com as flores das terras dessa nossa cidade. Você homem que quer dar um presentinho pra sua namorada, vem aqui e compra um lindo buquê de rosas, aproveita que hoje a loja tá cheia, vem minha gente.

Um tempo depois.
Joana: Você sabe como chamar a clientela, né Malu?
Fábio: Malu não Joana, é Menina Flor!
Malu: Isso mesmo Fábio, a garota aqui se chama Menina Flor da Silva.
Joana: Essa Maria Luísa.
Malu: Maria Luísa não, com esse nome eu pareço é uma velha.
Joana: Ok Menina Flor, a senhorita já trouxe as flores que plantou?
Malu: Já sim, todas as flores que eu planto lá no meu jardim crescem como, como, como flores! Eu acho que a terra lá é boa.
Fábio: Não, é que você tem dedo verde.
Malu: Quem sabe? Eu sou boa em tudo, principalmente em atrair olhares.
Fábio: Ora, você às vezes parece um animal selvagem de tão viva que é.
Malu: É que pra mim o bom da vida é ser livre, por isso eu não quero saber de homem nenhum querendo me controlar.
Fábio: Nem se esse homem for eu?
Joana: Lá vem ele com essas paqueras baratas.
Fábio: Desde a 8ª série eu venho me arrastando aos pés dessa garota para tentar conquistar o coração dela e nunca consigo nada.
Malu: Fábio, você já sabe muito bem que a Menina Flor aqui não é pra ninguém, eu gosto de me conservar só pra mim mesma.
Joana: Hum, como é convencida.
Malu: Convencida não, eu me valorizo e me cuido, não quero saber de me envolver.
Joana: Malu, você já tem 18 anos, eu na sua idade já tinha namorado duas vezes, entretanto ninguém nunca viu você com um rapaz.
Malu: O que tem de mal em não querer relacionamentos?
Fábio: Quem sabe eu possa ter a honra de ser o seu 1º namorado?
Malu: Fábio, se vier com isso de novo eu vou meter um vaso de flores na sua cabeça.

Fazenda Aguiar Cordeiro.
Irene: Senhor Rafael, senhor Rafael!
Rafael: O que foi Irene?
Irene: Telefone pro senhor, é o senhor Miguel.
Rafael: Obrigado! Alô, oi meu filho, quanto tempo?! Como vão as coisas por aí? Jura, já vai vir? E vai trazer a namorada? Que bom, a gente se vê em breve, eu vou fazer uma grande comemoração pra sua chegada. Um abraço, tchau.
Melissa: Quem era meu amor?
Rafael: O Miguel, ele vai voltar pra cidade.
Melissa: Como? Os cursos já terminaram?
Rafael: Já, o bom filho a casa torna. Ele deve chegar ainda essa semana e parece que vai trazer a namorada.
Melissa: O que? Ele tem uma noiva?
Rafael: Não, a moça também vai morar aqui, mas na sua própria casa lá na cidade.
Melissa: Muito bem, e essa moça pertence a que classe social?
Rafael: Não sei, mas eu quero providenciar uma festa muito bonita pra recebê-lo.
Melissa: Você acha que ele vai querer mesmo uma festa grande?
Rafael: Ora, já não o vemos há alguns anos e eu quero um evento bonito, depois de 10 anos ele vai finalmente pôr os pés em Roseiral de novo.
Irene: Com licença senhor Rafael, as flores do jardim estão todas mortas.
Rafael; De novo? Mas por que é tão difícil de encontrar um jardineiro que se preze nessa cidade?
Irene: Eu acho que o senhor poderia falar com alguém lá da floricultura Botão de Rosa senhor.
Rafael: Talvez seja uma boa ideia.

Lar Coração de Mãe. Horas mais tarde. Malu está brincando de ciranda cirandinha com as crianças.
Lurdes: Malu, minha flor.
Malu, abraçando Lurdes: Oi Lurdes, como vai?
Lurdes: Estou bem, ah, é tão divertido pra mim ver você assim feliz, brincando com essas criancinhas, às vezes parece que você nunca cresceu.
Malu: Você sabe como eu sou né Lurdes? Por mim, eu nunca teria crescido.
Lurdes: É, eu até me lembro como se tivesse sido ontem há noite quando eu ouvi aquele choro, abri a porta e te encontrei naquela cestinha.
Malu: É, há 18 anos. Puxa, eu tô ficando velha né?
Lurdes: Que nada minha filha, eu é que queria voltar a ter a sua idade.
Lurdes repara no colar no pescoço de Malu.
Lurdes: Ora, esse colar.
Malu: É, eu nunca tiro ele.
Lurdes: Esse colar era do Miguel.
Malu: É, ele me deu no dia anterior dele ser adotado, disse que a senhora encontrou com ele na noite em que ele foi deixado aqui.
Lurdes: Claro, há 23 anos, ah como o tempo voa.
Malu: O Miguel disse que enquanto eu o usasse, nós estaríamos juntos, não importa a distância.
Lurdes: É você me contou. E o Miguel, como eu sinto falta dele.
Malu: É, já fazem 10 anos que ele viajou pro Rio de Janeiro e nunca mais voltou. O pai dele me disse que 2 anos depois que eles chegaram lá ele ganhou uma bolsa pra estudar no exterior e desde então ele está lá nos Estados Unidos.
Lurdes: Pois é, eu sinto tanta falta dele.
Malu: Eu também, mas por onde será que ele anda?

Rio de Janeiro. Miguel chega em seu apartamento depois de uma volta no bar. O rapaz cresceu forte, bonito, mas diferentemente de Malu, ele mudou muito desde a infância, agora é um rapaz malandro, que vive na vadiagem, procura brigas e bebe muito nos bares, não tem emprego e terminou os estudos há tempo, mas continuou na cidade gastando o dinheiro que seu pai lhe mandava para pagar os cursos.
Miguel: Ah, quase que a gente se dá mal.
Thomaz: Com certeza, quase que o cara lá nos alcança.
Miguel: Ainda bem que a gente tá pra voltar pra Roseiral, lá aqueles caras não vão nos encontrar.
Thomaz: Mas vê se lá você não arranja briga no bar.
Miguel: Não foi minha culpa, eu só bebi um pouco além da conta.
Thomaz: É, além de sair depois de pegar briga no lugar ainda foi por pouco que eu não fui roubado, aquele bairro lá é cheio de malandragem.
Miguel: Pois é. Mas de qualquer forma, logo mais a gente vai se livrar daquele pessoal.
Thomaz: Você tá ansioso em voltar lá pra Roseiral?
Miguel: Mais ou menos, tem gente lá que eu tô muito a fim de ver de novo, mas outros nem tanto.
Thomaz: Quem?
Miguel: A minha madrasta.
Thomaz: A dona Melissa?
Miguel: Dona Megera, você quer dizer.

Cidade de Roseiral. Malu caminha pela rua de volta ao trabalho.
Malu: Ai, que dia sem graça esse.
De repente, Malu vê algumas caixas velhas no meio da rua se mexendo, como se tivesse algo debaixo delas.
Malu: Que estranho, o que é isso?
Malu se aproxima e levanta uma caixa e encontra um garoto debaixo dela.
Malu: Oi, quem é você?

2 thoughts on “Capítulo 11 – Menina Flor

  • Terceira fase, já ficou explícito que tudo continua bem, igualmente as anteriores.
    Malu continua aquela garota legal e bem apimentada que antes, parece que ela nunca esqueceu o Miguel, mas ele está namorando agora, e além disso se tornou um garoto completamente diferente do que era. Como será o reencontro deles?
    E agora que a Malu achou essa criança gente 😮

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