A Origem

A Origem – Último Capítulo

A Origem

CENA 01 / Isaque volta para sua terra

Depois que Raquel deu à luz José, Jacó foi ao encontro de Labão.

Jacó: Labão, permita-me voltar à minha terra natal. Deixe que eu vá e leve comigo meus filhos e minhas mulheres, pelas quais o servi. Você sabe muito bem o quanto trabalhei para você.

Labão: Peço que não vá embora. Tenho percebido que o Senhor Deus tem me abençoado por sua causa, é só dizer o quanto quer receber de salário, e eu te pagarei.

Jacó: Você bem sabe como trabalhei para você e como cuidei do seu gado, basta lembrar como eram pequenos os seus rebanhos antes da minha chegada, e como aumentaram agora. Pois o Senhor abençoou você por meio do meu trabalho, agora, quando vou poder trabalhar em favor da minha própria família?

Labão: O que você quer ganhar?

Jacó: Não quero salário. Voltarei a cuidar dos seus rebanhos, basta que faça uma coisa, hoje passarei por todos seus rebanhos e separarei para mim todas as ovelhas listradas e malhadas, e todos os cordeiros pretos, este será o meu salário.

Labão: Está certo! O trato está fechado!

Naquele mesmo dia, Labão separou os bodes listrados e malhados, as cabras salpicadas e malhadas, e todos os cordeiros pretos e os deu aos seus filhos, e os afastou a uma jornada de três dias de distância. E Jacó ficou tomando conta dos rebanhos restantes de Labão.

Jacó enganou Labão cruzando as ovelhas brancas com as suas ovelhas negras e malhadas, os filhotes que nasceram eram, em sua maioria, negros ou malhados, de modo que os rebanhos de Jacó cresciam, e os de Labão, não. Isso deixou Labão e seus filhos irados. Visto isso, Deus falou com Jacó.

Deus: Volte para a casa dos seus pais e dos seus parentes, e eu estarei com você.

Jacó: Partirei hoje mesmo meu Senhor.

Então Jacó partiu em segredo, levando suas esposas, seus onze filhos, seus servos e seus animais. Quando Labão descobriu que Jacó e sua família tinham partido, saiu em perseguição atrás deles. Mas Deus advertiu Labão em um sonho para que não fizesse nenhum mal.

Finalmente, quando Labão alcançou Jacó, eles levantaram uma pilha de pedras.

Labão: Não passemos por esta pilha de pedras para ferir um ao outro, só quero me despedir das minhas filhas e netos.

Jacó: Tudo bem, mas se tentar alguma coisa, o matarei aqui mesmo.

Então Labão beijou suas filhas e seus e netos e voltou para casa, Jacó e sua família continuaram seu caminho em direção à sua terra natal.

CENA 02 / Jacó encontra Esaú

Fugindo de sua terra natal com medo que Esaú o matasse, agora, muitos anos depois ele se perguntava se Esaú ainda estaria zangado. Jacó enviou alguns mensageiros a Esaú para descobrir como estava o seu coração.

Jacó: Mensageiros, vá ao encontro de Esaú e avisem que voltei à minha terra natal, e, por favor, que venha ao meu encontro fazer as pazes.

Os mensageiros voltaram com más notícias. Esaú estava a caminho com um exército de quatrocentos homens. Jacó orou pedindo a proteção de Deus, então enviou centenas de animais a Esaú, como um presente.

Naquela noite, Jacó fez sua família e tudo o que possuía cruzarem o rio. Durante toda a noite, Jacó litou com um anjo, que era, na verdade, o próprio Deus. Quando estava amanhecendo, Deus deu a Jacó um novo nome.

Deus: Jacó, de hoje em diante você não se chamará Jacó.

Jacó: Qual será o meu novo nome Senhor?

Deus: Você se chamará Israel.

Esaú chegou ao encontro de Jacó no dia seguinte, ao invés de mata-lo, o abraçou e o beijou.

Esaú: Quanto tempo meu irmão, quanto tempo.

Jacó: Estava com medo que você me matasse, por isso parti.

Esaú: Cheguei a pensar que estava morto.

Jacó: Graças a Deus não, quero te pedir desculpas pelo que fiz, de coração.

Esaú: Não se preocupe meu irmão, está perdoado. Agora preciso seguir com meu exército, vamos conosco.

Esaú voltou para casa com seu exército, e Jacó e sua família seguiram atrás. Enquanto se dirigia lentamente para sua terra natal, Jacó resolveu fazer uma parada em Betel, o lugar onde ele tinha sonhado com a escada que chegava até o céu. Ali, Deus lembrou a Jacó sobre o seu novo nome, disse ainda que daria a Jacó a terra onde ele estava acampado e prometeu dar-lhe muitos descendentes.

A próxima parada na jornada rumo ao sul foi a Belém, ali teve Raquel um menino, Benjamim, o décimo segundo filho de Jacó, mas Raquel morreu ao dar à luz, e foi enterrada no mesmo lugar onde faleceu.

CENA 03 / José é vendido pelos irmãos

Finalmente, Jacó e sua família chegaram à casa de seu pai, Isaque. Não fazia muito tempo que eles estavam ali, Isaque morreu. Dias depois, Esaú e sua família mudaram-se para outra região, pois não havia pasto bastante para os rebanhos de Esaú e Jacó. Ali cresceram os doze filhos de Jacó até se tornarem homens.

José era o filho predileto de Jacó, e isso enchia de ciúmes os outros irmãos. Jacó chegou até a fazer especialmente para José uma túnica de cores vivas.

José tinha sonhos estranhos e os contava a seus irmãos.

José: Meus irmãos, peço que ouçam o sonho que tive. Sonhei que estávamos amarrando os feixes de trigo no campo, quando o meu feixe se levantou e ficou em pé, e os seus feixes o rodearam e se inclinaram diante dele!

Judá: Você está querendo dizer que vai reinar sobre nós, ou que vai nos governar? Isso mesmo?

José: Não, não é isso que quero, apenas estou contando o sonho que tive.

Levi: José, se você ainda não percebeu ninguém aqui quer ouvir suas historinhas fictícias, então saia daqui.

José: Esse não foi meu único sonho, sonhei também que o sol, a lua e onze estrelas se inclinavam diante de mim.

Certo dia, Jacó mandou José ir até os pastos distantes para ver como estavam passando seus irmãos, mas os irmãos invejosos agarraram José e o venderam como escravo a mercadores que estavam indo para o Egito.

Eles, então, rasgaram a túnica de José e a mancharam com sangue de cabra. Quando Jacó viu a túnica ensanguentada e estraçalhada, teve a certeza de que seu filho favorito tinha sido morto por um animal selvagem.

CENA 04 / José torna-se governador do Egito

Os mercadores chegaram ao Egito e venderam José a um oficial chamado Potifar, ele era rico e poderoso, e era responsável pela guarda real.

José era um escravo tão bom que logo Potifar entregou-lhe o governo de sua casa e de tudo o que possuía.

Mas a mulher de Potifar sentia-se atraída por aquele belo jovem, ela queria que José concordasse em fazer com ela algo que era errado, quando ele se recusou, a mulher ficou furiosa e contou mentiras a Potifar, dizendo que José tinha tentado abusar dela. Potifar ficou irado e mandou José para a prisão, mas Deus estava ao lado de José, e ele começou a ajudar o encarregado da prisão. Pouco tempo depois, aquele homem deixou José responsável por todos os outros prisioneiros.

Naquela época, o rei mandou dois oficiais para a mesma prisão onde estava José. Na mesma noite, os dois oficiais tiveram sonhos muito estranhos. Eles ficaram surpresos quando José conseguiu interpretar seus sonhos, dizendo-lhes qual o seu significado. José previu que um dos servos seria executado, enquanto o outro retornaria ao seu emprego, e foi exatamente o que aconteceu.

Anos se passaram e, certa noite, o rei teve uns sonhos estranhos, mas não havia ninguém que soubesse interpretá-los, então o servo que havia conseguido seu emprego de volta lembrou-se de José e falou para o rei sobre ele.

Servo: Meu rei, sei que teve sonhos estranhos essa noite, sei de alguém daqui mesmo do palácio que pode decifrar.

Potifar: O que está esperando pra dizer quem é?

Servo: É José! Quando eu estava na prisão eu sonhei com algo estranho e ele decifrou, logo depois tudo aconteceu como ele disse.

O rei mandou chamar José e este lhe contou exatamente qual o significado dos seus sonhos.

José: Rei Potifar, infelizmente tenho que dizer que as coisas não serão boas durante os próximos catorze anos aqui no Egito.

Potifar: O que você quer dizer com isso, José?

José: O Egito terá sete anos de fartura, seguidos por sete anos de fome.

O rei sabia que José contava com a ajuda de Deus, então nomeou José governador de todo o Egito, e o encarregou de preparar o país para enfrentar os anos de fome.

CENA 05/ José vende cereais para seus irmãos

Houve sete anos de boas colheitas, como Deus havia dito. A cada ano, José armazenava em cidades espalhadas por todo o país uma parte de todos os grãos colhidos no Egito. Finalmente, todos os celeiros ficaram repletos de grãos.

Foi então que veio a fome. As colheitas não amadureceram, ninguém tinha o que comer, tudo exatamente como Deus disse. Mas José tinha um estoque de grãos suficiente para alimentar a todos.

Quando as pessoas iam pedir ajuda ao rei, ele mandava falar com José, e então ele vendia cereais aos egípcios e também ás pessoas que vinham das nações vizinhas.

Chegou um dia em que Jacó mandou que os dez irmãos mais velhos de José fossem até o Egito comprar grãos. Quando chegaram à presença de José, eles se curvaram diante dele. Embora José os reconhecesse, os irmãos não sabiam quem ele era.

José queria saber se seus irmãos estavam arrependidos de o terem vendido como escravo. Então, os fez passar por vários testes. Ele até os obrigou a levarem ao Egito o seu irmão caçula, Benjamim.

José: Na verdade, eu sou José! Seu irmão, que vocês venderam. Mas não quero refrescar minha memorias com esses momentos terríveis, quero que vocês se mudem para o Egito, aqui terão todos os alimentos que necessitarem, cuidarei de todos.

Levi: Peço desculpas José, do fundo do meu coração. Iremos voltar e avisar ao nosso pai Jacó que você está vivo e se tornou o governador do Egito, logo então, nos mudaremos para cá.

CENA 06/ A família de José vai morar no Egito

Jacó ficou muito surpreso de saber que José estava vivo e que governava todo o Egito. Na mesma noite, Deus falou com Jacó.

Deus: Jacó, não tenha medo de ir viver no Egito, um dia, todos os seus descendentes voltarão para casa.

Jacó: Mestre, como é o Senhor que diz, partirei hoje mesmo para o Egito.

Logo, Jacó e toda a sua família puseram-se a caminho do Egito levando tudo o que tinham.

Quando Jacó encontrou José, eles se abraçaram e choraram. Faraó deu à família de José a melhor terra da região, chamada Gósen. Durante todos os anos que durou a fome, eles tiveram fartura de alimento. O povo do Egito também teve alimento com fartura, mas eles tinham que compra-lo.

Em pouco tempo, o rei tornou-se dono de tudo o que havia naquela região, mas o povo não se queixava, eles estavam felizes porque tinham o que comer.

Pouco antes de morrer, Jacó abençoou a todos os seus filhos, ele deu a José e a seus dois filhos uma benção especial. Depois da morte de Jacó, os irmãos de José tiveram medo, eles achavam que agora José poderia se vingar deles por tê-lo vendido.

José: Não tenham medo meus irmãos, Deus me trouxe ao Egito para que eu pudesse salvar minha família da fome, eu cuidarei de vocês.

Assim, a família de José viveu no Egito por muitos anos, eles tinham bastante comida e tudo mais que necessitavam. José morreu com cento e dez anos, seu corpo foi embalsamado e colocado em um enorme caixão no Egito.

FIM. 

Almiro Júnior

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