A Origem

A Origem – Capítulo 05 (Penúltimo)

A Origem

CENA 01 / Isaque desiste de seus poços

Inicio de ano novo, as colheitas de Isaque foram esplêndidas. Ele enriqueceu, prosperou, até ficar muito rico. Possuía ovelhas, bois e um grande número de servos, a ponto dos filisteus o invejavam. Por isso, tapavam todos os poços que os servos de Abraão, seu pai, tinham cavado nos seus dias, enchendo-os de terra. Abimeleque, rei dos filisteus, conversou com Isaque.

Abimeleque: Isaque vá para outro lugar, você ficou mais rico e poderoso do que nós, chega, aqui não tem lugar para dois homens poderosos, ou você sai, ou você sai, daqui não saiu nunca.

Isaque: Tudo bem, sei que a terra é sua, então logo buscarei o meu caminho.

Então, Isaque saiu de lá, acampou-se no vale de Gerar, e ficou morando ali. Ele voltou a abrir os poços cavados no tempo do seu pai Abraão. Os servos de Isaque cavaram um novo poço no vale e viram brotar ali uma fonte de águas subterrâneas, mas os pastores de Gerar brigaram com os de Isaque.

Pastor de Gerar: Esta água é nossa!

Por isso, Isaque chamou o poço de Eseque, porque discutiram por causa dele.

Os homens de Isaque abriram outro poço, e novamente houve briga por causa dele, por isso, recebeu o nome de Sitna. Saindo dali, Isaque mandou cavar outro poço.

Isaque: Como ninguém brigou por esse poço, irei o chamar de Reobote, agora o Senhor nos deu um lugar e prosperaremos novamente na terra.

Dali Isaque foi até Berseba, na mesma noite, o Senhor lhe apareceu.

Deus: Eu sou o Deus do seu pai Abraão. Não tenha medo, porque estou com você; eu o abençoarei e multiplicarei os seus descendentes, por amor ao meu servo Abraão.

Isaque construiu um altar e ofereceu culto ao Senhor. Armou ali as suas tendas, e os seus servos cavaram outro poço.

Dias depois, Isaque recebeu a visita de Gerar, era o rei Abimeleque, o conselheiro real Auzate e Ficol, o comandante do seu exército.

Isaque: Por que vieram a mim, visto que foram hostis comigo e me mandaram embora? Pois vocês sabem muito bem que preferi mudar-me e cavar outros poços do que brigar com vocês.

Abimeleque: Vimos claramente que o Senhor Deus está com você, por isso vamos fazer um juramento entre nós e uma aliança.

Auzate: Você não nos prejudicará, assim como nós não prejudicaremos você.

Ficol: Na verdade, nós tratamos bem você e o despedimos em paz. Vemos que o Senhor tem abençoado você.

Isaque: Não queria causar tudo isso, apenas estava fazendo meu trabalho. Não tenho nenhuma mágoa, aliás, estou prosperando bem mais aqui do que lá. Afinal, vamos ficar para o jantar?

Naquele mesmo dia, Isaque ofereceu um banquete para eles, comeram e beberam. No dia seguinte, bem cedo, os quatro fizeram um juramento. Feito isso, Isaque os despediu, e eles partiram em paz.

Depois da partida do rei de Gerar, os servos de Isaque vieram contar-lhe a respeito de um poço que tinham cavado, e disseram: “Achamos água!”. Isaque deu ao poço o nome de Seba, e por isso, aquela cidade é conhecida como Berseba.

CENA 02 / Isaque é enganado por Jacó

Dez anos depois…

Isaque envelheceu, e seus olhos ficaram tão fracos que quase não podia enxergar.

Isaque: Esaú meu filho, cadê você?

Esaú: Estou aqui meu pai, pode falar!

Isaque: Já estou velho e não sei quando vou morrer. Pegue o seu arco e as suas flechas e vá ao campo caçar algo para mim, e prepare uma comida do meu gosto, bem saborosa, e traga-me para que eu coma e o abençoe antes que eu morra.

Esaú: Estou indo ao campo agora meu pai.

Rebeca ouviu a conversa de Isaque com seu filho, quando Esaú foi ao campo, Rebeca correu em direção a Jacó.

Rebeca: Jacó, Jacó?

Jacó: Estou aqui mãe, o que houve?

Rebeca: Ouvi o seu pai falar com seu irmão Esaú, dizendo “Traga-me uma caça e prepare-me uma comida saborosa, para que eu a coma e o abençoe diante do Senhor antes de morrer”.

Jacó: O que tem com isso?

Rebeca: Meu filho, vá ao rebanho e traga-me dois dos melhores cabritos. Vou fazer uma comida saborosa para seu pai, como ele gosta. Você a levará para o seu pai, para que ele coma e o abençoe, antes de morrer.

Jacó: Meu irmão Esaú é peludo, e eu tenho a pele lisa. Pode ser que meu pai me toque e perceba que eu o estou tentando enganar e vou ser considerado um tolo. Em vez da benção, trarei maldição sobre mim.

Rebeca: Que venha sobre mim essa maldição, meu filho! Apenas faça o que digo a você, vá e traga-me os cabritos.

Rebeca vestiu Jacó com as roupas de Esaú para que ele tivesse o cheiro do irmão. Ela amarrou pedaços de pele de cordeiro em seus braços e pescoço para que ele parecesse peludo como Esaú. Jacó levou, então, a carne para Isaque. A princípio, Isaque suspeitou de alguma coisa. Porém, depois de cheiras as roupas e passar as mãos pela pele de cordeiro, ele comeu o guisado e deu a Jacó a sua benção.

Logo chegou Esaú e pediu a benção de Isaque.

Esaú: Pai, venha sentar-se e comer a caça que preparei, para que o Senhor me abençoe.

Isaque: Quem é você?

Esaú: Sou eu pai, Esaú, o seu filho mais velho.

Isaque (abalado): Então quem foi aquele que me trouxe a caça? Acabei de comer de tudo, antes que você viesse, e abençoei a ele, e essa benção ninguém pode tirar.

Esaú (voz alta): NÃO ACREDITO! O Senhor tem que me abençoar também, Jacó não pode ser o líder da família após sua morte.

Isaque: Meu filho, longe do s lugares férteis será a sua morada, sem o orvalho que cai do alto.

Esaú: Os dias de luto do meu pai se aproximam. Depois matarei o meu irmão Jacó.

CENA 03 / Jacó e a escada

Esaú planejou matar Jacó assim que seu pai morresse. Rebeca ouviu e percebeu que precisava mandar Jacó para longe de casa.

Rebeca: Que desculpa darei a Isaque? Meu Deus, me ajude! (Rebeca se dirige a Isaque).

Rebeca: Isaque, não podemos permitir que Jacó se case com uma mulher Cananéia. Vou mandar ele à minha família que está em Harã para que ele encontre uma esposa.

Isaque: Pode mandar Jacó para longe, com a minha benção.

Assim, partiu Jacó para a terra onde Rebeca passara sua infância. Quando o sol se pôs, ele acampou para passar a noite e usou uma pedra como travesseiro. Na mesma noite, Jacó teve um sonho muito estranho; Em seu sonho, havia uma escada que ia da terra até o céu. Anjos subiam e desciam aquela escada, em cujo topo estava o próprio Deus. No sonho, Deus falou com Jacó;

Deus: Eu sou o Senhor. Esta terra onde dormes, eu a darei a ti e aos seus descendentes. Eu te guardarei nesta jornada e te trarei de volta, são e salvo.

Quando acordou, Jacó disse que “Deus está neste lugar!” e “Esta é a porta do céu”. Então pegou Jacó a pedra que lhe serviria de travesseiro, colocou-a em pé e derramou azeite sobre ela. Ele chamou aquele lugar de Betel (que significa “Casa de Deus”).

Jacó prometeu que sempre adoraria somente a Deus. Ele prometeu também entregar a Deus um décimo de tudo o que ganhasse.

CENA 04 / Jacó casa-se com Raquel

Chegando a Harã, Jacó encontrou alguns pastores descansando perto de um poço coberto por uma grande pedra.

Jacó: Vocês conhecem meu tio Labão?

Pastor: Claro que conhecemos. Aí vem sua filha Raquel, trazendo algumas ovelhas.

Jacó rolou a pedra que cobria o poço e ajudou Raquel a dar água ás suas ovelhas. Quando ele contou a ela quem era, ela o levou para casa, para conhecer sua família.

Jacó: Tio, eu trabalharei para o senhor durante sete anos, se puder me casar com Raquel.

Jacó e Labão fizeram um acordo, mas Labão não cumpriu sua parte. Na noite do casamento, Labão trouxe Lia, a irmã mais velha de Raquel, para casar-se com Jacó. Naquele tempo, as noivas usavam véus cobrindo o rosto, de modo que Jacó, sem saber, casou-se com Lia. Na manhã seguinte, quando descobriu a verdade, Jacó ficou furioso e foi até Labão.

Jacó: Labão, não acredito nisso. Isso não foi o nosso acordo!

Labão: Em nosso país, você precisa casar-se primeiro com a filha mais velha. Agora você pode casar-se com Raquel, mas primeiro terá que trabalhar para mim por mais sete anos.

Com o passar dos anos, Jacó teve onze filhos e uma filha. Mas ele não estava feliz vivendo ali com Labão, e planejava voltar para casa.

Almiro Júnior

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