A Cor do Pecado

A Cor do Pecado – Capítulo 29

CENA 01. Vale do Sol. A Cor do Pecado. Dia.

Meninas voltam ao A Cor do Pecado.

Enquanto tiram as malas, também conversam.

Natália: — Mas então Viviane, não deu certo mesmo?

Viviane: — Não, não. Realmente, ele só queria me usar.

Iara a abraça e diz: — Fica assim não, amiga.

Viviane: — Mas é porque eu já estava gostando dele. E… Ele só quis me usar, ele não me amou.

Rita chega no momento e diz para a moça: — Concordo com Iara. E além do mais, você tem pessoas que te amam. Isso é o mais importante.

 

CENA 02. Vale do Sol. Casa de Carlos. Sala. Interior. Dia.

Melissa discute com Carlos.

Melissa o empurra e diz: — Culpa sua! Toda sua!

Carlos: — Minha? Como assim?

Melissa: — Você foi se distrair com o Samuel e aquela porca da Cecília veio me bater e conseguiu pegar o garoto.

Carlos: — A culpa não é minha, e sim sua.

Melissa: — Isso é piada mesmo né?

Carlos: — Não. Tínhamos que ter levado o garoto para outro lugar.

Melissa: — Pra onde? Diga- me.

Carlos: — Para a fazenda do seu pai.

Melissa ri e fala: — Se ele já me expulsou como eu entraria lá?

Carlos: — Entrando. Lá tem muitos galpões e várias entradas. Você que insistiu em trazê- lo pra cá.

 

CENA 03. Vale do Sol. Casa de D. Quitéria. Sala. Interior. Dia.

Andreia vai saindo com as malas, e Dona Quitéria chega na hora.

  1. Quitéria: — Pra onde você vai, Andreia?

Andreia: — Embora. A senhora já estava ciente disso.

  1. Quitéria: — Não, não. Você não irá. E por que nem despediu- se de mim?

Andreia: — Não queria incomodá- la. Você odeia ser incomodada. Mas então é isso. Tchau. Até breve.

  1. Quitéria: — E onde viverá? Como viverá? Como se sustentará?

Andreia: — Desculpe- me, mas isso é problema meu, Dona Quitéria. Vou indo.

  1. Quitéria: — Espere… É que.

Andreia finge não ter escutado e vai embora.

 

CENA 04. Vale do Sol. Convento. Quarto de Mônica e Olívia. Interior. Dia.

Olívia e Mônica conversam da fuga.

Mônica: — Tudo pronto, amiga? Você tem certeza que fará isso?

Olívia: — Sim! Acho isso aqui um pouco legal, mas já não aguento mais, e nem é o que eu quero para minha vida.

Mônica: — Acho que… É que… Acho que não vou.

Olívia: — Como não vai? Por que desistiu?

Mônica: — Isso não dará certo. Tenho medo de sermos pegas, poderá ser bem pior.

Olívia pega na mão da amiga e fala: — Confie em mim. Dará tudo certo.

 

CENA 05. Belo Horizonte. Gabinete do governador. Interior. Dia.

Governador liga para confirmar presença na reinauguração do A Cor do Pecado.

Governador liga para Samuel: — Olá meu querido amigo Samuel.

Samuel: — Olá, Vossa Excelência!

Governador: — Sem isso de Vossa Excelência, por favor. Não gosto desse tipo de tratamento entre nós. Mas te liguei para saber, ou melhor, confirmar uma coisa muito importante.

Samuel: — Sim. E do que trata- se governador?

Governador: — Da reinauguração do bordel. Ele é muito bem falado por aqui. Quando acontecerá a reinauguração dele?

Samuel: — Daqui a três dias.

Governador: — Ótimo! Tempo suficiente para eu chegar aí.

 

CENA 06. Vale do Sol. Centro da cidade. Dia.

Dona Quitéria vê as meninas entrando para o A Cor do Pecado.

  1. Quitéria vai até Rita e pergunta: — Mas o que significa isso?

Rita: — Nossa volta, ué.

  1. Quitéria: — Mas vocês podem ser presas por conta disso.

Rita: — Garanto que não.

  1. Quitéria: — Como não? É ordem do governador.

Rita: — Oh, que pena, Dona Quitéria. Sua farsa foi descoberta. Você sequer havia falado com o governador. Agora se a senhora me dá licença, tenho que pôr minhas malas para dentro. Até logo.

  1. Quitéria: — Ah! Mas eu estou perdendo a moral cada vez mais. Primeiro: a Andreia vai embora de minha casa. Ingrata! E agora essas meninas voltam. Mas isso não vai ficar assim.

 

CENA 07. Vale do Sol. Consultório do Dr. Orlando. Recepção. Dia.

Andreia procura emprego no consultório do Dr. Orlando.

Orlando: — Olá, moça.

Andreia: — Olá.

Orlando aperta a mão dela e fala: — Prazer, Dr. Orlando. Mas pode me chamar só de Orlando.

Andreia: — Prazer, Andreia.

Orlando: — E aí? Veio se consultar?

Andreia: — Não. É que eu queria trabalhar aqui.

Andreia vê moça anotando algumas coisas na sala de consulta e diz: — Ah, mas pelo visto já tem gente.

Orlando: — Nada disso! Você veio em ótima hora. Eu estou precisando mesmo de alguém para ficar aqui. Ela já está de saída para a capital.

Orlando mostra valor do salário, e Andreia anima- se: — Jura que eu vou ficar aqui? Você só pode estar de brincadeira.

Orlando: — Não, não. Você pode começar amanhã?

Andreia: — Se quiser eu já começo hoje.

Orlando: — Hoje não. Vá descansar. Pode ir. Conto com você amanhã às 08h.

Andreia: — Até mais doutor.

Antes de sair, ela pega em sua mão e diz: — Obrigado, você é muito generoso!

Nessa hora já pinta um clima entre os dois.

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