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Criminal Secrets

Criminal Secrets – Capítulo 6 (Existe ex de freiras?) Ultima semana.

Capítulo 6.                         (Existe ex de freiras)

Participações especiais.

Madre Glória- Madre superiora do convento e teme com que o segredo de sua pupila seja exposta pra todos.

Irmã Lurdes- Irmã do convento e preferida da Madre, ela é vista como a próxima madre do convento.

Miguel – Ex-namorado de Lurdes que ainda a ama. E vai usar um dos seus segredos pra tentar recuperá-la

Cena 1/Rio de Janeiro/Manhã

Convento.

Na sala da madre superiora, Anderson conversa com a Madre Glória e com a irmã Lurdes.

Anderson: Eu confesso que eu fiquei bastante surpreso quando a senhora me ligou. Nunca me imaginei trabalhando para uma freira.

Glória: Eu liguei porque isso é um assunto de vida ou morte.

Anderson: Roubaram a água benta?

Glória: Quando o senhor terminar com as piadinhas, me avise que conversaremos sério.

Anderson: Desculpe. É porque eu nunca me vi nessa situação. Pode falar madre.

Glória: Essa é a irmã Lurdes. Ela é a minha melhor pupila. E com certeza ela vai ser a madre que vai me substituir aqui no convento. E isso me deixa muito orgulhosa.

Anderson: Parabéns irmã Lurdes. Mas eu não entendo em que os meus serviços podem ser úteis.

Glória: O Miguel. Esse é o nosso problema.

Anderson: Quem é o Miguel?

Lurdes: Meu ex-namorado.

Anderson: Freiras têm ex-namorados?

Glória: Todos nós temos um passado de que não nos orgulhamos. E esse é o da irmã Lurdes. O Miguel possui um vídeo intimo da irmã de quando eles namoravam e viviam no pecado. Ele enviou para o convento e ele está ameaçando vazar esse vídeo. Você não pode deixar isso acontecer. Isso pode acabar com a vida da irmã Lurdes e com o convento.

Anderson: Não se preocupe. Eu vou arrumar a solução pra isso, nem que eu tenha que fazer do jeito que o diabo gosta.

A madre Glória e a irmã Lurdes o encaram.

Anderson: Desculpe. Foi só jeito de falar.

Cena 2/Mangaratiba/Manhã.

Casa dos Norton.

No escritório, sentado a mesa, Eduardo analise alguns relatórios e Gabriela entra no escritório e coloca uma pasta na mesa.

Eduardo: O que é isso?

Gabriela: Os papeis do divorcio. Eu vou me separar de você.

Eduardo: Claro que não.

Gabriela: Eu já olhei com o advogado. Eu sei dos meus direitos. Nós vamos fazer a partilha dos bens que tivemos após o casamento.

Eduardo: Você está me ouvindo? Eu não vou me separar de você.

Gabriela: Eu não abro mão da casa em Búzios. Eu preciso de um lugar pra relaxar e você nunca gostou de lá mesmo. Você pode ficar com essa casa e o apartamento do centro.

Eduardo levanta e segura o braço de Gabriela.

Eduardo: Você está me ouvindo? Eu não vou me separar de você. Isso vai atrapalhar e muito a minha carreira política.

Gabriela: Eu estou me lixando pra você.

Gabriela sai do escritório.

Cena 3/Rio de Janeiro/Manhã.

Apartamento de Anderson.

Na sala, Anderson e Mario conversam.

Anderson: Tenho um novo trabalho pra você. Eu preciso que você investigue a vida de Miguel Correia. Ele tem um vídeo intimo de uma freira e eu preciso impedir que ele vaze na internet.

Mario: Oi? Ele tem o que?

Anderson: Eu sei que é estranho. Eu ainda estou tentando entender essa situação. Mas ele era o ex-namorado da freira. Eu preciso impedir que ele atrapalhe a carreira religiosa dela. Existe carreira religiosa?

Mario: Existe ex de freiras?

Anderson: Nem me pergunte.

O celular de Anderson toca. Ele olha a mensagem.

Anderson: A Mag quer me encontrar na lanchonete. Ta ficando difícil.

Mario: Ela quer saber sobre a história da Verônica. Talvez seja melhor você contar e acabar com isso de uma vez. Você não confia nela?

Anderson: Confio. Claro. Mas é um assunto perigoso. Quanto menos pessoas ficarem sabendo disso é melhor pra todos.

Cena 4/Rio de Janeiro/Manhã.

Cafeteria.

Sentada à mesa, Mag toma café. Anderson entra na cafeteria e vai direto até a mesa de Mag e senta.

Anderson: Eu sei o porquê desse encontro Mag. Achei que tinha ficado claro pra você que eu não posso te falar o que você quer ouvir.

Mag: Eu só quero entender o que aconteceu? Por que você pediu meu irmão pra te ajudar a consumir um corpo?

Anderson: Porque seu irmão foi expulso do exercito por atos que pode ser considerados hediondos. E quem o ajudou a não ir pra cadeia foi eu. Então ele me devia um favor. E eu cobrei.

Mag: Quem morreu? Quem é esse cadáver?

Anderson: Eu não posso falar. Eu não posso expor meus clientes. Eu não vou até o seu trabalho e peço você pra falar dos seus clientes. Então por favor, não me peça isso.

Mag: Por que o Julio está me dizendo então que foi você quem matou alguém? Isso que eu não entendo.

Anderson: Ele não gosta de mim. Você sabe disso. Eu sei disso. Todos sabemos disso. Ele quer me ferrar. Mas não tem com que me ferrar. Então ele inventa. Agora eu preciso trabalhar. Se cuida.

Anderson levanta, da um beijo na testa de Mag e sai da cafeteria.

Cena 5/Rio de Janeiro/Manhã.

Rua.

Na calçada, Anderson caminha falando no celular.

Anderson: Você foi baixo Julio. Você não tinha que ter falado nada pra Mag. Eu sei que você não gosta de mim. Eu também não gosto de você. Mas quando você precisou da minha ajuda na época do exercito eu te ajudei. Eu apenas de cobrei o favor de volta então para de colocar a Mag contra mim.

Anderson desliga o celular, o celular toca e Anderson lê no visor “PAI” e atende.

Anderson: O que você quer?

Voz de Eduardo: Sua mãe enlouqueceu. Ela quer se separar de mim. Ela não pode fazer isso. Vai acabar com a minha carreira política. Você precisa fazer alguma coisa.

Anderson: Meu Deus. Vocês não conseguem fazer nada sem eu ter que entrar no meio. Ela quer se separar? Ótimo. Ela devia ter feito isso anos atrás. Ninguém estaria nessa situação se isso já tivesse acontecido. Resolvam os seus problemas. Eu não sou baba de vocês.

Voz de Eduardo: Mas Anderson…

Anderson: Vai pro inferno.

Cena 6/Rio de Janeiro/Tarde.

Flat de Miguel.

Em pé na sala, Miguel e Anderson conversam.

Miguel: As coisas ficaram serias para o convento. Mandaram Anderson Norton pra resolver esse problema. Isso quer dizer que eu estou encrencado não é isso?

Anderson: Não, se você colaborar.

Miguel: Você pode ir a até o convento e dizer que mandar o Anderson na minha casa me amedrontar funcionou. Mas eu não vou desistir.

Anderson: Miguel, você sabe que o que está fazendo é errado. Alem de pecado. Freiras são quase santas.

Miguel: Não são. Principalmente a Lurdes. Ela não é santa, se ela fosse ela não teria feito o que fez comigo.

Anderson: E o que ela fez com você?

Miguel: Ela me fez ficar apaixonado e depois me largou. Ela me usou. Ela me prometeu amor, casamento, filhos. E agora ela está no convento. Isso não é justo. Eu quero a mulher que eu amo de volta.

Anderson: Você está fazendo isso por amor?

Miguel: Esse vídeo é a única arma que eu tenho pra poder fazer a Lurdes de desistir disso e voltar pra mim. E eu vou usá-la. Ela tem até o fim de semana pra desistir antes que esse vídeo vaze. Pode dizer isso a ele. E nossa conversa acabou.

Cena 7/Rio de Janeiro/Noite.

Convento.

Sala da madre.

Glória: Ele ainda teve a audácia de nos ameaçar? Quem ele pensa que é? A mão de Deus vai cair sobre ele. Eu tenho certeza.

Anderson: O que ele está fazendo é uma medida desesperada pra ter a namorada de volta. Ela a ama. Eu não acho que isso seja a pior coisa do mundo. Claro que os métodos que ele esta fazendo isso é errado. Mas ele só está lutando por amor. Se não fosse trágico seria romântico.

Glória: Você está trabalhando pra ele agora? Está do lado dele agora? Você defendendo ele na minha frente. Lembre-se que eu te contratei. Sou eu que vou assinar o cheque do pagamento.

Anderson: Eu sei madre. Peço desculpas se eu estressei a senhora. Não foi a minha intenção. Eu só acho que antes de continuarmos com essa história, devíamos ouvir o que a irmã Lurdes tem a dizer. Por que ela não está aqui?

Glória: Ela está em oração. Eu sei o que é melhor pra minha pupila. Vá e resolva isso. Agora.

Anderson intimidado pela Madre sai da sala.

Cena 8/Rio de Janeiro/Noite.

Apartamento de Anderson.

Sentados no sofá tomando vinho, Anderson e Mario conversam.

Anderson: Confesso que eu fiquei um pouco assustado com a Madre. O jeito que ela falou. Nunca imaginei que uma Madre poderia ser tão autoritária assim.

Mario: Aprendendo com a vida.

Anderson: Com certeza.

Mario encara Anderson.

Anderson: O que foi?

Mario: Nada. Eu só estou te olhando.

Anderson: Mario…

Mario: Não estou fazendo nada.

Anderson: Não tem nada.

Mario: Tem certeza?

Os dois se olham por alguns instantes, o celular de Anderson e quebra o silencio que estava ente os dois enquanto se olhavam. Anderson lê no visor “MÃE” e rejeita a ligação.

Anderson: Não estou aguentando minha família hoje. Vamos trabalhar Mario? O que você descobriu sobre o Miguel?

Mario: Nada. Fiz tudo que eu pude, mas ele está limpo. A coisa mais suja que eu consegui foi contas. Nome no SPC.

Anderson: Então eu terei que arrumar a solução de outra forma. Acho melhor eu ir dormir. Penso melhor quando estou descansado.

Anderson levanta e vai pro quarto, Mario fica no sofá e continua bebendo.

Cena 9/Rio de Janeiro/Manhã.

Flat de Miguel.

Na sala, Miguel abre a porta e vê Anderson.

Miguel: Você de novo?

Anderson entra no flat: Eu de novo. Miguel, você é um cara legal. Um cara de bem. Eu não quero ter que apelar com você. Desiste disso.

Miguel: Não. É a minha melhor chance.

Anderson: Eu te investiguei e você é honesto. Integro. Você só está com o nome no SPC. Talvez um acordo financeiro resolva essa situação Que tal? Todo mundo sai ganhando.

Miguel: Acho que você pode ir embora.

Anderson: Miguel…

Miguel: Por favor, sai da minha casa.

Anderson: Tudo bem. Você não quer colaborar, eu vou ter que agir da maneira que eu sei. Vou te acusar de trafico, sonegação de impostos, chantagem com uma freira, danos morais. Você vai pra cadeia. E sabe-se lá o que vão fazer com você lá dentro. Freira é muito respeitada por presidiários. Pense bem.

Miguel: Você vai-me dizer que está fazendo isso em nome de Deus também?

Anderson: Não. Estou fazendo isso em nome da Madre Glória que vai assinar o cheque do meu pagamento.

Miguel: Você pode tentar de tudo. Você pode querer destruir meu amor. Mas no fim, o amor sempre vence.

Cena 10/ Mangaratiba/Tarde.

Casa dos Norton.

No quarto, Pedro entra e vai direto pro banheiro. Ele vai até o lavabo e lava o rosto e se olha no espelho. Como se o seu reflexo estivesse o encarando.

Pedro: Eu preciso falar a verdade. Eu não aguento mais.

Pedro vai até a cama e pega o celular, e liga para Anderson, mas antes da chamada completar ele desliga.

Pedro: Eu não consigo. Eu não posso fazer isso.

Cena 11/Rio de Janeiro/Noite.

Convento.

Na calçada do convento, Miguel conversa com Lurdes que está do lado de dentro do convento. Sendo separados pelo enorme portão de grades.

Miguel: Não estou fazendo isso pra te magoar. Você sabe disso. Eu não vivo sem você.

Lurdes: Já viveu por quase 2 anos. Você consegue o resto da vida. Eu escolhi ser freira. Esse é o meu propósito.

Miguel: Mentira. Você não escolheu isso. E tudo que vivemos. E tudo que você me jurou. Amor, casamento, família.

Lurdes: Agora eu jurei amor a Deus. E é a Ele que eu sirvo.

Miguel: Não fala isso. Eu não aceito. Eu quero você.

Lurdes: Desiste Miguel. Eu vou seguir minha vocação. Aceite. Agora vai embora. Não temos mais nada pra conversar.

Lurdes entra para o convento, no corredor ela encosta-se na parede e fica pensativa. De longe a Madre observa Lurdes.

Madre Glória: Você vai não pode desistir do seu propósito agora. Não vou deixar o inimigo atrapalhar sua vocação.

Cena 12/Rio de Janeiro/Manhã.

Apartamento de Anderson.

No quarto, Anderson dorme deitado na cama. Mario entra no quarto desesperado.

Mario: Andy, Andy acorda.

Anderson acorda: O que aconteceu?

Mario: Você precisa ver isso.

Mario liga a TV e eles assistem o Jornal. Na TV a foto da Madre Glória e de Miguel. E escutam a voz do repórter.

– Uma das madres mais respeitadas se entregou a policia e confessou que matou com 3 golpes de facada no peito, o jovem Miguel Correia. Ele foi encontrado pela policia no seu apartamento 30 minutos depois que a Madre Glória se entregou. Você confere a matéria completa agora.

Anderson levanta da cama e sai do quarto.

Cena 13/Manhã.

Delegacia.

Na sala de visita, sentados a mesa Anderson e Madre Glória conversam.

Anderson: Madre…

Glória: Ele esteve no convento ontem à noite. Ele falou com ela. Eu vi o quanto à presença dele mexeu com ela. Eu não podia deixá-la fraquejar. Isso era armadilha do inimigo. Agora ele não vai poder vazar vídeo nenhum.

Anderson: Madre… Eu invadi o flat dele ontem à noite e roubei o pen drive com o vídeo. Ele não tinha mais com o que chantagear a irmã Lurdes. A senhora devia confiar em mim, quando eu tinha dito que resolveria. Mas tudo bem, eu vou dar um jeito de tirar a senhora daqui. Vamos alegar legitima defesa. Ele atacou a senhora num momento de fúria porque a senhora foi pacificamente pedir pra ele deixar sua pupila em paz. Vai funcionar.

Madre Glória: Não. Eu cometi um erro. Um erro enorme. Um crime. Por um bem maior. Mas ainda sim eu cometi um crime e fui contra as leis de Deus. Eu tenho que pagar pelo que eu fiz. Eu tenho. Obrigado Anderson. Não preciso mais dos seus serviços.

Anderson: Mas madre…

Madre: Já pode ir.

Cena 14/Rio de Janeiro/Manhã.

Rua.

Dentro do carro, Anderson dirige pensativo. As palavras da Madre ecoam na sua cabeça “Eu cometi um erro. Um erro enorme. Um crime. Por um bem maior. Mas ainda sim eu cometi um crime e fui contra as leis de Deus. Eu tenho que pagar pelo que eu fiz”.

Cena 15/ Mangaratiba/Manhã.

Casa dos Norton.

No quarto de Pedro, Anderson entra e o vê deitado.

Anderson: Precisamos conversar.

Pedro: Que bom que você veio aqui. Eu preciso mesmo conversa com você. Eu to cansado já.

Anderson: Eu sei que foi você quem matou a Verônica. Eu quero saber o motivo.

Pedro: O que? Eu não matei a Verônica.

Anderson: Matou sim. Minha mãe te viu com o pássaro de ferro na mão. Ela viu você. Eu sei de tudo Pedro.

Pedro: Não. Você não sabe. A nossa mãe te disse isso porque ela queria colocar a culpa em mim de um crime que ela cometeu. Ela me viu com o pássaro na mão sim. Mas porque eu achei esse colar preso nele. Esse colar era da nossa mãe.

Pedro pega o colar na gaveta e mostra Anderson.

Anderson assustado sussurra: Esse colar é meu.

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