No Rumo da Vida

Capítulo 06 | Seguindo em Frente – No Rumo da Vida

https://www.youtube.com/watch?v=N7TNAu3-_HM

[CENÁRIO 01 – CASA DA CARLA/ ÁREA EXTERNA DA CASA/ DIA]
(após Felipe saber que Carla talvez não volte mais para o Rio, uma  grande tristeza surge em seu peito. A impressão de seu rosto logo se fecha e ele apenas fica olhando para porta, imaginando o que teria acontecido se tivesse se declarado antes)
CAMILA – (achando que ele não está bem) Você está bem? Fico apreensivo de repente? (Felipe não responde) Você é conhecido da família? (continua sem responder) Quem é você?
FELIPE – (desanimado) Ninguém. (vai embora de cabeça baixa, entra no carro e dirige sem rumo. Camila o observa, confusa)

[CENÁRIO 02 – CASA DO FELIPE/ SALA/ DIA]
PAULO – (descendo as escadas em direção á sala) Bom Dia.
VIVIANE – Bom dia, filho. Passou no quarto do seu irmão para acordá-lo?
PAULO – (sério) Tenho uma coisa para contar pra senhora!
VIVIANE – Que coisa? Que cara é essa filho? Cadê o seu irmão?
PAULO – (senta ao lado da mãe) Ele saiu de casa.
VIVIANE – (nervosa) Como assim? Onde está seu irmão, Paulo?
PAULO – Eu não sei, mas acho que ele não vai voltar.
VIVIANE – Ele não pode fazer isso com a gente. Eu quero o meu filho Paulo… (ela se levanta em direção á porta, mas antes que chegasse desmaia)
PAULO – Mamãe!! (corre rapidamente para socorre-la) Mãe acorda. Mãe…

[CENÁRIO 03 – CASA DA ROSÁRIO (SÃO PAULO)/ SALA/ DIA]
(Carla chega a casa da sua madrinha)
ROSÁRIO – Pronto meninas, chegamos. Sejam bem-vindas!
CARLA – Obrigada madrinha. Sem a senhora, talvez não saberíamos o que fazer agora.
ROSÁRIO – Você é como uma filha pra mim, Carla! Você também, Paula. Vocês são minhas duas novas filhas. Eu sei que a minha comadre, onde ela estiver, está feliz sabendo que vocês estão aqui comigo. Venham, vou mostrar o quarto de vocês!
PAULA – E o Diego e a Roberta? Eles não estão?
ROSÁRIO – Não, a Roberta está na faculdade e o Diego trabalhando, mas daqui a pouco chegam ai. Mas venham, é bom vocês começarem a se instalar agora e depois vamos comer alguma coisa. Tenho certeza que vocês não comeram nada na viagem.

[CENÁRIO 04 – CASA DA LUANA/ SALA/ DIA]
(após realizar o teste, Luana volta para casa confusa, ainda não entendendo o plano da mãe)
LUANA – Sinceramente mamãe, eu não entendi seu plano ainda?
VERÔNICA – Pensei que você tinha puxado pelo menos um pouquinho pra mim, Luana.
LUANA – Eu acho que não…
VERÔNICA – Minha filha, usa pelo menos um pouco dos neurônios que restaram nessa sua cabeça e pensa.  Você acha que eu iria te levar a um laboratório qualquer, sem que eu tivesse alguém de confiança lá dentro.
LUANA – Como assim?
VERÔNICA – Eu paguei a enfermeira para falsificar o teste de gravidez.
LUANA – Não acredito! (se joga no sofá aliviada) Então a senhora já sabe o resultado desse envelope?
VERÔNICA – Sei. Você está grávida minha filha!
LUANA – Sim, mas tem um detalhe mamãezinha?
VERÔNICA – E qual seria?
LUANA – Eu não estou grávida de verdade!
VERÔNICA – Pelo visto vou ter que explicar essa parte também.
LUANA – Ajudaria muito.
VERÔNICA – Filha, com esse teste confirmando que você realmente está grávida, tenho certeza que o Felipe vai retomar o noivado com você. Porque primeiro ele não seria capaz de abandonar um filho por aí.
LUANA – E depois?
VERÔNICA – E depois quando vocês retomarem o noivado, você vai seduzi-lo, se insinuar para ele, até vocês conseguirem ir pra cama e o resto você deve saber ou quer que eu explique também.
LUANA – Não precisa, entendi agora. Mas e se eu não conseguir engravidar?
VERÔNICA – Se você conseguir fazer direitinho do jeito que eu estou te falando, vai engravidar sim. E se ele vir com historia de se prevenir, não deixe, afinal você já está grávida mesmo, não tem mais do que prevenir.
LUANA – Eu não sei, na cabeça da senhora, está tudo certinho, perfeito. Como se realmente fosse acontece como á senhora quer.
VERÔNICA – E vai, se você não cometer nenhuma falha, entendido? Agora trate de ficar bem bonita, que vamos na casa dele. E deixe que eu fique com esse teste, antes que algo aconteça com ele. (pega o envelope da mão da filha e sobe para o quarto)

[CENÁRIO 05 – CASA DA ROSÁRIO (SÃO PAULO)/ Q. DE HOSPEDES/ DIA]
ROSÁRIO – Aqui vocês podem guardar as roupas de vocês. Eu queria ficar mais, só que eu tenho que preparar o almoço, enquanto isso, vocês podem ir se instalado. Precisando só chamar.
CARLA – Pode deixar madrinha. (Rosário sair do quarto e Paula se senta na cama pensativa)
CARLA – O que foi Paula? Não gostou do quarto?
PAULA – Não, não é isso. O quarto é bacana.
CARLA – Então, qual é o problema?
PAULA – Sentindo falta de casa, da mamãe…
CARLA – Eu também, mas temos que superar essa etapa. Por isso que viemos pra São Paulo.
PAULA – Você fala como se fosse fácil.
CARLA – Não é fácil, eu sei. Mas você precisa ser mais forte que isso. Mamãe morreu! Papai morreu! Mas estamos aqui. Não foi dessa maneira que ela nós ensinou. Pelo contrário, nos ensinou a lutar e passar por todos os obstáculos que entrasse em nosso caminho, sempre a batalhar por aquilo que acreditamos e sonhamos.
PAULA – E se eu não conseguir?
CARLA – Você vai conseguir, porque você não está sozinha nessa. Agora que tal você animar essa carinha e ir arrumando suas coisas, que eu preciso fazer uma ligação!
PAULA – Pra quem você vai ligar?
CARLA – Para as meninas, eu prometi que iria ligar quando chegasse. (Carla se retirar do quarto e Paula começa tirar suas coisas da mala)

[CENÁRIO 06 – LANCHONETE/ DIA]
(Adriana e Joana entram na lanchonete, escolhem a primeira mesa vazia que encontram, Junior as ver e logo vai atende-las)
ADRIANA – Ah, estou exausta, com sono e ainda tenho um trabalho em grupo pra fazer mais tarde.
JOANA – Pensei que você não fosse mais voltar nessa lanchonete?
ADRIANA – Porque não voltaria? É um lugar legal e fica perto da faculdade.
JUNIOR – (chega á mesa onde elas estão e olha para a Adriana) Oi.
ADRIANA – Eu não sei o que vou pedir. (pegando o cardápio e não olha para ele) O que você quer Joana?
JUNIOR – Pensei que não voltaria aqui…
ADRIANA – (o ignora) Acho que eu vou querer isso, está bom pra você Joana? (mostra o que quer para Joana, a mesma confirma com a cabeça)
ADRIANA – Vamos querer isso aqui está bom.
JUNIOR – (confuso) Você está chateada comigo? Eu fiz alguma coisa errada ontem?
ADRIANA – Não, você foi bom ontem.
JUNIOR – Agora está falando comigo?
ADRIANA – Como eu disse, foi bom ontem. Então, as coisas funcionam assim, o que rolou ontem, ficou ontem, hoje já é um novo dia.
JUNIOR – Não estou entendo?
ADRIANA – É melhor assim gatinho, você não entender mesmo. É melhor você trazer nossos pedidos, como você mesmo disse seu gerente não gosta de ver os funcionários conversando com os clientes.
JUNIOR – (confuso e decepcionado) Tá, é já que eu trago os pedido de vocês. (volta para o balcão)
JOANA – Porque você tratou assim ele?
ADRIANA – Eu já te expliquei e também não estou com vontade de explicar de novo.

[CENÁRIO 07 – CASA DA ROSÁRIO (SÃO PAULO)/ CORREDOR/ DIA]
(Carla liga para o apartamento da Camila, porém, não tem ninguém no apartamento)
CARLA – (voltando para o quarto) Estranho? Ninguém atente.
PAULA – Deve ter ninguém, quem sabe elas ainda não estão na faculdade.
CARLA – Bom, eu ligo mais tarde então. Vamos terminar de arrumar nossas coisas e descer, quem sabe a madrinha está precisando de alguma coisa.

[CENÁRIO 08 – CASA DO FELIPE/ Q. DE VIVIANE/ DIA]
(Paulo havia ligado para o médico da família e ele já medicou Viviane)
PAULO – O que ela tem doutor?
MÉDICO – Só a pressão dela que caiu e provocou esse desmaio. Eu recomendo que ela repouse bastante. Qualquer problema que possa provocar algum estresse ou uma irritação a ela, sugiro que o mantenha longe.
PAULO – Pode deixar, eu vou cuidar disso.
MÉDICO – Eu lhe dê um calmante, acho que ela vai dormir o dia inteiro, melhor assim.
PAULO – Entendo.
MÉDICO – Qualquer coisa, só me chamar.
PAULO – Claro, eu o acompanho até a saída.
MÉDICO – Claro. (Paulo e o médico saem do quarto)

[CENÁRIO 09 – LANCHONETE/ DIA]
(Junior vem trazendo os pedidos. Joana percebe que ele ficou meio triste com o fora que levou da Adriana)
JUNIOR – Está aqui o que vocês pediram.
ADRIANA – (não olha para o rapaz) Ainda bem, estava morrendo de fome.
JUNIOR – Vão querer mais alguma coisa?
ADRIANA – Não, qualquer coisa chamamos você!
JUNIOR – Licença. (volta para o balcão)
JOANA – Ele ficou arrasado, Adriana.
ADRIANA – Entenda Joana, eles podem ficar iludidos por você, mas você nunca pode se iludir por eles. Vai comer não? (Joana come, mas não tira os olhos do Junior)

[CENÁRIO 10 – CASA DA ROSÁRIO (SÃO PAULO)/ COZINHA – Q DE HOSPEDES/ DIA]
(Rosário está terminando de arrumar a mesa e repara que Diego chegou em casa)
ROSÁRIO – Já chegou Filho?
DIEGO – A Carla já chegou? (pergunta da sala)
ROSÁRIO – Já, está lá em cima com a irmã dela, arrumando suas coisas. (quando repara na sala, ver que Diego já não estava mais lá, pois tinha corrido escada a cima, atrás da Carla)
DIEGO – (bate na porta) Oi, posso entrar?
CARLA – Diego! (o abraça) Estava com saudades.
DIEGO – Você realmente estava com saudades?
CARLA – Claro, de você e da Roberta.
DIEGO – (decepcionado) Ah sei. Oi, Paula. (a abraça também)
PAULA – Oi.
DIEGO – Cresceu, hein?
PAULA – Não tanto como você?
DIEGO – Que é isso. Está linda viu. Mas quem está linda mesmo é você Carla.
CARLA – Obrigada.
DIEGO – Vocês gostaram do quarto?
PAULA – Gostamos, apesar de ser pequeno, vai caber á gente com certeza.
DIEGO – Que bom. Vocês podem se sentir como se estivessem na casa de vocês.
CARLA – Pode deixar.
DIEGO – Bem, eu queria ficar mais pra conversar com vocês, no entanto eu cheguei agora do trabalho, preciso tomar um banho.
CARLA – No almoço conversamos mais.
DIOGO – Com certeza. (ele ia saindo do quarto, quando lembra de uma coisa) Ah ia me esquecendo, sinto muito pela morte da mãe de vocês. Saibam que vocês não estão sozinhas.
CARLA – Obrigada.
DIEGO – Estou indo.
CARLA – Logo estamos descendo também.
DIEGO – Até daqui a pouco, então.
CARLA – Até! (ele agora sair do quarto)
PAULA – Então, você acha ainda que ele gosta de você?
CARLA – Você não reparou na cara dele?
PAULA – E o que você vai fazer?
CARLA – Eu não sei, se ele toca nesse assunto, eu vou ter que ser sincera com ele.
PAULA – Boa sorte, então.

[CENÁRIO 11 – LANCHONETE/ DIA]
ADRIANA – Vamos? Daqui a pouco, vou ter que estudar e quero pelo menos tirar um cochilo.
JOANA – Vamos. (ela ver Adriana, pegando dinheiro da bolsa, sem chamar o garçom) Não vai pedir a conta?
ADRIANA – Não precisa, isso aqui dar e o troco fica para funcionário. (coloca o dinheiro sobre a mesa e se levanta) Então, vamos?
JOANA – Vamos, né. (elas saem, enquanto Junior vai arrumar a mesa, pega o dinheiro e não esconde a decepção com Adriana)

[CENÁRIO 12 – CASA DO JUNIOR/ COZINHA/ DIA]
(Junior chega em casa triste e caminha em direção ao sofá. Sua mãe que estava na cozinha, repara o filho desanimado e vai ver o que houve com o filho)
HILDA – Chegou cedo filho, o que houve?
JUNIOR – Eu sou um idiota!
HILDA – Porque está dizendo isso filho?
JUNIOR – Sabe a garota com quem eu sair ontem á noite? Hoje ela foi até a lanchonete e ficou me evitando. Como se eu não estivesse lá. Como se o que aconteceu ontem a noite, não significasse nada?
HILDA – Ela não te disse por que agiu assim?
JUNIOR – Não, só si dirigiu a mim, pra fazer o pedido e foi embora, sem dizer tchau.
HILDA – Estranho filho, quem sabe não era a garota que estavam nas cartas.
JUNIOR – (se levanta) Não começa mamãe, as cartas da senhora não dizem nada, essa é a verdade. (vai para o quarto com raiva)

[CENÁRIO 13 – APARTAMENTO DA CAMILA/ SALA/ DIA]
CAMILA – Meninas… cheguei. (ela anda pelo o apartamento, ninguém responde, imagina que as meninas ainda devam está na rua) Parece que elas não chegaram ainda. (ela vai em direção ao quarto, quando o telefone toca) O telefone, deve ser a Carla ligando pra avisar que já chegou! (volta correndo pra sala) Alô, Carla?
BIANCA – Alô, filha, não conhece mais a voz de sua mãe?
CAMILA – (espantada) Mãe!!!
BIANCA – Que foi filhinha, estava com saudades? (Camila desliga o telefone e senta no sofá assustada, nesse momento Adriana e Joana chegam em casa)
ADRIANA – Ah finalmente, não vejo á hora de me jogar na cama. (vai direto para o quarto e não percebe o que houve com a Camila)
JOANA – Você não vai acreditar o que a Adriana fez? Você acredita que… O que foi, Camila? Você parece assustada?
CAMILA – Ela me encontrou!!
JOANA – Ela quem?
CAMILA – (nervosa) Ela me encontrou Joana, ele conseguiu me encontrar!
JOANA – Ela quem Camila? Porque você tá tão assim nervosa? (o telefone toca mais uma vez)
CAMILA – Não atente Joana, deixa tocar, não atende, por favor.
JOANA – Está bem eu não vou atender. Mas me diz, porque você tá assim? Quem que te achou?
CAMILA – Minha mãe, ela conseguiu me achar depois de tanto tempo! (ela coloca a cabeça sobre as pernas da Joana e Joana não entende nada)

Anoitecendo…

[CENÁRIO 14 – CASA DA ROSÁRIO (SÃO PAULO)/ Q. DE HOSPEDES/ NOITE]
ROSÁRIO – Licença, posso entrar?
CARLA – Claro, madrinha, a casa é da senhora.
ROSÁRIO – Eu vim ver se vocês estão bem instaladas? Se precisam de alguma coisa…
CARLA – Já organizamos nossas roupas, tudo certo madrinha.
ROBERTA – (entrando no quarto) Oi, vou entrando. Vim bater um papo com essas moças.
ROSÁRIO – Quem bom que apareceu filha. Fica aqui fazendo companhia, quando eu vou lá em baixo terminar de lavar aquelas louças.
CARLA – Se a senhora quiser eu posso lavar para a senhora?
ROSÁRIO – Não filha, pode ficar ai conversando. (ela sair do quarto e deixa Carla e Roberta sozinhas no quarto)
ROBERTA – Cadê a Paula?
CARLA – No banheiro.
ROBERTA – Nossa, faz quanto tempo mesmo que a gente não se via…?
CARLA – Eu acho que uns 10 anos, por aí…
ROBERTA – Acho que a única que mudou aqui foi a Paula, porque você tá a mesma.
PAULA – O que é que tem eu? (entrando no quarto)
ROBERTA – Estávamos aqui dizendo o tanto de tempo que passamos sem notícia uma da outra e a única que mudou foi você.  Que está grande, quase uma mulher já, formada.
PAULA – É porque naquela época, eu era criança ainda, né. Tinha meus 4 anos, por aí.
CARLA – Já você e o Diego, quem mudou mais acho que foi o Diego.
ROBERTA – Pena que certas coisas não mudaram junto com ele!
CARLA – Ele ainda gosta de mim, né?
ROBERTA – Se ainda gosta de você? Gostar é pouco! Ele nunca conseguiu te esquecer, Carla. Nunca teve uma relação que durasse mais de um mês, sempre colocava erros nas pretendentes que eu escolhia pra ele.
CARLA – Só que ele tem que entender, que eramos criança. O que eu sentia por ele, não é o mesmo que eu sinto hoje.
ROBERTA – Ele ainda tem esperança de que vocês voltem.
CARLA – Agora não sei se foi uma boa ideia a gente ter vindo pra cá! Eu não quero magoar o Diego.
ROBERTA – Se você quiser, eu posso chamar ele aqui e resolvemos logo isso?
CARLA – Melhor não. Chegamos agora, o melhor é dar um tempo, aí sim, se ele vier com essa história, eu mesmo vou resolve-la.

[CENÁRIO 15 – CASA DO FELIPE/ SALA – Q. DE VIVIANE/ SALA]
(Felipe chega em casa depois de passar o dia inteiro fora)
PAULO – (rude) Finalmente decidiu aparecer?
FELIPE – Porque estar falando assim comigo?
PAULO – Ainda pergunta? Sair cedo de casa, faz nossa mãe passar mal e ainda volta pra casa como se estivesse tudo bem. O que foi? Veio buscar o que pra voltar pra rua?
FELIPE – Espera aí… A mamãe passou mal?
PAULO – Passou, ela agora está descansando no quarto. Porque já que o filho preferido dela não tava aqui para ajudar, eu tive que chamar o médico.
FELIPE – E como é que ela estar?
PAULO – Está bem. O papai estava certo, você não está nem aí pra gente!
FELIPE – Não fala besteira, Paulo. Eu estou indo ver a mamãe, quiser ficar falando sozinho, que fique. (ele sobe para o quarto de sua mãe. Ele a encontra dormindo, se aproxima dela devagar e senta ao seu lado) Desculpa mamãe. Isso tudo é por minha culpa. Não vou mais deixar á senhora sozinha. Vou ser o homem que meu pai queria que eu fosse.

[CENÁRIO 16 – APARTAMENTO DA CAMILA/ COZINHA/ NOITE]
(Adriana está na cozinha, comendo um sanduíche, que ela mesmo preparou, quando Joana entra)
ADRIANA – A Camila ainda está dormindo?
JOANA – Está!
ADRIANA – Mas o que é que ela tem?
JOANA – Não sei! Ela estava estranha hoje á tarde por causa de um telefonema que ela recebeu da mãe dela. Ficava falando que “Ela me encontrou!”, “Ela me encontrou!”, direto.
ADRIANA – “Ela” seria no caso a mãe?
JOANA – Isso.
ADRIANA – Mas porque ela ficou assim?
JOANA – Eu não sei! Ela disse que quando acordar amanha e tiver mais calma, contaria pra mim.
ADRIANA – Ok, depois então você me conta, tá. Vou voltar pro meu quarto, tenho um trabalho pra concluir. Boa noite. (pega seu sanduíche e vai para o quarto)

[CENÁRIO 17 – CASA DO FELIPE/ CORREDOR/ NOITE]
(Felipe sair do quarto de sua mãe e no corredor encontra Paulo)
PAULO – Então, foi ver se a mamãe tinha morrido que nem o papai?
FELIPE – Olha só o que você tá falando, Paulo?!
PAULO – O papai tinha razão. Você só pensa em si mesmo.
FELIPE – Não estou afim de brigar contigo.
PAULO – Porque sabe que é verdade o que estou falando!
FELIPE – (grita) Isso parar aqui. Chega de brigas, de discussões que não levam a nada.
PAULO – Fácil falar né, já que na primeira oportunidade você sair por aí e só Deus sabe quando volta.
FELIPE – A mamãe está precisando da gente, não devemos ficar brigando. Por isso, amanha eu estou pensando em ir até á empresa, saber como estão as coisa por lá, saber como funciona…
PAULO – Você não está falando isso, só por falar, está?
FELIPE – Não. Realmente quero mudar, Paulo. E eu preciso de sua ajuda, porque sozinho não vou conseguir. Quero aquilo que eu te pedi ontem, que você cuide da mamãe, quando eu não estiver aqui.
PAULO – Sabia, você não muda Felipe?
FELIPE – Calma, Paulo, eu não terminei. Quero que você cuide da mamãe quando eu estiver na empresa. Vou sair cedo amanha e você mesmo disse que o médico a recomendou ficar em repouso. E eu lá, não vou poder acompanhar ela, já você aqui vai estar mais perto, vai poder ajudá-la no que precisar.
PAULO – Sério?
FELIPE – Sério. Posso contar contigo?
PAULO – Pode. E desculpa por duvidar de você.
FELIPE – Esquece isso, o que vale agora é que não podemos ficar brigando assim.
PAULO – E você não vai precisar de ajuda na empresa, afinal ela é minha também?
FELIPE – Eu ainda vou lá, saber com estão as coisas. Mas no momento você aqui, já me ajuda. Agora estou com fome, vou ver o que tem pra jantar, tomar um banho e vou deitar. (ele ia em direção ao seu quarto, mas Paulo o interrompe)
PAULO – Felipe, antes… você podia me dizer, onde você foi hoje cedo?
FELIPE – Não estou afim de ter essa conversar agora, outro dia conversamos sobre isso, ok! (ele vai para o quarto e Paulo vai para o seu)

[CENÁRIO 18 – CASA DA ROSÁRIO (SÃO PAULO)/ Q. DE HOSPEDES – COZINHA/ NOITE]
(Carla estava sem sono e não parava de pensar no Felipe. Ela fica com sede e decide ir pra cozinha. Ela não foi a única a ficar com sede também)
DIEGO – Acordada ainda? (surge do nada na cozinha)
CARLA – Aí que susto, Diego!
DIEGO – Desculpa, não foi minha intenção.
CARLA – Estou, vim beber um pouco d’água.
DIEGO – Também. Não está conseguindo dormir?
CARLA – Mais ou menos.
DIEGO – Pensei que estivesse cansada da viagem e fosse querer dormir cedo, sei lá.
CARLA – É que não está sendo fácil fechar os olhos agora.
DIEGO – Imagino.
CARLA – Mas acho que você tem razão. Vou voltar pro quarto tenta dormir. Boa noite. (ela guarda o copo e vai em direção a sala)
DIEGO – Carla espera! (ele a segura pelo braço. A encara um pouco e depois a beija. Na mesma hora, Carla o empurra) Desculpa, eu não queria fazer isso, desculpa mesmo Carla.
CARLA – (chateada) Não me toca. Eu vou voltar pro meu quarto e você vai voltar pro seu e nos dois vamos esquecer o que aconteceu aqui.
DIEGO – Desculpa, de verdade.
CARLA – Boa noite, Diego. (volta para o quarto)
DIEGO – Burro, burro, burro!

Amanhecendo…

[CENÁRIO 19 – APARTAMENTO DA CAMILA/ COZINHA/ DIA]
(Camila acordou e parece mais calma. Ela está na cozinha, tomando café, com uma expressão meio triste no rosto. Joana entra na cozinha)
JOANA – Bom Dia.
CAMILA – Bom Dia.
JOANA – Então, acordou melhor hoje?
CAMILA – Sim!
JOANA – Você pode me explicar porque você ficou daquele jeito ontem?
CAMILA – Eu disse que ia te contar, não disse.
JOANA – Pois bem, estou ouvindo, pode contar tudo? (senta ao lado dela) Porque você não quer ver sua mãe?

Continua no Capítulo 07…

Anderson Silva

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