A Peste em Família

A Peste em Família – Capítulo 04

Capítulo 04.

A Peste em Família.

Continuação de cena…

Uma historia de Marcelo Jr M. E Silva

 
CENA IV
Eduardo, Pedro

Eduardo — Vem cá!
Pedro — Senhor!
Eduardo — Responde-me a verdade.
Pedro — Pedro não mente nunca.
Eduardo — Que versos são uns que entregaste a D. Henriqueta, de minha parte?
Pedro — Foram versos que senhor escreveu…
Eduardo — Que eu escrevi?
Pedro — Sim, senhor.
Eduardo — A Henriqueta?
Pedro — Não, senhor.
Eduardo — A quem, então?
Pedro — À viúva.
Eduardo — Que viúva?
Pedro — Essa que mora aqui adiante; mulher rica, do grande tom.
Eduardo (rindo) — Ah! Lembro-me! E tu levaste esses versos à Henriqueta?
Pedro — Levei, sim, senhor.
Eduardo — Com que fim, Pedro?
Pedro — Sr. não se zanga, Pedro diz por que fez isso.
Eduardo — Fala logo de uma vez. Que remédio tenho eu senão rir-me do que me sucede?
Pedro — Sinhá Henriqueta é pobre; pai anda muito por baixo; senhor casando com ela não arranja nada! Moça gasta muito; todo
o dia vestido novo, camarote no teatro para ver aquela mulher que morre cantando, carro de aluguel na porta, vai passear na Rua do Ouvidor, quer comprar tudo que vê. Eduardo — Ora, não sabia que tinha um moralista desta força em casa!
Pedro — Depois modista, costureira, homem da loja, cabeleireiro, cambista, cocheiro, ourives, tudo mandando a conta e senhor vexado: “Diz que não estou em casa”, como faz aquele homem que mora defronte!
Eduardo — Então foi para que eu não casasse pobre que fizeste tudo isto? Que inventaste o recado que me deste em nome de Henriqueta?…
Pedro — Pedro tinha arranjado casamento bom; viúva rica, duzentos contos, quatro carros, duas parelhas, sala com tapete. Mas senhor estava enfeitiçado por sinhá Henriqueta e não queria saber de nada. Precisava trocar; Pedro trocou.
Eduardo — O que é que trocaste?
Pedro — Verso feio da viúva para sinhá Henriqueta; verso bonito de sinhá Henriqueta foi para a viúva.
Eduardo — De maneira que estou com um casamento arranjado com uma correspondência amorosa e poética; e tudo isto graças à tua habilidade?
Pedro — Negócio está pronto, sim senhor; é só querer. Pedro de vez em quando leva uma flor ou um verso que senhor deixa em cima da mesa. Já perguntou por que V.Mce. não vai visitar ela!
Eduardo (rindo-se) — Eis um corretor de casamentos, que seria um achado precioso para certos indivíduos do meu conhecimento!
Vou tratar de vender-te a algum deles para que possas aproveitar o teu gênio industrioso.
Pedro — Oh! Não! Pedro quer servir a meu senhor! V.Mce. perdoa; foi para ver senhor rico!
Eduardo — E que lucras tu com isto! Sou tão pobre que te falte aquilo de que precisas? Não te trato mais como um amigo do que como um escravo?
Pedro — Oh! Trata muito bem, mas Pedro queria que senhor tivesse muito dinheiro e comprasse carro bem bonito para.
Eduardo — Para… Dize!
Pedro — Para Pedro ser cocheiro de senhor!
Eduardo — Então a razão única de tudo isto é o desejo que tens de ser cocheiro?
Pedro — Sim, senhor!
Eduardo (rindo-se) — Muito bem! Assim, pouco te importava que eu ficasse mal com uma pessoa que estimava; que me casasse com uma velha ridícula, contanto que governasses dois cavalos em um carro! Tens razão!… E eu ainda devo dar-me por muito feliz, que fosse esse o motivo que te obrigasse a trair a minha confiança.

Capi
A Peste em Família.
Uma historia de Marcelo Jr M. E Silva
CENA V

Pedro, Carlotinha

Carlotinha — Já escrevi! Ah! Mano não está!… Pedro!…
Pedro — Nhanhã!
Carlotinha — Que fazes tu aí?
Pedro — Oh! Pedro não está bom hoje, não; senhor está zangado.
Carlotinha — Por quê? Por causa de Henriqueta?
Pedro — Sim. Pedro fez história de negro, enganou senhor. Mas hoje mesmo tudo fica direito.
Carlotinha — Que vais tu fazer? Melhor é que estejas sossegado.
Pedro — Oh! Pedro sabe como há de arranjar este negócio. Nhanhã não se lembra, no teatro lírico, uma peça que se representa e que tem homem chamado Sr. Fígaro, que canta assim:
Tra-la-la-la-la-la-la-la-tra!!
Sono un barbiere di qualità!
Fare Ia barba per carità!…

Carlotinha (rindo-se) — Ah! O Barbeiro de Sevilha!
Pedro — É isso mesmo. Esse barbeiro, Sr. Fígaro, homem fino mesmo, faz tanta cousa que arranja casamento de sinhá Rosinha com nhonhô Lindório. E velho doutor fica chupando no dedo, com aquele frade D. Basílio!
Carlotinha — Que queres tu dizer com isto?
Pedro — Pedro tem manha muita, mais que Sr. Fígaro! Há de arranjar casamento de Sr. moço Eduardo com sinhá Henriqueta. Nhanhá não sabe aquela ária que canta sujeito que fala grosso? Cantando) “La calunnia!…” Carlotinha — Deixa-te de prosas!
Pedro — Prosa, não; é verso! Verso italiano que se canta!
Carlotinha (rindo) — Tu também sabes italiano?
Pedro — Ora! Quando Sr. moço era estudante e mandava levar ramo de flor à dançarina do teatro, aquela que tem perna de engonço, Pedro falava mesmo como patrício dela: Un fiore, signorina!
Carlotinha — Ah! Mano mandava flores a dançarinas… (A meia voz) E diz que amava a Henriqueta!
Pedro — Ora, moço pode gostar de três moças ao mesmo tempo. Esse bicho que se chama amor, está nos olhos, nos ouvidos e no coração: moço gosta de mulher bonita só para ver, de mulher de teatro só para ouvir cantar e de mulher de casamento para pensar nela todo o dia!
Carlotinha — Não sejas tolo! A gente só deve gostar de uma pessoa! Aposto que o tal Sr. Alfredo é desses!
Pedro — Qual! Sr. Alfredo é só de nhanhã; mas é preciso responder a ele.
Carlotinha — Já não te disse a resposta? Por que não deste?
Pedro — Homem não gosta dessa resposta de boca, diz que é mentira. Gosta de papelinho para guardar na carteira, lembrando-se do anjinho que escreveu.
Carlotinha — Escrever, nunca; não tenho ânimo!…
Pedro — Pois, olhe, nhanhã tira duas violetas; põe uma nos cabelos, manda outra a ele! Isto de flor!… Hum!… Faz cócegas no coração.
Carlotinha — Deste modo… Sim… Eu podia…
Pedro — Então vá buscar a flor já! Pedro leva!
Carlotinha — Não, não quero!
Pedro — Eu vou ver!
Carlotinha — Não é preciso! Eu tenho!…
Pedro — Ah! Nhanhã já tem! Carlotinha — Estão aqui. (No seio) Pedro — Melhor! Dê cá, nhanhã.
Carlotinha — Mas olha!… Não!
Pedro (tomando) — Hi!… Sr. Alfredo vai comer esta violeta de beijo só, quando souber que esteve no seio de nhanhã!
Carlotinha — Dá-me! Não quero!

CENA VI
Carlotinha, Eduardo

Carlotinha — Meu Deus! Ah! Mano!
Eduardo — Já soube tudo, uma malignidade de Pedro. É a conseqüência de abrigarmos em nosso seio esses reptis venenosos, que quando menos esperamos nos mordem no coração! Mas, enfim, ainda se pode reparar. Escreveste a Henriqueta?
Carlotinha — Sim; a resposta não deve tardar!
Eduardo — Tu és um anjo, Carlotinha!
Carlotinha — Como se engana, mano!
Eduardo — Que queres dizer?
Carlotinha — Nada! Eu devia lhe contar! Mas…
Eduardo — Tens alguma coisa a dizer-me? Por que não falas?
Carlotinha — Tenho medo!
Eduardo — De teu irmão! Não tens razão!
Carlotinha — Mesmo por ser meu irmão, não gostará…
Eduardo — Mais um motivo. Um irmão, Carlotinha, é para sua irmã menos do que uma mãe, porém mais do que um pai; tem menos ternura do que uma, e inspira menos respeito do que o outro. Quando Deus o colocou na família a par dessas almas puras e inocentes como a tua, deu-lhe uma missão bem delicada; ordenou-lhe que moderasse para sua irmã a excessiva austeridade de seu pai e a ternura muitas vezes exagerada de sua mãe; ele é homem e moço, conhece o mundo, porém também compreende o coração de uma menina, que é sempre um mito para os velhos já esquecidos de sua mocidade. Portanto, a quem melhor podes contar um segredo do que a mim?
Carlotinha — É verdade, suas palavras me decidem. Você é meu irmão, e o chefe da nossa família, desde que perdemos nosso pai. Devo dizer-lhe tudo; tem o direito de repreender-me!
Eduardo — Cometeste alguma falta?
Carlotinha — Creio que sim. Uma falta bem grave!
Eduardo — Minha irmã… Acaso terás esquecido!…
Carlotinha — Oh! Se toma esse ar severo, não terei ânimo de dizer-lhe!
Eduardo (com esforço) — Estou calmo, mana, não vês? Fala!
Carlotinha — Sim ! Sim! É que me custa a dizer!… Não faz idéia!
Eduardo — Vamos! Coragem!
Carlotinha — Conhece um moço, que às vezes lhe vem procurar… chama-se
Alfredo!…
Eduardo — Que tem!…
Carlotinha — Pois esse moço… Ama-me, e…
Eduardo — E que fizeste?
Carlotinha (atirando-se ao peito de Eduardo) — Mandei-lhe uma flor!… Mas uma só!
Eduardo — Ah! Assim é esta a falta que cometeste? A primeira e a única!
Carlotinha — Não!… Devo dizer-lhe tudo! Li esta carta. Tome, ela queima-me o seio.
Eduardo (lendo) — Quem te entregou?
Carlotinha — Pedro deitou no meu bolso sem que o percebesse.
Eduardo — Oh! Eu adivinhava! E respondeste?
Carlotinha — Pois a violeta foi a resposta! Não queria dar. Mas lembrei-me que assim como Henriqueta lhe amava, também eu podia amá-lo!…
Eduardo — Tens razão, minha irmã. Cometeste uma falta, mas te arrependeste a tempo. Não te envergonhes disto; és moça e inexperiente, a culpa foi minha, e minha só.
Carlotinha — Sua, mano! Como?
Eduardo — Eu te digo: acabas de dar-me uma prova do teu discernimento; o que vou dizer-te será uma lição. Os moços, ainda os mais tímidos como eu, minha irmã, sentem quando entram na vida uma necessidade de gozar desses amores que duram alguns dias e que passam deixando o desgosto n’alma! Eu fui fascinado pela mesma miragem; depois quis esquecer Henriqueta e procurei nos olhares e nos sorrisos das mulheres um bálsamo para o que eu sofria. Ilusão! O amor vivia, e nas minhas extravagâncias o que eu esquecia é que tinha uma irmã inocente confiada à minha guarda. Imprudente eu abrigava no seio de minha família, no meu lar doméstico, a testemunha e o mensageiro de minhas loucuras: alimentava o verme que podia crestar a flor de tua alma. Sim, minha irmã! Tu cometeste uma falta; eu cometi um crime!
Carlotinha — Não se acuse, mano; é severo demais para uma coisa que ordinariamente fazem os moços na sua idade!
Eduardo — Porque não refletem!… Se eles conhecessem o fel que encobrem essas rosas do prazer deixá-las-iam murchar, sem sentir-lhes o perfume! Há certos objetos tão sagrados que não se devem manchar nem mesmo com a sombra de um mau exemplo! A reputação de uma moça é um deles. O homem que tem uma família está obrigado a respeitar em todas as mulheres a inocência de sua irmã, a honra de sua esposa e a virtude de sua mãe. Ninguém deve dar direito a que suas ações justifiquem uma suspeita ou uma calúnia.
Carlotinha — Está bom, não vá agora ficar triste e pensativo por isso. Já lhe disse tudo, já lhe dei a carta; prometo-lhe não pensar mais nele. Duvida de mim?
Eduardo — Não. Agradeço a tua confiança e acredita que saberei usar dela. Já volto. Carlotinha — Que vai fazer?
Eduardo — Escrever uma carta; ou antes, responder à que recebeste. Carlotinha — Como, Eduardo!
Eduardo — Logo saberás.
Carlotinha — Mas não se zangue com ele; sim?
Eduardo — Tranqüiliza-te; ele te interessa, é um título para que eu o respeite.

CENA VII
Carlotinha, Henriqueta

Henriqueta (fora) — Carlotinha!…
Carlotinha — Henriqueta! — Ah! Eu te esperava!
Henriqueta — E tinhas razão… Mas antes de tudo… É verdade?… O que me escreveste?
Carlotinha — Sim; ele te ama e te amou sempre! Um engano, uma fatalidade… Henriqueta — Bem cruel!… Eu perdoaria de bom grado à sorte todas as minhas lágrimas, mas não lhe perdôo o fazer-me mulher de outro!
Carlotinha — Então, está decidido!
Henriqueta — Eu não te disse! Sou sua noiva! Meu pai deu-lhe a sua palavra. Ele me acompanha já com direito de senhor. Por sua causa estive quase não vindo…
Carlotinha — Como assim? Ele recusaria…
Henriqueta — Não; mas meu pai convidou-o para acompanhar-nos, e eu lembreime que Eduardo sofreria tanto vendo-me junto desse homem, que um momento fiquei indecisa!
Carlotinha — Por quê? Ele sabe que tu não o amas.
Henriqueta — Não importa.
Carlotinha — Mas enfim vieste. Fizeste bem!
Henriqueta — Não sei se fiz bem. Fui arrastada! Creio que aos pés do altar, se ele me chamasse, eu ainda me voltaria para dizer-lhe, enquanto sou livre, que o amo e que só amarei a ele!

CENA VIII
Os mesmos, Vasconcelos, D. Maria, Azevedo

Vasconcelos — Onde está o nosso Doutor? Não há mais quem o veja.
Carlotinha — Subiu ao seu quarto, já volta. Vasconcelos – Oh! D. Carlotinha! Como está?!… Apresento-lhe meu genro. O Sr. Azevedo. (A Azevedo) É a mais íntima amiga de Henriqueta.
Azevedo — E eu o mais íntimo amigo de seu irmão! Há, portanto, dois motivos bastante fortes para o meu respeito e consideração.
Carlotinha — Muito obrigada! (A Henriqueta) Vai-te sentar; estás toda trêmula!
Henriqueta (baixo) — E ele, por que não vem? Carlotinha — Não tarda! (Afastam-se)
Vasconcelos (a D. Maria) — Parece-me um excelente moço, e estou certo que há de fazer a felicidade de minha filha.
D. Maria — É o que desejo; tenho muita amizade à sua menina e estimo que seu marido reúna todas as qualidades.
Vasconcelos — Para mim, se quer que lhe diga a verdade, só lhe noto um pequeno defeito.
D. Maria — Qual? É jogador?
Vasconcelos — Não; o jogo já não é um defeito, segundo dizem; tornou-se um divertimento de bom-tom. O que noto em meu genro, e que desejo corrigir-lhe, é o mau costume de falar metade em francês e metade em português, de modo que ninguém o pode entender! D. Maria — Ah! Não observei ainda!
Vasconcelos — É uma mania que eles trazem de Paris e que os torna sofrivelmente ridículos. Mas não se querem convencer!
Azevedo — Tem um belo jardim, minha senhora, um verdadeiro bosquet. Oh! c’est charmant! Não perdôo, porém, a meu amigo Eduardo não ter aproveitado para fazer um kiosque. Ficaria magnífico!
Vasconcelos — Então, entendeu?
D. Maria — Não, absolutamente nada!
Vasconcelos — O mesmo me sucede! Tanto que às vezes ainda duvido que realmente ele me tenha pedido a mão de Henriqueta!
D. Maria — Ora! É demais! (Sobem)
Azevedo (a Carlotinha) — Aqui passa V. Ex.a naturalmente as tardes, conversando com as suas flores, em doce e suave réverie!
Carlotinha — Não tenho o costume de sonhar acordada; isso é bom para as naturezas poéticas.
Azevedo — Les hommes sont poètes; les femmes sont la poésie, disse um distinto escritor. Oh! Eis a flor clássica da beleza.
Carlotinha — A camélia?
Azevedo — Sim, a camélia é hoje, em Paris, mais do que uma simples flor; é uma condecoração que a moda, verdadeira soberana, dá à mulher elegante.
Carlotinha — Parece-me que uma senhora não precisa de outro distintivo além de suas maneiras e de sua graça natural. Que dizes, Henriqueta?
Henriqueta — Tens razão, Carlotinha; não é o enfeite que faz a mulher; é a mulher que faz o enfeite, que lhe dá a expressão e o reflexo de sua beleza.
Azevedo — Teorias!… Fumées d’esprit… (A Carlotinha) Mas, minha senhora, disse há pouco que se podia fazer deste jardim um paraíso!
Carlotinha — Como? Diga-me; quero executar perfeitamente o seu plano.
Azevedo — Com muito gosto. Vou traçar-lhe em miniatura o jardim de minha casa; de nossa casa, D. Henriqueta.
Carlotinha (a Henriqueta) — Deixo-te só! (Dá o braço a Azevedo)
Azevedo — Aqui un jet d’eau. À noite é de um efeito maravilhoso! Além de que espalha uma frescura! (Afastam-se)

CENA IX
Os mesmos, Henriqueta, Eduardo, Vasconcelos. D. Maria

Eduardo — D. Henriqueta!
Henriqueta — Ah!… Sr. Eduardo!
Vasconcelos — Como está? Eu não passo bem das minhas enxaquecas! D. Maria — É do tempo!
Vasconcelos — Qual, D. Maria! Moléstia de velho! Onde está ele? (A Eduardo) Quero apresentar-lhe meu futuro genro.
Eduardo — Conheço-o; é um dos meus camaradas de colégio!
Vasconcelos — Ah! Estimo muito. (A D. Maria) Eu cá não tenho camaradas de colégio; mas tenho os de fogo! Na guerra da Independência…
Azevedo (voltando) — Acabo de dar um passeio pelos Campos Elíseos!
Carlotinha — Na imaginação… É lisonjeiro para mim!
Eduardo — Boa tarde, Azevedo!
Henriqueta (a Carlotinha) — Ah! Nunca esperei!
Carlotinha — O quê?
Henriqueta — Tu me iludiste!
Azevedo — Participo-te, meu caro, que tens uma irmã encantadora. Estou realmente fascinado. A sua conversa é uma gerbe de graça; uma fusée de ditos espirituosos! Eduardo — Admira! Pois nunca foi a Paris, nem está habituada a conversar com os moços elegantes!.
Azevedo — É realmente étonnant!
Vasconcelos — Ora, meu genro, se o Sr. continua a falar desta maneira, obriga-me a trazer no bolso daqui em diante um dicionário de Fonseca.
Azevedo — Os estrangeiros têm razão! Estamos ainda muito atrasados no Brasil! D. Maria — Entremos, é quase noite!

Deixe um comentário

Séries de Web

Séries de Web