Heaven - Mundo Paralelo [2ª Temporada]

Heaven Mundo Paralelo ( 2°temporada) – Episodio 4 – Usurpador

 

Ooooooiiii!

Mil desculpas pessoal, infelizmente acabei atrasando a postagem.

em fim, eis o 4° episodio da segunda temporada de Heaven – Mundo Paralelo.

“bon appetit”.

 

 

Capítulo 12

Usurpador

 

 

– Estou vendo. Está ali! – Minha voz soou entusiasmada. – Finalmente o alcançamos, agora tenho a chance de parar este monstro. – O entusiasmo logo se foi, substituído por ódio, dor, tristeza e um sentimento de culpa por não ter chegado antes. Agora jazia dois corpos no chão ao lado dele.

 

 – Júlia! Ele está vindo para cá.

 

Senti meus punhos tremerem, o coração pulsando desesperadamente, a garganta secou e um frio que me arrepiou a pele.

 

– Não… – Como esse verme tem a audácia de andar por aí matando pessoas inocentes? E ainda… usando a imagem do meu pai. Não vou deixar essa criatura estragar as boas memórias que tenho da pessoa que eu mais amo. – Isso acaba aqui!

 

Usurpador! Seu rosto, cabelo, corpo e até mesmo as roupas podem ser semelhantes às que meu pai usava. Mas não vou me deixar levar por suas ilusões outra vez, agora posso ver a diferença entre vocês evidente nesse seu olhar demoníaco.

 

Estava já me preparando para atacá-lo quando de repente ele parou. Assustado o homem se virou para fitar o céu acima do restaurante.

 

– Os ponteiros estão mudando de direção novamente! – Disse Datto analisando a bussola, a preocupação estampada em sua cara.  – Seja o que for, está se movendo muito rápido.

– Agora é a hora de fazermos alguma coisa. – Sugeri ao encarar Datto. – Eu vou chamar a atenção dele para mim, e ao meu sinal você vai ajudar aquelas pessoas, precisamos acreditar que ainda estão vivas.

– Certo!

– E… Datto. – Ele me olhou com expectativa. – Não deixe que ele se aproxime de você. E se algo der errado… fuja!

 

Precisamos agir rápido, outra criatura está vindo. Se não pararmos esse demônio usurpador agora, não teremos chance quando a segunda criatura chegar.

 

 – Ei Aqui! – Corri atravessando a rua e vi o homem voltar à atenção para mim. De relance vi Datto se preparando para correr para o outro lado.

Ypovolí! Exclamei com convicção apontando a cruz do clã na direção do inimigo. – Eu mandei vir aqui! Obedeça ao meu comando.

 

Como um fantoche se movendo contra sua vontade o homem começou a andar sob o controle da ordem de submissão. Percebendo que era esse o sinal, Datto correu pelo outro lado até chegar aos dois corpos caídos.

 

O homem notou o movimento de Datto atrás de si e tentou virar, mas não conseguiu seu corpo não estava obedecendo-o mais. E relutante continuou a andar.

 

– De joelhos! – Ordenei e assim ele o fez.

 

Ajoelhado diante de mim ele não parece mais tão assustador assim. Quando me lembro da visão que ele me fez ver, usando meu próprio pai contra mim. Me fez acreditar que o homem que mais me amou e cuidou de mim seria capaz de me matar. Uma atrocidade dessas… meu verdadeiro pai nunca ergueu a mão para me bater, pelo contrário, enquanto vivia sempre me ensinou coisas boas, ele sempre me amou…

 

Senti as lágrimas encherem meus olhos, mas contive a vontade de chorar. Não posso demonstrar fraqueza perante o inimigo. Ouvi a exclamação de Datto ao tentar acordar aquelas pessoas com uma conjuração que geralmente usamos para expulsar demônios… Mas não deu certo.

 

– Vocês humanos são seres patéticos! – Resmungou o farsante tentando sem êxito, erguer-se de pé.

           – Cale-se! – Imediatamente a boca do sujeito se contorceu até si fechar.

 – Afýpnisi!

Meus olhos seguiram por cima do homem o som da segunda conjuração de Datto. Uma das vítimas está se mexendo, parece que o garoto teve sorte na escolha da ordem.

 

Estava distraída e não percebi que o homem estava tão perto, quando vi sua mão já estava em volta da minha perna, seus dedos imundos apertavam forte demais para que eu pudesse me concentrar em uma conjuração de contra-ataque.

 

– Por quanto tempo achou que eu ia ficar preso nesse seu truque de merda? – Sorrindo como um palhaço macabro, ele puxou minha perna e me derrubou no chão.

 

Na queda abafei um gemido de dor quando minha cabeça e minhas costas bateram no solo. Não acredito que cai outra vez nas armadilhas desse verme.

 

  – Onde foi que paramos? – Disse imitando a voz grave do meu pai. Agora uma de suas mãos estava posicionada abaixo do meu nariz apertando meu rosto e me impedindo de falar. A outra prendia meu braço direito no chão. – Olhe nos meus olhos.

 

Tentei virar o rosto em outra direção, mas sua mão me impedia. Se ao menos eu conseguisse levantar…, mas ele é muito forte e me imobilizou.

 

– Chegou a hora de morrer… – A voz grave se distorcendo a medida que seu corpo mudava assumindo agora a aparência e a voz aguda de uma mulher. –… Queridinha.

 

Seu porco! Como ousa brincar com minha mente zombando das lembranças que tenho dos meus pais.

 

Frágma!

 

Uma barreira invisível expeliu a mulher lançando-a para longe de mim.

 Com muito esforço consegui concentrar toda minha vontade enraivecida para conjurar mentalmente uma ordem de defesa.

As gotas da chuva começaram a cair mais depressa, com um pouco de dificuldade me levantei. Uma das mãos levantada para limpar as lágrimas que escorriam no meu rosto misturadas com a água da chuva.

 

A criatura estava caída no meio da rua e parecia ter desmaiado. Minúsculas nuvens de vapor emergiam do seu corpo. Sinto que uma pontada de preocupação me acertou quando não vi Datto em lugar algum.

Acho que ele foi embora, eu mesma o instrui a fazer isso se as coisas saíssem do controle.

 

– Júlia!

 

Virei para traz e vi o garoto saindo pela porta dos fundos do restaurante.

 

– Datto. – Disse calmamente enquanto o observo vir em minha direção. – Pensei que tivesse fugido.

– Não! Eu… – De repente sua expressão tranquila se tornou tão perturbadora. – Cuidado!

 

Percebi que seu olhar apontava para além de mim e quando virei para encarar o perigo fui golpeada na cabeça. A dor forte confundiu meus pensamentos, e o golpe seguinte me deixou atordoada. Ouvi a voz de Datto me chamar, som de passos apressados e uma gargalhada monstruosa bem perto dos meus ouvidos enquanto caía. Quando meu corpo se chocou contra o asfalto perdi completamente a consciência.

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