A Crítica

A Cor do Pecado: Autor conseguiu manter linha de condução do começo ao fim

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Por Matheus Ferreira

A trama “A Cor do Pecado” lembra e muito o romance Gabriela, Cravo e Canela, de Jorge Amado; no qual o escritor brasileiro abordava temas sociais, e fazia uma crônica de costumes, marcada por tipos populares de poderosos coronéis e mulheres sensuais. A obra é um retorno ao chamado ciclo do cacau, ao citar o universo de coronéis, jagunços, prostitutas e trambiqueiros de calibre variado que desenham o horizonte da sociedade cacaueira. Logicamente que há ressalvas entre o romance de Jorge Amado e a Web-Novela do Emanuel Dias. Porém sua trama vai muito por esse caminho criado por Jorge Amado.

Os primeiros quatros capítulos foram agéis, apesar de alguns clichês beirarem o ridículo, algo que não comprometeu o andamento dessa primeira fase cheia de gás e desdobramentos, após uma passagem de tempo como é de se esperar o ritmo cai, e é ai que se encontra o perigo, de não deixar a história se arrastar e criar barriga, pois do contrario a trama morre antes mesmo de chegar o último capítulo.
A primeira fase narra um plano do invejoso Ricardo que culmina com a dispensa de Ângelo da fazenda onde ele mora com a sua mulher e seus quatro filhos, após sair da fazenda Ângelo se esbarra com Cléo uma cafetina que ele encontrou no comercio, no qual ele dá sua filha mais velha Cecília para trabalhar em um cabaré, em troca de moradia, comida e dinheiro para o sustento de sua família, uma atitude um tanto irracional, no qual tinha outras possibilidades para solucionar os problemas, já que ele era um excelente funcionário e trabalhava em uma fazenda de um importante coronel que tinha como renda a plantação de cacau, sua mulher também poderia ajudar na renda da família até que se restabelecesse novamente. Passa-se dez anos, Cléo morre, e Cecília resolve voltar para Vale do Sol, onde acaba chocando boa parte da sociedade conservadora, e é desse ponto de partida que a história ganha novos personagens e se desenrola.
À primeira vista a história era bem promissora, contudo o enredo denotou a ausência de historias secundárias que costurassem com a espinha dorsal, alguns clichês ficaram teatrais demais para uma história que era forte e tinha tudo para engrenar.
Outro ponto que pecou foi à construção dos personagens que impediram que a história tivesse um “UP”, alguns personagens tinha uma linha bem definida, e outros eram descaracterizados, sem uma importância real para a trama.
A web-novela oscilou bastante nos quarenta e dois capítulos que foram postados no Portal, a ausência de ganchos no fim de cada capítulo, acabou não despertando um interesse real de voltar para acompanhar o enredo, apesar de ter conquistado uma boa audiência no período em que disputou a preferência do leitor no Portal. A trama encerrou com uma linha clássica com a morte da vilã Melissa, e o final feliz de Cecília e Samuel. Apesar dos erros factuais na estrutura da trama, o saldo final foi positivo ao levarmos em conta que o autor foi fiel a linha do raciocínio do começo ao fim.

Avaliação_A Cor do Pecado

*Esta crítica é de cunho pessoal baseada nas percepções do seu avaliador e não refletem, necessariamente, a opinião do Séries de Web.

Matheus Ferreira

Somente se aproxima da perfeição que a procura com constância,sabedoria, e sobre tudo muita força de vontade!

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