A Crítica

Jovens Tardes: Um roteiro bem detalhado, com diálogos sucintos e personagens envolventes

Por Vinícius Gabriel
Quais as consequências da ambição humana? No passado, Maquiavel defendia a tese do uso da força para se controlar as contrariedades de uma nação. Hoje, vivemos numa democracia envergonhada. Uma ditadura invisível que não está sendo comandada por uma elite militar, mas inserida no nosso cotidiano, nas próprias relações interpessoais.

A repreensão continua e beira os hediondos crimes da sociedade. Não é diferente na ficção que não cessa em espelhar a realidade. Em Jovens Tardes não é diferente. Temos a representação complexa do ser humano, que ora pode ser demonstrado com uma caricatura, mas está lá, lutando pelo seu ponto de vista e impondo aos outros.

Não é a toa que nem Bela escapou do terrível destino real. Uma trama aparentemente convencional, que, no entanto, ousou ao quebrar barreiras folhetinescas. Um roteiro bem detalhado, com diálogos sucintos, especialmente para dar ritmo certo aos leitores. Protagonista anti-romântica, com ares de vilã, que chegou ao ápice de sua vida, tornando até sua morte digna de ser lembrada. Um enredo envolvente, que poderia ter se desenvolvido com um número maior de capítulos: ficou o “gostinho de quero mais”.

Personagens marcantes, singulares e humanos, aqueles que são possíveis se encontrar na esquina de casa. Só não aprovei a ideia técnica da estrutura que se pauta em um roteiro oficial. Penso que apesar de ser aplicável ao gênero, quando se trata de uma narração, ela deve portar o máximo de profundidade na estrutura, permitindo ao leitor mergulhar em seu universo; com uma estrutura de estúdio isso soa impossível. Portanto aos detalhes técnicos de filmagem eu dispenso. Nota 8,9 para a obra. Parabéns ao autor.

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